O Concílio de Jerusalém, registrado em Atos 15, foi crucial por diversas razões: afirmou que a salvação é pela graça, fortaleceu a missão aos gentios, protegeu a unidade da igreja e deu exemplo de como lidar com controvérsias internas. Esse concílio mostrou que decisões denominacionais são importantes para avaliar e direcionar o crescimento da igreja. Como resultado, “as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número” (At 16:5).
Recentemente, foi realizada uma avaliação da Igreja Adventista na América do Sul, ouvindo 4 mil pastores distritais e de colégios, administradores e departamentais em todos os níveis – Divisão, Uniões e Campos. Em um diálogo amplo, com sinceras ponderações, oração e clamor em busca do Espírito Santo, foram estabelecidas as Prioridades Estratégicas, com vistas ao trabalho da igreja no quinquênio 2026 2030. São elas: Identidade, Liderança, Novas Gerações e Discipulado.
Em Atos 16:1 a 6, vemos como essas prioridades já se destacavam na igreja apostólica:
1. Identidade (Somos): “Havia ali um discípulo chamado Timóteo […]. Os irmãos […] davam bom testemunho dele. […] Assim, as igrejas eras fortalecidas na fé” (At 16: 1, 2, 5). Sonhamos com irmãos fortes na fé, uma igreja com clara identidade em Jesus e marcada pelo testemunho diante de todos. Somos remanescentes, não exclusivistas, enviados a proclamar o evangelho e preparar um povo para a volta de Jesus.
2. Liderança (Formamos): “Paulo queria que Timóteo fosse em sua companhia” (At 16: 3). Aqui vemos um processo de formação de líderes. Queremos envolver e capacitar espiritualmente os membros, muitos deles recém-batizados, para exercerem a liderança espiritual da igreja. Que liderem a missão e o plantio de igrejas, e não apenas funções internas ou administrativas. Sobre o pastor recai, principalmente, a responsabilidade de formar líderes.
3. Novas Gerações (Integramos): “Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego. […] Paulo queria que Timóteo fosse em sua companhia” (At 16: 1 e 3). Timóteo representa as novas gerações da igreja, e Paulo investe nele. Isso inclui crianças, adolescentes e jovens. Essa ênfase ressalta a importância de integrar as novas gerações à liderança da igreja, utilizando linguagem e ideias inovadoras para fortalecer a missão de anunciar Jesus.
4. Discipulado (Fazemos): “Ao passar pelas cidades […] as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número” (At 16: 4 e 5). Devemos investir tempo no planejamento e empreender esforços no ensino, no acompanhamento e na prática da fé. O processo completo inclui: ir, ensinar, batizar e multiplicar. Isso é discipulado. Nossos “bebês espirituais”, os recém-batizados, são fortalecidos nesse processo, formando cristãos maduros, uma igreja saudável, comunidades vivas e membros comprometidos com a evangelização
Ellen White nos desafia: “O segredo de nosso êxito na obra de Deus encontra-se na atuação harmoniosa de nosso povo. É preciso haver uma ação concentrada. Todo membro do corpo de Cristo tem que fazer sua parte na causa de Deus, segundo a capacidade que Ele lhe deu. Temos que conjugar esforços contra as dificuldades e obstáculos, ombro a ombro, e unidos pelo coração […]. Se os cristãos agissem de comum acordo, avançando como um só homem, sob a direção de um único Poder, para a realização de um só objetivo, abalariam o mundo” (Serviço Cristão [CPB, 2022], p. 63).
Querido pastor, qual será sua resposta ao liderar a igreja de Deus?
Stanley Arco, presidente da Igreja Adventista para a América do Sul
