Inegavelmente há na sociedade uma sede generalizada por inovações. As mudanças, em fração de segundos, geradas pelas imagens da televisão, têm sido responsáveis por esse condicionamento humano. Como igreja, não ficamos fora dessa influência. Percebe-se entre nós o mesmo condicionamento que impulsiona à busca de coisas diferentes. Por isso, é muito comum ouvir-se expressões tais como “música nova”, “programa novo”, etc.

Um exemplo disso é o que acontece com a cerimônia da Santa Ceia. Por ser um acontecimento trimestral, alguns ficam incomodados com a mesma estrutura do programa e dão asas à imaginação. Mas a Santa Ceia não é um programa, nem uma cerimônia comum. É um rito. A diferença está nos elementos simbólicos e representativos que possui. Cada detalhe de sua essência tem seu significado e não deve sofrer alterações. Foi Jesus quem a instituiu. Fez isso no lugar da festa da Páscoa dos judeus, com o objetivo primário de que fosse um ativador da memória cristã. “Fazei isto em memória de Mim…” (I Cor. 11:24 e 25). Necessitamos de elementos concretos para não nos esquecermos dos abstratos.

O que está certo

Devemos prestar atenção especial aos elementos da Santa Ceia que, pelo ensino das Escrituras, devem ser:

  • • Cerimônia da humildade (rito do lava-pés).
  • • Pão sem fermento.
  • • Suco de uva sem fermentação.
  • • Emblemas do pão e do cálice devem ser servidos.
  • • Pronunciamento de bênção sobre os emblemas, separadamente, servindo-se primeiro o pão, e depois o cálice, conforme I Cor. 11:23-26.

O que está errado

Algumas alterações nunca devem ser feitas, pois ferem a estrutura ritualística da Ceia.

  • • Omitir o lava-pés.
  • • Fazer o lava-pés em casa, para evitar movimentação na igreja.
  • • Fazer o lava-pés depois de servir o pão e o vinho.
  • • Homens lavando pés de mulheres e vice-versa, salvo em ocasiões muito especiais, quando casais casados participam juntos.
  • • Usar qualquer outra coisa que não seja pão sem fermento.
  • • Usar vinho alcoólico ou sucos diversos, em lugar do suco de uva sem fermentação.
  • • Servir o pão e o vinho ao mesmo tempo, ou inverter a ordem (o modelo bíblico é claro).
  • • Deixar que as pessoas sirvam-se a si mesmas.

O que pode variar

Há coisas que podem ser feitas para tomar diferente a Santa Ceia, sem afetar o seu simbolismo.

  • • Ocasionalmente, pode-se fazer o lava-pés antes do sermonete. Ao chegarem, as pessoas podem se dirigir ao local indicado; em seguida, reúnem-se para ouvir o sermão e participar dos emblemas.
  • • Lava-pés entre casais casados ou em família, onde pai mãe e filhos participam juntos. Não deve ser uma prática rotineira, mas reservada a ocasiões especiais.
  • • A decoração da mesa pode ser variar. Por exemplo, flores, uvas, galhos de trigo seco, pães redondos semelhantes aos pães sírios, castiçais, toalhas cobrindo toda a mesa. Em outra ocasião somente os emblemas estariam cobertos.
  • • A própria localização da mesa faria uma Santa Ceia diferente da outra. Numa ocasião, estaria na plataforma da Escola Sabatina. Noutra, no lugar do púlpito, ou em diagonal na extremidade de uma das plataformas.
  • • O horário pode variar. No sábado pela manhã (no Culto Divino), sábado à tarde, sexta-feira à noite, pôr-do-sol de sexta-feira, culto de oração de quarta-feira, culto evangelístico de domingo à noite, em uma vigília, etc.
  • • Pode-se usar somente música instrumental em uma ocasião; noutra, música congregacional ou por algum grupo. Também pode-se fazer o lava-pés sem música. O silêncio tomaria o mo-mento bem mais reflexivo e propício à oração em duplas, antes do ritual.
  • • Numa ocasião, os emblemas podem ser distribuídos enquanto o oficiante faz a leitura de textos bíblicos. Noutra, pode haver apenas música instrumental, ou silêncio para meditação.
  • • Como se vê, é possível fazer uma Santa Ceia diferente sem afetar o significado que a cerimônia possui. A Santa Ceia foi instituída por Jesus Cristo com propósitos bem definidos e deve ser mantida com os mesmos propósitos, para que eles sejam cumpridos na vida de todo adorador.