Um dos deveres do ministro do Evangelho é orar e ungir os doentes. A Bíblia declara: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” S. Tia. 5:14-16.

O serviço da unção, quando é feito oração pelo doente, é o ato mais sério e não deveria ser feito sem pensar e preparar-se cuidadosamente. “Temos na Palavra de Deus instruções relativas à oração especial pelo restabelecimento de um doente. Mas tal oração é um ato soleníssimo, e não o devemos realizar sem atenta consideração. Em muitos casos de oração pela cura de um doente, o que se chama fé não é nada mais que presunção.” — A Ciência do Bom Viver, p. 227.

A inspiração não tem nos informado quanto aos detalhes deste serviço significante e nem como todos os ministros o oficiam exatamente. Esperamos que as seguintes sugestões possam ajudar, pois são a soma total da experiência de vários ministros.

Alguns Princípios Básicos

Certo jovem ministro em seu primeiro distrito foi chamado para ungir uma senhora de meia-idade que estava sofrendo de um ataque agudo da vesícula. Enfaticamente ela declarou: “Pastor, eu não vou ao médico porque seria negar a fé em Deus.” Deveria alguém que pediu uma oração especial ir ao médico ou usar qualquer remédio, uma vez que seu caso foi colocado nas mãos de Deus pelos anciãos da Igreja? A serva do Senhor deu-nos conselho divino: “Os que buscam a cura pela oração não devem negligenciar o emprego de remédios ao seu alcance. Não é uma negação da fé usar os remédios que Deus proveu para aliviar a dor e ajudar a natureza em sua obra de restauração. Não é nenhuma negação da fé cooperar com Deus, e colocar-se nas condições mais favoráveis para o restabelecimento. Deus pôs em nosso poder o obter conhecimento das leis da vida. Este conhecimento foi colocado ao nosso alcance para ser empregado. Devemos usar toda facilidade para restauração da saúde, aproveitando-nos de todas as vantagens possíveis, agindo em harmonia com as leis naturais.” — A Ciência do Bom Viver, pp. 231, e 232.

A pessoa doente deve tomar a iniciativa de pedir o serviço da unção. Disse Tiago: “Deixa-o chamar os anciãos da igreja.” Esta admoestação é tomada literalmente, então os ministros ou parentes não devem tomar a responsabilidade de marcar o serviço. O pedido deve vir da pessoa que deseja a unção. Poderá fazer-se uma exceção para esta regra nos casos onde a pessoa está muito doente para pedir para os pastores virem, quando ele ou ela esteja inconsciente.

Há geralmente um acordo entre os ministros de experiência que haja unção apenas por doenças graves. Há alguns membros da igreja que quando a cura não é imediata, pedirão a outros ministros para realizarem unção. Eles sentem que quanto mais unções tiverem, maior é a chance para a recuperação. Esta prática degrada o mais solene serviço. Ministros de igrejas vizinhas e do escritório da Associação devem ser cuidadosos em aceitar tais pedidos antes de consultarem o pastor da igreja da qual o doente é membro. Parece que o assunto de ética é envolvido aqui.

O problema de ungir pessoas que não são membros da igreja complica muitos ministros sérios. Alguns sentem que esta cerimônia deve ser realizada apenas para aqueles que têm seus nomes no livro da igreja. Há algumas exceções para este proceder; mas seria mais consistente com os ensinos da Bíblia se o ministro orar pelas pessoas de fora da igreja em vez de realizar o serviço da unção por eles.

O Chamado Antecipado

Antes de ser realizada a cerimônia é necessário ter uma conversa séria com o paciente. Para a unção ser significativa, este chamado antecipado deve ser feito várias horas antes dos pastores virem juntos para usar o óleo. Assim a pessoa terá tempo para compreender o significado do que irá ser feito. Terá tempo para algum verdadeiro exame de seu coração. Em caso de doença crítica, o chamado antecipado poderá ser abreviado.

Um livro foi preparado para auxiliar, pelos nossos publicadores, intitulado ORAÇÃO PELO DOENTE. Este é um importante livreto com tipos grandes o que torna fácil para o paciente ler. É a compilação de materiais significativos dos escritos de E. G. White, apropriado para ajudar as pessoas compreenderem sua responsabilidade quando pedem por oração. Quando não se conseguir este livro, será conveniente a leitura do capítulo em “A CIÊNCIA DO BOM VIVER” por E. G. White intitulado: “Oração Pelos Doentes”, pp. 225-233.

Um requisito prévio para a unção está declarado na Bíblia. “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis.” S. Tiago 5:16. Isto significa que deve realmente sondar seu próprio coração, se possível. O paciente deve perguntar a si mesmo: “Está tudo certo entre mim e meu Deus?” Escreveu Davi: “Se eu tiver iniqüidade em meu coração, o Senhor não me ouvirá.” Isto não significa que o ministro deve assumir a vez de “confessor”. Ao contrário, ele está ajudando a pessoa em angústia física a encontrar seus próprios problemas e a criar uma atmosfera para ajudar a pessoa a compreender-se.

“Ao que solicita orações, sejam apresentados pensamentos como este: ‘Nós não podemos ler o coração, nem conhecer os segredos de vossa vida. Estes são conhecidos unicamente por vós mesmos e por Deus. Se vos arrependeis de vossos pecados, é o vosso dever fazer confissão deles.’ O pecado de natureza particular deve ser confessado a Cristo, o único mediador entre Deus e o homem. . . . Todo pecado é uma ofensa a Deus, e Lhe deve ser confessado por intermédio de Cristo. Todo pecado público, deve ser do mesmo modo publicamente confessado. A ofensa feita a um semelhante, deve ser ajustada com a pessoa ofendida. . . . Havendo os erros sido endireitados, podemos apresentar as necessidades do enfermo ao Senhor com fé tranqüila, como Seu Espírito nos indicar. Ele conhece cada indivíduo por nome, e cuida de cada um como se não houvesse dado Seu bem-amado Filho.” — A Ciência do Bom Viver, pp. 228 e 229.

Ê prudente concluir esta entrevista com oração. Pode-se pedir ao doente que ore para que Deus o ajude a ver tudo na vida que possa impedir as bênçãos espirituais desejadas. Entre o tempo do chamado antecipado e o serviço de unção, deve ser feito um exame de coração. A entrevista é terminada com o ministro pedindo a Deus para dirigir a pessoa doente a uma real experiência em Cristo.

O Serviço da Unção

A Bíblia ensina ao cristão que está doente para chamar aos anciãos da igreja. Dois ou três pastores da Associação ou da igreja local devem fazer a unção. É conveniente pedir ao doente na entrevista anterior, dizer quem ele deseja que realize o serviço especial da oração. Os escolhidos devem ser homens de visão espiritual e oração predominante.

É bom notificar à enfermeira em serviço (no caso de ser num hospital) de que será efetuada a unção. Nos Hospitais Adventistas, muitas vezes, estarão prontos a mudar o doente para um quarto particular. No caso de haver outro doente no quarto, então deve ser colocada uma cortina para dar mais isolamento possível. Quando os pastores entrarem no quarto, eles devem permanecer juntos de um lado da cama para que assim possam ter uma melhor visão do doente. É difícil e doloroso para uma pessoa doente virar a cabeça da direita para a esquerda para conversar com as pessoas no quarto.

É importante que a cerimônia seja simples e curta. Após as saudações e introdução, o ministro deve perguntar ao doente se sabe haver alguma coisa em sua vida que impeça as bênçãos do Senhor. O pastor deve contar que ele já o visitou anteriormente e falou sobre o significado da unção e oração pelo doente. Será apropriado neste ponto ler as promessas da Bíblia em S. Tiago 5: 14-16.

Os pastores que acompanham o pastor então orarão. Estas orações devem ser curtas e apropriadas. Somos advertidos: “Ao orar pelos doentes, cumpre lembrar que ‘não sabemos o que havemos de pedir como convém.’ Rom. 8:26. Não sabemos se a bênção que desejamos será para o bem ou não. Portanto, nossas orações devem incluir este pensamento: ‘Senhor, Tu conheces todo segredo da alma. Estás familiarizado com estas pessoas. Jesus, seu Advogado, deu a vida por elas. Seu amor por elas é maior do que é possível ser o nosso. Se, portanto, for para Tua glória e o bem dos aflitos, pedimos, em nome de Jesus, que sejam restituídos à saúde. Se não for da Tua vontade que se restaurem, rogamos-Te que a Tua graça os conforte e a Tua presença os sustenha em seus sofrimentos.’ ” — A Ciência do Bom Viver, pp. 229 e 230.

A pessoa que faz a unção (geralmente o pastor) fará a oração final. Esta oração é muito séria. É-nos dito: “Nossas petições não devem ser uma ordem, mas intercessão para que Ele faça as coisas como desejar”. — Test. 2, p. 149. “Foi-me mostrado que no caso de doença, onde há condição para oferecer a oração pelo doente, o caso deve ser levado ao Senhor, com calma e fé e não com excitamento. Somente Ele está ao par da vida passada do indivíduo, e sabe qual será o seu futuro.” — Idem, p. 147.

Perto do fim da oração, o ministro aplicará o óleo. Deve-se estar certo de que o óleo de oliva usado não está rançoso. Pode ser derramado levemente na testa perto da divisa do cabelo (apenas poucas gotas) e puxado com o dedo para ser colocado sobre a testa e as têmporas. Deve-se entender que não há propriedades curativas no óleo mas é um símbolo do Espírito Santo. — Parábolas de Jesus, pp. 406 e 407. Orando pelo doente, nós temos o poder do Espírito Santo para assistir na cura e conforto do doente.

É possível que os pastores se ajoelhem durante a oração; mas isto é possível apenas quando o doente se encontra numa cama baixa ou seja abaixada. Se a cama é alta e não pode ser abaixada então é melhor os pastores ficarem em pé. Muitas vezes é feita a pergunta se outros além dos pastores podem estar presentes no serviço de unção. Muitos ministros permitem ao cônjuge ou parente chegado, observar. Eles geralmente ficam do lado da cama, em frente aos pastores e ao pé da cama.

Os Resultados da Unção

A promessa à unção com óleo pelos pastores é: “E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” S. Tiago 5:15. O primeiro benefício de um serviço de unção é que o indivíduo aceita o perdão e as bênçãos de Deus. No processo de esquadrinhar o coração, “Se ele cometeu pecados, eles lhe serão perdoados.” É o privilégio do ministro apontar Cristo para o sofredor. A crise da doença pode dirigir alguém à real fonte de perdão. Muitas pessoas no hospital têm sido levadas a uma completa experiência em Cristo. O interesse de muitas pessoas é a cura física. Pode realizar-se uma cura? Há muitos que podem testificar afirmativamente. O ministro deve compreender que nem todos os casos são semelhantes no cumprimento da promessa “E o Senhor o levantará.” Alguns são curados instantaneamente, outros são curados após um período de tempo e alguns descansam no túmulo para “ressus citarem” na ressurreição. 

A inspiração declara: “Todos desejamos uma resposta imediata às nossas orações, e somos tentados a desanimar-nos se a nossa súplica não é prontamente respondida. To davia, minha experiência me tem ensinado que isto é um grande erro. A demora visa o nosso proveito especial. Temos a oportunidade de verificar se nossa fé é verda deira e sincera, ou se inconstante como as ondas do mar. Devemos cingir-nos ao altar com as potentes cordas da fé e do amor, e permitir que a paciência realize a sua obra perfeita. A fé torna-se forte por meio do contínuo exercício.” — Conselhos Sobre Saúde, pp. 380 e 381. 

Algumas pessoas descansam na tumba até a ressurreição. “Casos há em que o Senhor opera decididamente por Seu divino poder na restauração da saúde. Mas nem todos os doentes são sarados. Muitos são postos a dormir em Jesus. João, na ilha de Pat mos, foi mandado escrever: ‘Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam’. Apoc. 14:13. Vemos por aí que, se as pessoas não forem restituídas à saúde, não devem ser por isso, considera das como faltas de fé.” — A Ciência do Bom Viver, p. 230. 

Há poder na oração e é um privilégio real para o ministro do evangelho conduzir o doente grave a olhar para Jesus, o grande Médico. Quão emocionante são as palavras: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” S. Tiago 5:16 ú. p..