From 1888 to Apostasy: The Case of A. T. Jones
George R. Knight, Review and Herald Publishing Association, Washington D. C., 1987, 288 páginas. Revisado por Lyndon McDowell, pastor na área de Washington, D. C.
Fazia muito tempo que não me deleitava com a leitura de um livro sobre história denominacional, o que equivale a dizer que me deleitei com este. O livro faz parte da série centenária de 1888, publicada pela Review and Herald. Parece original.
Na igreja adventista do sétimo dia, o nome de Waggoner e o de Jones têm estado inseparavelmente ligados com a doutrina da justificação pela fé. Grupos diversos fazem uso dos escritos desses homens, a fim de defender uma grande variedade de destaques. George Knight trouxe Jones da obscuridade da história e o levou para a luz. Ele o descreve acertadamente como “uma das personalidades mais fascinantes que já ornamentaram o púlpito adventista.” Jones foi também um dos pregadores mais controvertidos que a Igreja já teve.
George Knight, porém, fez mais do que trazer Jones à evidência da história. Ele focalizou as questões da teologia adventista que ainda defendemos hoje. Ele as menciona no prefácio para o livro: o significado da sessão da Associação Geral de 1888; o problema de 1893 e a demora do retorno de Cristo; a natureza da santificação; o movimento adventista da carne-santa; os dons carismáticos; o papel de Ellen White; a natureza humana de Cristo; a Igreja e as relações com o Estado, e a organização da Igreja. Como salienta o autor, “a biografia de A. T. Jones não é apenas uma história fascinante, mas está pejada de significado contemporâneo”.
Todo ministro que deseja unir-se nas discussões contemporâneas, deveria ler este livro para entender a montagem dessas questões. A leitura cuidadosa, deve tornar mais tolerante o dogmático, e despertar o indiferente para as causas fundamentais dos assuntos hoje discutidos. Pode também persuadir aqueles que têm inclinação para independência, de que o que eles consideram como zelo vindo de Deus para reformar, na verdade pode ser apenas uma aberração de personalidade!
The Lord’s Day
Compilado por James P. Westberry, Broadman Press, Nashville, Tennessee, 287 páginas. Revisado por Clifford Glodstein, editor do Shabbat Shalom.
O ano de 1888 é importante para o Adventismo, mas há outro grupo que também está comemorando este centenário. A Aliança do Dia do Senhor, dos Estados Unidos, a “única organização nacional cujo solene propósito é a manutenção e cultivo do primeiro dia da semana como tempo para descanso, adoração, Educação Cristã e Reavivamento Espiritual”, publicou, na comemoração do seu aniversário de cem anos, The Lord’s Day. Compilado pelo diretor executivo da Aliança do Dia do Senhor, o Dr. James P. Westberry, o livro é composto de trinta artigos, sermões e palestras apresentados pelos pastores e leigos através dos anos, sobre o sábado “cristão”.
É leitura fascinante para os adventistas do sétimo dia. A despeito da pouca tecnicidade de ter escolhido o dia errado, o livro tem pontos interessantes sobre a observância do sábado. Falando sobre uma pessoa que capinou milho no “sábado”, Fredrick Harris escreveu: “Há uma penalidade ao plantar e capinar milho no domingo, mas essa não se verifica no milho; ocorre na pessoa.”
Infelizmente, o livro está cheio das costumeiras polêmicas em favor da guarda do domingo — os mesmos surrados textos, raciocínios e argumentos sobre a ressurreição, o partir do pão no primeiro dia da semana, etc. Em um dos menores capítulos, “Evidência em Favor do Culto no Domingo: Richard W. DeHaan afirma a seus leitores que uma pequena minoria da cristandade insiste “em guardar o sábado como o descanso semanal”. De todos estes argumentos, o mais sem sentido foi o de que “na conclusão do Concilio da Igreja (Atos 15), os cristãos gentios foram admoestados a abster-se de certas coisas — mas nenhuma palavra foi dita com respeito à guarda do sábado”. Obviamente, poder-se-ia dizer a mesma coisa de qualquer dos outros mandamentos.
Mais de uma vez, prevalece a idéia de que o domingo é o dia do Senhor e de que os Estados Unidos necessitam de leis para protegê-lo. Disse um contribuinte: “Posso ter ‘leis azuis’ implantadas em minhas veias, mas posso não guardá-las.”
The LorcTs Day pode ser engraçado em algumas partes, mas desalentador em outras.
The Unknown Prophet (O Profeta Desconhecido)
Delbert W. Baker, Review and Herald Publishing Association, Hagerstown, Maryland, 1987, 160 páginas. Revisado por Ella M. Rydzewski, secretária editorial da revista MINISTRY.
Este livro merece atenção especial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Cinco anos de cuidadosa pesquisa foram gastos nesta biografia de um notável pioneiro do movimento do Advento. A vida de William Foy, um jovem ministro negro de Nova Inglaterra, tem sido pouco conhecida dos membros da Igreja. Freqüentemente, tem sido confundido com Hazen Foss, que rejeitou o chamado de Deus para ser profeta. William Foy não rejeitou seu chamado, mas entre os anos de 1842 e 1844, cumpriu fielmente sua função especial como mensageiro do povo de Deus durante os anos que antecederam o Desapontamento. Foy era homem humilde, mas um pregador poderoso e inteligente ao falar nas várias igrejas sobre sua experiência. Teve sua primeira visão numa reunião de oração em Boston, em 18 de janeiro de 1842. O que se sabe disto e de suas visões subsequentes, é descrito de forma comovente. (De acordo com Ellen White, Foy teve quatro visões, mas nada se sabe da última delas.) Parece que se as pessoas tivessem entendido as implicações das visões, poderiam ter evitado o desapontamento de 1844, ou pelo menos se preparado para ele.
Após o desapontamento, Foy ouviu Ellen White falar, e os dois partilharam suas experiências. Logo depois, Foy desapareceu do cenário, como se temesse diminuir a obra que passara a Ellen White. Seus anos posteriores foram passados no silêncio da obra pastoral em áreas rurais.
Eis uma história que deve ser lida pelos adventistas, e sobre a qual se deve meditar. Como nos dias de Foy, ela representa a certeza do cuidado pessoal de Deus por Seu povo, e pode motivá-lo para a necessidade de reavivamento e preparo para a terrível prova que está adiante.
1888 Re-examined: 1888-1988, the Story of a Century of confrontation between God and His people.
Revisado pelos autores originais, Robert J. Wieland e Donald K. Short, The 1888 Message Study Committee, 2067 Combie road, Meadow Vista, Califórnia, 95722, 1987,213 páginas. Revisado por C. Mervyn Maxwell, Andrews University.
Não se pode concordar com tudo o que está nele, mas este livro trata de um assunto importante. É um livro cruzadista. A edição original era quase que forte demais para ser lida. A nova edição, porém, fala brandamente de irmãos errantes, esperançosos, de uma igreja errante, e gratos pelos convites de Deus ao arrependimento.
De maneira compreensiva, não se faz menção alguma a “arrependimento corporativo”, e muito pouco à “natureza pecadora de Cristo”, expressões que serviram de pedra de tropeço, antigamente, para muitos admiradores de Wieland e Short.
A fim de entendermos o que as pessoas dizem, precisamos saber onde elas estão querendo chegar. Isto é verdade especialmente quando as pessoas dizem coisas cruzadistas.
Assim, aonde estão querendo chegar os autores deste livro cruzadista? Robert Wieland e Donald Short prepararam o manuscrito que se tornou a edição original de 1888 Re-Examined para revisão pela Comissão de Estudos da Associação Geral. O resultado foi o desalento que eles sentiram quanto a certos aspectos da sessão da Associação Geral de 1950, a que eles assistiram como missionários de carreira licenciados da África. O que os deixou incomodados na sessão de 1950 foi o contraste que eles perceberam entre o que aconteceu em 1888 e a similaridade com o que ocorreu em 1893.
Princípalmente Wieland, esteve absorvido com os escritos de E. J. Waggoner e os sermões de A. T. Jones e interessado no que disse Ellen White sobre as mensagens de Waggoner de 1888 e sobre Waggoner e Jones como pessoas.
Na sessão da Associação Geral de 1950, Wieland e Short ouviram um oficial recentemente eleito apelar para que os delegados “duplicassem o número de membros” durante o quadriênio que se iniciava — e para que recebessem o poder da chuva serôdia a fim de alcançarem aquele honroso alvo apenas pelo fato de crerem que receberiam a chuva serôdia. Isso se assemelhava muito ao que os jovens missionários sabiam que W. W. Prescott havia feito com os delegados, na sessão de 1893, instando com eles para que cressem.
Todavia, crer apenas que haviam recebido a chuva serôdia não conferiu aos adventistas de 1893 o poder para pregar o “alto clamor” que devia iluminar a Terra com a glória de Deus, e os autores não viam nenhuma razão para esperar qualquer mudança em 1950. Em lugar disso, Wieland e Short apelaram aos líderes para que voltassem à sessão de 1888.
Na Conferência Geral de Mineápolis de 1888, disseram eles, foi apresentada uma mensagem à qual Ellen White se referiu como sendo o começo do alto clamor de Apocalipse 18:1-4 — precisamente aquilo que o presidente da Associação Geral estava aguardando. Ela a chamou de “a mensagem do terceiro anjo” e indicou que ela apresentava “a justificação por meio da fé no Penhor” de maneira que levava “à obediência a todos os mandamentos de Deus”. Era uma mensagem grandemente centralizada em Cristo, que exaltava a cruz e levava a sincero arrependimento do pecado, ajudando assim as pessoas a atingirem uma condição básica para receber a chuva serôdia.
Wieland e Short mimeografaram apenas 17 cópias de seu estudo de 204 páginas, destinando-as apenas à apreciação da liderança. Alguns, entretanto, conseguiram uma cópia com alguns deles, e logo as pessoas aqui, ali e acolá foram datilografando cópias inteiras para si mesmas e para seus amigos. Com o passar do tempo, primeiro um tipógrafo, depois outro, distribuíram cópias aos milhares.
A circulação da primeira edição de 1888 Re-Examined, além da circulação dos livros escritos para refutá-lo e das notícias sobre as comissões que de tempos em tempos se reuniam para discutir a situação, ao lado da existência de Robert Brinsmead, que fez uso particular de 1888 Re-Examined, contribuíram tanto para o interesse atual por 1888, que parece correto dizer que Wieland e Short são responsáveis mais do que qualquer outra pessoa que agora vive pelo interesse atual por 1888.
Wieland e Short afirmam categoricamente que a Mensagem de 1888 não é a mesma mensagem de justificação pela fé ensinada por Lutero, Wesley ou os colegas Keswick, ou Hannah Whiteall Smith, ou os seguidores de Vida Vitoriosa, todas pregadas pelos adventistas do sétimo dia, dizem eles. Assim não pode ser, insistem eles, se ela é a mensagem do terceiro anjo e combina a fé de Jesus com a obediência a todos os mandamentos de Deus.
Outra preocupação dos autores é que muitos líderes e escritores adventistas têm procurado provar que 1888 foi um grande triunfo, que apenas alguns líderes se opuseram à mensagem e que mesmo estes logo a aceitaram.
Em resposta, 1888 Re-Examined enfileira documentação para mostrar que em 1902 Ellen White relatou que fora “informada de que a terrível experiência (não a gloriosa mensagem!) da Conferência de Mineápolis é um dos mais tristes capítulos da história dos crentes na verdade presente”. Em outro lugar, ela disse que o espírito que “prevaleceu” entre a liderança da Igreja na reunião de 1888 foi o de rejeição à mensagem; que a liderança denominacional revelou ali o espírito daqueles que expulsaram Jesus da cidade de Nazaré, na verdade, o espírito do próprio Satanás. Ela observou com pesar que algumas das principais confissões feitas pelos líderes depois de Mineápolis não foram profundas o suficiente para extirpar-lhes as raízes de amargura.
No início dos anos 1970 Emmet K. Vande Vere, Richard W. Schwarz e eu, fomos indicados pela Comissão da Associação Geral para examinar os aspectos históricos da posição de Wieland e Short. Concluímos unanimemente que embora não apreciássemos a maneira em que aqueles homens diziam às vezes as coisas, sua análise da história foi muito precisa. Sua percepção, porém, do conteúdo da Mensagem de 1888 não foi muito acertada.
O livro contém suas imperfeições. Ele é menos sombrio do que a primeira edição, mas raramente é desanuviado. Testemunhos Para Ministros parece mais alegre, embora seja igualmente sério. Wieland e Short defenderam demais a Waggoner e Jones, creio eu. Estou certo de que, comparados com alguns irmãos, eles foram gentis, mas duvido que me sentisse z vontade discutindo assuntos com o astuto debatedor (Waggoner) que escreveu The Law in the Book of Galatians.
Uma inexatidão aparece quando Wieland e Short se referem repetidamente à Mensagem de 1888 como o começo da “chuva serôdia e do alto clamor”. O alto clamor é Compreensivelmente uma mensagem, e há a autoridade de Ellen White em favor da aplicação da expressão à Mensagem de 1888. Não entendo, porém, como a chuva serôdia possa ser uma mensagem. Em defesa deste conceito eles têm apenas as palavras de A. T. Jones.
Em uma carta lida na sessão da Associação Geral de 1893, Ellen White prometeu que a experiência de 1888 “algum dia” “será vista em sua verdadeira relação com todo fardo de pesar que dela resultou.” Wieland e Short confiam em que esse “dia” está muito próximo. Eles esperam que no devido tempo o 1888 Re-Examined revisado se tornará uma contribuição.
Diversity in Faith — Unity in Christ: Orthodoxy, Liberalism, Pietism and Beyond
Shirley C. Guthrie, Jr., Westminster Press, Filadélfia, Pensilvânia, 1986, 144 páginas. Revisado por Wayne Willey, pastor em Amesbury, Massachusetts.
Este livro bem escrito é uma introdução concisa e, contudo, precisa à “ortodoxia”, ao “liberalismo” e ao “pietismo”. E se este fosse o único benefício obtido da leitura, já se teria empregado bem o tempo.
Guthrie faz mais do que descrever ou definir estas “correntes” dentro do cristianismo. Ele as analisa pelo exame de seu vigor e fraquezas. Como resultado, o livro deve levar a uma nova compreensão de cada ponto de vista que pode servir de base para diálogo e apreciação onde antes havia discussão. Embora a contribuição mais significativa do livro possa não ser a análise, o desafio aos leitores vai “além” dessas percepções limitadas de ser cristão. Ele nos conclama a um “testemunho para Jesus Cristo” que resulte na mesma dedicação à verdade encontrada na “ortodoxia”, à mesma espiritualidade profunda encontrada no “pietismo” e à consciência e interesse sociais pelas pessoas encontrados no “liberalismo”.
Isto levará a exame pessoal. Nunca, porém, dirigirá a atenção para a pessoa de Cristo, para definir o que significa ser um cristão.
Be My Witnesses
Darrell L. Guder, William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Michigan, 1985, 285 páginas. Revisado pelo Dr. DeWitt S. Williams, diretor associado, Departamento de Saúde e Temperança da Associação Geral.
O autor de Be My Witnesses foi diretor de colégio, pastor e professor nos Estados Unidos e Europa. De sua vasta experiência ele nos traz uma imagem da Igreja como um movimento defeituoso e desapontador, mas um movimento que Deus ainda não concluiu. Pode ainda revelar quem é Cristo e o que Ele faz. As Escrituras são o testemunho escrito e os seres humanos Suas testemunhas visíveis.
Os santos que compõem a Igreja no grande movimento da história da salvação são agentes pelos quais a mensagem das ações de reconciliação de Deus devem tornar-se conhecidas ao mundo. No Pentecostes, Sua Igreja foi revestida de poder e ainda o está, para desempenhar a missão que lhe foi designada. Isto, a despeito das grandes instituições de hoje, caracterizadas por suas inconveniências conhecidas: complexidade, burocracia, falência de poder, políticas, resistência a mudança, apego ao status quo, etc.
Guder afirma que a Igreja seria mais semelhante ao tabernáculo do que ao templo do antigo concerto. O templo é imóvel, um centro de atividades religiosas. Ela tende a ter um fim em si mesma, um complexo massivo e dispendioso, cuja prática é para sua própria continuação. Os tabernáculos, contudo, são notáveis como uma expressão de fé. A tenda do antigo concerto não era fixa, mas andava com o povo, sempre que eles seguissem a direção de Deus no novo território. O tabernáculo chamava constantemente a atenção do povo para as ações de Deus, sua presença entre eles, Sua vontade e direção.
Sublinhando a necessidade de a Igreja estar envolvida no mundo, mas não do mundo, Guder olha para aquela pausa estratégica (Efés. 4:11 e 12). A pausa indica que o mapa da organização da igreja devia ser uma pirâmide invertida, com a parte mais larga no topo, representando os membros, enquanto os ministros especializados deviam ser servos dos servos de Deus. A esperança, também, é que os membros venham a entender-se, não como consumidores dos serviços religiosos, mas como participantes no ministério.