O grande conflito é a moldura dourada da história da redenção. Desde as primeiras páginas da Bíblia, o evangelho é anunciado, revelando Deus em guerra para salvar Seus filhos. Para desfazer os laços de “amizade” que ligavam a serpente e a humanidade, Deus pôs uma inimizade entre ambos, e fez isso prometendo que a mulher teria um Descendente capaz de enfrentar o inimigo e vencê-lo.

Gênesis 3 é o ambiente narrativo que acolhe o relato de Gênesis 4, que tem os versos Gênesis 4:1 e Gênesis 4:25 como moldura. O panorama do capítulo opõe modelos soteriológicos diferentes. De um lado, revela-se o método divino da salvação pela graça mediante a fé; de outro, percebe-se a proposta de salvação com base em mérito humano.

Quem plantou a semente?

Segundo Ellen White, Adão e Eva entenderam que Caim seria o descendente esperado. “[Adão e Eva] Receberam alegremente seu primeiro filho, na esperança de que fosse o Libertador.”1 Essa esperança parece estar refletida na frase que Eva usa para justificar a escolha do nome de seu primogênito: “Adquiri um varão…” (Gn 4:1). Nessa declaração, Eva é o sujeito do verbo qanah. Esse termo pode significar “adquirir”, “obter”. Porém, tem também a acepção de “criar”; nesse caso, apenas aceitando Deus como sujeito (Gn 14:19, 22; Dt 32:6; Sl 139:13; Pv 8:22). Esse sentido parece estar presente no texto, sugerindo uma pretensa autodivinização de Eva, que passa a acreditar que Caim teria vindo à existência por um ato criador dela ou, na melhor das hipóteses, em parceria com Deus.

Kenneth Mathews argumenta que o “inesperado uso de ‘varão’ (ish) para identificar Caim, que não é empregado em nenhum outro lugar para um filho, […] é uma alusão aos capítulos 2 e 3 de Gênesis”,2 o que evoca os atos criativos de Deus. Umberto Cassuto prefere o sentido de “criar” e comenta: “A primeira mulher […] orgulha-se de seu poder gerador, que se aproxima, na percepção dela, ao poder criativo divino. ‘O Senhor formou o primeiro homem […], e eu formei o segundo […] com Ele na categoria de criadores’.”3

Para além disso, Jacques Doukhan afirma que Eva creu que Caim fosse o próprio Senhor. O autor argumenta que a expressão “com o auxílio do Senhor”, que ocorre em muitas traduções modernas, é inadequada4 e que “qanithi ish eth Adonai” deve ser vertido como “adquiri um varão, o Senhor”.5 Muitos autores, porém, optam pela tradução tradicional, em que Eva se apresenta em sinergia com o Senhor na geração de Caim. Seja como for, o pronunciamento dela em Gênesis 4:1 “sinaliza ao leitor que ele deve esperar problemas na vida e na linhagem de Caim”.6

A “criação” de Caim por parte de Eva conecta a narrativa do capítulo 4 com as correções divinas da mulher no capítulo 3 versículo 16. O texto bíblico deixa subentendido que a gravidez e o parto doloroso teriam sido o preço que Eva imaginou ter pagado para “criar” seu salvador. O relato deixa entrever que a humanidade estaria flertando com um modelo de salvação diferente do que havia sido apresentado por Deus.

Agricultores x pastores

Na sequência, o relato apresenta as escolhas vinculadas às profissões dos dois filhos de Adão e Eva. Caim segue a vocação do pai, tornando-se agricultor; Abel escolhe ser pastor de ovelhas. Nesse ponto, o narrador dá uma pista do conflito, em que os dois irmãos serão antagonistas. No Gênesis, essas duas profissões representam modos de vida opostos. A atividade agrícola pressupõe a permanência em uma cidade, e Caim é o edificador da primeira (Gn 4:17). O pastoreio, por sua vez, vincula-se ao nomadismo, modo de vida assumido pelos patriarcas.

Ao se tornar lavrador, Caim parece enfrentar a disciplina divina com o objetivo de pagar o preço do pecado do pai. Adão havia se tornado agricultor a partir das correções de Deus em razão da queda (Gn 3:17-19). O conflito paradoxal de Adão com a terra é a guerra do homem contra sua origem. O ser humano vence batalhas diárias e extrai do solo o sustento, mas, ao morrer, perde a guerra ao ter que retornar à terra. Esse drama resulta do pecado e é vaticinado por Deus como consequência natural de Adão ter comido o fruto proibido.

A escolha pela vida agrária sugere o inconformismo de Caim com a realidade decorrente da queda. A oferta dele soa como uma declaração de vitória. O fruto é resultado de seu trabalho, revelando, portanto, uma tentativa de apresentar justiça própria. Essa oferta se assemelha à atitude de sua mãe, que apresentou o fruto de seu ventre como uma obra meritória (Gn 4:1).

A vinculação de Caim com a descendência da serpente se insinua no texto, ficando cada vez mais evidente. A expressão hebraica para “fruto” (peri) (Gn 4:3) da terra é a mesma para “fruto” (peri) (Gn 3:2) da árvore do conhecimento do bem e do mal. De maneira sutil, o narrador liga o ato de Caim ao da serpente. Em Gênesis 3, a serpente oferece o fruto à humanidade; em Gênesis 4, Caim oferece o fruto a Deus. Nos dois relatos, o ato de oferecer o fruto resulta em tragédia.

De outro lado, Abel se vincula à descendência prometida. É curioso, porém, que o narrador não tenha mencionado uma segunda concepção de Eva nem apresente uma celebração da mãe pelo nascimento de Abel. Ela não registra uma frase para justificar a escolha do nome de seu segundo filho. Esse silêncio combina com o fato de Abel não falar sequer uma palavra no relato.7 Embora ele não fale, até a voz de seu sangue é ouvida por Deus (Gn 4:15). Abel escolhe a profissão de pastor, o que o associa à resolução do problema da nudez, resultante da queda (Gn 3:21). Enquanto o agricultor Caim parece ressentido na luta inglória com a terra, Abel escolhe uma atividade vinculada à solução divina para o pecado. Caim segue a profissão de Adão; Abel escolhe a vocação de Deus.

Esse mesmo padrão se repete na vida de outros irmãos em disputa pela primogenitura no Gênesis.8 Por exemplo, além de “perito caçador”,9 atividade predatória e vinculada ao grande vilão Ninrode (Gn 10:8, 9), Esaú foi “homem do campo (sadeh)”. Esaú era agricultor como Caim.10 Mais do que isso, a expressão hebraica para “campo” conecta-se à narrativa da serpente, que é descrita como “o mais sagaz que todos os animais selváticos (sadeh)”. O campo também é o território de Caim, para onde ele leva Abel a fim de assassiná-lo. Jacó, por sua vez, é descrito como homem íntegro (tam) e habitante de tendas, condição equivalente à de pastor e peregrino.

Sacrifício

Uma análise dos verbos em hebraico sugere a existência de um conflito entre os irmãos sobre a primogenitura. Em Gênesis 4:3,4, os tempos verbais empregados revelam que Abel ofereceu seu sacrifício antes de Caim. Uma tradução mais literal seria: “Ao final de uns tempos, Caim trouxe uma oferta ao Senhor do fruto da terra. Abel havia trazido dos primogênitos de suas ovelhas com a gordura destas.”11 Embora a oferta de Abel seja narrada depois da de Caim, ela é apresentada com um tempo verbal que indica sua anterioridade.12

Abel revela prontidão em atender ao chamado divino, e essa é uma característica esperada de um líder espiritual. O uso da palavra bekhorah, literalmente “primogênito”, no verso 4, em referência à qualidade do sacrifício escolhido por Abel, dialoga com o contexto de disputa pela primogenitura, revela o caráter de Abel e preanuncia o clímax do enredo, em que o verdadeiro primogênito da família será “sacrificado”.

Gênesis 4:7 tem um hebraico truncado, proporcionando traduções não tão precisas. Joaquim Azevedo se debruçou sobre o verso e propôs uma tradução esclarecedora. Com sólida argumentação, o autor afirma que o verso 7 “apresenta a solução para o erro de Caim. Ele poderia oferecer um khattath com o objetivo de obter perdão para sua falha, e então o desejo do seu irmão seria para ele e, novamente, teria a preeminência como primogênito”.13 De igual modo, Richard Davidson traduz o trecho da seguinte forma: “Se você fizer bem, não terá preeminência da dignidade do primogênito? Mas se você não fizer bem, uma oferta de purificação estará à porta; para você será o desejo dele [Abel] e você o dominará.”14

Segundo Jacques Doukhan, “o sentido de Gênesis 4:7 tem implicações importantes para o entendimento de Gênesis 3:16, uma vez que esses dois versos são paralelos e compartilham numerosos ecos”.15 A interpretação acima, portanto, indica que o tema dos dois relatos é a disputa pela primazia. Em Gênesis 3:16, Deus diz a Eva: “O teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.” O desejo de Eva é subordinado ao de Adão. Em Gênesis 4:7, o desejo de Abel se insurge contra Caim. Existe algum debate sobre o significado de “desejo” nas duas passagens, mas, de acordo com Hamilton16, o sentido não tão claro da expressão em Gênesis 3:16 é explicado em sua ocorrência em Gênesis 4:7, em que a disputa por domínio, e não o desejo sexual, fica evidente.17 Assim, o que está em jogo nos dois relatos é quem será o primogênito, ou seja, o herdeiro da maior parte das bênçãos e líder do clã.18

Caim rejeita a oferta graciosa de Deus. Ele tem um jeito próprio de resolver problemas. Como não aceita a ameaça a seu governo, chama o irmão para o campo e o mata. Assim, o verso 8 materializa o conflito anunciado em Gênesis 3:15. Deus havia prometido uma descendência à mulher, e esta é inaugurada com Abel. A serpente também teria uma descendência, e Caim se revela como seu precursor. A primeira batalha da guerra cósmica ocorre. Tipologicamente cabeça e calcanhar são atingidos. Como uma ovelha muda, Abel morre. O falso messias Caim sobrevive, mas perde a condição de cabeça da humanidade.

Salvação no juízo

Após os dois pecados fatais em cada um dos capítulos, ocorre uma cena de juízo, na qual Deus corrige o desvio da rota e anuncia o evangelho, punindo a serpente e sua descendência. Em Gênesis 3:9, Deus pergunta ao homem “Onde estás?”; em Gênesis 4:9, Ele questiona a Caim: “Onde está Abel, teu irmão?” Em Gênesis 3 e 4, Deus pergunta por Adão e Abel, e não por Eva e Caim, o que parece indicar quem é a pessoa com a primazia em cada um dos trechos. Embora corrigida como o esposo, Eva é, por sua vez, nobremente referida como a depositária da semente da esperança (Gn 3:15). No capítulo 4, Deus insiste em dialogar com Caim, porém, mais uma vez, ele rejeita a graça divina (Gn 4:9).

Em Gênesis 3:13, Deus pergunta a Eva: “Que é isso que fizeste”. Ela responde: “A serpente me enganou, e eu comi.” A resposta aponta para a fala extraordinária do animal e revela que a serpente havia assumido a primazia do mundo, ao usurpar uma atribuição até então exclusivamente divina: prover o alimento (Gn 1:29). A serpente havia seduzido a mulher a repetir o mesmo gesto com o marido.19 A mulher ofereceu o fruto então, “e ele comeu” (Gn 3:6). Tentando se eximir da culpa, Adão se apoia em uma passividade fatal: “Ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3:12). Uma nova hierarquia se forma. A serpente ocupa o lugar de Deus,20 a mulher recebe a orientação do animal e repassa ao marido.21 Em Gênesis 4:10, Deus faz a mesma pergunta (“Que fizeste?”) a Caim e completa com o fantástico e metafórico grito do sangue de Abel. No capítulo 3, a serpente fala para usurpar o domínio; no 4, o clamor do sangue de Abel é ouvido por Deus e revela quem tem a primazia. A verborragia de Caim não lhe garante a primogenitura. O silencioso Abel, porém, é eloquente e “mesmo depois de morto, ainda fala” (Hb 11:4).

O clímax do juízo no capítulo 3 é o verso 15. É significativo que “porei” (ashith), verbo que tem Deus como sujeito, está em relação de paranomásia com “O que fizeste (asith)?”, que tem a mulher como sujeito em Gênesis 3:13.22 Com esse jogo de palavras, o autor bíblico opõe a ação humana à de Deus. O que o ser humano faz por si mesmo resulta em tragédia. O que Deus faz resulta em salvação. No trecho paralelo do capítulo 4, Deus age com misericórdia e põe (sum) em Caim uma marca para lhe preservar a vida.

O juízo divino tem sentenças semelhantes nos dois capítulos. Como resultado da desobediência, Adão e Eva são expulsos do jardim e inauguram a peregrinação do povo de Deus de volta ao lar perdido. No capítulo 4, Caim é banido da presença de Deus e se estabelece ao oriente do Éden, dando definitivamente as costas para Deus (Gn 4:16).

Recomeço

Em Gênesis 4:25, os termos empregados em Gênesis 3:15 são retomados de forma direta. O conflito iniciado por Deus (“porei” ashith) é continuado com o fato de Adão e Eva terem um novo filho. Eva o chama de Sete (sheth), substantivo derivado do verbo shith, que ocorre em Gênesis 3:15, na declaração de guerra de Deus contra a serpente. Na frase para justificar a escolha do nome de seu filho, a mulher apresenta Deus como o sujeito do verbo shath (forma conjugada de shith). Aqui Eva reconhece que Deus havia “posto” outra semente nela. Deus, e não Eva, é reconhecido como responsável pela provisão do filho prometido. Não é o ser humano que provê a salvação. É Deus quem faz isso. Continuamente a Bíblia nos lembra desse fato com as limitações humanas sendo substituídas pela onipotência divina. As matriarcas estéreis, por exemplo, nos sinalizam que Deus faz o impossível para salvar Seu povo. Ele transforma o riso da incredulidade em uma risada de alegria e esperança (Gn 18:12; Gn 21:3). Os nascimentos milagrosos testificam que não “há coisa difícil para o Senhor” (Gn 18:14). Na plenitude do tempo, a gravidez milenar do povo de Deus resultou no nascimento do Descendente definitivo, que foi misteriosamente posto pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem. Cumpriu-se então o que estava profetizado no protoevangelho (Ap 12). É assim que Deus salva: sem “relação com homem algum” (Lc 2:34).

A hostilidade entre as descendências da mulher e da serpente antecipa o embate final entre Cristo e Satanás. As disputas entre irmãos e entre povos narradas no texto bíblico fizeram a guerra cósmica tomar corpo na Terra. Deus pôs hostilidade entre o ser humano e a serpente. Como Ele fez isso? Garantindo que um Descendente viria para lutar, em nosso lugar, contra o dragão, a antiga serpente. A graça divina se revela no grande conflito. No fim das contas, a história da salvação se resume no ato de Deus Se levantar, defender Seu povo e compartilhar os méritos de Sua vitória conosco.

Vinícius Mendes, coordenador editorial na CPB

Referências:

1 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2021), p. 20.
2 Kenneth Mathews, Genesis 1—11:26 (Nashville, TN: B & H, 1996), v. 1 A, p. 265.
3 Umberto Cassuto, A Commentary on the Book of Genesis from Adam to Noah (Jerusalém: Magnes Press, 1959), p. 201.
4 Jacques Doukhan, No Caminho de Emaús (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2018), p. 9. 10. O autor explica que o termo “‘o Senhor’ deve ser entendido gramaticalmente como o acusativo do verbo ‘adquiri’. Porém, se respeitarmos a sintaxe do texto hebraico, deparamo-nos com uma declaração teológica bastante perturbadora, a saber, que Eva está se referindo ao próprio Senhor. Se, de fato, Eva está aludindo ao Senhor, enquanto dá à luz Caim, ela pode estar, dessa forma, apontando para o texto anterior de Gênesis 3:15.”
5 Essa interpretação também é assumida em Francis D. Nichol, Comentário Bíblico Adventista (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), v. 1, p. 223.
6 Bruce K. Waltke, Gênesis (São Paulo: Cultura Cristã, 2019), p. 115.
7 Ver Victor P. Hamilton, The Book of Genesis Chapter 1-17 (Grand Rapids, MI: Eedermans, 1990), p. 222.
8 Por exemplo, Raquel era pastora (Gn 29:9); o primogênito de Lia, Rúben, colhe no campo (sadeh) mandrágoras. A mãe usa essa planta como pagamento a Raquel para ter uma noite com o marido, o que retoma a compra da primogenitura de Jacó com lentilhas (Gn 25:31-34) e a “aquisição” do primogênito de Eva com o fruto do próprio ventre (Gn 4:1).
9 Ismael, o antagonista de Isaque, é descrito como flecheiro (Gn 21:20), em oposição a Isaque, que foi pastor (Gn 26:13, 14).
10 O substantivo “Esaú” é derivado do verbo hebraico asah, termo vinculado às ações humanas em busca de mérito próprio (Gn 3:7, 13, etc.).
11 Tradução própria.
12 Ver Joaquim Azevedo, “À Porta do Paraíso. Uma Interpretação Contextual de Gen 4:7”, Hermenêutica, v. 3 (2003), p. 6. O autor explica que houve aqui o uso da formação w [x] qatal, que pede a tradução com o aspecto mais-que-perfeito. Isso revelaria a anterioridade da oferta de Abel.
13 Joaquim Azevedo, “À Porta do Paraíso. Uma Interpretação Contextual de Gen 4:7”, p. 13.
14 Richard Davidson, “Shame and Honor in Beginning: A Study of Genesis 4”, em Shame and Honor: Presenting Biblical Themes in Shame in Honor Contexts (Berrien Springs, MI: Andrews University), 2014, p. 67.
15 Jacques Doukhan, Seventh-Day Adventis International Bible Commentary: Genesis (Nampa, ID: Pacific Press, 2016), p. 121.
16 Ver Victor P. Hamilton, The Book of Genesis chapter 1-17, p. 201.
17 Ver S. T. Foh, “What is the Woman’s Desire”, Westminster Theological Journal, v. 37 (1974/1975), p. 383.
18 Na fala de Deus a Caim, é empregado o termo se’et para se referir ao que estava em jogo no sacrifício. Traduzida em português como “será aceito”, em hebraico a expressão tem que ver com a dignidade e preeminência do primogênito (ver Gn 49:3).
19 O inimigo repete a mesma estratégia na tentação do deserto, mas Cristo vence e não aceita a oferta de alimento de Satanás (ver Lc 4:1-4).
20 Nesse sentido, Jesus diz que o diabo havia se tornado o príncipe deste mundo (ver Jo 12:31). O juízo investigativo é o tribunal em que o domínio é devolvido para os santos do Altíssimo (Dn 7:26, 27).
21 Essa ordem inverte a que está pressuposta em Gênesis 2:15 a 25, em que Deus fala diretamente com o homem, que compartilha a revelação com a esposa (ver 1Tm 2:13-15).
22 O mesmo verbo já havia sido utilizado para realçar a tentativa de obter justiça própria de Adão e Eva, que “coseram folhas de figueira e fizeram (asah) cintas para si” (Gn 3:7).