As Marcas de Cristo. — Depois de suas conquistas na Pérsia e na Índia, Alexandre, o Grande, em Opis, anunciou ao seu exército veterano que as guerras haviam findado e os que tão bem o haviam servido, alguns dos quais feridos, saudosos de casa e enfraquecidos, seriam mandados para os seus lares, na Macedônia. Planejava êle substituir o seu exército macedônio e grego, por outro constituído de estrangeiros e persas.
Ante êsse anúncio uma onda de protestos interrompeu as palavras do rei. “Vossa Majestade nos usou e agora nos despreza. Fora com êsses soldados bárbaros! Conquistará Vossa Majestade o mundo com mulheres? Prossigamos todos. Conserve-nos Vossa Majestade a todos, ou a ninguém. Porque não pede Vossa Majestade o auxílio de seu pai Amom?”
Irritado por êsse motim, Alexandre saltou da plataforma que ocupava e fêz prender vários dos cabeças da agitação. Voltando para a tribuna, enfrentou o turbulento exército e lhes fêz um discurso que mostrou ser êle não sòmente soldado mas orador também.
Disse: “Dirá qualquer de vós que sofreu privação e canseira, e não eu? Quem de vós me pode dizer que sofreu por mim mais do que eu por êle? Quem dentre vós tem ferimentos? Desnude-se o tal, e mostre-os, e eu exibirei os meus. Nenhum membro do meu corpo está sem o seu ferimento; não existe espécie alguma de arma de que eu não leve as cicatrizes. Fui ferido a espada, pela flexa e pelo arco, e pelos arremessos da catapulta. Fui atingido por pedras e golpeado por clavas, enquanto vos conduzia para a vitória, a glória e a riqueza, através de tôda terra e mar, vadeando rios, escalando montanhas e atravessando planícies.”
Assim, pelos ferimentos e cicatrizes de seu corpo, Alexandre, o Grande, provou aos seus soldados sua coragem, patriotismo e devotamento.
Também Paulo pôde desfazer as dobras de suas vestes, e dizer: “Trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.” (Gál. 6:17.)