ARTUR H. ROTH
(Presidente da Divisão Inter-americana)
É TRADICIONAL entre muitas pessoas que, ao fim e comêço de um ano se ponham a rememorar o passado e a considerar as pos sibilidades do futuro. Prática tal não deixa de ter seus méritos. Dá ao indivíduo a oportunidade de reconhecer quanto progrediu na vida, quais são o lugar em que se encontra e o rumo por onde se encaminha. Ao haver chegado a êsse ponto vital necessário é tomarem-se algumas decisões importantes. Deve a pessoa prosseguir na mesma rota? Deve mudar de direção? Ninguém pode permanecer estático. Se o rumo do homem é bom e reto, deve êle nêle avançar, embora tenha que fazê-lo com maior rapidez. Se está seguindo direção errada, o homem sensato e honesto retrocederá sôbre seus passos e os inverterá completamente. Sempre estará em movimento, mas na direção certa. Não necessitamos fazer comentários quanto aos resultados finais dos que avançam em direção errada.
Não obstante, ao fazer inventário, não volvamos a viver no passado, quer haja êle sido bom, quer indiferente ou mau. Isto não entra no plano de Deus. O dia de ontem é coisa do passado. Pode haver estado repleto de gôzo e êxito, ou cheio de tristeza e fracassos, mas não deixa de ser assunto do passado. Portanto, será para sempre lançado no esquecimento. Não cuidemos em revivê-lo; o que o Senhor quer que façamos é que vivamos o dia de hoje.
Alguns dos passos das Escrituras mais alentadores para os cristãos foram escritos por São Paulo, apóstolo. Disse êle: “Esquecendo-me das coisas que atrás ficam…” (Fil. 3:13). Lembraremos todos que seu passado estava juncado de ódio e perseguição. Havia êle manchado as mãos com o sangue inocente dos cristãos. Fôra inimigo de nosso Mestre e de Seu povo. Nada prazeiroso nem nobre havia para recordar, mas tampouco evocava êle essas coisas para mortificar a alma. Em vez disso, proferiu: “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fil. 3:14).
Paulo não permitiu que seu passado satânico o reduzisse ao silêncio. Aceitou as promessas de Deus, e a feita a Paulo é a mesma que no-la é a nós: “Se confessarmos os nossos pecados, Êle é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de tôda a injustiça.” (I S. João 1:9).
A base do perdão é simples e fácil. É quase incrível. Nosso passado mostra-se tão terrivel- mente espantoso que nem podemos imaginar sequer uma possível via de escape. Não obstante, contamos com a inequívoca promessa de Deus. Nessa promessa está o poder para o perdão e a purificação, mas ainda há algo mais. Ao perdoar Deus o pecado, não mais Se lembra dêle. Por que devemos nós lembrá-lo? As pessoas perdoadas por Deus não se atrevem a viver no passado. Desejam viver a vida que Deus quer que vivam. Como criatura nova, perdoada, o apóstolo se entregou à tarefa de convencer todos os homens da necessidade de entregarem a Cristo o coração.
Ao rememorarmos nossos erros e fracassos do passado, bom será que também nós os esqueçamos e, em seguida, aceitando as promessas de Deus, esqueçamos o passado e imploremos Sua graça para o dia de hoje.
Todo cristão, especialmente quem está pres tando serviço no ministério, tem oportunidades gloriosas de ser útil e alcançar êxito nesse dia. Suas oportunidades são a eficácia de uma vida perdoada e dedicada ao serviço e devotamento do Mestre.