Como diz o antigo e belo cântico, “o tema da Bíblia é Cristo e como veio salvar”. De fato, todos os demais temas das Escrituras são derivações ou explicação do plano da salvação. Livrarias e bibliotecas religiosas estão repletas de literatura explicativa do plano elaborado por Deus 

para salvar a humanidade perdida. Contudo, apesar da enorme produção literária e do esforço do homem em pesquisar o assunto, mal entreabrimos a porta do ilimitado depósito que armazena os mistérios do amor de Deus, revelado em Cristo Jesus. 

No sincero empenho para desvendar todas as nuanças da salvação, estudiosos têm se deparado com algumas questões. Uma delas envolve a realidade substituinte do sacrifício de Cristo, conforme apresentam Ekkehardt Mueller e George Reid em matéria desta edição, na qual respondem às grandes perguntas suscitadas pelo debate a respeito desse tema. O apóstolo Paulo a ele se refere, com as seguintes palavras: “Sendo justificados gratuitamente, por Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a Sua justiça, por ter Deus, na Sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da Sua justiça no tempo presente, para Ele mesmo ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3:24-26). 

Como é fácil perceber, o apóstolo apresenta Deus não como receptáculo da propiciação, mas como seu provedor. Isto é, o fato de que Ele expôs Cristo como sacrifício mostra que a cruz não foi um evento elaborado na tentativa de torná-Lo gracioso para conosco, mas um evento através do qual Ele mostrou Seu amor e Sua graça inerentes. Em outras palavras, Ele não nos amou por causa da expiação; mas, porque nos amou, providenciou a expiação. É como escreveu Ellen White: “Este grande sacrifício não foi feito para engendrar no coração do Pai o amor para com o homem, nem para dispô-Lo a salvá-lo. Não, não! ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito.’ O Pai nos ama, não em virtude da grande propiciação; mas sim proveu a propiciação por isso que nos ama. Cristo foi o instrumento pelo qual Ele pôde entornar sobre um mundo caído o Seu infinito amor. ‘Deus estava em Cristo 

reconciliando consigo o mundo.’ Sofreu juntamente com Seu Filho. Na agonia do Getsêmani, na morte sobre o Calvário, o coração do infinito amor pagou o preço de nossa redenção” (Caminho a Cristo, p. 13,14). 

Quem pode entender a plenitude desse amor? Não é sem razão que ele continuará sendo o tema do cântico e da reflexão dos remidos pelos séculos da eternidade! 

Zinaldo A. Santos