Arlys Walter, Coordenador de Interessados Para a Associação da Pensilvânia, EE. UU.

Há uns dois anos, cerca de 50.000 nomes de interessados provenientes de programas pelo rádio e a televisão e outras fontes ficaram estagnados no que um pastor chamou, um tanto jocosamente, de “caixas de culpa” da Associação da Pensilvânia. Não houve nenhum contato com a maioria deles, e nenhum desses indivíduos fora nutrido espiritualmente para tornar-se membro da Igreja, nem foram supridas as suas necessidades imediatas.

Atualmente, quase todos esses nomes negligenciados são coisa do passado, e os nomes correntes que vão chegando são contatados e nutridos rápida e eficazmente. Na realidade, centenas dessas pessoas que outrora eram negligenciadas estão crescendo no conhecimento da verdade bíblica, ao receberem estudos bíblicos, lerem literatura adventista ou escutarem gravações de acordo com um plano de nutrição espiritual ideado por um adestrado coordenador de interessados local.

Que fez a diferença? Um plano que denominamos “O Programa Coordenador de Interessados”. Este programa desenvolvido na Pensilvânia também poderá ser útil para você.

Os adventistas do sétimo dia são bons para coligir nomes de interessados. Nós os obtemos de todo o tipo de fontes nacionais e locais. Mas, uma vez obtido o nome, com frequência não sabemos como secundá-lo com contatos inteligentes e de qualidade. Tenho reconhecido isto dezenas de vezes ao ajudar a endereçar envelopes aos nomes em vários arquivos de interessados de igrejas, como preparação para reuniões públicas. Algumas coleções eram guardadas e arquivadas meticulosamente e de modo ordeiro; obviamente, porém, não se fez muita coisa no âmbito do contato. Outros não podiam ser chamados de “arquivo”, mas havia indícios de atendimento. Na maioria dos casos, o sobrecarregado pastor passava os nomes para mim da maneira como os recebera, dando mostras de estar aliviado pelo fato de que finalmente estava sendo feita alguma coisa com eles. Seriam convidados para as reuniões, recebendo, portanto, algum “atendimento”.

Mais tarde, enquanto labutava na Voz da Profecia, telefonei para centenas de estudantes da Bíblia — alunos jovens, ávidos e preparados para uma dieta espiritual mais reforçada, e que necessitavam de atenção individualizada. Era-me impossível, da grande distância da Escola Bíblica por Correspondência, conhecer os recursos disponíveis nessa igreja local. Mesmo quando era efetuado o contato, com demasiada frequência o relatório voltava dizendo que o aluno não estava disposto a aceitar isto ou aquilo, ou não se achava preparado para o batismo. Obviamente, não houvera um encontro ponderado, mas apenas uma atitude de verificação de uma lista de itens.

Em vista de milhares desses contatos, estou persuadido de que quando é recebido um nome através de um programa nacional de rádio ou televisão, há muitos equívocos no âmbito local quanto ao que é solicitado que as pessoas locais sejam responsáveis por preencher e quanto ao que foi atendido pelo referido programa. Só isto explica por que literalmente milhares de pedidos de literatura e estudos bíblicos nunca são atendidos. Na realidade, as situações em que os nomes são contatados e suas necessidades supridas com apropriada nutrição individual, são deveras incomuns. Neste trabalho, as poucas pessoas capazes e dispostas que não se acham extenuadas estão desesperadamente sobrecarregadas. Os sistemas de nutrição espiritual estão inativos ou entravados.

Por esse motivo, a mesa administrativa da Associação da Pensilvânia solicitou, há uns dois anos, que eu elaborasse um programa que melhorasse o número e a qualidade dos contatos de reforço com os interessados de programas de rádio e televisão e outros mais. Este artigo é um relato do Plano Coordenador de Interessados que desenvolvemos e ainda estamos aperfeiçoando. Este plano destina-se a ajudar o pastor e a igreja a secundar o interesse despertado avaliando o grau desse interesse, provendo adequada nutrição espiritual e ajudando os interessados a se unirem à Igreja.

Tradicionalmente, todos os nomes dos interessados têm sido enviados ao pastor. O Plano Coordenador de Interessados torna cada igreja responsável por seu próprio atendimento aos nomes, e promove e incentiva o preparo do pessoal da igreja local para se tornarem competentes na arte e na habilidade de classificar,

avaliar e planejar a nutrição espiritual numa base individual. Nesse processo de crescimento, há uma ocasião propícia para transferir o nome ao pastor, para a preparação final do interessado, a fim de que se una à Igreja.

O eficaz atendimento dos nomes de pessoas interessadas abrange quatro setores: fazer o contato, avaliação, nutrição planejada, e coordenação e trabalho de escritório. Foi elaborado um vigoroso programa de adestramento para atender as necessidades de cada setor. É importante que o preparo para todos os quatro vá além do ensino dos pontos fundamentais no estilo de informação e preleção. Ele deve incluir demonstrações práticas e a observação de autênticos contatos. Um passo final completa então o preparo: as pessoas que estão sendo treinadas fazem contatos sob a observação do instrutor. Cada uma delas deve ter primeiro a oportunidade de criticar-se a si mesma, e então o observador partilha sua sincera crítica e confirmação. Às vezes o instrutor também faz um contato, seguindo o mesmo procedimento. O preparo só deve ser considerado adequado depois que houverem sido feitos diversos contatos dessa natureza.

Conquanto esses contatos iniciais de avaliação possam ser feitos no lar, usar o telefone tem várias vantagens: uso mais eficiente de pessoal e tempo limitados; segurança física (em determinadas situações); economia e facilidade para encontrar cada interessado em casa; não há a interferência de ouvintes alheios ao assunto (fala-se pessoal e diretamente com a pessoa); e menos distrações físicas. Outra vantagem é a atmosfera mais amena e não ameaçadora do telefonema, em comparação com o aspecto mais carregado do contato no lar. Amiúde o grau do interesse manifestado ainda não justifica uma visita no lar, mas um telefonema é mais apropriado. A pessoa certamente não se considera “interessada”. Talvez só tenha feito tuna pergunta sobre determinado ponto. Nosso zelo poderá ser acabrunhador e alarmante se chegarmos ao local com um bulldozer e um capacete, por assim dizer, quando apenas devíamos ter trazido uma pá.

A ênfase, portanto, está em criar uma atmosfera amena e uma relação horizontal que não tenha insinuações de superioridade espiritual. Deve haver amorosa aceitação do indivíduo. No adestramento, são apresentadas técnicas específicas para criar esse clima tanto no lar como pelo telefone. A avaliação objetiva do interesse depende dessa atmosfera.

Adestrar indivíduos para fazer avaliações pelo telefone torna-se possível amplificando a conversação de modo que ambos os lados possam ser ouvidos por todos na sala. Naturalmente, o mesmo resultado pode ser obtido na visitação ao lar se o instrutor levar o aluno consigo; mas, como é desagradável ter mais de duas pessoas (o instrutor e o aluno) numa visita, este processo é mais demorado. É difícil ter suficientes contatos no lar para realizar o treinamento.

Na maioria dos casos, portanto, o contato de avaliação deve ser feito pelo telefone, se for possível, mas uns vinte por cento dos interessados não têm um número de telefone disponível. Se o grau de interesse demonstrado no cartão não justifica uma visita ao lar, temos sugestões para cartões postais escritos a mão, como último recurso. (Na realidade, estamos obtendo surpreendentemente boas respostas a este método do “último recurso”.)

Há, porém, um passo indispensável antes do contato de avaliação. Precisamos estar familiarizados com os vastos e variados recursos de nutrição espiritual à nossa disposição. Também precisamos saber a que sistemas dessa índole o interessado tem sido exposto. O gênio do Sistema Coordenador de Interessados consiste em saber de onde provém o interessado, onde ele se encontra agora e que sistemas de nutrição espiritual serão necessários. E esta utilização do amplo cebedal dos recursos de nutrição espiritual disponíveis (em comparação com o método típico de conduzir a estudos bíblicos pessoais todos os que concordarem com isso) que possibilita nutrir uma grande quantidade de nomes de pessoas interessadas, sem malograr todo o processo. Deve haver uma variedade de opções para diferentes espécies de pessoas.

Por conseguinte, o primeiro passo é aproveitar todos os recursos disponíveis na situação local. Em nosso programa, orientamos o coordenador de interessados local na escolha de recursos para necessidades físicas, emocionais e espirituais. Por exemplo, nossa procura de recursos de nutrição espiritual começaria, sem dúvida, no degrau mais elevado da escada do envolvimento leigo: o estudo bíblico de uma pessoa com outra. Quantas equipes de estudos bíblicos há na igreja? Quem são os seus componentes? Qual é o seu endereço, nome, telefone? Quantos estudos bíblicos por semana eles poderão dar com facilidade? Quais os períodos disponíveis? Qual é o conteúdo e o formato dos estudos usados por eles? Possuem projetores e slides? Deixam lições a serem preenchidas e voltam depois para conferi-las? Seguem o antiquado sistema de dar estudos ao redor da mesa, com a Bíblia aberta? Estas informações são obtidas do pessoal de estudos bíblicos e depois elas devem ser catalogadas de maneira acessível e ordeira.

Outros recursos de nutrição espiritual que devem ser aproveitados cabalmente são os seguintes: reuniões evangelísticas em alguma parte dessa região; a classe bíblica do pastor; reuniões em casas de família; gravações (mencionar o conteúdo e o formato; elas podem ser usadas como empréstimo, pelo correio); livros sobre as doutrinas fundamentais (mencionar os títulos e o número disponível); revistas (números avulsos sobre assuntos-chave, e também assinaturas); cursos por correspondência; etc.

Pense criativamente sobre cada um dos métodos de nutrição espiritual. Interesse do seu conteúdo; busque fatos, informações e endereços. Colha tudo que for possível para uma biblioteca de reforço.

O mesmo tratamento cabal e criativo é dispensado aos recursos de nutrição física e emocional. Isto pode abranger uma viagem ao SELS. Procuramos descobrir o que há sobre cursos de Arte Culinária e sobre o Plano de Deixar de Fumar em Cinco Dias. Debatemos o que se deve fazer quando alguém não quer esperar pelo Plano Para Deixar de Fumar. Mencionamos os programas da igreja local, como a Escola Cristã de Férias, acampamentos de verão, programas da escola da igreja, programas pelo rádio e a televisão, ocasiões, temporadas e datas especiais, etc. Esta é a parte coordenadora do trabalho do Coordenador de Interessados — certificar-se de que todos os sistemas de nutrição estejam sendo usados eficazmente. Não deve haver sobrecarga ou uso exagerado de um desses sistemas, em detrimento dos outros. Isto também se aplica aos estudos bíblicos individuais.

Este conceito poupa as equipes de estudos bíblicos para os interessados que se acham preparados para esse tipo de nutrição. Evita a “extenuação” dessas equipes e — o que é igualmente importante — não impõe prematuramente essa experiência aos interessados. Coopera com o seu padrão de crescimento.

Se o sistema de nutrição é o gênio do Programa Coordenador de Interessados, o verdadeiro contato de avaliação é o coração do trabalho. O objetivo é avaliar todo nome em sua devida prioridade e situação. Alguns nomes precisam ser avaliados ocasionalmente, à medida que vão crescendo.

A avaliação é uma habilidade adquirida, composta de técnicas de cuidadosa atenção. Estabelecemos uma atmosfera de contato ameno; formamos uma relação de confiança e harmonia. Discernir o conhecimento que os interessados têm das doutrinas e das normas é importante; mais importante ainda é, porém, a atitude do interessado para com o que ele conhece. O contato de avaliação tem como seu objetivo a “leitura da atitude” para com alguma nova verdade bíblica estudada recentemente. Incentivar o interessado a falar livremente, mais ou menos segundo a sua preferência, coligindo porém os vislumbres de que necessitamos para efetuar nossa avaliação, requer grande sensibilidade. Algumas das habilidades ensinadas são as seguintes: técnicas de fazer perguntas, parafrasear, aferir a percepção, desarmar, percepção da atitude, oração eficaz e consciência de convicção.

A representação dessas habilidades é importante, mas ela não pode substituir o contato real. Também temos usado gravações instrutivas de contatos reais e críticas subsequentes para completar e reforçar a parte de observação do adestramento.

O Programa Coordenador de Interessados requer uma organização simples e eficiente. À medida que os nomes vão chegando ao coordenador, ele determina as prioridades. Alguns precisam ser contatados imediatamente; a outros deve-se conceder algum tempo para receberem livros e cursos por correspondência, ou talvez até para fazerem outro pedido. Todo nome é codificado e colocado no arquivo geral em qualquer forma que seja recebido. Assim não há cópias desnecessárias de nomes em cartões padronizados até que tenha sido efetuada a avaliação, e então somente se o interessado é colocado no Plano A ou B. Tais nomes necessitam de constante controle de crescimento, e são portanto colocados num cartão especial no arquivo dos nomes das pessoas de mais interesse.

Os nomes provenientes de outras fontes (saúde e serviço social) são codificados a cores e mantidos também no arquivo geral de pré-avaliação. Estes podem ser localizados rapidamente para o envio de uma circular especial. Periodicamente, eles também devem ser avaliados usando uma especial e suave “técnica de transição” de sua fonte de interesse para as necessidades espirituais. Isto sempre deve ser efetuado de maneira solícita e cuidadosa, nunca promovendo um crescimento antinatural. Nosso alvo é cooperar, colocando ao alcance dos interessados oportunidades para crescimento espiritual quando chegar o tempo apropriado.

Visto que, amiúde, um fichário de nomes de interessados que tem vários anos de existência necessita ser atualizado, dedicamos uma sessão de treinamento para mostrar como aproveitar e atualizar esse fichário antigo. Temos processos e medidas graduais para selecionar os interessados que oferecem melhores perspectivas, bem como diversas opções para integrá-los no Sistema Coordenador de Interessados. Todos esses métodos para separar os nomes e dar prioridade a eles, são ensinados de maneira bem prática no programa de adestramento.

Um fator importantíssimo de todo o programa é o senso de responsabilidade. Descobrimos que tanto os membros como os pastores querem ser considerados responsáveis por alguma coisa tão importante como o nome de uma pessoa interessada. No âmbito local, é estabelecido um simples grupo de apoio que abrange três ou quatro pessoas, além do coordenador de interessados e seus auxiliares. Uma das funções desse grupo é responsabilidade multidirecional, bem como confirmação. O coordenador de interessados e seu quadro de auxiliares são responsáveis ao grupo de apoio e ao pastor. Este último, por sua vez, é responsável perante o coordenador de interessados e seus auxiliares, e também perante o grupo de apoie, pelos nomes que lhe são transferidos para que acabe de prepará-los a fim de que se tornem membros da Igreja. Este fator de responsabilidade pode ser ampliado até incluir também as equipes de estudos bíblicos.

O Grupo de Apoio se reúne uma vez por mês. Compõe-se geralmente do coordenador de interessados e seus auxiliares, do pastor, do ancião e do diretor de ação missionária. Seu apoio envolve tais aspectos como orientação, confirmação e oração, e esse grupo pode administrar ou dirigir toda a Coordenação de Interessados.

Em nosso programa na Pensilvânia tem havido um outro nível de responsabilidade da associação pelos nomes dos interessados que sabemos terem recebido substancial instrução religiosa e doutrinária, como um curso por correspondência. Quando um desses nomes é enviado para o coordenador de interessados da igreja, remetemos junto com ele um formulário selado contendo o nome e endereço da associação. Esses formulários devem ser enviados de volta pelo correio depois que houver sido feito o contato de avaliação e estabelecido algum plano de nutrição espiritual.

As “caixas de culpa” estão vazias na Pensilvânia. Os arquivos dos nomes de interessados nas igrejas da associação estão se tornando boas fontes de novos membros. As pessoas estão encontrando alegria e satisfação ao trabalhar juntas, como uma equipe, para assegurar que todo nome recebido obtenha atenção individual. O Plano Coordenador de Interessados está funcionando aqui na Pensilvânia. E também poderá ser uma realidade para você!

Um manual de adestramento que trata da maioria dos pormenores delineados neste artigo foi experimentado e aprimorado nalguns Campos, no decorrer de três edições. Agora se acha disponível em sua forma mais completa, e pode constituir a base de programas de preparo e adestramento nas igrejas. O preço do exemplar é de quatro dólares. Os pedidos podem ser feitos a: Nash Printing, P. O. Box 503, Lansdale, PA 19446, através dos canais competentes.