Acaso tendes sofrido com o pregador que procura desajeitadamente encontrar seu texto? Ou falha-lhe a memória e não tem apontamentos, ou, sob a tensão, encontra dificuldade em achar o texto. Conhecei bem os vossos textos. Conhecei bem a sua localização. Às vêzes, a fim de facilitar a referência, é útil ter marcadores discretos para identificar a posição de cada texto, de modo que a preciosa passagem possa ser incorporada dignamente no discurso. Estai preparados nestas pequenas coisas.

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Ali estava êle — “firmando-se para salvar a própria vida” em ambos os lados do púlpito, enquanto lia um trecho da Bíblia e discorria acêrca da bondade divina. Resultado: maneira afetada e restrição da normal atitude corporal.

Evitai apoiar-vos rigidamente sôbre o púlpito, com uma ou ambas as mãos. Pode ser confortável deixar a mão descansar levemente sôbre o púlpito durante curto espaço de tempo, mas há algo relacionado com o firmar-se habitualmente sôbre êle, que afeta a livre expressão física. Esta posição é estática. Sêde dinâmicos! Dai vigor às palavras!

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“Leio no Volume 3, pág. 209 . . .”, e o pregador passa a ler o trecho de um “livro de percalina marrom.” Naturalmente, nós adventistas do sétimo dia sabemos o que a referência significa, mas conhecem todos os que o ouvem, a fonte de onde êle tirou a citação? Não seria mais sensato reconhecer “o estrangeiro dentro de nossas portas,” e dizer: “Em Testemunhos Seletos, de Ellen G. White, Volume 3, página 209 etc.”?

Talvez nossa falta consista em tomarmos por certo o que nunca deveriamos supor — que todos sabem exatamente o que estamos mencionando. Ou dar-se-á o caso de havermos caído num hábito descuidado?

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Há os que confundem eminente com iminente; vultuoso com vultoso; infligir com infringir; proeminente com preeminente; desapercebido com despercebido etc. Outros empregam vocábulos estranhos à língua do país em que residem, ou de sentido obscuro e ambíguo.

Para eliminar das alocuções públicas as palavras ou frases incorretas, tôscas e confusas, deve-se afastá-las completamente da conversação particular. Cumpre empregar linguagem correta em tôdas as ocasiões. Existe a propensão de realizar em público o que se faz em particular ou no círculo familiar.

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Vinte vêzes — sim, exatamente vinte vêzes durante o sermão que proferia — o pregador pôs a mão no bôlso do paletó.

Tendes um maneirismo assim? A menos que semelhante movimento seja intencional, não o façais. Sua monótona repetição pode destruir a força da mensagem que proclamais.

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Não comais em excesso. Um estômago cheio pode significar uma cabeça vazia e um cérebro sonolento. Caso vosso corpo esteja habitualmente bem nutrido, não será necessário ingerir muito alimento para aguentar o tempo da apresentação de um sermão. Comei frugalmente, se tomardes alguma refeição antes de pregar. Poucas gramas de alimento contêm energia suficiente para grande esfôrço mental. Diz-se que Lindbergh voou através do Atlântico ingerindo apenas um sanduíche e meio.

Farta refeição pouco antes da reunião da noite pode redundar em fracasso. Em lugar dela, convém tomar um banho de chuveiro ou fazer alguns exercícios. Sentir-vos-eis melhor e vosso cérebro funcionará com eficiência.

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“Dádivas a Deus” — que expressão penetrante! Em vez da palavra “oferta,” o boletim da igreja trazia a frase “Dádivas a Deus.” O Ministro dessa congregação era diligente. Livrara-se da trivialidade que se apodera de tantos ministros.

Pensai um pouco, e procurai reanimar vossa congregação no próximo sábado, apresentando os anúncios num fraseado um tanto diferente.