O redator de The Ministry entrevista Ellen G. White acerca da preparação para o batismo.

PERGUNTA: Irmã White, qual é o efeito sobre a igreja quando os candidatos são batizados antes de tornarem evidente que venceram hábitos e costumes não cristãos?

R: “A aquisição de membros que não foram renovados no coração e reformados na vida é uma fonte de fraqueza para a igreja. Este fato é muitas vezes passado por alto. Alguns ministros e igrejas acham-se tão desejosos de assegurar um aumento de membros, que não dão testemunho fiel contra hábitos e costumes não cristãos. Aos que aceitam a verdade não é ensinado que eles não podem, sem perigo, ser mundanos em sua conduta, ao passo que de nome são cristãos. Até então, eram súditos de Satanás; daí em diante, devem ser súditos de Cristo. A vida deve testificar da mudança de dirigente”. — Evangelismo, p. 319.

P: Mas não devemos batizar as pessoas logo que indicarem o desejo de serem batizadas?

R: “O batismo é um rito muito importante e sagrado, e importa compreender bem o seu sentido. … Não deve haver nenhuma precipitação na administração desse rito”. — Test. Seletos, vol. 2, p. 391.

P: Qual é o resultado quando os indivíduos são batizados sem se terem submetido às normas e aos ensinos da Bíblia?

R: “A opinião pública favorece uma profissão de cristianismo. Pouca abnegação ou sacrifício é exigido de uma pessoa para se revestir da forma da piedade e ter o nome registado na igreja. Daí muitos se unem à igreja sem primeiro se haverem unido a Cristo. Nisto Satanás triunfe. Tais conversos são seus instrumentos mais eficientes. Servem de laço para outras almas. São falsas luzes, atraindo os incautos à perdição. É em vão que os homens procuram tomar a vereda cristã ampla e aprazível para os mundanos. Deus não suavizou ou fez mais largo o caminho áspero e estreito”. — Evangelismo, p. 319.

P: A Igreja Adventista tem sido demasiado exigente ao insistir que os requisitos mencionados no MANUAL DA IGREJA e baseados na Escritura sejam aceitos antes que um indivíduo possa ser batizado?

R: “Mais cuidadoso preparo dos que se apresentam candidatos ao batismo, é o que se faz mister. Têm necessidade de mais conscienciosa instrução do que em geral recebem. Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova de que experimentaram o contato salvador de Cristo. Importa não só dizer ‘creio’ mas também praticar a verdade. É pela nossa conformidade com a vontade divina em nossas palavras, atos e caráter, que provamos nossa comunhão com Ele . — Test. Seletos, vol. 2, pp. 389 e 390.

P: Que abrange o “cuidadoso preparo” mencionado acima?

R: “O preparo para o batismo é um assunto que deve ser cuidadosamente estudado. Os novos conversos à verdade devem ser fielmente instruídos no positivo ‘Assim diz o Senhor’. A Palavra de Deus deve-lhes ser lida e explicada ponto por ponto.

“Todos quantos entram na nova vida, devem compreender anteriormente a seu batismo, que o Senhor requer afeições não divididas. … A prática da verdade é essencial. A produção de frutos testifica do caráter da árvore. Uma boa árvore não pode dar maus frutos. A linha de demarcação será clara e distinta entre os que amam a Deus e guardam Seus mandamentos, e os que O não amam e Lhe desrespeitam os preceitos. Há necessidade de uma inteira conversão à verdade”. — Evangelismo, p. 308.

P: Quão cuidadosamente devemos examinar os candidatos para certificar-nos de que estão praticando os princípios da verdade antes de serem batizados?

R: “Os candidatos ao batismo não têm sido tão escrupulosamente examinados em relação ao seu discipulado, quanto o deviam ser. Importa saber se meramente adotam o nome de ‘adventistas do sétimo dia’ ou se realmente se colocaram ao lado do Senhor, renunciando o mundo e estando dispostos a não tocar nada imundo. Antes do batismo devem ser-lhes feitas perguntas relativamente às suas experiências, porém, não de modo frio e reservado, e, sim, com mansidão e bondade, encaminhando-se os recém-convertidos para o Cordeiro de Deus, que tira os pe-cados do mundo. Os reclamos do evangelho devem ser estudados a fundo com os batizandos”. — Test. Seletos, vol. 2, p. 393.

P: Pode dar-nos uma ilustração específica do que quer dizer com isso?

R: “Um ponto sobre o qual cumpre instruir os que abraçam a fé é o vestuário — assunto que deve ser cuidadosamente considerado da parte dos recém-conversos. Revelam vaidade no tocante à roupa? Acariciam o orgulho de coração? A idolatria praticada em matéria de vestuário é enfermidade moral; não deve ser introduzida na nova vida. Na maioria dos casos a submissão às reivindicações do evangelho requer uma mudança decisiva em matéria de vestuário ”. — Ibidem.

P: É o batismo simplesmente uma questão de aceitar a Cristo, ou significa que o candidato está de fato unindo-se à igreja?

R: “São batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Comprometem-se a tomar-se membros ativos de Sua igreja na Terra. Devem estar mortos para todos os acenos dos desejos mundanos; na conversação e na piedade, porém, devem, mediante a santificação do Espírito, exercer viva influência a favor de Deus”. — Filhos e Filhas de Deus, p. 15.

P: Devemos ser tão cuidadosos em preparar os jovens para o batismo como os adultos?

R: “Ninguém deve tomar parte no solene rito do batismo sem dar ao assunto cuidadosa e devota reflexão. Os candidatos, e especialmente os jovens, devem ser instruídos meticulosamente a respeito das obrigações que assumem ao darem esse passo. Comprometem-se a dedicar a vida ao serviço de Deus; e os três grandes poderes do Céu, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, comprometem-se a cooperar com eles, operando neles e por eles”. — Manuscrito 118 (6 de outubro de 1902).

P: Deve o evangelista batizar os candidatos logo que for possível e deixar que o pastor lhes dê depois maiores instruções?

R: “O obreiro nunca deve deixar parte do trabalho por fazer, porque esta lhe não agrade, pensando que o ministro que vier depois a fará por ele. Quando assim acontece, se vem um segundo ministro, e apresenta as reivindicações de Deus quanto a Seu povo, alguns voltam atrás, dizendo: ‘O ministro que nos trouxe a verdade, não mencionou essas coisas’. E se escandalizam com a palavra. Alguns recusam aceitar o sistema do dízimo; afastam-se, e não se unem mais com os que crêem na verdade e a amam. Quando outros pontos lhes são expostos, dizem: ‘Não nos foi ensinado assim’, e hesitam em avançar. Quanto melhor teria sido se o primeiro mensageiro da verdade houvesse educado fiel e cabalmente esses conversos quanto a todos os assuntos essenciais, mesmo que poucos se houvessem unido à igreja pelo seu trabalho!” — Evangelismo, pp. 320 e 321.

P: Qual é a advertência adicional de sua lavra ao ministério adventista

“Todos quantos entram na nova vida, devem compreender anteriormente a seu batismo, que o Senhor requer afeições não divididas. … A prática da verdade é essencial. A produção de frutos testifica do caráter da árvore. Uma boa árvore não pode dar maus frutos”.

no tocante à preparação dos candidatos ao batismo?

R: “Nossos irmãos do ministério falham decididamente quanto a fazerem sua obra segundo a maneira indicada pelo Senhor. Deixam de apresentar todo homem perfeito em Cristo Jesus. Não obtiveram experiência mediante a comunhão pessoal com Deus, ou um verdadeiro conhecimento do que constitua o caráter cristão; assim, são batizados muitos que não se acham aptos para essa sagrada ordenança, mas que se acham enlaçados com o próprio eu e com o mundo. Não viram a Cristo nem O receberam pela fé”. — Idem, pp. 318 e 319.

“A aquisição de membros que não foram renovados no coração e reformados na vida é uma fonte de fraqueza para a igreja”.

“Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova de que experimentaram o contato salvador de Cristo. Importa não só dizer ‘creio’ mas também praticar a verdade”.

“Todos quantos entram na nova vida, devem compreender anteriormente a seu batismo, que o Senhor requer afeições não divididas. … A prática da verdade é essencial. A produção de frutos testifica do caráter da árvore. Uma boa árvore não pode dar maus frutos”.