Como encontrar respostas para questões não abordadas diretamente nas Escrituras

Nos séculos seguintes à conclusão do cânon, os cristãos foram e ainda são confrontados com questões de natureza teológica ou ética que não são diretamente abordadas na Escritura. Há quem se refira a esse problema como “o silêncio da Bíblia”; embora não seja um silêncio absoluto.

Aqui estão exemplos: Deus pode morrer? O que aconteceu com a natureza divina de Cristo quando Ele morreu na cruz? Experimentou Jesus a primeira ou a segunda morte? Como devemos tratar de temas como aborto, pesquisas com células-tronco e clonagem humana? Podem os cristãos, hoje, estar envolvidos com alguma forma de escravidão? Que dizer da ecologia e o cuidado com o planeta? Deveríamos estar liberados para beber álcool, fumar ou usar drogas? Não há um mandamento bíblico dizendo: “Não fumarás.”

Questões desse tipo nem sempre podem ser resolvidas com um texto específico, tratando diretamente do assunto. Entretanto, são importantes e muitas delas influenciam diretamente nosso dia a dia. Não podem ser ignoradas. Isso levanta a questão sobre como nós podemos proceder e o que devemos fazer em tais casos. Quais são as opções que temos, considerando que aceitamos a Escritura como a Palavra de Deus, evitando abordagens críticas como as sugestões de que ela é culturalmente condicionada, reflete a evolução do pensamento religioso, ou é relativa em suas declarações e autoridade? Excluindo essas ideias, parece que nos restam pelo menos quatro opções.

O que não é proibido é permitido

A primeira opção é: O que não é proibido é permitido. De acordo com essa abordagem, se a Escritura não trata especificamente de um tema, os cristãos estão livres para tomar qualquer direção que desejem. Alguns defendem a limitação dessa liberdade, argumentando que, em oração e sob a direção do Espírito Santo, a igreja, não a pessoa, deve tomar as decisões sobre o tema envolvido.

Tomemos, por exemplo, a estrutura da igreja. A Bíblia não diz precisamente como uma igreja mundial deve ser estruturada. Não há textos que digam letra por letra que devamos ter Associações, Uniões, Divisões, a Associação Geral, ou quanta autoridade deve ser atribuída aos líderes nos vários níveis de administração. Deveríamos achar que o modelo episcopal, presbiteriano ou congregacional, de governo eclesiástico seja mais vantajoso?

Essa e a seguinte abordagem já foram discutidas na história da igreja. J. P. Lewis escreveu:

“Tertuliano estava preocupado se um cristão poderia usar uma coroa de louros. Embora a oposição argumentasse que ‘o que não é proibido é permitido’, ele dizia que ‘o que não é claramente permitido é proibido’. Portanto, seria sobrepujar a evidência assumir que Tertuliano tenha aplicado seu argumento a todas as questões de fé e prática da igreja.”1

“A Bíblia tem mais a dizer sobre questões como estilo de vida, ética e outras, do que podemos ver apenas no âmbito superficial”

Lewis continua: “Lutero considerava que ‘o que a Escritura não tem aprovado nem proibido tem de ser considerado livre e tratado em consenso’. Lutero não tentou eliminar o erguimento da hóstia nem o uso de vestimentas eucarísticas. Quando Karlstadt perguntou: ‘Onde Cristo ordenou erguer a hóstia e exibi-la ao povo?’, a resposta de Lutero foi: ‘Onde Ele proibiu?’, e afirmou: ‘O papa transgride quando ordena; e os sectários, quando proíbem.’”2

Lutero considerou “indiferentes” as coisas sobre as quais a Escritura e Deus não especificam.3 Essa abordagem também é chamada de “princípio normativo”, adotado, por exemplo, pelos anglicanos.4

O que não é permitido é proibido

Uma segunda abordagem poderia ser: O que a Escritura não permite explicitamente é proibido. Isso pode significar que, por exemplo, podemos ter que viver como os Amish [grupo cristão anabatista conservador nos Estados Unidos], e evitar eletricidade e todos os modernos meios de transporte e comunicação, porque nada disso é mencionado nas Escrituras. A Bíblia não fala de progressos científicos que influenciam nosso dia a dia. Deveríamos banir os órgãos das igrejas, como fizeram os calvinistas5 – ou a informática? Nada disso está explicitamente mencionado na Escritura, e há muitos outros exemplos. Alguém pode argumentar que a Escritura regulamenta a vida religiosa, não a vida secular. Entretanto, essa distinção não é feita diretamente na Bíblia.

A questão foi discutida no primeiro século e ressurgiu com Ulrico Zwinglio e João Calvino. Para Zwinglio, “tudo devia ser simples. A Escritura podia explicitamente sancionar tudo o que fosse feito no culto, embora houvesse uma área de ‘coisas indiferentes’, como o palavreado das orações. O que não era autorizado era rejeitado.”6 E, de acordo com Calvino, “nada é mais seguro do que banir todo atrevimento do senso humano, e aderir somente ao que a Bíblia ensina”.7

Thomas Campbell, do Movimento de Restauração, afirmou: “Onde as Escrituras falam, nós falamos; onde elas silenciam, nós silenciamos.”8 Isso parece muito bom e, certamente, é sincero. Entretanto, W. Woodrow mostra que Campbell não seguiu esse princípio:

“Infelizmente, Campbell sempre usava a mesma lógica para excluir uma prática e incluir outra… justificou muitos itens para os quais não havia ordem nem exemplo sob o ‘direito de conveniência’: reuniões nas casas, batistérios, tradução, publicação e distribuição da Escritura, tempo para reunião, arranjos específicos para o dia do Senhor… A escravidão não era imoral em si mesma, desde que ‘nenhum verso da Bíblia a inibia’. Também admitiu que, ‘não tendo Deus prescrito formas de governo político, desse modo sancionou todo sistema que a sociedade escolhe assumir’. Sendo que os apóstolos não deram nenhuma direção quanto à maneira de cooperação na igreja, isso ‘é deixado à sabedoria e discrição de toda a comunidade’.

“Deve-se notar que o contexto no qual o silêncio bíblico era proibitivo para Campbell geralmente envolvia algum aspecto da igreja – sua forma de governo, culto ou termos de comunhão… Desde que o Novo Testamento apresentasse todas as características essenciais da igreja, elementos extrabíblicos eram desautorizados, violavam o modelo divino e impediam a unidade cristã. Caso contrário, o silêncio implicava em liberdade.”9

Os restauracionistas podem ter falhado em ver que nem todas as situações da igreja no Novo Testamento eram semelhantes; em alguns casos, havia várias opções. Por exemplo, os cristãos judeus ainda se reuniam no templo e na sinagoga, enquanto cristãos gentios se reuniam nas igrejas em casas, idealizadas depois da sinagoga. Os restauracionistas também podem ter falhado em distinguir entre narrativas bíblicas e prescrições bíblicas.

Em todo caso, Woodrow nota: “Isso não significa que toda palavra ou todo ato que não apareça especificamente na Bíblia esteja em desacordo com ela… Embora a menção de uma prática no Novo Testamento seja diferente de outra, isso não é base para tornar a última prática errada ou pecaminosa… Para os cristãos, comemorar a Ceia do Senhor com jejum seria ridículo; entretanto a instituição da Ceia não impede o jejum como expressão válida de adoração.”10

Essa segunda abordagem também é chamada de “regulativa” e foi seguida pelos puritanos.

Entre duas abordagens

Uma terceira abordagem podia ser escolhida entre as duas anteriormente apresentadas, ou encontrar uma posição de mediação.

Embora pareça estranho, essa abordagem pode ser encontrada entre membros, pastores e administradores da igreja adventista. Entretanto, também foi encontrada ao longo da história da igreja, porque as pessoas que aceitavam a última abordagem não eram capazes de aplicá-la consistentemente. Isso foi verdadeiro tanto para os reformadores como para os restauracionistas.11

“Karlstadt, colega de Lutero, posteriormente seu opositor em Wittenberg, expressou o princípio de nada se acrescentar à Escritura… Qualquer pessoa que acrescentar algo à Palavra de Deus ou dela subtrair algo está automaticamente excomungada. Apesar disso, a pessoa tem direito de liberdade onde as Escrituras não são explícitas, mas o direito individual é subordinado às necessidades da comunidade… Karlstadt ampliava o que as Escrituras estabeleciam. O cuidado pelas viúvas, por exemplo, incluía o cuidado pelos viúvos.”12

Princípios orientadores

Uma quarta abordagem sugere que, na ausência de textos bíblicos claros que tratem diretamente do tema sob investigação, devemos procurar os princípios que podem iluminar a questão, avaliá-los com oração, e determinar como eles são aplicáveis às questões teológicas e éticas. Princípios bíblicos são encontrados em textos bíblicos, que devem ser analisados exegética e teologicamente.

Essa abordagem realça que ordens e proibições bíblicas devem ser levadas a sério. O mesmo é verdade quanto aos princípios. A vontade de Deus jamais pode ser ignorada.

Tomemos como exemplo o tema da saúde. Devemos focalizar o que a Escritura tem a dizer sobre saúde e, por exemplo, concluir que Deus formou nosso corpo e espera que sejamos bons mordomos dele. As Escrituras chamam nosso corpo de templo do Espírito Santo (1Cr 9:6) e nos desafia a glorificar a Deus através dele (1Co 6:20). À luz desse princípio, o tremendo risco que a prática de fumar traz à saúde, é muito difícil para o cristão justificá-la.

A Bíblia não contém uma proibição clara à escravidão; porém, olhando os princípios bíblicos sobre dignidade humana, liberdade e igualdade, bem como estudando o tratamento que Paulo deu à questão em epístolas como a enviada a Filemom, os cristãos têm reprovado a escravidão.

Avaliando as abordagens

As quatro abordagens são básicas para tratar com assuntos que não são diretamente mencionados nas Escrituras. Pode haver mais que quatro – e há, caso alguém escolha a abordagem crítica – mas estaremos concentrados nas que foram mencionadas, apontando seus pontos fortes e fracos.

“Embora encontremos diferentes ênfases teológicas em vários livros da Bíblia, a verdade bíblica é um sistema integrado que não deve ser destruído”

Primeira abordagem. Essa abordagem permite um pouco de liberdade. Porém, isso pode ser perigoso, pois a liberdade pode ser abusada. Parece ser muito simplista e pode não levar em consideração os princípios bíblicos existentes quando não há textos específicos sobre o assunto em pauta. A Bíblia tem mais a dizer a respeito de questões como estilo de vida, ética e outras, do que podemos ver apenas no âmbito superficial. Portanto, essa abordagem parece problemática.

Segunda abordagem. A segunda abordagem pode não ser tão facilmente abusada como a primeira; mas pode ser restritiva e torna difícil a vida hoje. Poderia ser também questionado o seguinte: Essa abordagem é a intenção da Escritura? É por ela permitida ou favorecida? Evidentemente, falta à segunda abordagem a liberdade garantida pela primeira. Alguém pode achar difícil procurar princípios bíblicos e também pode ficar satisfeito apenas com uma leitura superficial das Escrituras. Seguir tal abordagem poderia complicar ou até mesmo impedir o cumprimento da missão e a proclamação das três mensagens angélicas, caso fossem excluídos os modernos meios de transporte e de comunicação.

Somos advertidos a nada acrescentar às Escrituras nem delas subtrair alguma coisa (Dt 4:1, 2); Ap 22:18, 19). Aliás, alguém pode argumentar que isso significa que também não podemos fazer nada que não seja nelas mencionado. Entretanto, a questão é se esses textos devem ser interpretados dessa maneira. G. R. Osborne corretamente argumenta que eles devem ser compreendidos no contexto de combate à heresia. “À semelhança de Deuteronômio, Cristo adverte contra os falsos mestres que distorcem o significado das profecias, adicionando a elas seu próprio ensinamento ou removendo o significado pretendido por Deus.”13 G. K. Beale o apoia: “Tais ensinamentos falsos equivalem a adicionar algo à lei de Deus ou subtrair algo da lei de Deus.”14

Esses textos não se referem à questão de que “o que a Escritura não permite explicitamente é proibido”. Ironicamente, enquanto ensinavam regulamentos tradicionais – coisas não explicitamente mencionadas nas Escrituras – os líderes judeus a elas adicionavam suas tradições e foram criticados por Jesus por causa dessa prática.

Semelhantemente à primeira abordagem, essa também é problemática.

Terceira abordagem. Escolher entre as duas abordagens mencionadas é algo que parece bizarro. Dificilmente se pode conceber que a primeira e a segunda podem ser combinadas de modo significativo. Alternar entre abordagens que estão diametralmente opostas uma à outra desafia toda lógica.

Infelizmente, as pessoas costumam tomar decisões que não estão alicerçadas sobre claros princípios, com o tolo pensamento de que podem conciliar o que é inconciliável. Também podem dividir a vida em diferentes compartimentos, com alguns sendo governados por uma abordagem, enquanto outros são governados pela abordagem oposta. Parece-nos que a terceira abordagem é pior que as duas anteriores. Consciente ou inconscientemente, a pessoa se torna padrão para interpretar as Escrituras. Com essa abordagem há o perigo de que a primeira ou a segunda posição sejam escolhidas subjetivamente, quer para obter resultados e conclusões desejados, ou para manter algum tipo de tradição.

Quarta abordagem. Como já foi dito, essa abordagem é governada por princípios bíblicos. Ela pode ser mais desafiadora que as anteriores, e força o pesquisador a estudar seriamente as Escrituras, orar e buscar a vontade de Deus, o que é realmente benéfico. Promove um relacionamento maduro e crescente com Deus. Essa abordagem também parece permitir alguma abertura, especialmente quando se tratar do conceito da mordomia cristã. Parece ser a melhor abordagem entre as quatro.

W. C. Kaiser e M. Silva argumentam: “Somente o que é diretamente ensinado na Escritura é ligado à consciência… Ligar a consciência dos crentes ao que não é diretamente ensinado nas Escrituras é caminhar perigosamente perto de construir uma nova tradição…” Isso soa como a primeira abordagem, mas eles continuam: “Assim, o que é diretamente condenado na Escritura devemos condenar. E o que é condenado pela aplicação imediata de um princípio também devemos condenar.”15

A escolha

Isso nos leva ao ponto em que temos de tomar uma decisão de escolher a abordagem que seguiremos. Tal decisão é, ao mesmo tempo, uma decisão sobre como fazer teologia, algo que uma abordagem simplista não fará. O Senhor quer que tomemos um tema, pensemos sobre ele e, sob a direção do Espírito Santo, obtenhamos respostas para questões não abordadas literalmente na Bíblia.

Jesus e os apóstolos exemplificaram essa atitude. Em Mateus 19, Cristo foi confrontado com a questão do divórcio. O Antigo Testamento contém permissão para o divórcio em caso de indecência (Dt 24:1-3). Mas Jesus sabia que essa era uma concessão feita por causa da dureza de coração do povo (Mt 19:8). Assim, foi ao princípio bíblico encontrado no relato da criação, declarando que Deus fez um homem e uma mulher, uniu-
os em casamento e eles se tornaram “uma só carne” (Gn 1:27; 2:24). Disso, Cristo deduziu: “Portanto, o que Deus uniu ninguém separe” (Mt 19:6).

Em Romanos 1, Paulo discutiu a pecaminosidade dos gentios, mencionando vários maus hábitos, incluindo homossexualidade. Claras proibições ao estilo de vida homossexual são encontradas em Levítico 18 e 20. Paulo não aludiu a esses textos, mas apresentou o contexto da criação (Rm 1) e queda (Rm 5) como razão para rejeição da prática homossexual. Embora tivesse textos bíblicos, ele usou princípios bíblicos para falar do problema.

Evidentemente, essa abordagem deve ser favorecida. Ela envolve exegese da Escritura e descoberta de princípios e temas bíblicos. Mas algumas perguntas permanecem: Primeira, como encontramos princípios bíblicos e os aplicamos às questões que enfrentamos? Resposta: Lemos a Bíblia ampla e regularmente e pedimos que o Espírito Santo nos guie aos princípios certos. A comunidade de crentes também é importante, porque geralmente a igreja como um todo é capaz de apontar princípios bíblicos que são aplicáveis a situações específicas.

Segunda pergunta: Que critérios adicionais podem ser utilizados? Aqui estão alguns:

  •  Na busca de princípios bíblicos, terão prioridade aqueles que partilham as mesmas preocupações do tema sob investigação. Por exemplo: Ao se discutir o aborto, os princípios de valor da vida, assassinato e morte devem ser considerados.
  •  A solução de um caso específico deve estar em harmonia com outros ensinamentos bíblicos e com toda a mensagem da Bíblia. Embora encontremos diferentes ênfases teológicas em vários livros da Bíblia, há unidade abrangente. Então, não deve haver fios desconectados ou conclusões conflitantes quando fazemos teologia ou determinamos como as questões difíceis devem ser resolvidas. A verdade bíblica é um sistema integrado e unido que não deve ser destruído.
  •  Alguns princípios devem ser traçados através da Bíblia para que vejamos se ocorreu, ou não, mudança na prática mencionada. Caso tenha havido mudança, a direção que essa tomou deve ser procurada, assim como aconteceu, por exemplo, com os cristãos no caso da abolição da escravatura.
  •  Os cristãos não são ilhas. Ao tratar com essas questões, podemos ter que consultar outros membros da igreja ou pessoas experientes, para ouvir seus conselhos e sugestões.

Pessoas com visão elevada das Escrituras têm muitas opções quando necessitam responder a questões que não estão claramente mencionadas na Bíblia. Uma abordagem fundamentada em princípios parece ser mais frutífera e também recomendada pela Bíblia. Devemos manter firmemente nossa fidelidade às Escrituras. 

Referências:

1 Jack Pearl Lewis, Restoration Quarterly 48/2 (2006), p. 73.

2 Ibid., p. 82.

3 http://lavistachurchofchrist.org/LVarticles/SilenceOfTheScriptures.htm, acessado em 15/05/2012.

4 I. Howard Marshall, Beyond the Bible: Moving from Scripture to Theology (Grand Rapids: Baker, 2004), p. 40.

5 John Barber, Reformed Perspective Magazine 8/26 (2006), v. 8, nº 23.

6 Jack Pearl Lewis, Op. Cit., p. 75.

7 João Calvino, Institutes 4, 8, 12.

8 W. E Garrison e A. T. DeGroot, The Disciples of Christ: A History (St. Louis: Bethany Press, 1958), p. 140.

9 Woody Woodrow, Restoration Quarterly 28/1 (1985-1986), p. 31, 32.

10 Ibid. p, 38.

11 Woody Woodrow, Op. Cit., p, 33

12 Jack Pearl Lewis, Op. Cit., p. 79.

13 G. R. Osborne, Revelation, Baker Exegetical Commentary on the New Testament (Grand Rapids: Baker Academic, 2002), p. 795.

14 G. K. Beale, The Book of Revelation: A Commentary on the Greek Text (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), p. 1151.

15 Walter C. Kaiser Jr. e Moisés Silva, An Introduction to Biblical Hermeneutics: The Search for Meaning (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1994), p. 204.