A obra pioneira nesse sentido foi efetuada por W. F. Albright, o qual em 1937 reuniu pela primeira vez as escassas inscrições hebraicas e aramaicas datadas e elaborou uma paleografia rudimentar desses escritos21, que se demonstrou consideravelmente segura à medida que outros materiais datados se tomaram disponíveis em anos posteriores.

Foi essa obra que em 1948 ajudou a atribuir datas aos rolos hebraicos encontrados nas proximidades do Mar Morto. Muitos eruditos, entre eles alguns semitistas eminentes, eram céticos e sugeriram que os rolos do Mar Morto, datados por Albright e seus alunos como pertencendo à era pré-cristã, provinham de uma época muito posterior ou até eram falsificações. No entanto, quando outros rolos de diversas cavernas do deserto da Judeia — alguns deles descobertos por arqueólogos — e mais tarde também de Masada, se tornaram disponíveis, essa situação se alterou radicalmente. Alguns dos rolos encontrados posteriormente continham datas, as quais colocaram a ciência da paleografia hebraica numa sólida base. Dentre os principais que labutaram neste setor encontram-se F. M. Cross22 e S. A. Birnbaum23, mas muitos outros eruditos também têm prestado contribuições. O resultado é que a disciplina da paleografia hebraico-aramaica tomou-se uma ciência tão bem estabelecida que a qualquer documento, quer seja uma inscrição ou um manuscrito, pode, sem qualquer hesitação, ser atribuída uma data dentro de uma variação de cinqüenta anos.

Algumas descobertas interessantes também lançaram inesperada luz sobre uma fase da escrita que só parece estar remotamente relacionada com ela, mas a qual, não obstante, é de grande importância, a saber: a antiguidade da seqüência dos caracteres alfabéticos. Que a seqüência das letras do alfabeto hebraico, da maneira como o conhecemos, remontava ao começo do primeiro milênio A. C. sabia-se há muito tempo. Este fato é confirmado pelos salmos acrósticos na Bíblia, alguns dos quais foram compostos no décimo século A. C.; e também pelo alfabeto grego, adquirido dos fenícios, certamente não mais tarde do que 800 A. C. Visto que a seqüência das letras tanto do alfabeto fenício como do grego é a mesma, podia-se inferir que a origem do abecedário remontava ao começo do primeiro milênio A. C.

No entanto, ninguém pensava que a origem da seqüência do alfabeto remontava claramente ao tempo da invenção dos diversos sistemas de escrita alfabética, que parecem ter ocorrido nos séculos dezesseis e quinze A. C. Que isto era assim foi primeiramente revelado por uma descoberta feita em 1949, em Ras Shamra, antiga Ugarit, e também por outra descoberta em ‘Izbet Sartah, antiga Ebenézer, em 1976.

Durante as escavações de 1949, em Ras Shamra, veio à luz um ladrilho do décimo quarto século A. C., o qual contém todos os caracteres alfabético-cuneiformes ugaríticos na seqüência em que eram decorados e que se evidenciou ser a mesma usada ainda hoje nos dicionários hebraico-aramaicos, 3.500 anos mais tarde.24

Em ‘Izbet Sartah foi descoberto um óstraco em 1976, datado por volta de 1200 A. C., o período dos Juizes, o qual contém igualmente o alfabeto hebraico na seqüência conhecida por nós estudantes do hebraico no século vinte. A única divergência consiste na omissão do mem, causada provavelmente por um erro de copista, e a transposição das letras ayin e pe, no que esse abecedário concorda com a seqüência do alfabeto hebraico encontrada em três composições acrósticas do livro de Lamentações, que tradicionalmente têm sido atribuídas a Jeremias. Afigura-se que o alfabeto hebraico era decorado de dois modos diferentes pelos antigos: segundo uma tradição com a seqüência peayin, e segundo outra tradição com a seqüência ‘ayinpe.25

O resultado dessas descobertas e estudos é que a origem e o desenvolvimento da escrita alfabética são agora bem conhecidos, e não mais pode haver dúvida de que sistemas de escrita alfabética plenamente desenvolvidos existiram no tempo de Moisés, possibilitando que ele e seus sucessores escrevessem livros numa escrita fácil de aprender. Está igualmente bem estabelecido que esses sistemas de escrita simples, em contraste com as embaraçosas e intrincadas escritas hieroglíficas e cuneiformes do Egito e da Mesopotâmia, alastraram-se rapidamente pela Palestina e pela Síria, possibilitando assim que tais obras religiosas como as que foram preservadas na Bíblia se tornassem “livros dos povos”.

3. Descobertas de Textos

Os comentários acerca das notáveis realizações no tocante à história da escrita durante os últimos trinta anos podem servir de introdução para o aumento deveras fenomenal do material textual, escrito em caracteres alfabéticos e composto em diversas línguas semítico-ocidentais, que se tornou disponível em anos recentes. Por exemplo, em 1948 possuíamos cerca de 90 inscrições hebraicas, sem contar sinetes e impressões de sinetes. Essas inscrições consistiam da inscrição do Túnel de Siloé, de duas inscrições de Silwan, ainda não decifradas naquele tempo, do calendário de Gezer sobre uma placa de pedra, e 86 óstracos, 63 dos quais foram encontrados em Samaria e 21 em Laquis, sendo estes últimos considerados uma das mais sensacionais descobertas de inscrições feitas na Palestina durante o período entre as duas guerras mundiais.26 Desde então o ritmo das descobertas de inscrições em hebraico e aramaico acelerou-se consideravelmente, como o demonstram os seguintes exemplos: Além dos rolos do Mar Morto, que serão considerados em separado, os materiais de inscrições hebraicas, principalmente óstracos, foram descobertos em muitos lugares. Arad, por exemplo, produziu mais de 100 óstracos hebraicos e aramaicos, alguns de extraordinária importância. Num deles fez-se alusão a um templo de Yahweh, embora não seja claro se é indicado o Templo de Jerusalém ou o templo local de Yahweh.27 Em Kuntilat ‘Ajrud, uma localidade de uns 50 km ao sui de Cades-Barnéia, no norte do Sinai, foram descobertas em 1975-1976 algumas inscrições egípcias e numerosas inscrições hebraicas do nono ou oitavo século A. C., escritas com tinta em vários utensílios ou entalhadas em utensílios de argila ou pedra. Esse material ainda não foi publicado, mas os relatos preliminares declaram que o nome do Deus de Israel, Yahweh, aparece reiteradas vezes.28 Em 1960 veio à luz uma carta de catorze linhas, em Me-sad Hashavyahu, dezessete quilômetros ao sudeste de Tel Aviv, escrita no sétimo século A. C., por um pobre trabalhador e dirigida ao governador, na qual é mencionado o sábado.29

Durante as escavações em Masada, foram encontrados manuscritos de couro de livros bíblicos, e não-bíblicos, bem como os óstracos usados como sortes pelos defensores para determinar quem cumpriría o horrendo dever de matar seus compatriotas antes que os romanos tomassem a fortaleza.30 Em Deir ‘Alla, no Vale do Jordão, visões e maldições do profeta Balaão, bem como a reação dos destinatários vieram à luz em fragmentos de inscrições no reboco que originalmente cobrira uma esteia de pedra. Foram escritas num dialeto do aramaico que até então era desconhecido.31

Conquanto eu tenha restringido minhas considerações acerca das descobertas feitas durante os últimos trinta anos principalmente à Palestina e à Síria, não quero dar a impressão de que tais descobertas só ocorreram nessas regiões. Permiti-me assinalar mais uma vez o acervo de papiros aramaicos de Elefantine, que apareceu em Nova Iorque, em 1947. Esses papiros, publicados em 1953 por Emil Kraeling, não somente revelaram para nós a natureza do calendário judaico do período posterior ao exílio babilônico, conforme já foi mencionado, mas lançaram também muita luz sobre as condições culturais, legais e sociais dos colonizadores judeus que emigraram para o Egito antes do exílio.32 Outros documentos aramaicos que nos têm ajudado grandemente no estudo do aramaico, uma língua representada nalguns livros do Velho Testamento, são as cartas de Arsames (o sátrapa persa do Egito). Estas foram achadas em 1926, na bolsa original de couro em que haviam sido transportadas, e foram publicadas em 1954 por G. R. Driver.33 E por último na ordem, mas não em importância, cumpre mencionar os oito papiros encontrados em Hermópolis, em 1945, e publicados em 1966, por E. Bresciani e M. Kamil. Eles fazem alusão ao culto da Rainha do Céu, uma deusa adorada também pelos judeus apóstatas encontrados por Jeremias ao chegar ao Egito (Jer. 44:19).34

Desejo dizer também algumas palavras a respeito de nossa compreensão da língua amonita, que aumentou grandemente durante o período considerado. Embora tivéssemos a Pedra Moabita, a qual contém uma longa inscrição de 34 linhas na língua moabita, desde a descoberta desse monumento em 1868, tendo tido, portanto, bom conhecimento da língua moabita por longo tempo, a língua amonita era praticamente desconhecida. Em 1969, quando publiquei a Inscrição da Cidadela de Amã,35 a coleção total de inscrições amonitas consistia de 12 selos, não abrangendo cada um deles, na maioria das vezes, mais de um nome, e uma inscrição em pedra, de 12 caracteres. A coleção de inscrições amonitas passa agora de 40, graças à descoberta de novas inscrições, entre as quais a Inscrição da Cidadela de Amã contém oito linhas incompletas, e a Inscrição da Garrafa de Bronze, de Tell Siran, possui oito linhas completas.36 A Expedição de Heshbon, patrocinada pela Universidade Andrews, também contribuiu para esse aumento do número de documentos amonitas mediante a descoberta de diversos óstracos, um dos quais contém 11 linhas.37 Todo esse material ressuscitou a língua amonita da obscuridade, revelando-nos o lugar que essa língua ocupava na árvore genealógica das línguas semítico-ocidentais.

Antes de pôr de lado o assunto dos textos, não posso deixar de mencionar o grande número de selos e de impressões inscritas em selos, em argila bullae, descobertos em anos recentes. Seu número total é de algumas centenas. Os nomes hebraicos mencionados nesses selos e nessas impressões, na maioria dos casos, correspondem a nomes bíblicos, embora quase nunca possamos estar certos de que tais selos pertenciam aos verdadeiros personagens bíblicos que usavam esses nomes. As exceções são provavelmente os selos de “Manassés, o filho do rei”38 e “Jeoacaz, filho do rei”39; estes pertenciam provavelmente a Manassés, filho de Ezequias, e a Jeoacaz, filho do rei Josias, quando esses possuidores dos dois selos ainda eram príncipes herdeiros, antes de ascenderem ao trono. Um selo que é quase certo ter pertencido a um indivíduo muito conhecido na Bíblia é o selo ainda não publicado, de“Baruque, filho de Nerias”, que foi o secretário do profeta Jeremias (Jer. 36:4 e 32; 45:1).

4. Rolos do Mar Morto

Em rigor, a consideração dos rolos do Mar Morto pertence à categoria dos “Textos”, já descritos. Entretanto, visto que a descoberta desses rolos na região desértica da parte oriental da judeia tem sido tão sensacional e revolucionou e aumentou nossa compreensão do judaísmo durante o período intertestamentário, resultando além disso na colocação da disciplina da crítica textual do Velho Testamento Hebraico, que quase não existira antes de 1948, sobre um firme fundamento, esses rolos merecem um acolhimento especial neste estudo.

Não me alongarei sobre a história das descobertas, que é bastante conhecida40, mas apresentarei sucintamente a quantidade de material de texto que chegou às mãos dos eruditos, das cavernas e vales da Judeia oriental.

1. A primeira caverna de Qumran foi descoberta em 1947, e a notícia dessa descoberta propagou-se pelo mundo um ano mais tarde — o ano que escolhi como data inicial para este estudo. Nos anos subseqüentes, até 1956, foram descobertas dez outras cavernas nas proximidades de Qumran, que continham fragmentos de pergaminhos. Um dos rolos era completo: o agora famoso exemplar de Isaías, da Caverna I.. Outros quase eram completos, como alguns rolos das Cavernas I e 11, ou chegaram às mãos dos eruditos na forma de grandes ou pequenos fragmentos, que nalguns casos puderam ser juntados, provendo grandes partes de obras literárias ou de outros documentos. A simples quantidade do material fragmentário é considerável. A Caverna 4, por exemplo, produziu 35.000 fragmentos de rolos provenientes de mais de 400 manuscritos. Com exceção de alguns rolos da Caverna 11 e da maioria dos materiais da Caverna 4, que ainda não foram publicados, os textos das cavernas de Qumran se acham disponíveis em forma publicada.41 Esses rolos, todos eles produzidos antes do fim da primeira guerra judaico-romana (66-73 A. D.), contêm amostras de todos os livros do Velho Testamento Hebraico, com exceção do livro de Ester, bem como grande número de escritos judaicos não canônicos, entre os quais há algumas obras apócrifas e pseudoepígrafas já conhecidas quando foram descobertos os rolos, mas em grande parte consistem de obras literárias que anteriormente não eram conhecidas.42

2. Em 1951, as cavernas de Wadi Murabba’at, ao leste de Belém da Judéia, produziram materiais de rolos do segundo século A. D., entre os quais havia um grande pedaço de um rolo dos Profetas Menores e documentos pertencentes à revolta de Bar-Coqueba contra os romanos. Este material foi publicado em 1961.43

3. Em Nahal Hever, ao sudoeste de Engedi, foi descoberta uma caverna em 1961, a qual também continha grande número de documentos do segundo século A. C., deixados pelos judeus que haviam fugido para o deserto durante a revolta de Bar-Coqueba. Além de muitos documentos seculares em hebraico, havia alguns papiros escritos em caracteres nabataeanos, bem como fragmentos de livros bíblicos. • Até agora só foram publicadas algumas amostras desse material.44

4. Materiais de textos também foram encontrados durante as escavações de Masada, em 1963 e 1964, conforme já foi mencionado. Esses materiais, que precedem a queda da fortaleza em 73 A. D., só foram publicados até agora em forma preliminar.45

5. No inacessível Wadi Daliyeh, ao noroeste de Jericó, foram descobertos em 1962 alguns rolos samaritanos do quarto século A. C. São documentos seculares que, além de proverem outras informações, nos permitem restabelecer a sucessão dos governadores de Samaria desde o tempo de Neemias até Alexandre, o Grande. Os próprios documentos ainda não foram publicados, mas sumários de seu conteúdo se acham disponíveis.46

Quais são os resultados de todas essas fenomenais descobertas de textos efetuadas durante os últimos trinta anos, no Deserto da Judéia?

1. Os rolos proveram amostras de livros da Bíblia Hebraica que se originaram durante o período da história judaica em que o texto bíblico ainda era instável, a saber: antes do Concilio de Jamnia, por volta do fim do primeiro século A. D. Mas também contêm amostras de livros bíblicos copiados depois de Jamnia. Conquanto nosso conhecimento tanto do processo de coligir, editar e copiar os escritos sagrados, como do processo da canonização da Bíblia Hebraica, ainda esteja longe de ser completo, alguns desses textos hebraicos — que são mil e tantos anos mais velhos que os textos mais antigos que tínhamos em 1948 — aumentaram incomensuravelmente nossa compreensão do que aconteceu com o texto hebraico antes da era massorética; eles têm mostrado que o texto passou por muito menos modificações do que se julgava possível antes dessas cópias antigas se tornarem disponíveis.47 O resultado é que o texto da Bíblia Hebraica é encerado hoje com maior respeito pelos eruditos do que sucedeu durante longo tempo.

Por outro lado, o testemunho dos rolos não apóia as afirmações dos fundamentalistas que creem em inspiração verbal e numa transmissão servil e inalterável do texto através dos séculos, pois revela claramente que diferentes revisões de livros bíblicos estavam em circulação antes de Jamnia e que escribas da era pré-Jamnia sentiram-se livres para modernizar o texto ao copiarem-no. Isto se aplica não somente a modificações na grafia e na escolha de sinônimos mais modernos em lugar de palavras obsoletas e de formas gramaticais e expressões antiquadas, mas também, nalguns casos, de alterações do texto que aos escribas parecia necessitar de esclarecimento a fim de tomar o sentido mais significativo.

2. Os rolos, juntamente com os resultados das escavações em Khirbet Qumran, ressucitaram a seita judaica dos Essênios, a cujo respeito muito pouco se conhecia em 1948. As escassas informações que possuíamos naquele tempo se baseavam em declarações feitas por Josefo, Filo, Plinio, o Velho, e Dio de Prusa, mas a seita não é mencionada na Bíblia, e toda a sua literatura se desvanecera, até emergir das cavernas de Qumran em anos recentes. *

3. Conquanto os eruditos bíblicos estejam princípalmente interessados nos rolos que são de natureza bíblica, não deve ser olvidado que as cavernas de Qumran nos proporcionaram uma abundância de literatura judaica que, em sua maioria, era desconhecida anteriormente. Embora a maior parte dessa literatura provenha de uma seita judaica — os Essênios — ela demonstra o fato de que no tempo de Jesus e dos apóstolos deve ter existido uma literatura imensamente rica — religiosa, histórica e de natureza literária — que agora em grande parte se acha perdida.

4. As cavernas do deserto da Judéia proveram documentos originais acerca da revolta de Bar-Coqueba e da resultante segunda guerra dos judeus contra os romanos. Conhecia-se muito pouco sobre essa guerra, pois não restava nenhuma história a seu respeito, ao passo que se conhece muita coisa sobre a primeira guerra judaico-romana pelos extensos escritos do historiador Josefo, cujas obras ainda existem. Estas observações sobre os rolos do Mar Morto só tocam de leve na maior de todas as descobertas já feitas no âmbito da arqueologia bíblica, mas dão uma idéia de quantos benefícios provieram desses rolos. Essas descobertas produziram uma disciplina completamente nova de estudos bíblicos, suscitaram a produção de milhares de artigos e centenas de livros, cuja bibliografia enche diversos volumes49, e resultaram na fundação de uma revista erudita — Revue de Qumran — inteiramente dedicada a essa disciplina. Nem os teólogos nem os eruditos bíblicos podem deixar de levar em consideração os abundantes resultados das informações que o estudo dos rolos tem provido, num fluxo constante, durante as três últimas décadas.

5. Ebla e a Época dos Patriarcas

As descobertas efetuadas durante os anos que decorreram entre as duas guerras mundiais trouxeram à luz tantas evidências elucidativas do tempo e da época dos patriarcas, parecendo confirmar também a historicidade intrínseca dos relatos patriarcais, que Albright pôde dizer em 1950: “Quase não há um só historiador bíblico que não tenha ficado impressionado com o rápido acúmulo de dados apoiando a historicidade substancial da tradição patriarcal. ”50

No entanto, em anos recentes têm sido feitos novos ataques à historicidade dos relatos patriarcais, que se assemelham em certo sentido ao apogeu do Wellhausenismo.51 Precisamente quando os eruditos bíblicos, reagindo a esses novos ataques, reexaminaram os fundamentos e aguçaram suas armas para uma defesa dos patriarcas, o auxílio veio de um lugar inteiramente inesperado: Ebla. Quem dentre os historiadores bíblicos já ouvira falar desse nome antes de 1976, quando apareceram os primeiros relatos de algumas descobertas sensacionais feitas numa antiga cidade da Síria? E, agora, apenas, três anos mais tarde, Ebla tornou-se uma palavra familiar e é tão bem conhecida entre os eruditos bíblicos e os ministros como Qumran ou Ras Shamra-Ugarit.

Na realidade, é muito cedo para avaliar as descobertas feitas em Tell Mardikh, antiga Ebla, onde, segundo consta, vieram à luz 20.000 ladrilhos cuneiformes durante as quatro últimas temporadas de escavações — de 1974 a 1977. Esta descoberta tem sido classificada diferentemente como o mais sensacional achado já efetuado no âmbito da arqueologia bíblica ou como a maior descoberta desde que foram encontrados os rolos do Mar Morto. Entretanto, cumpre proferir também uma palavra de advertência. Visto que ainda não foi publicado nenhum desses ladrilhos, dependemos inteiramente dos poucos artigos do escavador, Paolo Matthiae, e do epigrafista, Giovanni Pettinato.52 Outras informações provêm de homens que estiveram em estreito contato com o escavador e o epigrafista. Um dos principais entre eles é David Noel Freedman, o editor de Biblical Archeologist.53 Dos artigos escritos por esses homens, aprendemos que foi descoberto um grande arquivo estatal da segunda metade do terceiro milênio A. C., e que, embora os ladrilhos tenham sido escritos na escrita sumeriana cuneiforme, a língua de mui-tos dos documentos é paleocananéia, a precursora do hebraico.

É-nos declarado que o eblaíta, como é denominada a nova língua, está mais estreitamente relacionado com o hebraico bíblico do que a língua ugarítica; que entre os ladrilhos há textos literários que contêm a versão cananeia da história da Criação e do Dilúvio; e também que eles contêm uma coleção de leis cananeias. Além disso, nos é dito que alguns reis de Ebla dominaram sobre um império que se estendia do Mar Mediterrâneo ao Golfo Persa, que sua capital tinha 260.000 habitantes, e que seu serviço civil consistia de 11.000 empregados. Também nos é declarado que o arquivo revela que os reis de Ebla mantinham relações comerciais com a maior parte do mundo conhecido de seu tempo, desde o Egito, no Sul, até à Mesopotâmia, no Norte e Leste, e que os nomes de muitas cidades da Palestina ocorrem entre os 5.000 nomes de cidades encontrados até agora nos ladrilhos. Entre eles há cidades bíblicas muito conhecidas, como Hazor, Laquis, Megido, Gaza, Dor, Jope, Asdode, Aco, Astarote e Salém (o nome de Jerusalém durante o período patriarcal — Gên. 14:18). Além disso, é-nos declarado que um dos seis reis de Ebla usava o nome Ebrum, no qual reconhecemos o nome bíblico Éber, usado por um dos antepassados de Abraão (Gên. 10:21), ao passo que muitos nomes pessoais que aparecem nos documentos têm um bom aspecto bíblico: Miguel, Abrão, Israel, Ismael, Micaías, Esaú, Saul e Davi.

A maior surpresa ocorreu quando se relatou que as cidades de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Belá, também chamadas “Cidades da Planície”, eram mencionadas num ladrilho de Ebla (n? 1860), na mesma ordem que em Gên. 14:2. Nada poderia ter causado maior sensação do que este anúncio; e, quanto a mim, estou aguardando ansiosamente a publicação, a fim de ver por mim mesmo em que contexto são mencionadas essas cidades. Em vista dessa descoberta, com sua relação com Gênesis 14, desejo citar as palavras de Albright, o qual, depois de ver que cada vez se tomavam disponíveis mais dados que lançavam luz sobre a época patriarcal, por estarem admiravelmente em harmonia com as informações bíblicas, escreveu em 1936: “Gênesis 14 era considerado pelos eruditos mais cautelosos como não histórico, … [mas] agora somos mais moderados.”54 Quando Albright reeditou esse artigo dezenove anos mais tarde, em 1955, ele alterou essa frase, dando-lhe um aspecto ainda mais positivo: “Gênesis 14 não mais pode ser considerado como não histórico, em vista das numerosas confirmações de pormenores que devemos a descobertas recentes.”55 Pergunto a mim mesmo o que Albright diria agora, se houvesse vivido até inteirar-se das descobertas feitas em Ebla.

As datas da origem dos ladrilhos de Ebla são também ainda um tanto incertas. O arqueólogo Mattiae data os ladrilhos, com base em evidências arqueológicas e estratigráficas, entre 2400 e 2250 A. C., mas Pettinato, o epigrafista, com base em evidências epigráficas, data o arquivo mais de um século antes, isto é, entre 2580 e 2450 A. C. Agora vem a notícia de que recentemente foi descoberta em Ebla a impressão de um selo do rei Egípcio Pepi I. Se esse relato for confirmado, ele será mais favorável à datação do arquivo feito por Mattiae, do que à de Pettinato.56

O leitor não pode deixar de notar que as considerações das descobertas feitas em Ebla são mais curtas do que as considerações dos outros assuntos apresentados neste estudo, e estes comentários, conquanto sejam feitos num tom de cauteloso otimismo e mesmo de entusiasmo, se acham no entanto entremeados de pontos de interrogação e expressões de incerteza. A razão para esta falta de certeza é o fato de que as descobertas são ainda demasiado recentes, não tendo havido, Conseqüentemente, tempo suficiente para serem examinadas e classificadas. Os textos ainda não foram publicados, conforme já dissemos, com o resultado de que todas as informações que temos a seu respeito se baseiam nos poucos artigos desses eruditos que têm visto os ladrilhos e lidado com eles. Cumpre reconhecer que esses eruditos precisam realizar esse trabalho além de cumprir seus deveres universitários regulares, com o resultado de que só têm conseguido passar os olhos nos ladrilhos de Ebla, sem disporem do tempo necessário para estudá-los meticulosamente.

O considerável volume do material descoberto nos adverte de que não devemos ter esperanças muito elevadas com respeito à rápida publicação do arquivo, embora esperemos sinceramente que os ladrilhos mais importantes logo se tomem acessíveis ao mundo erudito, para minucioso escrutínio. É motivo de satisfação saber que foi constituída uma comissão internacional de peritos, com a incumbência de lidar com esses ladrilhos. Surge assim a expectativa de que esses textos sejam estudados e publicados mais depressa do que se apenas um par de olhos lidasse com os milhares de ladrilhos que repentinamente foram lançados no regaço do epigrafista Pettinato.

Escavações de Localidades Bíblicas

Só posso fazer justiça a este assunto de maneira muito restrita, apresentando os resultados das escavações de apenas alguns lugares-chave, visto que o número de cidades bíblicas escavadas a leste e oeste do rio Jordão é enorme. Recentemente fiz um cálculo e descobri que, além de numerosas explorações arqueológicas menos importantes, 76 grandes expedições arqueológicas labutaram na Terra Santa desde a Segunda Guerra Mundial. Restringirei, portanto, minha breve sinopse a algumas localidades, recomendando que no tocante às outras sejam consultados os quatro volumes da Encyclopedia of Archaeological Excavations in the Holy Land (“Enciclopédia de Escavações Arqueológicas na Terra Santa”).57

1. Jericó. Quando começou o período que estamos considerando, ainda estávamos sob a ilusão de que João Garstang, durante suas escavações na década de 1930, descobrira os muros de Jericó que haviam ruído no tempo de Josué. Essa interpretação errônea das evidências foi rudemente destruída pelas novas escavações de Kathleen Kenyon levadas a efeito em Jericó entre 1952 e 1958. Na realidade, ela descobriu que os muros destruídos por um terremoto e interpretados por Garstang como pertencendo aos últimos tempos da Idade do Bronze caíram realmente muitos séculos antes da época de Josué, a saber: no princípio da Idade do Bronze. Para surpresa de todos, ela não conseguiu encontrar quase nada da cidade que existiu na parte final da Idade do Bronze, quando foi destruída pelos israelitas, e chegou à conclusão de que as forças naturais e humanas devem ter obliterado quase todos os vestígios dessa cidade. Seu trabalho mostrou, porém, que Jericó era a mais antiga cidade habitada e fortificada a ser submetida a escavações. A forte torre de tempos neolíticos, descoberta por ela, foi construída quando ainda não se inventara a cerâmica.

As escavações realizadas intermitentemente nas ruínas da Jericó do Novo Testamento, por outras expedições, a partir de 1950, desvendaram os destroços do amplo e luxuoso palácio de Herodes, o Grande, que morreu ali.58

2. Bah edh-Dhra. Esta localidade, situada na península Lisan, no Mar Morto, foi descoberta em 1924, mas as escavações só foram efetuadas em 1965, quando Paulo Lapp iniciou o primeiro de seus três períodos. Em 1975 Walter Rast e Tomás Schaub reencetaram as escavações. A antiga cidade floresceu no começo da Idade do Bronze, quando ela e a região adjacente eram densamente habitadas, segundo foi revelado pelo cemitério, um dos maiores já descobertos na Palestina. Lapp calculou que ele continha cerca de 20.000 túmulos, em que foram sepultadas umas 500.000 pessoas, junto com uns três milhões de vasos e outros objetos de cerâmica.

Durante as escavações de 1949, em Ras Shamra, veio à luz um ladrilho do décimo quarto século A. C., o qual contém todos os caracteres alfabético-cuneiformes ugaríticos na seqüência em que eram decorados, e que se evidenciou ser a mesma usada ainda hoje nos dicionários hebraico-aramaicos, 3.500 anos mais tarde.

Durante as escavações em Masada, foram encontrados manuscritos de couro de livros bíblicos e não-bíblicos, bem como os óstracos usados como sortes pelos defensores para determinar quem cumpriria o horrendo dever de matar seus compatriotas antes que os romanos tomassem a fortaleza.

A primeira caverna de Qumran foi descoberta em 1947, e a notícia dessa descoberta propagou-se pelo mundo um ano mais tarde.

No inacessível Wadi Daliyeh, ao noroeste de Jericó, foram descobertos em 1962 alguns rolos samaritanos do quarto século A. C. São documentos seculares que, além de proverem outras informações, nos permitem restabelecer a sucessão dos governadores de Samaria.

Em 1951, as cavernas de Wadi Murabbaat, ao leste de Belém da Judéia, produziram materiais de rolos do segundo século A. D., entre os quais havia um grande pedaço de um rolo dos Profetas Menores e documentos pertencentes à revolta de Bar-Coqueba contra os romanos. Este material foi publicado em 1961.

Materiais de textos também foram encontrados durante as escavações de Masada, em 1963 e 1964, conforme já foi mencionado.Esses materiais, que precedem a queda da fortaleza em 73 A. D., só foram publicados até agora em forma preliminar.

(Continua)

21. Albright, “Um Fragmento Bíblico da Época dos Macabeus: O Papiro Nash”, Journal of Biblical Literature (doravante citado como JBL) 56 (1937): 145-176.

22. De seus muitos estudos paleográficos, ver especialmente: “O Desenvolvimento dos Escritos Judaicos”, em The Bible and the Ancient Near East: Essays in Honor of William Foxwell Albright (Garden City, Nova Iorque, 1961), págs. 133-202.

23. Solomon A. Bimbaum, The Hebrews Scripts, 2 vols. (Londres, 1954-1957; Leiden, 1971).

24. Albright, “Algumas Importantes Descobertas Recentes: Origens Alfabéticas e a Estátua Idrimi”, BASOR 118 (abr. 1950): 12-14; Cyrys H. Gordon, “O ‘ABC’ Ugarítico”, Orientalia 19 (1950): 374-376; E. A. Speisser, “Uma Nota Sobre as Origens Alfabéticas”, BASOR 121 (fev. 1951): 17-21.

25. Moshe Kochavi, “Um Óstraco do Período dos Juizes, de ‘Izbet Sartah”, Tel Aviv 4 (1977): 1-13; Aaron Demsky, “Uma Datação do Abecedário Proto-Cananeu do Período dos Juizes e Suas Implicações Para a História do Alfabeto”, Idem, págs. 14-27. O último contém uma boa bibliografia sobre a História do Alfabeto, nas págs. 25-27.

26. Todo o material de inscrições hebraicas até 1934 foi publicado por David Diringer, Le lnscrizioni antico-ebraiche palestinesi (Florença, 1934), complementado em 1951 por Sabatino Moscati, L’epigrafia ebraica antica (Roma, 1951).

27. A coleção completa dos óstracos de Arad só foi publicada até agora em hebraico, por Yohanan Aharoni: Arad Inscriptions (Jerusalém, 1975). No entanto, muitos dos importantes óstracos apareceram nos seguintes artigos em inglês escritos por Aharoni: “Óstracos Hebraicos de Tel Arad”, Israel Exploration Journal (doravante citado como IEJ) 14 (1964): 1-7; “Arad: Suas Inscrições e seu Templo”, Biblical Archaeologist (doravante citado como BA) 31 (1968): 2-32; “Três Óstracos de Arad”, BASOR 197 (fev. 1970): 16-42.

28. Ze’ev Meshel, “Kuntilat ‘Ajrud”, IEJ 27 (1977): 52 e53; Suzanne Singer, “Acervo de Inscrições Hebraicas e Fenícias Encontradas no Deserto”, Biblical Archaelogy Review (doravante citada como BAR) 2:1 (mar. 1976): 33 e 34; Ze ev Meshel e Carol Meyers, “O Nome de Deus no Deserto de Zin”, BA 39 (1976): 6-10; 40 (1977), chapas coloridas A e B, defronte à pág 66.Em Nahal Hever, ao sudoeste de Engedi, foi descoberta uma caverna em 1961, a qual também continha grande número de documentos do segundo século A. C., deixados pelos judeus que haviam fugido para o deserto durante a revolta de Bar-Coqueba.

Quando me chegaram às mãos as provas deste artigo, eu havia sido informado de uma nova e mui significativa descoberta feita em Kuntilat ‘Ajrud. Uma inscrição em caracteres hebraicos numa grande jarra de conserva contém um texto que diz em parte: “Oxalá sejais abençoados por Yahweh e por sua Asherah (BAR 4:3 [set/out. 1978]: 43). E demasiado cedo para dizer muita coisa sobre esse texto até que lhe seja dado estudo adicional, embora reconheçamos que ele tem importantes ilações. De numerosas passagens bíblicas sabemos que a religião cananéia influenciou consideravelmente o pensamento religioso dos israelitas e que com freqüência eram adotados conceitos e práticas religiosas dos cananeus. Na literatura mitológica cananéia de Ras Shamra, Asherah amiúde é mencionada como consorte de El, o deus principal. Não é de admirar, portanto, que israelitas apóstatas às vezes também considerassem Asherah como consorte de Yahweh, seu Deus. Esse texto é uma ilustração de uma tendência contra a qual os profetas que viveram antes do exílio babilônico batalharam constantemente: o politeísmo e a idolatria.

29. J.Neveh, “Uma Carta Hebraica do Sétimo Século A. C.”, IEJ 10 (1960): 129-139; Albright, em Ancient Near East Texts, 2a ed. (1969), pág. 568.

30. Yigael Yadin. “A Escavação de Masada — 1963/64, Relatório Preliminar”, YEJ 15 (1965): 103-114.

31. Jacob Hoftijzer, “O Profeta Balaão Numa Inscrição Aramaica do 6? Século”, BA 39 (1976): 11-17. Na publicação final dessa inscrição, o co-autor de Hoftijzer, G. van der Kooij, elevou a data para cerca de 700 A. C. Ver Aramaic Texts from Deir ’ Alla (Leiden, 1976), pág. 96.

32. Ver nº 13.

33. Aramaic Documents of the Fifth Century B. C. (Oxford, 1954).

34. “Le lettere aramaiche di Hemopoli”, Atti delia Accademia Nazionale dei Lincei; Classi di cienze morali storiche e filologiche, série 8, memorie vol. 12, fasc. 51 (1966), págs. 357-428.

35. Horn, “A Inscrição da Cidadela de Amã”, BASOR 193 (fev. 1969): 2-13.

36. Henry O. Thompson e Fawzi Zayadine, “A Inscrição de Tell Siran”, BASOR 212 (dez. 1973): 5-11.

37. Cross, “Óstracos Amonitas de Heshbon”, Andrews University Seminary Studies 13 (1975): 1-20.

38. Nahman Avigad, “Um Selo de ‘Manassés, o Filho do Rei ”, IEJ 13 (1963): 133-136.

39. Avigad, “Um Grupo de Selos Hebraicos”, Eretz Israel 9 (1969): 134.

40. A história das descobertas dos rolos do Mar Morto foi contada em muitos livros. Os seguintes relatos foram escritos por homens diretamente envolvidos na descoberta e aquisição dos rolos: Millar Burrows, The Dead Sea Scrolls (Nova Iorque, 1955), págs. 3-69; Idem, More Light on the Dead Sea Scrolls (Nova Iorque, 1957), págs. 15-52; Athanasius Yeshue Samuel, Treasure oj Qumran, My Story of the Dead Sea Scrolls (Filadélfia, 1966), Johns C. Trever, The Untold Story of Qumran (Westwood, N. J., 1965).

41. O material dos rolos da Caverna I foi publicado por Burrows, John C. Trever e William H. Brownlee, The Dead Sea Scrolls of St. Marks Monastery, 2 vols. (New Haven, Conn., 1950, 1951); E. L. Sukenik, The Dead Sea Scrolls of the Hebrew University (Jerusalém, 1955); D. Barthélemy e J. T. Milik, Discoveries in the judaean Desert, I: Qumran Cave l (Oxford, 1955); Avigad e Yadin, A Genesis Apocryphon (Jerusalém, 1956). O material dos rolos das Cavernas 2, 3 e 5-10 foi publicado por M. Baillet, J. T. Milik e R. de Vaux, Discoveries in the Judaean Desert of Jordan, III: Les ‘Petites Grottes’ de Qumran (Oxford, 1962).

42. Ver Cross, The Ancient Library of Qumran and Modern Biblical Studies (Garden City, Nova Iorque, 1976), págs. 120-180.

43. P. Benoit, J. T. Milik e R de Vaux, Discoveries in the Judaean Desert, 11 Les Grottes de Murabbá’ ât (Oxford, 1961).

44. Yadin, “A Expedição ao Deserto de Judéia, 1960, Expedição D”, IEJ II (1961): 40-52; Idem, “A Expedição ao Deserto da Judéia, (1961); Expedição D — A Caverna das Cartas” IEJ 12 (1962): 227-257.

45. Ver nº 30.

46. Cross, “A Descoberta dos Papiros de Samaria”, BA 26 (1963); 110-121; Idem, “Papiros do 4? Século A. C., de Daliyeh ”, em New Directions ín Biblical Archaelogy (Garden City, Nova Iorque, 1969), págs. 63-79; Paul W. Lapp, “Beduíno Encontra Papiros Três Séculos Mais Velhos do que os Rolos do Mar Morto”, BAR 4:1 (mar. 1978): 16-24; Cross, “A Importância Histórica dos Papiros de Samaria”, Idem, págs. 25-27.

47. Ver os documentos de Patrick W. Skehan, J. A. Sanders e D. N. Freedman, New Directions, págs. 89-138.

48. Cross, The Ancient Library of Qumran, pág. 146-180; J. Murphy-O’ Connor, “Os Essênios e Sua História”, Revue Biblique 81 (1974): 215-244; Murphy-O’ Connor, “Os Essênios na Palestina ”, BA 40 (1977): 100-124.

49. Cristoph Burchar, Bibliographie zu den Handschriften von Toten Meer, 2 vols. (Berlim, 1957, 1965), abrangendo as publicações de 1948 a 1962; W. S. LaSor, Bibliography of the Dead Sea Scrolls 1948-1957 (Pasadena, Calif., 1958); B. Jongeling, A Classified Bibliography of the Finds in the Desert of Judah, 1958-1969 (Leiden, 1971); J. A. Fitzmyer, The Dead Sea Scrolls: Major Publications and Tools for Study (Missoula. Mont., 1975). A Revue de Qumran apresentou bibliografias em todo número, desde que começou a ser publicada, em 1958.

50. Albright, The Biblical Period (Pittsburg, Pa., 1950), Pág. 3.

51. Thomas L. Thompson, The Historicity of the Patriarchal Narratives (Berlim, 1974); John Van Seters, Abraham in History and Tradition (New Haven, Conn., 1975).

52. Paolo Matthiae, “Ebla no Fim do Primeiro Período Sírio: O Palácio Real e os Arquivos Estatais”, BA 39 (1976): 94-113; Giovanni Pettinato, “Os Arquivos Reais de Tell Mardikh-Ebla”, Idem, págs. 44-52.

53. Paul C. Maloney, “Avaliando Ebla”, BAR 4 (mar. 1978): 4-10.

54. Albright, “Descobertas Recentes em Terras Bíblicas”, em Analytical Concordance to the Biblie, de R. Young (Nova Iorque, 1956), suplemento, pág. 27.

55. Albright, Recent Discoveries in Bible Lands (Pittsburgh, Pa., 1955), pág. 75.

56. Maloney, pág. 7.

53. Freedman “Carta aos Leitores”, BA 40 (1977): 2-4:

57. Editada por Michael Avi-Yonah e Efraim Stem, essa obra (doravante citada como EAEHL) é publicada pela Sociedade de Exploração, em Jerusalém. Os volumes I-IV foram publicados de 1975 a 1978. Os artigos individuais foram escritos por notáveis arqueólogos, que na maioria dos casos foram os escavadores das próprias localidades, e estão acompanhados de boas bibliografias e ilustrações.

58. Kathleen M. Kenyon, G. Foerster e Gabriella Bacchi, “Jericó”, EAEHL 2:550-575.

Siegfried H. Horn