“A MÚSICA faz parte do culto de Deus nos átrios do Céu.” (1) A Bíblia e o Espírito de Profecia aconselham o uso da música nas horas do culto. Graças ao maravilhoso poder de evocação que possui, ela traz à mente dos fiéis os pensamentos mais elevados. Faremos algumas considerações sobre a música nas reuniões regulares da igreja.
Observando o Capítulo 7 do Manual da Igreja, notamos que ali não se prescreve determinada ordem para realizar as diversas partes do culto, mas são apresentadas três ordens sugestivas. Transcrevemos a mais longa, visto que as outras são reduções dela:
- * Prelúdio de órgão
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Entram o côro e os ministros
- * Doxologia Invocação
Leitura das Escrituras
- * Hino de Louvor
Oração
- * Côro ou música especial
- * Oferta
- * Hino de consagração
Sermão
- * Hino
Oração de despedida
- * Poslúdio de órgão
É significativo que das 15 partes do culto divino, 7 são musicais (assinaladas com asterisco) e há uma mais, a oferta, que geralmente é acompanhada com música. Escreve a Srª White: “. . . a música deve ter seu lugar em nossos cultos. . . .” (2)
Sendo que no culto há tantas partes musicais, convém repetir esta pergunta a cada um dos ministros ou encarregados: “Não tendes acaso o dever de dedicar alguma habilidade, estudo e planejamento à questão de como dirigir as reuniões religiosas, para que produzam a maior quantidade e causem a melhor impressão sobre todos os que estão presentes?” (3) Aí é indicado claramente que os ministros ou encarregados têm o dever de planejar devidamente o programa das reuniões. Isto inclui todas as partes, das quais mais da metade são musicais.
Com demasiada freqüência se observa que o encarregado do culto se preocupa quase exclusivamente com o sermão a ser pregado, e as partes restantes são improvisadas no momento. Assim como um quadro perde parte de seu valor se sua moldura está quebrada ou manchada, também o melhor dos sermões perde parte de seu efeito quando está incluído numa reunião de partes improvisadas ou dirigidas de maneira errônea.
A escolha dos hinos é de especial importância, pois deles participa a congregação. Somos aconselhados com referência a isto: “Os que tornam o canto uma parte do culto divino devem escolher hinos com música apropriada para a ocasião.” (1) Nalgumas igrejas são cantados apenas dois hinos, e às vezes, quando o tempo se torna escasso, eliminam-se algumas estrofes desses hinos. Achamos ser incorreto eliminar estrofes, pois a maioria dos hinos foram escritos de tal maneira que suas estrofes se enlaçam entre si como os elos duma corrente. Ao eliminar alguma estrofe, rompe-se a unidade e a estrutura, que às vezes são fruto de profundas meditações de seu autor. Se todos cantássemos “com o entendimento,” buscando o significado das palavras e percebendo sua estrutura como um todo, seríamos incapazes de mutilar os hinos. Talvez alguém pense que cantar quatro hinos com todas as suas estrofes leve muito tempo. É certo que leva tempo, mas também é certo que o planejamento correto produz resultados, entre eles a economia de minutos que serão muito abençoados se os usarmos para o canto congregacional.
Também é sugerido o uso de um Prelúdio e um Poslúdio, que podem ser executados pelo coro ou pelo órgão. Convém que o prelúdio seja de caráter solene, convidando suavemente à meditação e oração. Para terminar o culto há várias maneiras distintas. Imediatamente após a última oração, e com a congregação de pé, em oração silenciosa, o órgão ou o coro podem executar uma música suave, de uns 30 segundos de duração. Nalgumas igrejas, é a congregação que canta alguma prece de agradecimento e despedida. Esta prece sempre é a mesma, e os irmãos a conhecem de cor, portanto não é anunciada, nem deve ser procurada no hinário. Em seguida, começa o poslúdio coral ou instrumental, que sugerimos seja de caráter majestoso e marcial, porém não lento nem suave, mas alegre e potente. Por que não expressar com força e alegria nosso gozo por haver recebido o pão da vida?
REFERÊNCIAS:
- Ellen G. White, em Signs of the Times, 22 de junho de 1882.
- Ellen G. White, carta 132, 1898.
- Ellen G. White, em Review and Herald, 14 de abril de 1885.