Estou preparando este editorial, mas o título me incomoda; não gosto dele. Durante toda a minha vida quis ser pastor; tenho já 28 anos de ministério e meu espírito se inquieta ante a idéia de que o púlpito adventista apresente uma pregação fracassada. Tenho, porém, aberto o livro Serviço Cristão de Ellen G. White na página 57 e me faz tremer. Diz ali: “E evidente que todos os sermões pregados não têm desenvolvido uma numerosa classe de obreiros abnegados. Es-te assunto deve ser considerado como envolvendo os mais sérios resultados. Acha-se em jogo o nosso destino para a eternidade. As igrejas estão-se estiolando porque têm deixado de empregar seus talentos na difusão da luz. Devem-se dar cuidadosas instruções, as quais serão como lições provindas do Mestre, para que todos possam usar praticamente a luz que possuem.”

Por certo, devemos pregar! É para esta época em que muitos não sofrem a sã dou-trina que São Paulo nos escreve: ‘‘Conjuro-te pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mor-tos, na Sua vinda e no Seu reino, que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” (II Tim. 4:1 e 2.) Mas a serva do Senhor ainda nos apresenta algo em que pensar:

“Tem havido demasiado sermonizar para o povo; mas têm eles sido ensinados a trabalhar por aqueles por quem Cristo morreu? Tem-se delineado um ramo de trabalho, colocando-o ante eles de tal modo que cada qual viu a necessidade de tomar parte na obra?” — Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 64.

Vamos usar o púlpito com a finalidade para a qual o Senhor o destinou: Pregar a Cris-to, erguendo-O diante dos homens como a única esperança de salvação; como o vencedor no grande conflito, que virá buscar os Seus e que receberá o reino, o poder e a glória. Mas o usemos também para ensinar o povo de Deus a realizar a obra que lhe foi confiada. Para isso o Senhor nos concedeu dons, separou-nos para o sagrado ministério e nos confia um púlpito para pregar (Efés. 4:11-13).

E temos aqui uma particularidade que tornará vitoriosos os nossos púlpitos:

‘‘Não somente deve haver ensino, mas trabalho real, sob a direção de instrutores experientes. Que os mestres vão à frente no trabalho entre o povo, e outros, unindo-se a eles, aprenderão em seu exemplo. Um exemplo vale mais que muitos preceitos.” — Serviço Cristão, pág. 54.

Daniel Belvedere