O PASTOR deve promover ocasiões especiais em sua igreja, com o objetivo de que esta se relacione mais e melhor com o mundo, a fim de atraí-lo a suas atividades e interessá-lo em sua mensagem. Devem ser oportunidades para conhecerem o povo de Deus e para surgir em seus corações o desejo de conhecer também a razão de sua existência, que necessariamente deve ser o evangelismo.

O Batismo

Não pode haver ocasião mais importante do que o batismo. É privilégio e dever do ministro planejá-lo com suficiente antecipação e muita prudência a fim de que o coração dos presentes seja impressionado com o mais vigoroso testemunho e a igreja fique repleta de assistentes, tanto de membros como de pessoas de fora, para que ao ser feito o apêlo, possam responder com espontaneidade aquêles que foram tocados pelo poder do Espírito Santo. Deve ter-se a preocupação especial de que as pessoas sintam prazer em colocar-se ao lado do povo de Deus.

Na Igreja Central de Montevidéu tivemos recentemente uma ocasião muito especial, motivada pelo batismo de um prêso. • Não temos contado com avultado orçamento para a obra evangelística, mas um batismo como êste, devidamente planejado e anunciado com a cooperação dos pregadores leigos, contribuiu muito mais para tornar conhecida a Igreja Adventista e suas crenças, do que vultosos orçamentos em outras atividades.

Com efeito, o batismo deve ser uma ocasião especial, e por isso tem-se de planejá-lo e desenvolvê-lo para alcançar o maior número possível de almas com o poder da mensagem, além de contar com a presença divina.

* Aniversários Natalícios

Todo ser humano aprecia que seja lembrado seu aniversário natalício, e de maneira especial as crianças e as pessoas de idade avançada. Através dos departamentos da Escola Sabatina a igreja costuma celebrar os aniversários das crianças, mas raramente os dos veteranos.

Através dos anos temos achado oportuno que a igreja fixe uma data no ano — preferivelmente um domingo à tarde — em que seja realizada uma festa para celebrar o aniversário de todos, prestando-se homenagem especial aos que tiverem 60 anos ou mais. Uma mesa preparada para êles, com flores e um bôlo especial, torna atrativo o ambiente. Todos são convidados a participar e a trazer algum alimento. Algumas irmãs devem preparar o bôlo de aniversário que pode ter o número 60, como indicação do número de anos dos mais idosos, que estão recebendo a principal homenagem.

Se o anúncio fôr feito com suficiente antecipação, e não haja preconceito neste sentido, podem ser incluídos os pais de pessoas adventistas, mesmo que não tenham abraçado nossa fé, e também se podem convidar os filhos não batizados de irmãos que tenham 60 ou mais anos de idade. Tal ocasião desperta espírito de simpatia, aprêço e respeito para com a igreja; e se além de cantar o clássico “Parabéns a Você” houver alguns números especiais, essa festa pode ser uma ocasião social e cristã sumamente proveitosa para travar relações oportunas a fim de transmitir a mensagem e animar os que já nos conhecem, embora parcialmente, a que considerem a igreja como sua igreja.

Dia dos Mortos

Cremos firmemente que os mortos nada sabem, mas é igualmente certo que como adventistas muitas vêzes temos errado em considerar que para os mortos não se deve fazer nada, e que qualquer coisa que se faça para êles constitui idolatria. Nem sempre a igreja tem sido olhada com bons olhos pelos de fora, devido a esta atitude que assumimos. Cremos que conservando invariável nossa posição e crença de que os mortos nada sabem, podemos não obstante realizar algumas coisas por ocasião do dia de finados, que prestigie a igreja e ofereça oportunidade para revelar nossa bem-aventurada esperança.

É indiscutível que não devemos fazer nada em favor dos mortos, mas também é indiscutível que devemos fazer muito pelos vivos. E em-

bora seja certo que nessa data o mundo faz pelos mortos coisas com que não estamos de acordo, podemos aproveitar essa ocasião para lembrar os mortos, com uma mensagem de esperança e vida aos que estão vivos, mas sem Deus e sem esperança no mundo.

Em diversas ocasiões, temos experimentado a possibilidade de realizar nos primeiros dias de novembro um “ato in memoriam.” Convidamos a todos, adventistas e não adventistas, a recordar seus queridos que descansam. Prontificamo-nos a preencher um cartão em que conste o nome do falecido, a data do falecimento e o nome e o enderêço de quem o recorda. Preparamos ao mesmo tempo um bom ramalhete de flôres e encarregamos uma pessoa para depositá-lo no lugar indicado e no tempo devido.

Assim, depois de começar o ato, dizemos que nesta ocasião recordaremos a memória dos entes queridos que nos acompanharam com carinho e amor durante os dias de sua vida. Descemos então à plataforma em que se encontra a mesa da Escola Sabatina, e lemos os nomes dos cartões: Fulano de Tal, falecido em tal data, é recordado por Fulano de Tal. E assim, enquanto são lidos os nomes, colocam-se os cartões em círculo sôbre essa mesa, ao mesmo tempo que se toca suavemente o órgão. O silêncio que reina é impressionante.

Acabando-se de colocar todos os cartões, enquanto o órgão continua tocando, a pessoa encarregada entra com o ramalhete de flôres e o coloca sôbre a mesa, no centro dêsse círculo, de modo que os cartões rodeiem o ramalhete. A pessoa que colocou as flôres permanece um momento em silêncio enquanto o órgão se silencia, e passado um instante, dá-se por terminada essa parte.

Os corações estão enternecidos, e a alma tem fome e sêde de promessas celestiais, e apresentamos então um sermão sôbre a esperança da segunda vinda de Cristo e a ressurreição dos fiéis. Terminamos com uma oração pedindo que o Senhor nos ajude a ser verdadeiros cristãos para que naquele dia possamos encontrar-nos com os queridos cujos nomes temos recordado, e que o Senhor nos ajude a orar como nos ensinou o Mestre: “Venha o Teu reino.”

Esta se torna uma ocasião extraordináriamente feliz, para as pessoas terem melhor impressão da igreja remanescente e considerarem-na como um lugar em que encontram alívio e esperança. Sendo que os cartões com os endereços ficam em nosso poder, contamos com um potencial evangelístico de primeira qualidade.

Companheiros de ministério, ser pastor de igreja é um maravilhoso privilégio. Dispor dos talentos e da ajuda dos membros é um dom de ilimitadas possibilidades. Deus quer usar Sua igreja e a cada um de nós para aproveitar as muitas oportunidades de anunciar o evangelho que nos são proporcionadas pelas ocasiões especiais. Praza aos Céus que não sòmente as que temos apresentado nestes artigos, mas muitas outras mais, sejam usadas para representar dignamente perante o mundo e a própria igreja o poder transformador que Deus colocou ao alcance de todos.