Desde os primórdios da História humana existe uma tendência constante de rompimento com o sistema vigente. As leis, as regras sociais e normas de convivência são tidas na categoria de obsoletas. Isso faz com que as propostas de mudanças não apenas sejam bem-vindas como, também, passem a ser vistas com fascínio e perseguidas com todas as forças. Neste final de século e de milênio, a questão de ordem não é diversa. Pelo contrário, a decepção dos povos com os sistemas políticos em curso, ou já experimentados, tem causado um forte anseio por justiça, paz e segurança, que leva os homens mais do que nunca a desejarem algo novo.

Como afirma Brooks Alexander, fundador do Spiritual Counterfeits Project (Projeto Falsificações Espirituais), “Este tipo de visão de maneira alguma é apenas objeto de um sonho utópico e vão! Pelo contrário. As mais antigas tradições da humanidade concordam entre si em sua expectativa de um tempo de paz, verdade e harmonia. Pode se tratar da esperança de um alegre reino milenar ou a Era de Aquário, uma era de iluminação; também pode ser chamado o próximo passo na evolução do homem, Nova Era ou transformação vindoura. Qualquer que seja o nome desta esperança, multidões anseiam por ela, e muitos se empenham para que ela se torne realidade”.1

Histórico e significado

Nestes últimos dias, milhares de pessoas estão sendo atraídas a um movimento de configuração mundial que traz em seu bojo a promessa de solução para os mais angustiantes problemas da humanidade. A Nova Era procura criar um novo estado de coisas visando a uma unificação política, econômica e religiosa entre todas as pessoas. É a substituição da época de peixes (símbolo do cristianismo) pela Era de Aquário. A promessa do movimento é: paz e segurança sob a égide de um novo sistema mundial, que redundem na felicidade para o homem.

A gênese desse movimento pode ser traçada a partir do ano de 1875, quando a russa Helena Petrovna Blavastsky obteve comunicações com os “Mestres Cósmicos” que lhe informaram sobre a necessidade da implantação de uma nova ordem em âmbito mundial, baseada num determinado plano cujos símbolos, detalhes e objetivos finais lhe foram anunciados pelos referidos mestres. Esse plano, para cuja elaboração final contou com “mensagens” recebidas pela médium inglesa Alice Bailey, deveria durante 100 anos ser do conhecimento apenas de pessoas “iluminadas” e depois então ser gradativamente divulgado de forma aberta.2

Objetivo e crenças

Unidade na diversidade”, esse é um dos slogans da Nova Era que se propõe a instituir uma nova ordem mundial caracterizada pela consciência de grupo e pelo espírito de cooperação. O objetivo político é caminhar para o domínio do mundo. Para que isso ocorra, o movimento conta com milhares de organizações e pessoas espalhadas por todo o planeta, que defendem o plano da Nova Era e trabalham intensamente na promoção ou divulgação das suas ideias. Entre esses, na hierarquia espiritual da Nova Era, encontramos o Novo Grupo de Servidores do Mundo formado por pessoas que trabalham pela implantação desse novo sistema.

Para a socióloga norte-americana Marylin Ferguson, autora do best-seller Conspiração Aquariana, a bíblia desse movimento, “está se armando uma vigorosa rede, sem lideranças, que trabalha para transformar radicalmente o nosso mundo. Os seus membros libertaram-se de determinadas concepções que marcam a mentalidade ocidental… essa rede é a conspiração suave sob o signo de Aquário. Uma conspiração destituída de doutrinas e manifestos políticos. Conspiradores ativos fazem perguntas incômodas, questionando o establishment num processo que vai de dentro para fora”.3

Essa marcação cerrada de posições, tendo em vista ocupar “espaços estratégicos” e novos adeptos, segundo Alice Bailey, está presente em todas as denominações religiosas e tende a se intensificar: “Há anos eu dizia que a guerra, que viria depois desta, seria travada no campo das religiões mundiais. Porém esta batalha não pode ocorrer mediante o assassinato e derramamento de sangue. Ela será travada, principalmente, no campo espiritual usando as ideias. Também abrangerá o campo emocional, e isso, em referência ao posicionamento de idealismo fanático dos fundamentalistas. Este fanatismo enraizado, que sempre pode ser encontrado nos grupos reacionários, irá combater o surgimento e a expansão da religião vindoura e do esoterismo. … É de se esperar que eles vão lutar pela ordem vigente… eles estão se preparando para isto… a futura batalha será travada dentro das igrejas”.4

Sincretismo religioso

Talvez a melhor representação ou modelo que se aplique à Nova Era seja o apresentá-la como um enorme guarda-chuva sob o qual estariam abrigadas ou virão a abrigar-se as mais diversas religiões, seitas, ideologias e correntes filosóficas. Segundo Georges Stéveny, “Ela pretende ser a super-religião, a síntese e superação de todas as religiões, a superideologia, a superética, o supertudo”.5

A religião da Nova Era não pretende eliminar, em princípio, as outras religiões e nem mesmo identificar-se como uma nova religião. O seu projeto consiste em “converter” as religiões vigentes aos moldes de suas doutrinas, infiltrando-as no seio dessas religiões constituídas.

Ela deseja convergir a si o judaísmo, o islamismo, o cristianismo e as religiões orientais; promovendo, dessa forma, a descaracterização da fé. Através da sutileza de seus ardis, pretende alcançar os seguintes alvos:

• Descaracterização da personalidade de Deus. Deus é tudo. Ele é apresentado como uma força, uma energia, uma consciência universal; o que traduz a fina essência do panteísmo.

• Deificação do homem. Despertar o homem para a conscientização de que ele pode chegar a ser um deus por meio do desbloqueio das energias cósmicas presentes no corpo humano.

• Extinção da ideia de pecado. Eliminar a consciência do pecado como elemento responsável pela degeneração do homem, substituindo-a pela ignorância sobre a sua própria divindade; o que o ser humano precisa é se tornar cada vez mais consciente de suas potencialidades.

• Negação do juízo. Eliminar a consciência do julgamento futuro, substituindo-a pelo processo da reencarnação. A essa visão satânica estariam associados diversos tratamentos médicos e terapias psiquiátricas ou psicológicas tais como: Regressão e Terapia das Vidas Passadas.

• Implantar uma nova liderança espiritual. Decretar como o primeiro e o melhor mestre o Maitreya (o cristo da Nova Era). Há uma febre de esperanças e expectativas por toda a parte. Os judeus até hoje esperam o seu Messias, os muçulmanos o seu Imán Majdi, os budistas esperam o quinto Buda e os cristãos o advento de Jesus Cristo. Para a Nova Era, esses mestres desempenharam funções excepcionais guiando a humanidade no decurso de suas existências. “Porém agora o Maitreya, que alcançou o mais alto grau na escala espiritual, o sétimo, está a ponto de inaugurar oficialmente a Nova Era, impondo a todos os homens a nova religião. Os que a rechaçarem sofrerão represálias e o extermínio.”6

Consciência cósmica

Através dos anos, principalmente nestas duas últimas décadas, os meios de comunicação vêm trabalhando a cabeça das pessoas no sentido de aceitarem práticas e conceitos ocultistas que fundamentam os princípios básicos desse movimento. As crenças populares foram manipuladas e conduzidas nessa direção, haja vista o fato de a Nova Era alimentar-se das fontes místicas assim como o parasito do corpo sobre o qual está agarrado.

No Brasil, há dois periódicos que muito contribuem para a propagação dessas ideias. São as revistas “Planeta” e “Ano Zero” que juntamente com outras publicações, jornais e livros, têm alcançado grande êxito no sentido de popularizar o espiritualismo, as práticas esotéricas tais como: Energização, Clarividência, Telepatia, Cristalterapia, Meditação transcendental, Hipnose, Yoga, Ufologia, Pirâmides, Cosmovisão, etc.

Quando se fala em livros, o grande boom no mercado editorial se dá com os livros esotéricos. A procura é grande. Nunca se vendeu tanto, afirmam os editores e livreiros. Os livros de ocultismo e outros que apresentam uma visão do mundo “dos espíritos” figuram entre os mais vendidos em todo o País. Na XI Bienal do Livro, em São Paulo, foram vendidos cerca de 6.500 livros espíritas.

O escritor mais vendido no Brasil é o esotérico Paulo Coelho, mago de uma ordem espanhola chamada Regnum Agnus Mundi (RAM). Com livros de qualidade literária questionável, recheados de mal contadas histórias metafísicas, banhadas de um misticismo difuso, mas altamente lucrativos só ele conseguiu a proeza de colocar, ao mesmo tempo, quatro livros — As Valquírias, O Alquimista, Brida e Diário de Um Mago — entre os dez mais vendidos em todo o Brasil.7

Para chegar ao status de celebridade por seu misticismo altamente rentável, Paulo Coelho precisou percorrer muitos caminhos, provavelmente como uma preparação para o que viria depois. Segundo informa Robson Luiz Ramos8, além de uma passagem pelas drogas ele foi hippie, budista, xintoísta, hare-krishna e adepto dos “meninos de Deus”. No plano “material” compôs várias músicas com o roqueiro Raul Seixas, dirigiu uma revista falida e escreveu algumas peças teatrais que não deram em nada. Tudo indica que, depois de muito tentar e buscar, como muitos outros que andam por aí explorando o sagrado e a religiosidade, o mago Paulo Coelho conseguiu tirar do chapéu do misticismo o seu coelho dourado.

Catequese infantil

Como todos os movimentos religiosos ou ideológicos que visam à manipulação das consciências individuais, moldando conceitos e redefinindo novos padrões de comportamento, a Nova Era tem como público-alvo em caráter especial os jovens e as crianças. Nessa direção ela investe maciçamente na música, nas diversas áreas culturais e, principalmente, nas programações dos grandes meios de comunicação de massas.

De longe desponta como o mais importante meio de disseminação dos princípios da Nova Era. Seus programas promovem o questionamento e destruição das instituições (o casamento e família, por exemplo), dos valores morais; essa corrosão dos princípios éticos e religiosos propicia o ambiente ideal para a implantação de uma Nova Era no comportamento humano.

A programação infantil, como afirma o Pastor Joel Stevanato em “Nova Era — O Preparo do Mundo Para o Reinado do Anticristo”, baseia-se num seguinte fato ou “pregação”: A solução para os problemas da humanidade está na vinda de um ser de outro planeta que, com seus poderes sobrenaturais, ajuda aos homens. É exatamente isso o que a Nova Era prega — é o He-Man com sua espada mágica, Jaspion, Chargeman, As Tartarugas Ninjas, entre muitos outros, que estão impregnados de artes marciais e, o que é pior, cheios de princípios de Cosmovisão e Espiritismo.

O programa da Xuxa, que durante muitos anos foi ao ar, possuía na sua abertura um arco-íris, que para a Nova Era significa a ponte de ligação da alma do homem com as forças do cosmos e com o próprio Lúcifer, e um unicórnio, símbolo da absoluta liberdade de opção sexual. No final, ela se “despedia do planeta Terra” e subia numa nave espacial. Isso provoca as mais impressivas manipulações na mente infantil. As pessoas, que estão sendo acostumadas desde a infância a verem os seres de outros planetas (Cosmos) como bonzinhos, engraçados e meigos (veja o Alf e o E.T., por exemplo), associam os fatos e introduzem esses falsos ensinos como sendo conceitos reais em sua existência (para verificar isso é só olhar para as bilheterias de filmes do gênero ‘‘Guerra nas estrelas”, “O império Contra-ataca” e o próprio E.T. — recorde de bilheteria de todos os tempos — e o avanço da Ufologia).

Medicina Holística

Uma das mais perigosas armas na estratégia dos enganos satânicos é o que militarmente chamamos de simulação. Essa palavra deriva do verbo simular que significa “fingir, representar com semelhança; aparentar; disfarçar; fazer o simulacro (efígie, estátua, figura que imita outra verdadeira)”.9 O que traduz-se como sendo o esforço deliberado de Satanás em apresentar o erro como verdade e, também, valendo-se de coisas em si mesmas boas e verdadeiras, pervertendo-lhes o sentido, colocar diante de nós “meias-verdades”.

A medicina da Nova Era comanda uma parafernália de tratamentos e recursos terapêuticos, todos esses abrigados sob nomes pomposos tais como: Medicina Humanizada, Medicina Alternativa, Medicina Psicossomática ou Medicina Holística. Todos esses nomes, ou práticas na área de saúde relacionadas aos mesmos, consistem no contexto da nova Era de perversões da verdade. É o que se denomina “partir de premissas verdadeiras e estabelecer conclusões falsas”; ou formular um falso modelo a partir de um princípio genuíno e inquestionável.

O princípio em si é a psicossomática, a irrefutável interrelação entre a psiquê (mente) e o soma (corpo). Cerca de cinco séculos antes de Cristo o sábio Salomão já afirmava: “Porque como imaginou na sua alma, assim é” (Provérbios 23:7).10 A Nova Era perverte esse princípio amalgamando-o com a cosmovisão, o ocultismo e as práticas orientais.

Segundo a crença hinduísta, adotada pela Nova Era, o homem possui em seu corpo centros energéticos chamados Chacras que possuem uma energia denominada Cundalini, a qual precisa ser despertada. A Yoga, entre outras práticas transcendentais, funciona como um elemento despertador da Cundalini. Esses centros energéticos estão ligados a espíritos situados fora do corpo, numa região denominada região astral. Através da Yoga esses espíritos são atraídos e despertam a energia adormecida.

Um artigo publicado no jornal “Metrô News” em 10 de outubro de 1991 expressa de maneira clara o que a Nova Era apresenta como Medicina Psicossomática ou Holística: “… É fundamental, para a saúde, considerar o homem total: físico, o corpo energético (alma), e espírito — cuja manifestação mais conhecida é a mente humana… Sendo o homem uma tríplice unidade, conclui-se que é necessário uma equipe multidisciplinar para cuidar de sua saúde, afirma o frei Miguel Lucas. Essa equipe incluiria: médicos, psicólogos, parapsicólogos e teólogos. … A parapsicologia estuda o corpo energético que é formado por dois campos de energia, um cósmico (positivo, advém do espaço) e outro telúrico (negativo, advém da crosta terrestre)”. Segundo a pregação da Nova Era, a saúde é proveniente do equilíbrio entre essas duas forças.

Pensamento positivo

A Nova Era pretende criar um novo homem e um novo mundo recorrendo unicamente às potencialidades interiores do próprio ser humano. Esse movimento pretende despertar o homem para a conscientização de que ele não é diferente de Deus, pois possui uma substância luminosa divina. Através dos seus ensinos e práticas o homem é deificado, torna-se deus e senhor de seu destino. Ele é levado dessa forma a buscar a solução para os seus problemas em si mesmo. Não precisa de Deus, é deus. Só precisa desbloquear a sua energia realizadora.

Todos os processos terapêuticos, como vimos, todos os desenvolvimentos do ser humano (em todas as áreas e níveis), convergem para esse ponto na ótica, filosofia e práticas da Nova Era. Para citar apenas um exemplo no tocante aos processos curativos desse movimento, o tratamento à base de remédios florais, através do seu maior expoente, enuncia: “Todo processo verdadeiro de cura é uma afirmação da nossa totalidade… nos pontos de mudança de chave da nossa personalidade, onde as energias vitais são canalizadas de modo errado ou bloqueadas, os remédios restabelecem contato com a nossa totalidade, a nossa verdadeira fonte de energia … em última instância, nós mesmos, o princípio universal da cura ou o divino poder de cura existente dentro de nós, permitimos e possibilitamos a cura’’.11

Outra das grandes vertentes disseminadoras desse pensamento são as publicações conhecidas como livros de auto-ajuda. São títulos tais como: Realize as Suas Aspirações, Você Pode se Acha que Pode, Você Pode Curar sua Vida, O Poder do Pensamento Positivo, entre outros. No Brasil, o grande expoente dessa corrente literária é o médico Lair Ribeiro que, após o sucesso estrondoso dos seus volumes de estreia, O Sucesso Não Ocorre Por Acaso Comunicação Global, lançou Prosperidade — Fazendo Amizade com o Dinheiro, com o qual pretende atingir a inacreditável soma de 1 milhão de exemplares vendidos.

“Seus livros são cerebrais. Mesmo. Ensinam as pessoas a expandirem seu potencial de inteligência e a acabar com o uso limitado que se faz do cérebro.”12 Lair Ribeiro, que aparece logo depois de Paulo Coelho com o 2º e o 3º lugares entre os dez livros mais vendidos em todos o País, justifica o seu grande sucesso com a seguinte afirmativa: “A auto-ajuda é um fenômeno mundial. O indivíduo se conscientizou que é o responsável por si mesmo”.13

Para se conferir como essas ideias estão disseminadas e arraigadas na cabeça das pessoas é só ler a entrevista do jogador de futebol Raí, nas páginas amarelas da revista Veja. Reproduzimos a seguir parte do texto:

“ Veja — Você é místico?

“Raí— Não sou esotérico de carteirinha, mas tenho o hábito de pensar positivo, acreditar que pode dar certo. Acho que isso atrai coisas boas e vejo resultados práticos na minha vida.

“Veja — É o pensamento positivo que garante o seu bom desempenho nas finais?

“Raí— Acho que ajuda muito. … No Japão, senti uma energia muito forte antes do jogo e consegui marcar os dois gols.”14

Falso evangelho

Temos apresentado diversas das inúmeras vertentes dos ensinos enganosos da Nova Era; porém, apenas tocamos na pontinha do imenso iceberg que começa a “desnudar-se” diante de nós. A mais profunda análise desse movimento, suas correspondentes e incalculáveis implicações, estão diante de nós. O espaço, contudo, permitirá apenas uma breve reflexão quanto a esse sentido maior que permeia todos os ensinos e práticas da Nova Era.

A questão central envolve o cerne do evangelho. “A opinião de que não é de consequência alguma o que os homens creiam, é um dos enganos mais bem-sucedidos de Satanás. Ele sabe que a verdade, recebida por amor à mesma, santifica a alma de quem a recebe; portanto, está constantemente a procurar substituí-la por falsas teorias e fábulas, ou por outro evangelho.”15

A Nova Era surgiu com uma nova proposta ou reinterpretação do evangelho. Isso é evidenciado pela natureza dos seus ensinos e práticas e torna-se claro pelas afirmativas dos seus adeptos e líderes mundiais. O físico David Bohm, afirmou: “Vamos sair das igrejas demasiado estreitas, vamos abandonar as religiões esclerosadas, vamos abrir-nos a todas as correntes vitais. … O evangelho é um paradigma ultrapassado. Temos que apresentar um novo”.16

Benjamim Creme elimina as dúvidas quanto à natureza deste “novo evangelho” ao dizer que “as igrejas cristãs têm oferecido ao mundo uma concepção de Cristo inaceitável para o homem moderno: a ideia de um único Filho de Deus, sacrificado por um Pai amoroso, com o fim de salvar-nos da consequência de nossos pecados; em um sacrifício cruel, tomado diretamente da velha lei judaica”.17 Creme ainda sentencia: “Nós temos recusado essa concepção…”

A base de toda religião falsa inequivocamente levará sempre o ser humano a olhar para dentro de si, desviando os seus olhos da cruz e da obra completa da salvação na pessoa de Cristo. Essa tendência é tão velha quanto o nosso mundo, tão antiga quanto o pecado (ver Gênesis 4:3 a 5; Mateus 14:25 a 30; Lucas 18:9 a 14). Até mesmo os discípulos de Jesus estavam constantemente pendendo para esse lado: “Então regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem… alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão arrolados nos Céus” (Lucas 10:17 a 20).

Jesus buscava sempre fazer convergir os olhos dos Seus discípulos e demais seguidores para a Sua Obra, o Seu sacrifício (verdadeiro evangelho). Procurava retirá-los da destrutiva autocontemplação, do auto-regozijo e auto-realização através de suas míseras experiências. Já a Nova Era labora em sentido inverso: nega todo o valor da obra e sacrifício de Cristo e faz do homem o seu salvador, o seu deus.

Conclusão

Como vimos, é fato inconteste que não apenas aquilo em que alguém crê, mas da maneira como crê, determina o que essa pessoa vem a ser. Desta forma, crer num falso evangelho levará sempre as pessoas a trilharem caminhos falsos, a alimentarem pensamento enganosos e a praticarem atos espúrios.

A luta sem tréguas de Satanás tem como grande objetivo levar pastores e líderes, e, através desses, os membros, a esposarem idéias equivocadas no que tange à salvação; ele procurará sempre levá-los à adoção de um falso evangelho. A Nova Era está aí com as suas multiformes propostas que configuram o falso evangelho. Não podemos ignorá-la, pois do contrário poderemos nos ver presos em suas sutis redes sem nos darmos conta, isso tem sucedido com milhares de pessoas.

O evangelho da Nova Era é a ressurreição da velha religião babilônica com sua filosofia e suas práticas. O princípio babilônico, essência e substância da Nova Era, se expressa por este sentimento: “Façamo-nos um nome” (Gên. 11:4). O sentido do princípio babilônico concentra-se em sua glorificação pessoal e confiança no mérito humano. O pecado do orgulho, da independência de Deus, se originou no coração de Lúcifer (ver Isaías 14:12 a 14) e se tornou o traço dominante do falso evangelho. “O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras jaz à base de toda religião pagã . ..”18 A Nova Era é a mais abrangente obra do paganismo de todos os tempos. Vamos vacinar nossas igrejas contra seus ensinos e práticas destrutivas!

1. Gerhard Sautter, New Age a Nova Era à Luz do Evangelho, pág. 20.

2. Joel Stevanato, A Preparação para o Reinado do Anticristo, pág. 2.

3. Gerhard Sautter, New Age a Nova Era à Luz do Evangelho, pág. 99 (o Dicionário New Age, publicado pela editora católica Herder, define “suave conspiração”, à qual Ferguson se refere, como “a atuação daqueles que, sob o signo de Aquário, compreendem-se como advogados subversivos e complacentes de uma humanidade global, baseada em novos valores e impulsionada por um desejo de realização altamente espiritualista”).

4. Alice Bailey, The Esternalisation, págs. 453 e 454.

5. Georges Stéveny, Revista Adventista de Espana, Julio de 1992, pág. 10.

6. Georges Stéveny, Revista Adventista de Espana, Octobre de 1992, pág. 8.

7. Jornal do Brasil, suplemento Domingo, 13 de Dezembro de 1992, pág. 30.

8. Gerhard Sautter, Op. Cit., pág. 97.

9. Francisco da Silveira Bueno, Novo Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, Edições Fortaleza, 1972.

10. Edição Revista e Corrigida, 1ª Impressão, Rio de Janeiro, 1976.

11. Mechthild Scheffer, Terapia Floral do Dr. Bach Teoria e Prática, págs. 9 e 10.

12. Jornal do Brasil, Suplemento Domingo, 13 de Dezembro de 1992, pág. 30.

13. Idem, pág. 31.

14. Veja, 23 de Dezembro de 1992, pág. 12.

15. Ellen White, O Grande Conflito, pág. 525, 28ª edição.

16. Georges Stéveny, Revista Adventista de Espana, Julio de 1992, pág. 11.

17. Idem.

18. Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 32, 14ª edição.

ELIZEU C. LIRARedator na Casa Publicadora Brasileira.