Ao longo da história, uma das principais necessidades do povo de Deus foi ser guiado por líderes segundo Seu coração (Jr 3:15). Mas o que significa ser um líder “segundo o coração de Deus”? Em seus escritos, Ellen White apresentou uma série de características que nos ajudam a responder essa questão. A partir de textos da autora, gostaria de compartilhar uma estrutura conceitual geral para a liderança cristã que certamente será benéfica para nossa reflexão.
Humildade e derramamento do Espírito. “Deus agiria poderosamente em favor do Seu povo hoje, se estivessem inteiramente submissos à Sua guia. Precisam eles da presença constante do Espírito Santo. Caso houvesse mais orações nos concílios dos que arcam com as responsabilidades, mais humilhação do coração a Deus, veríamos demonstrações evidentes da liderança divina, e nossa obra efetuaria rápidos progressos” (Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 238).
Estudo das Escrituras. “Os pastores que quiserem trabalhar com eficácia pela salvação de pessoas devem ser tanto estudantes da Bíblia como homens de oração. É pecado da parte dos que tentam ensinar a Palavra a outros negligenciarem eles próprios o seu estudo. […] Uma pessoa que não possui o conhecimento da Palavra da vida não tem o direito de procurar instruir outros no caminho do Céu” (Obreiros Evangélicos, p. 249).
Vida de oração. “Os pastores que forem verdadeiros representantes de Cristo serão homens de oração. Com um fervor e fé a que se não pode negar, hão de lutar com Deus para que os fortaleça e fortifique para o serviço, e lhes santifique os lábios com um toque da brasa viva, a fim de que saibam falar Suas palavras ao povo” (ibid., p. 256, 257).
Serviço abnegado. “Em Sua vida e ensinos, Cristo deu um perfeito exemplo do abnegado ministério que tem sua origem em Deus. […] Toda a Sua vida esteve sob a lei do serviço. Serviu a todos e a todos ajudou. Assim viveu a lei de Deus e, por Seu exemplo, mostrou como podemos obedecer-Lhe. […] Aqueles que tiveram comunhão com Cristo no cenáculo sairão para servir como Ele serviu” (O Desejado de Todas as Nações, p. 649, 651).
Liderança compartilhada. “Às vezes um homem que foi colocado em posição de responsabilidade, como líder, concebe a ideia de que está numa posição de suprema autoridade, e que todos os seus irmãos, antes de fazerem qualquer movimento de avanço, devem primeiro dirigir-se a ele pedindo permissão para fazer aquilo que eles sentem que precisa ser feito. Esse homem está numa posição perigosa. Perdeu de vista a obra do verdadeiro Líder do povo de Deus. […] Una-se com seus irmãos se quiser que eles se unam a você e lhe manifestem sua confiança. Confiança e fé geram confiança e fé. […] Revele seus planos a eles. Um deles se sentirá livre para falar, e depois outro, e talvez chamem sua atenção para algumas coisas nas quais você não havia pensado antes” (Ministério Pastoral, p. 53, 54).
Amor pelos perdidos. “Se os embaixadores de Cristo reconhecerem a solenidade de apresentar a verdade ao povo serão homens sóbrios e sensatos, colaboradores de Deus. Se tiverem o verdadeiro senso da comissão que Cristo deu a Seus discípulos, com reverência abrirão a Palavra de Deus e atenderão à instrução do Senhor pedindo sabedoria do Céu para que, ao estarem entre os vivos e os mortos, possam reconhecer que devem prestar contas a Deus pelo trabalho que está em suas mãos” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 142).
Os pastores que quiserem trabalhar com eficácia pela salvação de pessoas devem ser tanto estudantes da Bíblia como homens de oração.