Quanto tempo faz que você reforçou as medidas de segurança em torno da propriedade de sua igreja e mesmo de sua casa?

Vários meses depois de meu esposo, Harry, ter-se tornado pastor, e estarmos limpando a mesa após nossa refeição vespertina, ouvi um som sussurrante. Não ouvindo nada mais, depois, achei que havia imaginado algo e continuei colocando a louça na máquina de lavar. De repente, escutei a porta do escritório do pastor abrir-se, e o barulho de passos rápidos que atravessavam a sala de visitas, na direção da cozinha.

Assustado, Harry correu para a porta da cozinha. Ouvi-o dizer depois, zangado: “Jerônimo, nunca mais entre de novo dessa maneira.” Ele pôs o intruso para fora. Quando voltou, disse: “Avisei a Jerônimo que vou dizer à polícia o que ele fez, e lhe disse que jamais entre em nossa casa novamente sem ser convidado. De agora em diante, manteremos todas as portas fechadas, mesmo durante o dia. Já avisei as crianças de que se o Jerônimo voltar, corram para casa e informem a polícia.”

Jerônimo era um ex-presidiário que havia ido à igreja em busca de auxílio. Por mais que tivéssemos pena dele, sua entrada abrupta em nossa casa pôs fim mais depressa ao contato. Embora fique às vezes imaginando o que ele queria, jamais chego à conclusão, pois nunca mais ouvimos falar a seu respeito.

Minha preocupação inicial de que as pessoas envolvidas com as igrejas devem estar em segurança, era uma preocupação natural. Nossa experiência e a de outros pastores, mostraram que os pastores e suas famílias precisam ter mais cuidado do que a maioria das pessoas.

Por que isto? Em algumas comunidades, a boa aparência das casas paroquiais torna a família do pastor objeto de inúmeros pedidos de ajuda assistencial. A maioria das pessoas não oferecem perigo; eventualmente, porém, ele-mentos criminosos se introduzem no meio delas, e estes podem ser perigosos.

Reforçando a segurança do prédio da igreja

Os hábitos descuidados dos líderes e obreiros da igreja podem torná-la uma atração para os criminosos, e pôr em perigo o pastor e sua família. Para resolver os problemas em potencial, de sua localidade, examine cuidadosamente seus prédios e conte os lugares nos quais encontra dinheiro que ficou sem ser contado. Muitas vezes os diretores da Escola Sabatina deixam ofertas em recintos não fechados com tranca. Examine as classes das crianças em busca de ofertas de aniversariantes nos bancos; a cozinha da igreja, em busca de sacolas com dinheiro; e as prateleiras da estante, à procura de ofertas de gratidão.

Já deixou o tesoureiro de sua igreja as ofertas no prédio da igreja, sem ser contadas? Se sua igreja realiza programas para levantar fundos, é o dinheiro sempre retirado imediatamente do mencionado imóvel? Lembro-me de um artigo que li, certa ocasião, a respeito de um ladrão que vivia do roubo deste tipo de fundos dos templos das igrejas.

Há outras coisas a serem consideradas, além dos fundos. Tem sua igreja aparelhos de som? E instrumentos musicais? Têm vocês projetor de slide ou de filme, ou aparelho de vídeo? Se têm estes aparelhos, como e onde são eles guardados? Se descuidadamente deixados em prédios sem segurança, estes objetos são um convite aos ladrões. A melhor segurança é a de uma sala fechada, num prédio com tranca.

Mantém você o prédio da igreja travado quando este não está sendo usado? Estão suas janelas e portas em bom estado, ou seria fácil entrar por elas? Conhece a polícia local os membros de sua equipe e seu horário habitual de reuniões? Permite você que ela saiba do seu desejo de que ela confira qualquer anormalidade ao fazer a ronda em volta de sua igreja?

Constatar a segurança da propriedade de sua igreja faz parte do seu ministério em favor da congregação. Fazê-lo, é sinal de mordomia responsável. Se você acha que sua igreja necessita de mais segurança, chame os líderes principais e os coloque a par das dificuldades, dizendo-lhes o que você observou.

Mantenha de sobreaviso os vizinhos e membros da igreja

Você pode aumentar a segurança de sua igreja e casa pastoral pedindo aos membros e vizinhos que informem qualquer coisa fora do comum à polícia. Fazer isso não é ser exagerado. Certa ocasião um criminoso — que estava portando um revólver quando a polícia o prendeu — entrou no porão de nossa igreja. Posterior-mente, vários membros disseram que haviam visto luzes acesas na igreja tarde da noite, e outros disseram que haviam sentido o cheiro de fumaça de cigarro, embora proibíssemos fumar. Outra pessoa havia notado coisas estranhas (açúcar, saco de papel, pacote de leite, restos de maçã, etc.) em um vaso de metal da sala de aulas. Eles haviam ignorado indícios que deviam ter sido investigados. Agora meu esposo incentiva quem notar qualquer anormalidade a informá-la. Vez por outra alguma coisa sem importância poderá ser informada, mas é melhor prevenir do que remediar.

Instrua seus líderes a não deixarem ninguém entrar na igreja a não ser que saibam que o pedido é legítimo. Ladrões entraram na igreja de um amigo, dizendo-se fiscais, e voltaram mais tarde, orientados por um esboço dos recintos, que haviam feito durante sua “inspeção”. As exigências regulares, necessárias para a entrada em sua propriedade, fazem apontamentos antecipadamente e sempre fornecem identificação aos empregados.

Visite os agentes da lei locais e convide os oficiais para se reunirem com seus auxiliares na igreja. Tornar-se conhecido das autoridades quando nada de anormal aconteceu, acrescenta uma medida extra de boa vontade para com a igreja e mais um par de olhos vigilantes. E se acontece algo, você não precisa ter o constrangimento de historiar o delito a um estranho.

Segurança pastoral

Está você, sem o saber, pondo em risco a você mesmo e a seu grupo? Alguém trabalha sem-pre no prédio da igreja ou apenas em horas esporádicas? A maioria dos pastores o fazem ocasionalmente. Isto pode pô-lo em necessidade especial de proteção. O ladrão mencionado anteriormente entrava apenas em igrejas com portas sem tranca e atuava em horas nas quais o prédio estava sem ninguém. O pastor, o secretário ou qualquer outra pessoa que trabalhe sozinho no prédio da igreja, quando o criminoso entra, está diante de perigo óbvio. Especialmente nas cidades, você necessitará de proteção tal como uma divisão com janela de vidro entre a mesa da secretária e a área de entrada; e na porta, uma fechadura pode ser controlada da escrivaninha. Algumas igrejas têm ainda alarmes instalados na escrivaninha.

E quanto àquelas ocasiões nas quais alguém a quem você não conhece pede para encontrar-se em particular com você na igreja? Cuidado! Meu amigo George disse que “uma vez, um homem chegou à casa pastoral, pedindo para verme particularmente. Quando chegamos perto da porta do escritório da igreja, ele puxou de uma faca, pedindo dinheiro. Ora, minha esposa sempre telefona alguns minutos após reunir-me com alguém sozinhos na igreja, e ela tem instruções para chamar a polícia se eu não responder, ou se responder não quando ela perguntar se estou bem. Nossa igreja está em uma movimentada avenida, e a polícia sugeriu esta estratégia depois do assalto”.

O aviso de rotina do telefone de George é uma boa prática. Se a esposa não puder, fale com um membro da igreja de confiança, que saiba onde você programa os assuntos com pessoas desconhecidas. Quando alguém aparece sem ser anunciado e fica sozinho com você, peça licença e telefone para alguém, e diga-lhe que telefone para você dentro de alguns minutos. Isto não é violar a confiança de ninguém, uma vez que você não revele nem a identidade nem o propósito de seu visitante.

Segurança da família

Ao dar os passos seguintes, você pode proteger sua família sem ser demasiadamente desconfiado ou tornar-se endurecido para com os que estão em necessidade. Seu cuidado para com sua família reflete sobre seu ministério, pois ela é a mais preciosa incumbência que o Senhor lhe confiou.

Quando você deixa a cidade e sua família fica para trás na casa pastoral, faça arranjos para dar-lhe assistência pastoral. Certa vez, quando meu marido foi assistir a um acampamento de jovens, o telefone tocou à meia-noite. Um homem insistia em querer falar com o pastor imediatamente.

Com receio de dizer que Harry não estava, respondi: “O pastor telefonará ao senhor em poucos minutos ou irá até onde o senhor está. Por favor, indique um número que ele possa usar, ou me diga exatamente onde está.” Em seguida, telefonei para a polícia local, expliquei-lhe a situação e me dispus a reembolsá-la por alguma despesa necessária, caso ela cuidasse do assunto e verificasse se o homem tinha necessidades legítimas. Isto evitou que me colocasse em perigo, e a necessidade do homem foi satisfeita. Não tivessem sido boas as intenções da pessoa que telefonou, o aparecimento da polícia a teria desencorajado. Se sua polícia não funcionar tão rápido, você pode telefonar imediatamente para outro pastor local.

Se sua casa for facilmente identificável como casa pastoral ou for a porta seguinte à da igreja, instale um olho-mágico e interfone. Instale também trancas fortes nas portas e janelas. Instrua seus familiares a usarem estas recomendações e a manterem a porta fechada se perceberem algo errado com respeito a quem está chamando. Eles devem evitar dizer à pessoa estranha que você não está em casa, informando-lhe que você está ocupado e pedindo-lhe que deixe recado.

Segurança pastoral

Está você, sem o saber, pondo em risco a você mesmo e a seu grupo? Alguém trabalha sempre no prédio da igreja ou apenas em horas esporádicas? A maioria dos pastores o fazem ocasionalmente. Isto pode pô-lo em necessidade especial de proteção. O ladrão mencionado anteriormente entrava apenas em igrejas com portas sem tranca e atuava em horas nas quais o prédio estava sem ninguém. O pastor, o secretário ou qualquer outra pessoa que trabalhe sozinho no prédio da igreja, quando o criminoso entra, está diante de perigo óbvio. Especialmente nas cidades, você necessitará de proteção tal como uma divisão com janela de vidro entre a mesa da secretária e a área de entrada; e na porta, uma fechadura pode ser controlada da escrivaninha. Algumas igrejas têm ainda alarmes instalados na escrivaninha.

Instale um mecanismo de resposta em sua casa ou igreja. Ele impede que os causadores de problemas saibam seu horário e quando os edifícios estão vazios. Harry e eu temos um em nossa residência pastoral; quando ele sai e o telefone toca em hora imprópria, posso interceptar a mensagem de quem está telefonando. Dessa maneira, posso selecionar as pessoas que telefonam e responder àquelas que conheço.

Seja cuidadoso quanto ao que você põe em seu mecanismo de responder. Não explico por que ele está sendo usado; digo apenas que não temos ninguém disponível no momento para atender ao chamado, mas que iremos ligar depois. Os mecanismos de respostas incomodam alguns membros de igreja, mas se for explicado por que você precisa deles, a maioria os aceitará.

Se puder, evite dar o número do seu telefone particular como o da casa pastoral. As pessoas do lugar, que estão necessitadas, saberão o seu nome e um estranho que tenha uma necessidade real pode ainda entrar em contato com você com pouco esforço. O ter que perguntar para encontrá-lo impedirá telefonemas indesejáveis.

Avise os membros de sua igreja e a polícia local que evitem informar onde fica sua casa e dar o número do seu telefone a estranhos. Em lugar disso, indique-lhes um número no qual você possa atender ou um lugar público onde você possa encontrar-se com a pessoa. Quando for, leve alguém com você. Isto irá desencorajar os poucos que tiverem más intenções.

Quase todo pastor que já esteve no ministério por algum tempo, já foi interrompido por um mendigo. Mesmo com a melhor das precauções, isto acontecerá ocasionalmente, mas é possível evitá-lo, na maioria das vezes. Primeiramente, jamais dê dinheiro. Aqueles que realmente têm necessidade apreciarão receber o gênero de que necessitam — seja alimento, gás ou medicamento. As pessoas que desejam apenas dinheiro, são suspeitas.

Confira sempre a história daqueles que pedem assistência. Quando pastoreamos uma igreja perto de uma saída interestadual, com freqüência recebíamos pedidos de ajuda de transeuntes. Muitos eram honestos, e a igreja tinha recursos para aquele fim. Mas a fim de evitar os aproveitadores, a igreja e o pastor concordaram em pedir referências e permissão para comprovar as histórias daqueles que pediam assistência. Essa verificação funcionou; a ajuda que dávamos era necessária. Aqueles que se achavam em genuína necessidade em geral não recusavam a investigação de suas histórias.

Os pastores não podem fechar a porta de sua compaixão aos necessitados, nem se precaver contra todo perigo. Estar constantemente com medo ou desconfiado não glorifica a Deus; mas, tomar sábias precauções de segurança, é bom indício de mordomia. Os pastores podem ser profissionais compassivos e ainda proteger a propriedade da igreja, seus colaboradores, sua família e a si mesmos.

Anne Elver