Jesus em pessoa foi enviado à Terra como instrumento do evangelho, pois Êle é “o apóstolo e sumo sacerdote de nossa confissão.” Heb. 3:1. Como uma organização de Seus coobreiros, “a igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens.” — Atos dos Apóstolos, pág. 9. Infere-se daí que os membros não estão individualmente na igreja simplesmente para o seu próprio conforto e satisfação, mas como uma unidade responsável no conjunto que está operando constantemente para cumprir o propósito de levar redenção aos homens.

O trabalho da igreja não é só o dos ministros e de uns poucos membros leigos na posição de líderes, pois “todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário.” — O Desejado de Tôdas as Nações, pág. 138.

A Igreja como um Vaso de Guerra

A igreja, mais que um transporte de tropas, é um vaso de guerra, e deve por isso mesmo ser organizada para ação. Como cada homem tem a sua posição num vaso de guerra, assim é com os cristãos. A cada um é designado um pôsto de dever, não para os seus próprios interêsses egoístas, estreitos, mas para que a influência de cada um possa ser o fortalecimento de todos. — Testimonies, Vol. 7, pág. 296.

Se um cristão é inativo, a culpa não é inteiramente sua, pois é tarefa do ministro cuidar que cada membro seja colocado numa posição, e que nessa posição êle saiba como trabalhar. Muitas de nossas congregações são como um vaso de guerra cujo comandante estivesse regularmente apelando aos seus homens para que lutem com vigor e coragem, mas aos quais não se entregou nenhuma tarefa específica. Que confusão e ineficiência não reinaria nesse navio! Nessas circunstâncias, só por milagre uma batalha poderia ser ganha. Além do trabalho de manter a organização marchando harmonicamente, é missão do pastor descobrir novos métodos de ataque ao “inimigo,” novas estratégias de guerra, procurar levar depressa ao fim cada conflito e recolher e conservar os “despojos.”

O sucesso do chamado evangelístico do ministro depende em grande parte de sua habilidade em distribuir responsabilidades entre os membros de sua igreja. Para êle e para a sua igreja deve ser considerado uma vantagem e não uma falta, ter “tantos chefes e tão poucos índios.” Direta ou indiretamente, pertence ao pastor ver que cada membro tenha determinada obra para fazer, e que realmente faça essa obra.

Progresso Burocrático

Uma medida de progresso da igreja é a expansão burocrática, a qual se deve processar sempre em sentido positivo, aumentando o dever, a dignidade e a eficiência de cada posição. Para ilustrar isto negativamente: Pode ser expansão burocrática o ancião abrir a igreja, o secretário enviar ao pastor uma cópia das atas da comissão, ou o tesoureiro fazer uma duplicata de títulos de dízimos e ofertas; mas tal progresso pode significar apenas uma expansão para fora, ou mesmo para baixo, em vez de crescimento.

Estaria bem, creio, que os deveres de cada função se inclinassem no sentido de crescimento, desenvolvimento, ampliamento da experiência, pois todo trabalho da igreja deve tender para o progresso em sentido vertical nos negócios do ministério da igreja, isto é, o de salvar almas para o reino de Deus.

Os anciãos estão habilitados a executar muitos dos deveres espirituais agora a cargo do ministro; os diáconos podem muito bem e de maneira plenamente satisfatória realizar visitas missionárias agora a cargo dos anciãos; e obreiros voluntários de menor idade ou capacidade podem fazer muito das tarefas mais simples agora desempenhadas pelos diáconos.

Tal crescimento ascencional de responsabilidade, que na realidade não é mais do que um movimento da realidade comum na direção do Nôvo Testamento, em medida apreciável liberaria o pastor para o exercício de sua principal missão — a ministração às necessidades espirituais dos que não são membros da igreja. Em acréscimo, êste plano proveria mais postos de dever nos quais os mais novos na fé, os membros mais jovens e destreinados desempenhariam na igreja as tarefas mais simples conquanto não menos vitais.

Os Benefícios Esperados

Embora os reais benefícios dêste plano sejam incalculáveis, podemos ter em vista alguns dos mais dignos de nota:

1. Multiplicar-se-iam as oportunidades para a obra de salvar almas, especialmente para o pas-tor e os líderes leigos da igreja, e em última análise para todos os membros.

2. Os serviços da igreja correríam em harmonia e eficientemente.

3. Haveria aumento de entusiasmo entre todos os membros da igreja por tôdas as atividades da igreja.

4. Os problemas da igreja, como as querelas, os diz-que-diz-que, as ciumeiras e violações de mandamentos seriam substituídos por palavras e atos de amor.

5. Um crescente sentimento de dignidade e importância possuiría cada membro.

6. As normas gerais da igreja na comunidade seriam realçadas.

7. Ajudaria a manter fechadas as “portas do fundo” da igreja contra a apostasia.