Nascido em 1889, na Índia, Sadhu Sundar Singh, cresceu odiando o cristianismo. Adepto do sikihismo, ele extravasou intensamente esse ódio quando, aos 15 anos, queimou publicamente um exemplar que continha o evangelho. Porém, três dias depois, teve uma visão de Cristo e se converteu. Então, mesmo sendo adolescente, resolveu se tornar sadhu (pregador peregrino). Certo dia, Sundar Singh visitou uma faculdade hindu e foi abordado por um professor descrente, que tinha o evidente propósito de minimizar a fé vivida e anunciada pelo visitante. “O que você encontrou no cristianismo, que não tinha em sua antiga religião?”, perguntou o professor. A resposta de Sundar Singh foi: “Agora, tenho Cristo.” “Sim, eu sei”, continuou o professor, “mas que princípios ou doutrinas você encontrou, que não tinha conhecido antes?” Singh respondeu: “Tudo o que encontrei foi Cristo!”
De fato, o centro do cristianismo é Jesus Cristo. Nas palavras de John Stott, Ele “é o centro da história, o eixo das Escrituras, o coração da missão”. Ele é o todo e o tudo! Assim, muito mais que a simples aceitação de um conjunto de crenças, o cristianismo é, antes e acima de tudo, compromisso com uma Pessoa: Jesus Cristo. Por tudo o que envolveu Sua vida, Seu ministério terrestre, o sacrifício no Calvário, o repouso na tumba, a ressurreição vitoriosa e a ascensão ao Céu, Ele é o evangelho personificado; a boa-nova divina “para salvação de todo aquele que crê”. É Senhor da nossa redenção.
Preexistente com o Pai, e sendo a segunda Pessoa da Divindade, Cristo é Senhor também da criação: “No princípio [Ele] era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle; sem Ele, nada do que existe teria sido feito” (Jo 1:1-3). “Pai e Filho empenharam-Se na grandiosa, poderosa obra que tinham planejado – a criação do mundo” (Ellen G. White, História da Redenção, p. 20).
Ainda de acordo com as palavras de Sttot, na carta aos colossenses (1:15-20), Paulo identificou Jesus como “o agente por quem todas as coisas foram criadas e agora estão sujeitas a Ele, e o herdeiro para quem todas as coisas foram feitas. Portanto, Ele é ‘antes de todas as coisas’ tanto no tempo como em posição. Ele é a cabeça do corpo – a igreja, e o primogênito entre os mortos, ‘para que em tudo tenha a supremacia’. Pois Deus Se comprazia em ter toda a Sua plenitude habitando em Cristo e por meio de Cristo para reconciliar todas as coisas consigo, ‘estabelecendo a paz pelo Seu sangue derramado na cruz’”. Em resumo, Jesus é “a cabeça suprema de duas criações: do Universo e da igreja” (O Incomparável Cristo, p. 61).
Entre outros assuntos, esta edição de Ministério lhe oferece mais uma oportunidade para reflexão sobre a Pessoa de Cristo, nos artigos de Ekkehardt Müeller e Milton Torres.
Zinaldo A. Santos