Ellen G. White

A causa de Deus necessita de homens eficientes; homens preparados para fazer o serviço de mestres e pregadores. Homens de pouco preparo escolar têm trabalhado com certa medida de êxito; contudo, teriam conseguido maior sucesso ainda e sido obreiros mais eficientes se houvessem recebido desde o princípio disciplina mental.

A Timóteo, jovem ministro, escreveu o apóstolo Paulo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15). A obra de ganhar pessoas para Cristo exige preparo cuidadoso. Não se deve entrar para o serviço do Senhor sem a necessária instrução e esperar o maior êxito. Mecânicos, advogados, comerciantes, homens de todas as atividades e profissões são educados para o ramo de atividade que esperam seguir. É seu propósito se tornarem o mais eficientes possível. […] Deveriam os servos de Cristo mostrar menos diligência em se preparar para uma obra infinitamente mais importante? Deveriam ser ignorantes dos meios e modos a se empregarem para ganhar pessoas? Requer conhecimento da natureza humana, profundo estudo, meditação e fervorosa oração saber como aproximar-se de homens e mulheres para tratar dos grandes temas que dizem respeito a seu bem-estar eterno.

Não poucos dentre os que têm sido chamados para cooperar com o Mestre têm deixado de aprender seu mister. Têm desonrado o Redentor entrando na Sua obra sem o necessário preparo. Alguns há que, enfadados com o falso verniz a que o mundo chama refinamento, têm passado ao extremo oposto, tão nocivo quanto o primeiro. Recusam-se a receber o polimento e refinamento que Cristo deseja que Seus filhos possuam. O pastor deve lembrar que é educador, e se nas maneiras e linguagem se mostra vulgar e sem polidez, os que possuem menos conhecimentos e experiência seguirão a mesma trilha.

Conhecimento superficial

Um jovem pastor nunca deve ficar satisfeito com um conhecimento superficial da verdade, pois não sabe onde se lhe exigirá que testemunhe em favor de Deus. Muitos terão que comparecer perante reis e eruditos da Terra, a fim de responderem por sua fé. Aqueles que possuem compreensão apenas superficial da verdade não têm sido obreiros que não têm do que se envergonhar. Ficarão confundidos e não serão capazes de explicar claramente as Escrituras.

Fato lamentável é que o progresso da Causa seja prejudicado pela falta de obreiros instruídos. Muitos carecem de requisitos morais e intelectuais. Eles não exercitam a mente, não cavam em busca dos tesouros ocultos. Visto que apenas tocam a superfície, adquirem unicamente o conhecimento que se encontra à superfície.

Pensam os homens que hão de ser capazes de, sob a pressão das circunstâncias, galgar a posições importantes, quando têm negligenciado o preparar-se e disciplinar-se para a obra? Imaginarão que podem ser instrumentos polidos nas mãos de Deus para a salvação das pessoas, se não têm aproveitado as oportunidades que lhes foram oferecidas a fim de se habilitarem para a obra? A Causa de Deus pede homens completos, capazes de compreender, planejar, construir e organizar. E os que apreciam as probabilidades e possibilidades da obra para este tempo, buscarão, mediante estudo profundo, obter todo o conhecimento que lhes seja possível da Palavra, para ajudar os necessitados, enfermos pelo pecado.

Um ministro nunca deve pensar que aprendeu o suficiente e agora pode relaxar seus esforços. Sua educação deve continuar ao longo da vida; todos os dias ele deve aprender e usar o conhecimento adquirido.

Que os que se estão preparando para o ministério não esqueçam nunca que o preparo do coração é, de todo, o mais importante. Soma alguma de cultura intelectual ou preparo teológico o pode substituir. Os brilhantes raios do Sol da Justiça têm que brilhar no coração do obreiro, purificando-lhe a vida, antes de a luz vinda do trono de Deus poder, por intermédio deles, brilhar para os que se acham em trevas.

Texto extraído de Obreiros Evangélicos, p. 92-95