Pensando no fato de que tenho ouvido sermões pelo menos uma vez por semana durante toda a minha vida, foi que me surpreendi perguntando: O que aconteceria se o púlpito falasse? Que perguntas ele faria ao pregador? Acho que posso imaginar algumas. Ei-las:
• Seu sermão é fruto de uma experiência pessoal, ou é apenas uma idéia momentânea?
• Você pode dizer sua mensagem com a mesma ênfase que Cristo diria?
• Se o que você diz é verdade, por que grita?
• Como um porta-voz de Jesus, tem certeza de que as crianças entendem suas palavras?
• Está consciente de que a quantidade de palavras não determina a veracidade de sua mensagem?
• Quantas palavras você necessita para dizer a mesma coisa sem ofender, ferir, nem atacar alguém?
• Você fala em nome de Jesus ou apenas está ecoando seus preconceitos?
• Seus argumentos se fundamentam em uma profunda exegese ou são uma interpretação caprichosa do texto?
• Você manipula emoções ou fala à mente para que o público reaja sem pressão?
• Se Cristo nunca usou tecnicismos nem efeitos especiais para alcançar o povo, por que você necessita disso?
• Fala você como quem tem uma verdade a transmitir ou como quem busca convencer de uma verdade que ainda não possui?
• Conhece a diferença sutil entre persuadir e dissuadir?
• Se algum político ou autoridade civil o escutasse hoje, você falaria com a mesma força e convicção?
• Seu sermão é fruto de um aprofundamento no texto bíblico ou é uma idéia que deseja defender usando o texto como desculpa?
• Por que necessita passear pela Bíblia para dizer o que está contido em um versículo?
• Meia hora já se foi. O que mais deseja dizer antes que o público vá embora?
• Quando as pessoas saírem deste lugar, que idéia levarão na mente?
• Se interpelarmos as pessoas, à saída, saberão elas com clareza o que foi dito?
• Se a mensagem do Senhor é tão clara, por que você usa palavras complicadas?
• Você respondería ao apelo que está fazendo?
• Está consciente de que os sermões passam mas os pregadores ficam?
• Já imaginou que quando você termina de falar, justamente aí começa a sua pregação?
• Se o que você está dizendo é motivado pelo amor ao Senhor e aos Seus filhos, por que suas palavras soam tão duras, críticas e mordazes?
• Com o passar dos anos, o que as pessoas se lembrarão daquilo que você acaba de dizer?
• Sua esposa e seus filhos podem dizer que você pratica no lar o que prega na igreja?
• Se seus amigos o ouvissem pregar, estariam comovidos por suas palavras ou assombrados por sua ousadia?
• Você sabe que “eloqüência” significa viver o que se fala?
• Entende você o anelo daquelas pessoas que pediram a Filipe: “Queríamos ver a Jesus”?
Miguel Angel Núnez, Ph.D., professor de Teologia na Universidade Adventista del Plata, Argentina