Num passado não muito distante, já estivemos envolvidos em projetos destinados a evangelizar todo o mundo. Quem não se lembra, entre os obreiros com mais tempo de serviço, das campanhas “Semear, Colher e Conservar”, “Mil Dias de Colheita”, “Colheita Noventa” e, mais recentemente, “Missão Global”? Essas iniciativas contaram com a participação de toda a igreja e resultaram num crescimento fabuloso. Somos, hoje, mais de 13 milhões de adventistas em todo o mundo; quase três milhões, na Divisão Sul-Americana. Mas os desafios ainda são grandes.

Consideremos alguns fatos: a população do mundo já ultrapassa a marca de seis bilhões de pessoas. Segundo a World Christian Encyclopedia, os cristãos representam aproximadamente 1/3 desse total. Outra terça parte é composta de não-cristãos que podem ser alcançados através de contato pessoal. O 1/3 restante inclui não-cristãos fora do alcance de uma comunidade cristã. Como se vê, precisamos avançar. À parte dessa visão global, podemos identificar desafios específicos das regiões nas quais trabalhamos. E eles, certamente, não são menos significativos.

O que deveríamos fazer a fim de enfrentá-los com êxito? O que o Senhor requer de nós, como igreja, hoje, considerando a tarefa que nos foi confiada e a urgência de seu cumprimento em um mundo complexo, no qual a ventania tempestuosa das mudanças está soprando por todos os lados? Paulo responde, ao escrever aos efésios: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Efés. 4:1). Aí está. A igreja não tem outra alternativa a não ser cumprir a vocação de ser um instrumento revelador da glória do caráter de Deus (Efés. 1:4-6). Ela foi planejada para ser santa e irrepreensível no mundo.

Como resultado desse primeiro aspecto de sua vocação, o ser, a igreja revela um segundo aspecto, o fazer, que está diretamente ligado à missão de tomar conhecida a “multiforme sabedoria de Deus” (Efés. 3:10). Assim, a vocação por excelência da igreja é ser testemunha de Cristo. Uma testemunha é alguém que declara e demonstra.

Como afirmou Ray G. Stedman, “a vocação da igreja está em declarar pela palavra e demonstrar em atitude e ação o caráter de Jesus Cristo, que vive dentro de Seu povo. Devemos declarar a realidade de um encontro que muda a vida de um cristão e demonstrar esta mudança através de uma vida altruísta e cheia de amor. Até que o tenhamos feito, não há nada que possamos fazer, que seja benéfico”. Conscientes dessa vocação e envolvidos pelo poder do Espírito Santo, poderemos nos tomar irresistivelmente habilitados a cumprir os propósitos do Ano da Evangelização Mundial, conquistando territórios que ainda nos são desafiadores.

Zinaldo A. Santos