Em suas tentativas de contrapor-se a Deus e manter o ser humano afastado dEle, ignorante quanto à verdade salvadora e à soberania divina exercida na História, o inimigo tem espalhado a idéia de que o Apocalipse é um livro fechado, impossível de ser entendido. Porém, embora muitos estudiosos encontrem dificuldade para entender esse livro, com seus misteriosos símbolos e sua linguagem profética, ele não é um tabu indefinido na sombra de um futuro impossível de ser descortinado. A Escritura, a partir das profecias do Antigo Testamento e passando pelos evangelhos, contém a chave para abri-lo ao entendimento de todo pesquisador sincero. E o próprio termo “Apocalipse” (do grego apokalypsis) significa revelação.
Ninguém que leve a sério o estudo da Bíblia descartará ou minimizará a importância de compreender e interpretar corretamente o Apocalipse. Sua mensagem revela certa proximidade entre Céu e Terra. Nela, o cosmos surge banhado com um senso do divino, a humanidade não é deixada ignorante a respeito daquilo que é transcendente, pois o Soberano do Universo comunica-Se conosco. Em virtude de que o Apocalipse é a “revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe deu”, sua mensagem tem autoridade celestial e tem implicações diretas na vida de todo indivíduo.
Falando sobre a importância de estudarmos as profecias contidas nos livros de Daniel e Apocalipse, Ellen White diz que “a verdade brilhou como o Sol ao meio-dia. Acontecimentos históricos, mostrando o direto cumprimento da profecia, foram expostos ao povo, e viu-se que ela era um esboço figurado de acontecimentos conducentes ao encerramento da história terrestre”. E enfatiza: “Há grande necessidade de examinar o livro de Daniel e o de Apocalipse, e aprender cabalmente os textos, para que possamos saber o que está escrito.” – Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 102 e 392.
O Apocalipse abre nossa visão às realidades atuais. Põe-nos em contato com um Deus que tem as chaves da História, conhecendo o passado, presente e futuro. Um Deus cuja existência e domínio são eternos, que é Todo-poderoso, onisciente, inigualável em graça e que opera tão-somente em função do bem-estar de Seus filhos. O Deus do Apocalipse não é ausente nem imprevisível. Os crentes podem descansar na segurança de que Ele conduz todas as coisas sob Seu controle.
Justamente por isso, buscar evasivas para não mergulhar fundo, ou para simplesmente nadar na superfície dessa fonte, é bem pouco satisfatório para o obreiro “que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Tendo em mente essa realidade, oferecemos aos leitores, a partir desta edição, uma série de três artigos que apontam trilhas seguras para melhor aprofundamento na compreensão do último livro da Bíblia. Eles são de autoria do eminente teólogo adven-tista Hans K. LaRondelle.
Zinaldo A. Santos, editor da revista Ministério