R. E. FINNEY
Pergunta-. É DE ORIGEM PAGÃ A CELEBRAÇÃO DE PRIMEIRO DO ANO?
Resposta: O costume de celebrar-se o início de novo ano com solenidades religiosas não é de origem pagã. Ver Êxo. 12:1 e 2; Lev. 23:24 e 25. Mas a data de início do ano em 1o. de janeiro é definidamente de origem pagã. Ver definições de janeiro e Janus, no New International Dictionary.
A Enciclopédia Britânica, sob o tópico “Dia do Ano Novo”, diz:
“Os antigos egípcios, fenícios e persas começavam seu ano no equinóxio do outono (21 de setembro), e os gregos, até o quinto século antes de Cristo, no solstício do inverno (21 de dezembro). Os antigos romanos celebravam outrora o início do ano em 21 de dezembro, mas César, pela adoração do calendário juliano, transferiu-o para o último dia de janeiro. Os judeus sempre reconheceram seu ano civil a partir do primeiro dia de Tishri (6 de setembro – 5 de outubro), mas seu ano eclesiástico começa no equinóxio da primavera (21 de março) . O vigésimo quinto dia de março era usualmente a data aceita pela maioria dos cristãos nos dias medievais. Na Inglaterra anglo-saxônica, entretanto, o dia 25 de dezembro era o dia de Ano Novo. Ao tempo da Conquista Normanda, crê-se que Guilherme, o Conquistador, para fazer que sua coroação coincidisse com esta data, tenha ordenado que o ano começasse no último dia de janeiro. Mais tarde, porém, a Inglaterra começou seu ano com o resto da cristandade, em 25 de março. O calendário gregoriano (1582), que restaurou o último dia de janeiro à sua posição como dia de Ano Novo, foi aceito pelos países católicos de uma vez; pelos alemães, dinamarqueses e suecos, cêrca do ano 1700, mas não até 1752 pela Inglaterra”. — Vol. XVI, pág. 365.
Podemos ver, assim, que a data de Ano Novo usada pelos judeus, que seguiram a lei de Moisés, era no outono, ou primavera, correspondendo com a Páscoa, ou a Festa das Trombetas, dez dias antes do Dia da Expiação. As nações mais fortemente influenciadas pelos israelitas (Egito, Fenícia e Pérsia) usaram a data do outono, tal como o faziam os israelitas. Os pagãos gregos e romanos usavam a festa do Sol, em 21 de dezembro, ou de Janus, em 1o. de janeiro (uma forma em que o Sol era também adorado, ver o dicionário de Webster, derivação da palavra “janeiro”). Uma data da primavera veio dos dias dos primeiros cristãos, mas a Inglaterra pagã usava o festival ao deus – Sol em 25 de dezembro. Ao tempo da conquista normanda (1066 A.D.), quando o catolicismo dominava na Inglaterra, o dia primeiro de janeiro, também festival pagão, foi instituído como Ano Novo, em suposta honra da coroação de Guilherme o Conquistador. Mas a data da coroação pode facilmente supor-se haver sido escolhida como um dos dias de festa pagã romana, rebatizado. A Inglaterra não adotou logo a data pagã, católica, mas continuou a seguir o resto da cristandade européia, usando a data de 25 de março, que tinha vindo dos primeiros dias do cristianismo e subseqüente à de origem mosaica. Mas a partir de 1582, o dia primeiro de janeiro foi, pela influência católico-romana, amplamente aceito como dia de Ano Novo. O calendário gregoriano foi um grande auxílio para o mundo, do ponto de vista astronômico, mas removeu o dia de Ano Novo, da primavera ou outono (ambos com origem no Velho Testamento), para 1o. de janeiro, que era uma velha festa pagã em honra de Janus, uma forma do deus – Sol.
“Fora da Minha Carne”
Pergunta: JÓ CAP. 19, VERS. 26, NA TRADUÇÃO BRASILEIRA, REZA: “DEPOIS DE DESTRUÍDA ESTA MINHA CARNE VEREI A DEUS”. A TRADUÇÃO ALMEIDA DIZ: “DEPOIS DE CONSUMIDA A MINHA PELE, AINDA EM MINHA CARNE, VEREI A DEUS”. QUAL A TRADUÇÃO AUTORIZADA?
Resposta: É evidente que, na Versão Brasileira, os tradutores não tiveram perfeita clareza quanto ao sentido do versículo. Jó estava em grande aflição quando pronunciou essas palavras. A doença consumia-lhe o corpo e suas palavras exprimem uma fé que se ergue acima das condições em que se achava. No versículo 25, diz êle: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sôbre a Terra”. Jó queria com isso dizer: Quando meu Redentor Se erguer para vindicar minha causa, embora esta carne esteja completamente destruída, eu O verei não obstante.
O poder da ressurreição dar-lhe-ia o corpo imortal, tão claramente prometido na Palavra de Deus; e mesmo que tivesse de morrer, e o corpo que então possuia fôsse destruído pelos vermes, o infinito poder do grande Criador concedería a Jó a vida e a imortalidade.
Se considerarmos o texto da Versão Brasileira à luz de outros passos claros, sôbre o assunto, desaparecerão as dificuldades; pois Jó protesta que, para sua existência, não dependia da carne que então possuia mas, sim, tão somente, do poder do grande Redentor. — F. M. W.