Lembro-me de ter lido alhures a respeito de um estranho presente de Natal recebido por uma jovem. Esperava ela receber algo valioso. Anelava muito por uma jóia que tinha razões para crer lhe seria dada por uma amiga muitíssimo prezada, mulher encantadora, cujo lar hospitaleiro esta jovem muitas vêzes fruíra, e onde fôra tratada com tôda a distinção. Em chegando o Natal, e abrindo a jovem o presente da amiga, verificou tratar-se simplesmente de uma chave ordinária, atada a um pedaço de fita, na qual havia um cartão. De início, ficou tão desapontada que nem sequer se animou a ler a legenda do cartão; ao fazê-lo depois, eis o que lá se achava: “Esta é a chave da porta da casa de uma amiga. É para você. Use-a todos os dias, se o desejar.” O amoroso significado do presente então comoveu plenamente a jovem; aquêle lar carinhoso com o quarto de hóspede onde várias vêzes repousara em paz e recebera o conforto — aquêle lar lhe era franqueado tôda a vez que quisesse, bastando usar a chave!

Belíssimo símbolo! Permitir que o Grande Hóspede entre em nosso coração, mas apenas uma vez por ano não é o bastante. Demos-Lhe a chave, a chave da lealdade e do amor! Deixemo-Lo entrar — deixemo-Lo permanecer. “Entrarei em sua casa, e com êle cearei, e êle comigo,” disse Jesus. Permitamos que o bendito Salvador entre em nossa vida, e o espírito do Natal em nós habite para sem-pre. — More Illustrations and Quotable Poems