O evangelista planejou sua campanha com muita antecedência e enviou pessoas para prepararem o terreno. Chegado o momento de escolher os instrutores bíblicos, não havia muito o que escolher, de maneira que levou gente sem experiência e possuidora de muitas limitações. O evangelista era um pregador entusiasta e eloqüente. Seus temas eram claros, profundos e bem ilustrados. A pregação incluía assuntos sociais, de saúde, educativos e teológicos. Despertou grande interesse e atraiu grande público desde o início. Isto despertou o ciúme e a oposição dos dirigentes da religião popular.
Fez-se muita obra pessoal e nos lares, apesar de os instrutores discutirem com freqüência e um deles ser literalmente um instrumento satânico. A preocupação com as almas, com sua equipe e com a oposição fez com que o evangelista dormisse pouco e orasse muito.
Foi uma campanha difícil, cheia de angústias e, inclusive, de lágrimas. Não houve grande número de batismos enquanto um ataque dos opositores, apoia dos pelas autoridades civis, não pôs fim à série de conferências. O evangelista disse que sua alma estava muito triste, mas em meio à dor desse fracasso, sua equipe de instrutores se dispersou, deixando-o só. Pelo menos não estava preocupado com o que pensaria o presidente da Associação, pois sabia que ele aprovava o seu trabalho; sua preocupação era com as almas e com sua equipe, em bora em determinado momento sua angústia fosse tão grande que pensou es- tar desamparado por seu presidente, quando este nada fez para livrá-lo das mãos criminosas que puseram fim a uma vida jovem e a um ministério frutífero.
Prezado colega, conheces esse insuperável evangelista que ainda não terminou sua campanha, pois trabalha e sofre contigo, enquanto diz: “… suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.”1
Estes pensamentos me vieram à mente quando me achava em meio de uma difícil série de conferências. Encontrava-me só no quarto, depois de um desses dias em que tudo parece sair errado. Lembrei-me também das palavras de Isaías a respeito do evangelista Jesus: “Verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma, e ficará satisfeito”2 e disse a mim mesmo: de fato, a maior satisfação que conheço é a de ver pessoas convertidas e salvas pela graça de Deus mediante nosso humilde esforço.
Após lembrar-me deste versículo, peguei minha Bíblia e li em sua contracapa aqueles dizeres que me dera de presente um converso em minha primeira série de conferências: “Tuas tristezas se desfarão quando te lembrares do sorriso que guardas em teu coração, das pessoas que te querem.”
José A. Plescia