Uma de minhas responsabilidades como secretário departamental de publicações é adestrar colportores-evangelistas na arte de vender literatura evangélica. Entre outras coisas, salientamos a importância de uma boa personalidade, a necessidade de cortesia e o abandono da afetação nas maneiras.

Os ministros também são vendedores. Oferecemos o mais elevado produto de todo o mundo, e nossos hábitos e aparência reforçam ou diminuem visivelmente nossas possibilidades de êxito.

Tenho pensado a respeito de alguns hábitos que influem grandemente na utilidade do ministro. Talvez alguns pareçam triviais e insignificantes, mas, se exercem uma influência desfavorável sôbre os ouvintes, devem ser evitados.

Aparência Pessoal

As pessoas começam a formar juízo de vós desde a primeira vez que vos contemplam, e a maneira de vos vestirdes manifesta algo a elas, antes mesmo de terdes proferido uma palavra. Certamente o ministro deve ter o cuidado de vestir-se de conformidade com sua profissão. No livro Obreiros Evangélicos, à página 173, encontra-se êste conselho referente ao vestuário do ministro: “O cuidado no vestuário é digno de consideração. O ministro deve trajar-se de maneira condigna com sua posição.” Naturalmente, os costumes variam dum clima e país para outro, mas achamos que trajes esportivos, camisas de côr e gravatas que dão muito na vista não são apropriados para o uso no púlpito de qualquer igreja localizada numa cidade.

Ê-nos dito também que a “roupa desasseada leva o reproche contra a verdade que professamos crer. . . . Isto não é assunto de pouca conseqüência; pois êle afeta vossa influência sôbre outros agora e para a eternidade.” — O Colportor-Evangelista, pág. 65.

Conduta na Plataforma

Quando vos assentais na plataforma, mantende os pés sôbre o assoalho. Estai atentos, interessados, e não vos relaxeis demasiado. Não cruzeis as pernas. Alguns que o fazem expõem as meias ou as solas gastas dos sapatos. Essa atitude sem cerimônias não se revela a melhor postura na plataforma. Não cochicheis. Pode haver ocasiões em que se torne necessário fazer algumas perguntas ou dizer uma palavra de explicação, mas isso deve ser feito rapidamente e do modo mais imperceptível, pois os cochichos podem perturbar bastante aquêle que está pregando, bem como desviar a atenção dos presentes. Se fazeis parte dos que estão na plataforma, evitai certas maneiras afetadas que distraem a atenção, tais como bater repetidamente com um lápis, etc., que muito podem incomodar a pessoa que está falando à congregação, além de perturbar aquêles que se encontram nos primeiros assentos da igreja.

Participai nos cânticos da congregação. Acompanhai o texto que o ministro lê. Não vos ponhais a ler a Bíblia durante o culto. Olhai para o orador. Olhai para a congregação. Mantende-vos despertos. Quer estejais pregando, quer assentados na plataforma, não consulteis o relógio de maneira que os outros o percebam. Isto poderá levá-los a fazer a mesma coisa, desviando assim a mente da mensagem que está sendo apresentada. Fará com que comecem a imaginar quanto tempo falta para terminar a reunião e o que efetuarão após o sermão. O orador deve estar ciente do tempo que gasta e esforçar-se por terminar na hora certa, sem chamar a atenção para isso.

Cumpre cuidar na construção das frases e na pronúncia das palavras. De vez em quando até mesmo os oradores de mais experiência empregam ou pronunciam mal uma palavra. Poderíamos citar muitos exemplos disso. Tais erros são tão desagradáveis para certas pessoas, como uma nota discordante o é para o ouvido do músico.

Pela atmosfera que nos envolve, tôda pessoa com quem nos comunicamos é consciente ou inconscientemente afetada.

Esta é uma responsabilidade de que não nos podemos livrar. Nossas palavras, nossos atos, nosso traje, nosso procedimento, até a expressão fisionômica tem sua influência. Da impressão assim feita dependem conseqüências para bem ou para mal, que ninguém pode computar. — Parábolas de Jesus, págs. 339 e 340.

Se vossa personalidade, vestuário, linguagem e hábitos ofendem as pessoas, elas dificilmente apreciarão ou aceitarão vossa mensagem. Examinai-vos a vós mesmos. Apresentai a maior mensagem e o mais elevado convite do mundo, da melhor maneira que puderdes.

O ministro deve lembrar que sua atitude no púlpito, sua maneira de falar, seu vestuário, produzem nos ouvintes impressão favorável ou desfavorável. Cumpre-lhe cultivar a cortesia e a fineza de maneiras, conduzindo-se com a suave dignidade própria de sua alta vocação. — Obreiros Evangélicos, (3a. ed.), pág. 172.

Que pensam as pessoas de vós no sábado, quando vos assentais na plataforma ou vos pondes em pé detrás do púlpito? Lembrai-vos: “Os grandes caracteres são formados por pequenos atos e esforços”, e os ministros que estão constantemente perante o povo são julgados pela maneira em que se apresentam, agem e falam. Que dizer de vossa apresentação e postura na plataforma?

W. A. HIGGINS, secretário associado do Departamento de Publicações —

Associação Geral