GRAVE responsabilidade recai sôbre qualquer igreja que convoca um concilio ministerial a fim de ordenar um de seus membros para o ministério evangélico. Deve ser exercido pela igreja o maior cuidado possível a fim de que homem algum seja chamado perante um concilio sem que haja sido feita investigação ampla de seus méritos. Nunca assume a igreja tão inteiramente o lugar de seu Senhor como quando escolhe um de seus membros para a ordenação. Verdadeiramente, nenhuma ordenação deve ser feita sem haver acôrdo unânime de que a mão do Senhor está posta sôbre a vida de quem é separado para o ministério. Poucos candidatos há que atinjam o nível elevado de Jorge Matheson. Ao ser êle ordenado, em 8 de abril de 1868, pelo presbitério de Dunoon, para assumir o pastorado de Innellan, na Escócia, fêz uma declaração de que reproduzimos parte:
“O pregador de nossos dias precisa, não somente ser homem de conhecimentos universais mas, até certo ponto, de natureza universal, também. Deve nêle estar amalgamada alguma coisa da vida de todos os homens. Tem que nêle haver a profundeza de pensamento do filósofo, com a simplicidade da expressão da criança; a mente perspicaz do adulto, com a fé meditada dos anos já em declínio; a fôrça espetacular da juventude, com o senso santificado, casto e humilde da fraqueza. É preciso haver argumento para quem duvida e confirmação para o confiante; animação para o temeroso e aprovação para o bravo; brandura para o errante e tolerância para com o forte; e ilimitada, infindável caridade para com todos. Quem se filia à igreja torna-se estudante da mais nobre das escolas; não a simples escola de ciências, mas a universidade das almas. Seus livros precisam ser selecionados, não meramente das letras mortas duma página impressa, mas das epístolas vivas e indeléveis de uma miríade de corações humanos. Senhores, em vós reconheço eu os assuntos de meu futuro estudo. Desde priscas eras nos é dito que o ministro é o professor do povo; creio que em tudo quanto vale a pena saber-se, os indivíduos são os professores do ministro”. — The Watchman-Examiner.
“A Minha Graça te Basta”
“Como se algum peixinho estivesse muito sedento e preocupado com tragar o rio a ponto de esgotá-lo, e Pai Tâmisa dissesse: ‘Bebe, peixinho, as minhas águas te bastam’.
“Como se um ratinho nos celeiros do Egito, após os sete anos de fartura, temesse morrer de fome, e José houvesse dito: ‘Coragem, ratinho, os meus celeiros te bastam!’
“Ou como um homem, sôbre uma montanha distante, dizendo de si para si: ‘Temo que eu vá consumir todo o oxigênio da atmosfera’, e a Terra, porém, lhe dissesse: ‘Respira, homem, respira! e enche sempre os pulmões; a minha atmosfera te basta’.” — CHARLES H. SPURGEON. (De The Ministers File Service.)
Vitória Essencial
UMA vitória é positivamente essencial que alcanceis: A vitória sôbre a vontade obstinada. Nesta luta só podereis vencer com o auxílio do Cristo. Podereis lutar árdua e longamente para vencer o próprio eu, mas, a menos que recebais fôrça do alto, fracassareis. Pela graça de Cristo podereis alcançar a vitória sôbre o próprio eu e o egoísmo. À medida que fordes vivendo Sua vida, manifestando a cada passo sacrifício, revelando constante e crescente simpatia pelos que necessitam de auxílio, ireis então alcançando vitória sôbre vitória.
Dia a dia melhor aprendereis a conquistar o próprio eu e a fortalecer vossos pontos fracos de caráter. Porque submeteis vossa vontade ao Senhor Jesus, Êle será vossa luz, vossa fôrça, vossa coroa de glória. — Test. Seletos, Vol. III, (no prelo) págs. 98 e 99.
“As Bem-aventuranças do Pregador “
- 1. Bem-aventurado é o pregador que sabe pregar.
- 2. Bem-aventurado é o pregador que abrevia as suas introduções.
- 3. Bem-aventurado é o pregador que modula a voz e não grita.
- 4. Bem-aventurado é o pregador que sabe como e quando parar de falar.
- 5. Bem-aventurado é o pregador que prega para si próprio.
- 6. Bem-aventurado é o pregador que prega sôbre grandes temas.
- 7. Bem-aventurado é o pregador cujos sermões são concatenados e progressivos.
- 8. Bem-aventurado é o pregador cujos sermões são uma unidade, com alvo defenido e palavras bem articuladas.
- 9. Bem-aventurado é o pregador que algumas vêzes permite que a congregação cante um hino inteiro, sem omissão de estrofes. (Por que não conseguir tempo para isso, encurtando o sermão?)
- 10. Bem-aventurado é o pregador que raramente usa o pronome EU (“Lerei o NOSSO texto.”)
- 11. Bem-aventurado é o pregador que sabe que o objetivo é o fim e o assunto é unicamente o meio de atingir a finalidade do sermão.
- 12. Bem-aventurado é o pregador que sabe de que parte do sermão êle é responsável, e quanto pode e deve deixar para o Espírito Santo.
- 13. Bem-aventurado é o pregador que é chamado por Deus, e chamado para pregar.
- 14. Bem-aventurado é o pregador que, havendo entregue inteiramente a vida a Deus, é inspirado pelo Espírito Santo e ungido com poder para alcançar as almas para Deus e, depois de salvas, educá-las. — The Ministry, Março de 1954.