Natal, capital do Rio Grande do Norte, é uma cidade litorânea e a capital mais oriental do Brasil. Trata-se de um centro militar nacional, sendo considerada, internacionalmente, um ponto estratégico importante, como aconteceu na II Guerra Mundial. Nela ainda estão os comandos da Marinha e Aeronáutica para o Nordeste do Brasil. É o ponto geográfico mais próximo para a África.

Sua principal fonte de renda é a comercialização de roupas. Nela estão localizadas grandes indústrias multinacionais dessa área. O motivo do interesse é a produção de algodão com fios longos.

Em 1973, a população local girava em torno de 300 mil habitantes. Essa população cresceu cerca de 135% nos últimos 20 anos, com uma média de 6,75% ao ano, superior, quase cinco vezes mais, ao crescimento populacional do mundo. A cidade vive uma explosão populacional e econômico-financeira, sendo o turismo uma outra grande fonte de renda.

Presença adventista

A Igreja Adventista possuía, em toda a cidade, apenas um templo com aproximadamente 300 membros, que é sua capacidade máxima. Havia ainda duas escolas sabatinas filiais: Cidade Esperança, com 20 pessoas, e Igapó, com o mesmo número de assistentes. No ano de 1975, esses dois núcleos foram organizados como grupo. Daí em diante, o pastor distrital começou a investir fortemente no treinamento dos membros, ministrando cursos de preparo de sermões, professor de Escola Sabatina e instrutor bíblico.

Em 1976, a igreja foi orientada em duas direções: forte ênfase no ensino e vivência da salvação pela fé e planejamento por objetivo. Nos dois anos seguintes, a igreja foi conduzida, pela pregação e visitação pastoral, a um reavivamento da fé, como o primeiro e principal pilar da mobilização da Igreja. Nesse processo, a comunidade foi levada a buscar um relacionamento espiritual, numa base interpessoal – Jesus e a pessoa, não a pessoa e a igreja, que é um aspecto posterior e secundário ao primeiro. A importância da missão na vida do crente somente será alcançada quando a salvação ocupar o primeiro lugar de sua vida pessoal. Assim, a importância da missão depende da importância da salvação. Nenhum projeto missionário, ou qualquer outro, perdurará mais tempo na vida da Igreja, do que o tempo em que permanece viva a experiência salvífica em seu coração. Para que tal objetivo fosse alcançado, o pastor pregou, ensinou e estudou com a igreja o livro de Romanos. Os melhores programas eclesiásticos fenecem, antes de qual-quer coisa, por causa do obstáculo espiritual.

Planejamento por objetivos

A essa altura, e simultaneamente, iniciou-se um processo de planejamento, cujo primeiro item foi a discussão sobre a filosofia da Mordomia Cristã, onde os aspectos espirituais, missionários, financeiros e recursos humanos são parte de um todo, e não vivem separadamente. A seguir, foi feita uma análise das finanças da igreja local, sua relação com os programas, e o resultado em batismo e o crescimento líquido da igreja. Para surpresa geral, percebeu-se que a maior aplicação de recursos estava em áreas em que menos resultados evangelísticos aconteceram. Logo, foram tomadas duas decisões básicas: primeiro, cada departamento deveria contribuir com seus programas para o objetivo principal – ganhar almas. Segundo, os recursos financeiros, levando-se em conta a prioridade evangelística, seriam destinados a ela.

O passo seguinte foi a escolha, no último trimestre do ano, dos líderes para os diversos setores e departamentos da igreja. Estes, juntamente com os oficiais do período vigente, reuniram-se em comissões por departamentos. Algumas vezes foram necessárias reuniões conjuntas de várias comissões. Cada grupo deveria estabelecer no mínimo três objetivos, sendo que o primeiro deveria ser a salvação de almas. Esses objetivos de-veriam ser apoiados por programas, contendo atividades mensuráveis, que levassem a igreja a alcançá-los. As atividades eram dispostas no calendário anual.

A isso acrescentava-se uma avaliação de despesas, por área. Somente após todas as comissões departamentais planejarem as respectivas atividades para o ano, elaborava-se o orçamento espiritual, assim chamado porque não continha apenas informações de receitas e despesas de cada setor, mas também os objetivos e programas evangelísticos. Cópias desse orçamento foram distribuídas entre todos os membros, que o aprovavam em assembléia, com ou sem modificações. Esse processo era realizado até o mês de dezembro, a fim de que já no dia 1o de janeiro tivesse início a execução das atividades programadas.

O acompanhamento do programa era feito de duas formas, pelos membros: em primeiro lugar, era feito um balancete mensal, que incluía os recursos financeiros gastos e disponíveis, mais os resultados evangelísticos e as realizações de cada departamento. Esse balancete não somente era afixado no quadro de anúncios da igreja, mas era apresentado oralmente no intervalo entre a Escola Sabatina e o Culto Divino. Em segundo lugar, no último sábado de cada trimestre, todas as comissões departamentais se reuniam, para uma avaliação do respectivo planejamento. Verificavam, então, o que foi realizado, as dificuldades encontradas ao longo do caminho, etc. Era o momento em que faziam-se as correções, os ajustes e mudanças necessários.

Resultados

Além desse planejamento anual, havia outro, para ser executado durante cinco anos, contendo grandes metas, tais como implantação de escola de primeiro grau, construção de casa pastoral, sede de acampamento, e estabelecimento da igreja em diversos bairros. Como atividade missionária básica destacou-se a formação de pequenos grupos, com base nas Unidades de Ação da Escola Sabatina e sua subdivisão em duplas evangelizadoras. A cada trimestre elas recebiam material específico gratuito, e área para trabalhar de casa em casa. Além disso, havia também a meta de formar novas congregações, através de campanhas evangelísticas dirigidas por pastores. Logo surgiram três novas congregações: Mãe Luiza, Cidade Esperança e Igapó. As duas últimas se tornaram sedes distritais.

Dez anos depois, em 1983, o número de membros saltara de 378 para 1.015. Um crescimento de 268,51% no período, e uma taxa de crescimento anual correspondente a 26,85%. Nos dez anos posteriores, em 1993, o número de membros já alcançava a marca de 2.981, revelando uma taxa de crescimento ainda maior no período, de 293,36%, e taxa de crescimento anual de 29,33%.

Onde havia apenas uma igreja e duas es-colas sabatinas filiais, passados vinte anos, existem atualmente sete igrejas, 13 grupos e seis famílias. A igreja central, anteriormente sede de um único distrito que abarcava todo o Estado, desdobrou-se em quatro distritos pastorais, com amplas possibilidades de surgir mais um distrito na capital.

Os pastores que passaram por este distrito continuaram trilhando os caminhos de fortalecimento espiritual da igreja, planejamento por objetivo, treinamento, prioridade ao evangelismo, formação de pequenos grupos e estabelecimento de novas congregações.

Além do crescimento evangelístico, a Igreja Central de Natal tem o maior índice na devolução dos dízimos em toda a Missão Nordeste. Os projetos de construção tornaram-se realidade, e hoje existem duas casas pastorais, uma sede de acampamento J.A., com toda estrutura para receber caravanas de outras localidades. Recentemente foi adquirido um terreno junto à Igreja Central, onde será construído um edifício para uma escola de primeiro e segundo graus.

Outro grande destaque é o fato de que a juventude da década de 70 ocupa, atualmente, cargos de liderança, com a vantagem de estar melhor preparada intelectualmente e com melhores condições financeiras. Isso foi possível porque em Natal não ocorreu o êxodo de membros que às vezes acontece em outros lugares.