Em 1989, um jovem eletricista da Califórnia estava dirigindo rumo ao seu trabalho quando, de repente, ouviu uma forte sirene policial. Ao ver pelo espelho retrovisor que um veículo da polícia se aproximava, ele acelerou o carro a velocidades não permitidas, dando início a uma perseguição policial na rodovia. A corrida frenética só terminou horas mais tarde, quando o veículo foi obrigado a parar em um bloqueio na fronteira com o México.
De que crime esse homem estava fugindo para tentar escapar dessa maneira? Ao prendê-lo, a polícia descobriu que ele não tinha antecedentes criminais nem era procurado por crime algum. Apesar de ser um homem inocente, tinha entrado em pânico ao ouvir a sirene e tentou fugir, embora, a princípio, ninguém o estivesse perseguindo. Ao ser entrevistado por um repórter de televisão, o homem expressou sua vergonha ao não poder explicar seu comportamento irracional. Um medo inexplicável o levou a provocar uma perseguição desnecessária que pôs em perigo a polícia, os demais motoristas e até ele mesmo.
Será que os cristãos sentem um medo desnecessário e ilógico ao ler algumas passagens das Escrituras? A mensagem dos três anjos de Apocalipse 14 pode ser um desses casos. O primeiro anjo proclama: “Temam a Deus e deem glória a Ele, pois é chegada a hora em que Ele vai julgar.” Devemos ter medo do juízo de Deus? A princípio, pode parecer que sim. Afinal de contas, Deus é um “justo Juiz” que dá a cada um “conforme a obra de suas mãos” (Sl 7:11; 28:4). E como todos os seres humanos são pecadores e “o salário do pecado é a morte” (Rm 3:23; 6:23), então o juízo de Deus implica uma condenação para todas as pessoas.
Não devemos ter medo do juízo, pois em Jesus e em Sua Palavra encontramos salvação e segurança.
No entanto, o objetivo das ações de Deus – incluindo Seus julgamentos – não é o de castigar as pessoas. “Eu não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus” (Ez 18:32). Pelo contrário, “Ele deseja que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2:4) e, por esse motivo, “deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Deus deseja e busca a salvação de todas as pessoas e, para isso, providenciou a solução mediante o sacrifício de Seu Filho Jesus. Nosso papel é reconhecer que somos pecadores e aceitar a Jesus como Salvador e Senhor de nossa vida. A Bíblia diz: “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1Jo 5:12).
Ellen White aconselhou: “Nossa fé deve centralizar-se em Jesus Cristo. Olhando para Ele, apegando-nos a Sua força como suficiente para toda emergência, nosso coração une-se ao Seu coração, nossa vida é ligada a Sua vida por elos ocultos, e porque Ele vive, nós também viveremos. Isto é religião prática; pois temos de ser guardados pelo poder de Deus para salvação, mediante a fé. Nenhum de nós pode estar seguro, a não ser que nos unamos ao Senhor em um concerto perpétuo” (Review and Herald, 14 de março de 1893).
Não devemos ter medo do juízo, pois em Jesus e em Sua Palavra encontramos salvação e segurança. Por meio Dele temos um salvo-conduto para irmos ao Céu. A serva do Senhor escreveu: “Se formos fiéis à Palavra de Deus, estaremos ao lado de Cristo, do lado dos fiéis e santos anjos; permaneceremos sob a proteção da Onipotência. De quem, pois, devemos ter medo?” (Manuscrito 162, 1897).
ERIC RICHTER editor associado da Ministério, edição em espanhol