Criam os gregos que era uma honra morrer jovem; procuravam, porém, adiar esse acontecimento tanto quanto possível. A longevidade sempre foi desejada através da História. Cortez, antigo navegador espanhol, percorreu os mares nunca dantes navegados, em busca da “fonte da Juventude”. O desejo de descobrir o segredo da saúde intensificou-se no homem, quando este experimentou o surgimento das doenças cardíacas, do câncer, dos ataques de paralisia, do diabetes e dos acidentes. Os exploradores do século dezoito levaram a pesquisa até Hunza no Paquistão Ocidental, às regiões montanhosas da Geórgia do U.S.S.R, e às planícies vilcabama do Equador.

Os chefes desses lugares exóticos forneceram muitos segredos de sua vida longa, mas as pesquisas científicas os abandonaram como mitos. Os registros de nascimento e morte inexatos ou não existentes, associados aos diagnósticos incorretos e às histórias médicas dessas áreas, tornaram impossível provar as pretensões de longevidade.

Contudo, os incansáveis cientistas não desistiram de sua pesquisa em favor da ampliação da qualidade e da quantidade da vida. Aquilo com que sonhara outrora o homem antigo — os segredos da juventude prolongada — não foi encontrado em uma fonte ou no alto de uma montanha; foi descoberto numa denominação protestante relativamente pequena de seis milhões de membros — os adventistas do sétimo dia.

Desde o começo de sua organização, os adventistas têm considerado uma responsabilidade sua, desenvolver e preservar o corpo e a mente, a fim de servirem ao homem e a Deus. Cem anos antes de a Academia Nacional de Ciências (dos Estados Uni-dos) prescrever as quantidades dietéticas de vitaminas e sais minerais — na verdade, muito antes mesmo que fossem descobertas — os pioneiros da igreja adventista do sétimo dia já estavam escrevendo e fazendo palestras sobre as virtudes do pão integral e dos cereais, das frutas e verduras frescas, e da eliminação, do cardápio, da carne bovina, peixe e aves.

Logo cedo, os adventistas começaram a produzir granola, alimentos à base de fibra de trigo e substitutos da carne feitos de nozes e grãos. Companhias de alimentos continuam produzindo substitutos da carne e outros produtos alimentícios naturais. Desde cedo, os adventistas se vieram envolvendo também com campanhas contra álcool e fumo, no século XIX e no XX, e ainda o estão.

Algumas vezes foram considerados fanáticos. Por vezes eram chamados de papa-verdura. Os análogos da carne eram taxados de vaca-de-borracha. As crianças eram ridicularizadas por darem preferência a sanduíches de pão integral — considerados alimento de gente pobre!

A geração atual talvez não saiba que menos de 25 anos atrás, a maioria dos médicos e nutricionistas profissionais zombavam da idéia de uma alimentação balanceada sem carne. A alimentação vegetariana dos adventistas percorreu um longo caminho nos últimos 25 anos. Para gáudio dos adventistas e demais pessoas, a pesquisa em curso quase já silenciou os críticos, bem como os cépticos. O estilo de vida adventista está-se tornando o rumo popular a ser seguido.

RESPEITABILIDADE

O regime dietético adventista esteve conquistando respeitabilidade desde 1958, quando os cientistas começaram a estudar os registros do estilo de vida, enfermidades, história e morte dos adventistas do sétimo dia. Até agora, mais de seis milhões de dólares em subsídios, provenientes do Instituto Nacional do Câncer e do Instituto Nacional do Coração, Sangue e Pulmões, já custearam estes projetos de pesquisa.

O Dr. Roland Phillips, chefe da equipe de pesquisa da Universidade de Loma Linda, e seus colegas, estão pesquisando os segredos que expliquem por que os adventistas da Califórnia vivem de três a sete anos mais do que a média dos cidadãos dos Estados Unidos.

Quando comparados com os da população em geral, os registros de morte de adventistas apresentam cerca da metade dos índices de morte.

Quando começaram a observar o estado de saúde dos adventistas do sétimo dia, os pesquisadores médicos quiseram saber que aspectos específicos de seu estilo de vida lhes dava vantagem.

A maioria das autoridades concordará em que a escolha número um, feita pelo homem moderno, que produz mais enfermidades degenerativas e mortes prematuras, é o uso do fumo. Já em 1848, os primeiros adventistas proclamavam que: “O fumo é um veneno lento, insidioso, mas por demais maligno. Seja qual for a forma em que for usado, atua na constrição; é o mais perigoso, porque seu efeito é lento, e a princípio por assim dizer imperceptível.” — A Ciência do Bom Viver, 2 a edição, pág. 122.

Esta subpopulação adventista apresenta um grupo especial de pessoas para estudo. Eles representam um grande grupo de não fumantes. As porcentagens seguintes, relativas aos adventistas, são comparadas a 100 por cento com a população em geral.

O FUMO E AS DOENÇAS FATAIS

Câncer do pulmão21%
Da boca, garganta e laringe2%
Bronquite e enfisema20%
Câncer da bexiga28%

Este estudo mostra, por exemplo, que para cada 100 pessoas que morrem de câncer do pulmão entre a população em geral, só 21 adventistas morrem da mesma enfermidade.

Independentemente da forma em que é usado — cigarro, cachimbo, mascado ou como rapé — o fumo aumenta o risco das doenças.

Há mais de 125 anos, os adventistas colocaram o álcool na lista dos artigos impróprios para a saúde. ‘‘Todos os anos se consomem milhões e milhões de litros de bebidas intoxicantes. Milhões e milhões de cruzados são gastos na compra da miséria, pobreza, enfermidade, degradação, concupiscência, crime e morte.” — A Ciência do Bom Viver, pág. 130, 2a edição. Por causa dessa condenação, os adventistas levam vantagem clara também, quando ela é relacionada com o álcool e as doenças e mortes. Por exemplo, eles têm apenas cerca de 11 % das cirroses fatais do fígado, uma das maiores conseqüências da ingestão de álcool.

Câncer do esôfago34%
Cirrose do fígado11%

Estes dados estatísticos referentes a fumo e álcool, relacionados com mortes, não refletem a vantagem completa da abstinência, uma vez que 50% dos membros da igreja são conversos que não foram necessariamente abstêmios a vida inteira. Um ou dois por cento dos membros continuam a usar fumo, enquanto cerca de dez por cento dos membros usam álcool. Os verdadeiros benefícios da abstinência devem ser ainda maiores.

Num artigo escrito em World Health, de setembro e outubro de 1981, Richard Peto considerou que 30% dos cânceres estão relacionados com o fumo, e que 3% têm relação com o álcool. Estes deixam ainda uma grande porcentagem da gênese do câncer para outras causas. A alimentação estava implicada em 35% dos casos de câncer. Em muitas outras categorias de doenças fatais, os adventistas têm bem mais sorte do que seus parceiros não adventistas. (Estatísticas fornecidas por uma brochura preparada pelo autor de Adventist Health Study, Roland Phillips.)

Por exemplo, para cada 100 pessoas que morrem de enfermidades das coronárias entre a população em geral, morrem apenas 46 adventistas — menos da metade do número. Os outros algarismos indicam a enorme vantagem que os adventistas levam

Doenças das coronárias46%
Diabetes45%
Câncer do Intestino grosso53%
Câncer da próstata87%
Câncer do seio90%
Câncer dos ovários61%
Câncer do útero54%
Leucemia71%
Todos os cânceres61%

(* Os dados são para homens e mulheres acima de 35 anos de idade, entre 1958 e 1965. Tirados de uma brochura — Adventist Health Study — da Universidade de Loma Linda e de um artigo escrito por Roland Phillips: “A Mortalidade Entre os Adventistas, Relacionada com Hábitos Alimentares e Estilo de Vida”.)

A probabilidade de estes índices ocorrerem por acaso são menos de 0,05%. Em outras palavras, em 95 vezes em 100, eles são exatos.

Depois do álcool e do fumo, há outras escolhas de estilo de vida — especialmente na área dos alimentos — que se relacionam com estas doenças temidas. O Dr. John Scharffenberg diz em seu livro The Problems with Meat: “Depois do fumo, a carne é o único maior perigo para a saúde, no que tange à diminuição da expectativa de vida, decorrente de arteriosclerose, câncer e morte prematura.”

Embora o regime vegetariano seja recomendado pela igreja, somente cerca de 50% dos membros o seguem. Vinte e cinco por cento destes foram sempre vegetarianos e os outros vinte e cinco por cento são conversos à igreja e ao vegetarianismo.

A população adventista compõe uma subpopulação ideal para estudo, por causa da grande multiplicidade de adesões a esta recomendação.

Acredita-se agora que o consumo da carne está 1 realmente associado com as enfermidades isquêmicas fatais do coração nos homens e nas mulheres. O Adventist Health Study é o primeiro a mostrar certo grau de relação responsável, como ficou demonstrado neste gráfico. Os homens moços que comem carne uma ou mais vezes por dia, comparados com um vegetariano, aumentam em seis vezes seu risco relativo de doenças cardíacas.

O USO DA CARNE E AS DOENÇAS FATAIS

DAS CORONÁRIAS EM HOMENS COM 45-54 ANOS DE IDADE

Vezes por SemanaRisco Relativo
Menos de 11,00
1 a 24,41
3 a 52,61
6 ou mais vezes5,89

Quanto maior a freqüência com que a pessoa come carne cada semana, tanto maior o risco de morrer de ataques fatais do coração. O risco não está relacionado apenas com o número de vezes por semana, entre os homens; está também realmente associado com o número de anos durante os quais a pessoa come carne, como foi demonstrado neste gráfico. Como se pode ver, há uma progressão e um aumento sistemático no risco de doenças isquêmicas fatais do coração. Quanto mais tempo a pessoa come carne e demora a tornar-se vegetariana, tan-to maior o risco de ataques cardíacos fatais. Este estudo sugere claramente que pode ha-ver uma relação de causa e efeito entre o consumo de carne e os ataques cardíacos fatais, para as pessoas muito dependentes desse hábito alimentar, que levam muito tempo para tirar a carne do regime alimentar, como indica o quadro seguinte:

IDADE DE TORNAR-SE VEGETARIANO E AS DOENÇAS CORONARIANAS FATAIS

Idade (Só homens)Risco Relativo
Menos de 181,0
18-291,25
30-391,37
40-491,58
50-591,97
60-692,20
(* Idem)

Em outros estudos científicos, as gorduras saturadas, o colesterol derivado do consumo da carne de boi e de porco, e da gordura saturada dos derivados do leite; as gorduras saturadas dos vegetais, e os níveis elevados do colesterol decorrente do uso do café e do fumo; e a obesidade, foram implicados como causas que contribuem para as doenças cardíacas.

carne é o alimento mais significativo, associado às enfermidades isquêmicas fatais do coração, o assassino número um. Quanto mais tempo leva a pessoa comendo carne, tanto maior o risco. Isto agora é questão número um contra a carne.

A CARNE E A PRESSÃO SANGUÍNEA

Em outro estudo comparado, dos adventistas do sétimo dia e os mórmons que comem carne, descobriu-se que aqueles que comem carne têm pressão sanguínea alta. Nenhuma das outras características de estilo de vida deu aos adventistas que comiam carne qualquer vantagem em pressão sanguínea.

Os vegetarianos eram 5-8 pontos mais baixo, tanto para os movimentos sistólicos como para os diastólicos, sobre os mórmons ou adventistas que comiam carne.

O USO DA CARNE E A PRESSÃO SANGUÍNEA

GrupoSistólico Diastólico
Vegetarianos ASD11466
ASD que comiam carne12272
Mórmons que comiam carne12273
Diferença+ 8+ 5-6
(* Journal of Hypertension, nº 1, págs.65-71, 1983.)

Crê-se que a proteína e a gordura animal são responsáveis pelo aumento da pressão sanguínea. Diferenças bem semelhantes foram encontradas no oeste da Austrália, entre ASD vegetarianos e não vegetarianos que usavam carne. (American Journal of Epidemiology, vol. 105, 1977.) Este é o ponto número dois; e continua.

O DIABETES E O CONSUMO DE CARNE

O USO DA CARNE E O DIABETES NA MORTE

Dias por Semana
(Só homens)Risco relativo
Menos de 11.0
1 a 21.4
3 a 51.4
+ de 63.8

Em outra pesquisa, um regime alimentar rico em fibras e carboidratos complexos, obtidos de cereais, legumes, frutas e verduras parece ajudar a regular o desequilíbrio da glicose e da insulina dos diabéticos, quando estes diminuem o uso do álcool, do café e das bebidas suaves.

Esta associação entre diabetes e o consumo de carne, leva o cálculo contra a carne para o número três.

Ao lado do câncer do pulmão, o câncer da próstata é a segunda causa principal de morte por câncer no homem, e também ela está associada ao consumo de carne, conforme indicaria o demonstrativo seguinte.

RISCO RELATIVO DE CÂNCER FATAL DA PRÓSTATA

Alimento> 1 dia/semana1-2 dias3 + dias
Carnes ou Aves1.01.11.4

O câncer da próstata está associado também com o uso de três outros alimentos de origem animal:

Leite1.01.82.4
Queijo1.01.41.5
Ovos1.01.31.6

(American Journal of Epidemiology, 19 de agosto de 1984, vol. 120-2, págs. 224-250.)

O risco relativo de câncer fatal da próstata aumenta até atingir as maiores proporções quando todos os quatro produtos animais compreendem uma parte da alimentação, em comparação com apenas um deles por vez. Os homens que consomem todos os quatro produtos animais, têm um risco relativo de 3.6 — três vezes e meia maior do que os vegetarianos. Crê-se que a gordura e a proteína animal sejam a contribuição responsável pela causa do câncer da próstata.

Esta relação de reação à quantidade, entre o uso de produtos animais e o câncer fatal da próstata, apresenta convincente evidência quanto à *correlação entre o consumo de carne e o câncer fatal da próstata.

CÂNCER DO SEIO

Uma das doenças mais temidas pelas mulheres, do que o câncer do pulmão, é o câncer do seio. E até bem pouco tempo, era o câncer assassino número um entre as mulheres. Atualmente está quase se igualando com o câncer do pulmão. Parece que as mulheres adventistas levam apenas uma ligeira vantagem — mais ou menos 72% de risco — quando comparadas com as mulheres da Califórnia.* Verificou-se também que as mulheres adventistas tinham um índice de sobrevivência maior, no fim dos anos de existência, do que as mulheres não adventistas — 70%, comparados ao índice de 63% de sobrevivência.

De novo, a gordura animal pode estar implicada, mas é bom lembrar que 50% dos adventistas ainda comem carne e não seguem o estilo de vida adventista. A idéia de que a carne está associada ao câncer do seio é reforçada por um estudo feito no Japão, entre 142.000 mulheres. As que comiam carne regularmente tinham 3.8 mais risco de ter câncer do seio do que as vegetarianas que se alimentavam de carne me-nos de uma vez por semana.

A alimentação em que há elevado teor de gordura e proteína animal está decididamente associada com o maior risco de câncer do seio. Juntamente com a carne, os alimentos fritos duplicam o risco de câncer do seio. (Câncer Research, novembro de 1975, vol. 35-3513). Caso ainda estejais fazendo a conta, este é ponto número cinco.

Os mais selecionados serviços de carne não a fariam parecer um item desejável do cardápio dos pesquisadores adventistas — especialmente mulheres. Em resumo, há cinco razões principais para evitar o consumo de carne: aumento do risco de doenças do coração, câncer do seio, câncer da próstata, diabetes e/ou pressão alta. Há também grande interesse nos anticorpos, poluentes e carcinógenos da carne, como foi mostrado no prestigioso New England Journal of Medicine, de setembro de 1984.

A OSTEOPOROSE E O CONSUMO DE CARNE

Em outro estudo, as mulheres lacto-ovo-vegetarianas com idades entre 50 e 89 anos perdiam apenas 18% da massa mineral de seus ossos, enquanto as que se alimentavam de carne perdiam 35% — quase duas vezes mais. Acredita-se que a carne contribua para a osteoporose, uma enfermidade grave entre as senhoras idosas. (Journal of the American Dietic Association, vol. 76, de fevereiro de 1980, págs. 148-151.)

Com respeito à carne, os adventistas podem considerar-se muito felizes por sua herança especial. Em 1863, eles foram admoestados: “A mortalidade causada pelo consumo de carne não é discernida. Câncer, tumores e várias outras doenças inflamatórias são grandemente produzidos pelo consumo de carne.” (HL, 100.)

CAFÉ

As bebidas usadas por milhões de pessoas em todo o mundo são o café, o chá, o chá-mate, a coca, bem como outras bebidas cafeinadas. Com o correr do tempo, elas foram recebendo menos realce, tanto na pesquisa como na igreja adventista do sétimo dia. Como resultado, há mais adventistas que as usam hoje em dia, do que os que usam fumo e álcool. Cerca de vinte e cinco por cento dos membros usam café e bebidas cafeinadas.

Muitos anos atrás (1890), o uso do chá e do café foi considerado pelos adventistas ‘‘prejudicial ao organismo” (Testimonies, vol. 2, págs. 61-65). O chá e o café foram tidos como um veneno lento — não tão forte como o fumo e o álcool, mas, ainda assim, debilitante, causando tontura, dor de cabeça, entorpecimento, nervosismo, irritabilidade, palpitação do coração e indigestão, quando interrompido ou usado irregularmente (27, 60 e 65; FF, vol. 2, págs. 128 e 129).

Esta antiga recomendação de cem anos atrás, que é a abstinência do café e do chá, não caiu da moda com o ‘‘cavalo e a carruagem”. O risco de câncer fatal do colo e da bexiga, está claramente associado com o consumo do café. Como se pode ver, quando aumenta o consumo de café, aumentam também os riscos de câncer fatal da bexiga.

O USO DO CAFÉ E O CÂNCER DA BEXIGA

Xícaras por diaRisco Relativo
Menos de 11.0
1 +1.5
2 +2.0

Enquanto outros estudos relacionam o câncer do colo com o consumo inadequado de fibra ou o uso excessivo de gordura e proteína animal, o Adventist Health Study revela que o consumo de café indica uma associação grandemente* positiva com o câncer fatal do intestino grosso.

O USO DO CAFÉ E O CÂNCER DO COLO

Xícaras por diaRisco Relativo
Menos de 11.0
4- de 11.5

De novo, há mais do que uma simples associação entre os dois; há uma relação entre dose e resposta. Quanto mais xícaras a pessoa toma por dia, tanto maior o risco de câncer fatal do colo (Cancer Research, Suplemento 43, págs. 2403-2408, maio de 1983).

Outra vez, é evidente a vantagem dos adventistas, conforme indicada por este diagrama.

(* Uma freqüência maior do que se poderia prever, com base nas probabilidades.)

(* Câncer Research, Suplemento 43, págs. 2403-2408, maio de 1983.)

Os adventistas têm apenas metade do risco de morte por câncer do intestino grosso, comparados com a população em geral. Uma diferença maior está no consumo de café. Setenta por cento dos adventistas se abstêm do café, comparados com dez por cento de um grupo da população em geral.

Nem todas as razões são conhecidas, mas os mórmons — não confundir com os adventistas do sétimo dia — também têm um risco mais baixo de contrair câncer do colo. Esta descoberta fortalece o conceito de que o café está associado ao câncer do intestino grosso, uma vez que tanto os mórmons como os adventistas recomendam a abstinência dessa bebida. Está confirmado também que em comparação com a população em geral, eles usam bem pouco dessas bebidas cafeinadas (American Journal of Clinicai Nutrition, vol. 40, de 19 de outubro de 1984, págs. 880-886).

Ao lado do café, o excesso de colesterol na alimentação foi também apontado como um dos responsáveis pela formação de câncer do colo, por causa dos derivados de colesterol e dos ácidos biliares.

Quando comparados com os não vegetarianos, os adventistas lacto-ovo-vegetarianos tinham um fluido de colesterol tão elevado (90%) quando os não vegetarianos e a totalidade dos vegetarianos tinha apenas 70% do nível de colesterol, como os não vegetarianos que não eram adventistas.

Como sabemos, o colesterol é encontra-do apenas em produtos animais — especialmente vísceras, produtos do mar e gema de ovo. O vegetariano leva ainda a vantagem de ter em sua alimentação quantidades significativamente mais elevadas de plantas esteróis, que os que se alimentam de carne. Nos animais, estas plantas esteróis agem como influências protetoras contra o câncer do colo.

* PLANTAS ESTERÓIS

Adventistas vegetarianos— 10.6%
ASD lacto-ovo-vegetarianos— 2.4%
ASD não vegetarianos— 0.96%
População em geral— 0.32%

Especialmente as flavonas, as vitaminas C e A das verduras e frutas e os indóis da couve e dos brócolos, podem estar protegendo o corpo da intromissão e atividade dos carcinógenos e substâncias tóxicas.

Há vantagens definidas e substanciais em seguir o estilo de vida adventista recomendado. As variáveis da educação, genética, geografia e seleção, contribuem para a longevidade, mas os fatores mais importantes, ligados com uma vida mais prolongada e com mais saúde, são os relacionados com o regime vegetariano e a abstinência de fumo, álcool, chá e café. O uso abundante de frutas e verduras frescas, cereais integrais e legumes, e o uso restrito de açúcar refinado, sal e gorduras vegetais também contribui para um estilo de vida saudável.

Adventist Health Study tornou claros como o cristal três pontos: 1) Os adventistas têm cerca de 50 por cento menos doenças do coração, câncer, arteriosclerose, diabetes e derrame, do que a população em geral. 2) Ao serem comparados adventistas com adventistas, os membros que seguem o estilo de vida recomendado têm muito menos risco de enfermidades graves fatais, do que aqueles que são menos cuidadosos. 3) Há uma relação de resposta à quantidade, entre a freqüência e a duração do uso desses produtos que estivemos considerando, e a ocorrência correspondente das quatro doenças fatais mais mortíferas. Além disso, há uma relação progressiva entre a quantidade de carne usada por semana e o risco de contrair uma doença fatal, especialmente doença cardíaca, entre as pessoas com 45-65 anos de idade.

Parece haver uma correlação entre o grau de apego ao estilo de vida adventista e outras atividades da igreja. “A quantidade de carne usada e, de certa forma, o café, é um indício um tanto preciso do grau de apego aos múltiplos aspectos do estilo de vida adventista, inclusive graus de envolvimento com as atividades da igreja” (Citado por R. Phillips).

Há um certo número de organizações importantes nos Estados Unidos, envolvidas na área de nutrição e da boa saúde, que estão recomendando regimes alimentares bem semelhantes ao regime alimentar dos adventistas.

Em 1970, a Inter-Society Commission on Heart Disease Resources2 fez suas recomendações ao público americano.

RECOMENDAÇÕES DA COMISSÃO

  • 1. Diminuir as gorduras saturadas, o sal de mesa e as gorduras de cozinha (30% de calorias)
  • 2. Diminuir o colesterol — menos de 300 mg/dia
  • 3. Aumentar os cereais integrais, frutas, verduras e legumes (colesterol complexo; 45% de calorias).
  • 4. Aumentar os óleos poliinsaturados
  • 5. Alcançar peso ideal
  • 6. Eliminar o fumo
  • 7. Sal — menos de 3 g/dia

Em 1977, a Comissão Especial do Senado dos Estados Unidos, sobre Nutrição e Necessidades Humanas, definiu a recomendação ao fixar as porcentagens para as listas, como se pode ver acima. Além disso, reduziu o consumo de sal para cerca de 3g por dia (Imprensa Oficial do Governo dos Estados Unidos, 1977 — Alvos Alimentares para os E.U.).

Em 1982, o Instituto do Câncer acrescentou: Reduzir as substâncias carcinogênicas e mutagênicas dos alimentos e diminuir o consumo de álcool (Imprensa de Nutrição Alimentar da Academia Nacional do Câncer, Washington, D.C.).

Também em 1982, a Comissão de Peritos da Organização Mundial de Saúde em Genebra, acrescentou o seu endosso destas recomendações (Relatório Técnico, Série 678).

Embora a maioria destas organizações não tenha recomendado inteiramente a total eliminação da carne do regime alimentar, elas são restritas. Permitem apenas peixe de água limpa, leite e queijo com baixo teor de gordura e pedaços bem confiáveis de carne.

Talvez uma das mais maravilhosas realizações da Igreja Adventista do Sétimo Dia seja o elevado grau de submissão a estas recomendações. Cinqüenta por cento ou mais escolhem ser vegetarianos, 90% não usam nenhuma bebida alcoólica, 98% não fumam, e 70% não usam chá ou café.

A partir desta pesquisa, é razoável concluir que o estilo de vida defendido pela Igreja Adventista reduz de fato os riscos de morte prematura por doença cardíaca, câncer, diabetes e acidente de trânsito. Uma mudança de vida hoje, talvez possa prolongar a vida amanhã. Os adventistas têm uma rica herança de saúde. Eles têm sido abençoados com melhor saúde e vida mais longa.

Freqüentemente os adventistas citam a promessa bíblica: “Se ouvirdes a Minha Palavra, prometo que nenhuma destas enfermidades cairá sobre vós’’. Os adventistas e os não adventistas, indistintamente, podem reclamar esta promessa.

UM APELO

Esta pesquisa me diz que não devo ser um prisioneiro do destino, que aguarda ansiosamente a declaração de que tenho uma doença incurável e terminal. Ela me traz esperança de que no dia em que eu deixar de fumar, de comer carne, de tomar café, re­duzirei o risco de enfermidades fatais, que estão afligindo a humanidade. As mudanças não ocorrerão facilmente, e cada passo torna mais fácil o seguinte. Assim, talvez não tenhais que dar um salto, mas um passo de cada vez, para atingir o estilo de vida.

Os adventistas têm uma rica herança de saúde. Eles têm sido abençoados com melhor saúde e vida mais longa.

Freqüentemente os adventistas citam a promessa bíblica: “Se ouvirdes a Minha Palavra, prometo que nenhuma destas enfer­midades cairá sobre vós’’. Os adventistas e os não adventistas, indistintamente, podem reclamar esta promessa.