Um novo dia está raiando para o evangelismo público! A ideia de que o dia da reunião pública já passou está sendo esquecida, e de novo está raiando a visão do verdadeiro evangelismo. Graças a Deus por isso! Devemos levantar-nos unidos e fortalecer as nossas fileiras antes que venha o fim. É-nos dito que “as forças do mal estão se arregimentando e consolidando-se. Elas se estão robustecendo para a última grande crise. … E os acontecimentos finais serão rápidos.” — Testemunhos Seletos, Vol. 3, página 280. Mais urgência ainda é revelada quando lemos: “Por que o Senhor executará a Sua Palavra sobre a Terra, completando-a e abreviando-a” (Rom. 9:28).

Reconhecendo essas coisas, que repto, que hora para viver, que tempo para se dedicar à tarefa que está à frente! Contudo, ao executar a ordem de Jesus: “Ide … pregai . . . ensinai”, devemos sempre ter em mente que “A inteireza deve caracterizar todo o nosso trabalho.” Constantemente nos é lembrado, e bem corretamente, que “a mais elevada de todas as ciências é a de salvar almas” (A Ciência do Bom Viver, página 398). Às vezes, em nossa tentativa frustrada de relatar batismos, temos nos aproximado deste repto como sendo algo menos uma ciência. Neste século científico, em que a mente do homem tem saltado adiante de todas as restrições, deve a ciência de ganhar almas acompanhar-lhe a marcha. O espectro do evangelismo abrange muitos aspectos desta ciência, mas eu gostaria de comentar apenas três deles: (1) a pré-campanha e o culto público, (2) a classe batismal, (3) o serviço de conservação. Este artigo tratará apenas do primeiro aspecto mencionado.

A campanha evangelística pública ainda é o mais forte método de alcançar a mente. A cruzada pública ainda se torna mais necessária com a introdução de muitos auxílios postos em operação, tais como as apresentações na televisão, os sermões pelo rádio, as lições da escola bíblica, e o evangelismo pela literatura. Com todos êsses maravilhosos agentes trabalhando com um único e mesmo propósito — a iluminação da mente para compreender a mensagem de Deus para hoje — é o serviço público um dever como agência segadora. Até aqui nossas reuniões públicas ainda são grandes meios de ensino, mas, se é que compreendemos corretamente o prognóstico, poderia parecer que ainda haverá uma tremenda colheita em resultado da grande quantidade de semente semeada; então nossas reuniões serão primordialmente agentes segadores. Um dos terrenos em que poderíamos desejar fazer algumas e definidas mudanças é na coordenação de nossas atividades de semeadura e colheita. Já se passaram os dias em que poderia ser necessária a camuflagem! Chegou o tempo em que nosso trabalho de semear deve ser identificado, para que, ao chegarem os “ceifeiros” sua identificação proveja uma fonte de apêlo àqueles em quem as sementes da verdade têm sido semeadas. Saiamos devidamente identificados!

Nesta época, em que o homem moderno deseja ser libertado do passado, muitos de nós lhe recusamos êsse privilégio no trabalho evangelístico. Nós lhe desejamos apelar da mesma forma, com as mesmas escoras e quadros que eram uma sensação uma geração atrás. Até mesmo voltar a mergulhar em nossos métodos de dez anos atrás é deixar de acompanhar os tempos e os métodos sempre em mutação. Nossa mensagem nunca mudará, mas nossos métodos de apresentá-la devem estar sujeitos à mudança. Nossos estereópticos e slides, nossos discursos ou filmes que descrevem viagens e os anúncios de vinte minutos são coisas que bem poderiamos deixar para trás. O espírito do homem moderno se tem endurecido para com êsses expedientes agora insípidos pelo constante bombardeio da televisão, do cinema, etc.

Ao recapitularmos os nossos métodos de aproximação todos nós concordaremos em que não há uma determinada maneira em que o trabalho deva ser realizado. Reconhece-se que diferentes métodos funcionam bem em diferentes lugares e se devem adaptar ao lugar e ao homem que os está usando. Mas também se reconhece que certas práticas fundamentais apelam a uma grande parte do povo. Uma combinação dessas várias aproximações experimentadas e provadas poderá ser usada por qualquer homem a certeza de êxito. Eis aqui algumas idéias que tenho lobrigado trabalhando com diferentes homens em várias partes dos Estados Unidos e do Canadá. Essas idéias não são novas ou radicalmente diferentes, mas talvez valha a pena fazer uma revisão e reavaliação delas.

Preparo para a Campanha

A igreja preparada é a igreja que ganha almas. Pode isso fàcilmente ser invertido e ainda ser a verdade. Quão importante é, então, que nossos membros da igreja estejam preparados para a campanha que se aproxima. Todo o membro da igreja deve ser visitado antes de uma campanha. Numa igreja grande, devem os anciãos locais ser arregimentados para ajudar. Cada membro deve partilhar da responsabilidade pelas reuniões que se vão realizar. Os membros que estão levando vida comprometedora devem ser animados a voltar às normas. Tôda a igreja poderá ser levantada espiritualmente a um nível mais elevado se se gastar uma semana em verdadeiro reavivamento da igreja, com mensagens tôdas as noites para os membros e um programa de visitas durante o dia. A importância dêsse aspecto da obra pode ser reconhecida ao considerarmos que os resultados da cruzada serão na razão direta da disposição espiritual da família da igreja. É-nos dito que “o Senhor não opera agora para trazer muitas almas para a igreja, por causa dos membros que nunca foram convertidos e daqueles que uma vez foram convertidos mas se desviaram”. — Testimonies, Vol. 6, pág. 371. Quão melhor será ter feito o devido preparo — espiritualmente — e receber em sua plenitude a medida das bênçãos celestiais.

Propaganda

  • 1. A participação dos membros da igreja. — Quão amiúde temos dispendido vastas somas de dinheiro com propaganda, e isso com resultados bem desapontadores. Talvez tenhamos, por exemplo, removido a responsabilidade de nossos membros e confiado nos meios de propaganda para trazer os que nós desejamos que ouçam a mensagem. Podemos fazer propaganda, mas não demos com a nossa propaganda a impressão de que êsse meio dará os resultados. Nosso povo precisa da enriquecedora experiência de convidar os amigos; e nós, como evangelistas, precisamos do apoio dos membros. Muita instrução já se deu mostrando que a menos que consigamos o auxílio dos membros da igreja o trabalho acabará. Se se tiver feito o devido preparo no reavivamento da igreja, poderemos esperar que os membros se reanimem. Usemos nosso povo em tôdas as maneiras concebíveis, reconhecendo que o convite pessoal ainda é o meio mais poderoso de propaganda. Quanto mais êles fizerem, tanto maior será seu interêsse na cruzada.
  • 2. O Convite. — Um convite simples e bem preparado que anuncia o assunto para tôda a cruzada, deve ser o suficiente. Não necessita ser extravagante. Seu propósito é anunciar as reuniões. Fazei com que os títulos digam o que pretendem dizer. O povo tem tido de adivinhar nosso difícil pensamento. Em vez de enviar milhares de convites a meros endereços, enviai-os a interessados conhecidos, aos matriculados em escolas bíblicas, etc. Distribuí-os na vizinhança do lugar de reunião, dando o restante aos membros da igreja para que êstes os dêem aos seus amigos, com um convite pessoal. A distribuição por atacado sòmente é dispendiosa, mas amiúde se torna um desperdício. Nas cidades menores, onde o povo pensa em uníssono sôbre as atividades públicas, freqüentemente a distribuição por atacado se torna eficaz.
  • 3. Identificação. — Identifiquemo-nos — e não com o menor tipo de letra! Quão trágico é nos expormos à crítica devido à falta de nos identificarmos. Somos a igreja remanescente de Deus — alguma coisa de que nos devamos orgulhar!
  • 4. Comunicações. — Os anúncios pelo jornal, pelo rádio e pela televisão talvez dêem resultado em alguns lugares, mas são muito dispendiosos e nem sempre dão a devida recompensa. A situação individual precisa ser bem avaliada.

Organização

  • 1. Recepcionistas. — Êstes são o óleo do maquinismo evangelístico. Usai tanto auxílio local quanto possível, sem ir ao excesso, tendo uma pessoa encarregada para dirigir. O tempo gasto em instruir os recepcionistas será bem recompensado. Lembrai-vos de que quanto mais pessoas estiverem trabalhando na reunião, tanto maior será a freqüência. A juventude fará um trabalho admirável, e em determinadas noites deve-se-lhes dar a plena responsabilidade dêsse trabalho.
  • 2. Auxiliares para a Acomodação dos Carros. — É esta outra coisa extra que dá a primeira boa impressão. Tendo uma pessoa de boa aparência para ajudar no problema de acomodação dos carros, dar-se-á aos nossos convidados a impressão de que estamos à sua disposição. Isso não é uma necessidade, mas uma atividade extra que traz bons resultados.
  • 3. O Cuidado das Criancinhas. — Nem sempre isso é prático ou necessário. Contudo, se a igreja estiver espiritualmente preparada, podemos esperar que seja necessário! Uma ou duas senhoras poderão ser convidadas a contribuir grandemente para o êxito das reuniões por êsse meio.

O Programa

  • 1. A Música. — Começai em tempo! Os anjos estão presentes na hora determinada. Enquanto o povo chega ao lugar da reunião, fazei com que haja qualquer atividade em andamento. Sempre que possível tende cântico pelo côro. Isso fará com que os convidados se sintam bem. Êles pensam que somos um povo esquisito, e se tudo estiver quieto ao entrarem, ou se se ouvir conversa e barulho isso só os fará pensar que todos estão olhando para êles. Onde não é possível ter música pelo côro, tende viva música de órgão ou piano já vinte minutos antes da hora anunciada. O serviço de canto deve começar exatamente na hora anunciada, e em regra não deve durar mais de quinze minutos. Deixai o povo cantar durante êsse tempo e fiquem as variações musicais para noites de assuntos especiais. Tornai-a viva, mas sagrada. O povo gosta de cantar, como evidencia o cântico da comunidade realizado por um grupo popular de TV. Não deve a música ser alguma coisa para preencher tempo, mas uma parte do programa organizado. Tanto o evangelista como todos os que tomam parte no programa devem ir para a plataforma no comêço do serviço de cânticos — e cantar.
  • 2. Os anúncios. — Devem êstes ser curtos e ao ponto. Dentro de dois minutos o povo esquecerá vossos anúncios sôbre as reuniões que se realizarão daí há duas ou três noites. Isto é apenas perder tempo. Falai-lhes da reunião da noite seguinte, e se houver uma parte especial no futuro, falai-lhes a êsse respeito — mas de maneira bem breve!
  • 3. A Mensagem. — Esta é o alimento de todo o serviço. Tôdas as demais coisas apenas são dela um complemento. Demos ao povo o que vieram buscar. Ao recapitularmos a estrutura da nossa verdade verificamos haver aproximadamente oito doutrinas em que divergimos da maioria: (1) O sábado, (2) o dom profético, (3) o santuário e o juízo, (4) o viver saudável, (5) o vestuário e o comportamento do cristão, (6) a natureza do homem e a destruição eterna, (7) o lava-pés, (8) a segunda vinda e o milênio. Devemos começar em terreno comum, mas estas são as doutrinas que precisam ser explicadas antes de se apelar para uma decisão quanto a se unir à igreja. São estas as doutrinas que nos tornam um povo singular. A despeito das razões para apresentar êsses tópicos em outra ocasião posterior, à do serviço público — esta é a nossa mensagem! Tem um poder convincente. Sejamos ousados e apresentemos essas doutrinas como sendo uma parte da estrutura da verdade, no serviço público, confiando em que Deus traga os resultados. Chegou o tempo em que devemos apresentar públicamente tôda a verdade!
  • 4. O Apêlo. — Alguma espécie de apêlo deve ser feita tôda a noite sôbre o assunto apresentado. Se o assunto não merece um apêlo também poderia ser deixado fora! Deve o apêlo ser claro e fàcilmente compreendido. Se o povo vem fazendo decisões no correr da série, quando se fizer o apêlo final aparecerão os resultados. Lembrai-vos, lembrai-vos de que “há em tôdas as congregações pessoas que se acham hesitantes, quase decididas a se porem inteiramente do lado de Deus.” — Obreiros Evangélicos, pág. 147. Quão importante é, portanto, que se faça um apêlo depois de cada mensagem.

Nos serviços finais da campanha, o apêlo não deve ser ambíguo. Saibam êles que se estão dirigindo para a frente a fim de se preparar para se tornarem uma parte da igreja adventista do sétimo dia. De outro modo os resultados serão desapontadores. Nunca devemos deixar lugar para qualquer dúvida quanto às nossas intenções, na mente daqueles que vão para a frente. Devemos ser claros e diretos.

  • 5.  Deixai que vão para casa em tempo.— O ideal é um culto de uma hora. Será mais provável que a freqüência às reuniões se repita se êles puderem pôr as crianças na cama à hora certa.

Tôdas essas observações poderão apenas ser um auxílio. A devoção pessoal dos obreiros e a oração pedindo a orientação dos Céus é que são de primordial importância. Sem êsse preparo, “nada” será suficiente.