E. ROBERT REYNOLDS

Pastor, União do Paquistão Ocidental

ÊSTE esbôço é preparado com o pensamento de auxiliar os evangelistas nacionais, especialmente, a encontrar um meio simples de apresentar as verdades distintivas da tríplice mensagem angélica, com mais ênfase em Cristo do que talvez se tenham a pouco e pouco acostumado, com menos ênfase na lógica e na prova da doutrina, por importante que possa às vêzes ser, e com a colocação de maior ênfase na mensagem espiritual que atingirá o coração dos ouvintes. Não obstante não devemos desmerecer as verdades distintivas que, como povo, fomos chamados para pregar nem deixar de apelar ao interêsse público, do ponto de vista propagandista. A maior parte dêste material foi preparado no espaço de vários anos de estudo e experimentação, e com vistas as mais das vêzes a uma congregação muçulmana, se bem que boa parte possa ser adaptada a qualquer outra espécie de auditório.

Seria interessante para alguns saberem que um de nossos evangelistas indígenas recentemente completou uma série de reuniões baseado nestes princípios e que o seu auditório composto inteiramente de muçulmanos, cresceu, de vinte e cinco na primeira semana, para duzentos, na oitava, e seus mullahs presentes gritavam “aleluias” árabes a certas declarações por êle feitas — coisa de que até então nunca se ouvira no Paquistão. Contou-me êle que ninguém pode imaginar, sem que tenha experimentado, o entusiasmo que isso produz. Ao iniciar êle uma nova série de reuniões, seu auditório muçulmano pediu que não terminasse no fim de um mês apesar de que a festa de Ramzan devesse começar antes do fim daquele mês, mas continuasse por alguns meses mais.

Poderão alguns pôr reparos no princípio da nar-rativa para um auditório culto, mas a experiência mostrou que também êsses apreciarão uma história contada por um narrador capaz. Esta arte, o presente esbôço não pretende discutir. Assim, preferimos iniciar êste esbôço com a importância fundamental da pregação centralizada em Cristo para alcançar êxito com base nas normas bíblicas. Cremos que isto não é controverso.

I. A Necessidade da Pregação Centralizada em Cristo

  • 1. Não nos devemos envergonhar do evangelho de Cristo. (Rom. 1:16).
  • 2. A pregação da cruz de Cristo é loucura e pedra de tropêço para o mundo; não obstante é o poder e sabedoria divinos para a salvação. (I Cor. 1:18, 23 e 24).
  • 3. A determinação de não saber de outra espécie de pregação senão a Cristo, e êste crucificado resultará numa demonstração do Espíri-to e de poder (I Cor. 2:2 e 4).
  • 4. Não é possível pôr outro fundamento mais firme que êste (I Cor. 3:11).
  • 5. A pregação centralizada em Cristo atrairá para Êle os homens (S. João 12:32).
  • 6. O amor de Cristo nos constrangerá em nossa pregação (II Cor. 5:14).
  • 7. O ministério da reconciliação de que fomos incumbidos é aquêle em que nós, da parte de Cristo, convidamos os homens a que se reconciliem com Deus (II Cor. 5:18-20).
  • 8. O verdadeiro embaixador de Cristo considera que lhe é imposta a obrigação de pregar (I Cor. 9:16).

II. A Narrativa Bíblica como Auxílio Valioso

  • 1. Devem ser proferidas palavras de fácil compreensão (I Cor. 14:9).
  • 2. Jesus muitas vêzes transmitia a verdade por meio de histórias e parábolas (S. Mar. 4:33 e 34; S. Mat. 13:34-36).

III. Pregando a Cristo por Meio de Histórias Bíblicas

Antes de estas lições serem divididas, conviría declarar que em tôdas essas divisões não se pretende que sejam tôdas apresentadas numa história ou sermão, senão que cada uma seja por si uma história sermoneada, com ênfase sôbre o tema ou a lição sugerida. Em outras palavras, cada ponto dêste esbôço pode ser isoladamente o assunto de uma história-sermão; e não há limite para as lições da verdade a serem ensinadas por essa forma. A arte de narrar pressupõe duas coisas: (1) O ouvinte não conhece a história, de forma que os pormenores têm que ser contados para que tenham aplicação na lição que se busca ensinar. (2) Não há necessidade de buscar prova direta da verdade — o narrador está falando o que é verdade, não dogmàticamente, com espontâneidade, em geral não apresentando os passos de prova na íntegra, mas apenas as partes do texto entretecidas de memória na história (sem citar a referência). Lembrai que é uma história. Pode também ser dito aqui que em nenhuma parte dêste esbôço se trata de arranjar estas lições em ordem correta de narração. Isto dependerá da situação local em cada caso. Mas a duplicação não estará perdida, pois fixará as lições mais firmemente na mente dos ouvintes.

I. LIÇÕES DA CRIAÇÃO

  • a. A grandeza e o amor de Deus revelados na criação e na Natureza.
  • b. Jesus Cristo foi o Criador (ligar com Sua pré-existência).
  • c. A criação de outros mundos, dos anjos, e a relação que Jesus mantinha com todo o Céu. Isto bem pode oferecer oportunidade para a apresentação do conflito dos séculos.
  • d. A origem dêste mundo.
  • e. O elevado destino pretendido para o homem — criado à imagem de Deus, para que a divina imagem na pessoa de Jesus não fôsse deformada na de qualquer criatura animal quando do nascimento de Cristo em carne humana. Estavam os homens destinados a ser filhos de Deus.
  • f. A santidade do lar (o princípio da monogamia bem pode ser introduzido neste ponto) — ordenado por Cristo na criação e por Êle reconsagrado em Canaã, no início de Seu ministério terrestre.
  • g. O plano divino do regime alimentar e da temperança. (Magnífico para auditórios, tanto muçulmanos como hindus. Os muitos prismas de nossa mensagem pró-saúde e temperança não foram explorados tão bem quanto poderiam sê-lo em nossos contatos com êsses povos.)
  • h. Os princípios do tempo relativo ao sábado: tarde e manhã, e o ciclo semanal. (Introduzido, sem nenhuma referência ao sábado, dispensa a argumentação posterior sôbre o assunto. É uma aproximação positiva. O interêsse público no calendário mundial ou assuntos tais, provê um tema adequado para esta história.)
  • i. A origem do sábado, com Cristo, o Criador, como seu Senhor.
  • j. As cinco coisas que Deus deu ao homem no Jardim do Éden: vida sem morte, um lar paradisíaco, um domínio e um reino, caráter santo e o sábado. (Somente o sábado ficou com o homem depois de êle pecar, para apontar para o libertamento eterno do pecado e a restauração, por Jesus, dos outros quatro, no Céu e na nova Terra.)
  • k. Tópicos adicionais vários que poderão ser incluídos nesta subdivisão, podem relacionar-se com a criação e a evolução, a natureza do homem, a comunicação verbal com Deus, etc.

2. LIÇÕES DA QUEDA DO HOMEM

  • a. Origem do pecado no Céu em conflito com Cristo (história de Lúcifer).
  • b. A origem do pecado na Terra e a deslealdade para com Cristo.
  • c. A natureza do pecado, e seu remédio em Cristo.
  • d. A espécie de religião ou culto ou vida que agrada a Deus, conforme estão ilustrados nas ofertas de Caim e Abel — justificação pela fé versus justificação pelas obras.
  • e. A introdução da propiciação do sangue pelo pecado — por que ordenou Deus o sacrifício de animais. Tanto os muçulmanos como os hindus ainda hoje têm certos sacrifícios de animais, se bem que a êles tenham atribuído significação diversa da do tempo bíblico. Sua verdadeira significação, dada por Deus, bem pode ser apresentada por êste meio. Evitará muita crítica da propiciação divina quando, mais tarde, fôr estudada a cruz de Cristo.
  • f. A lei e a necessidade da morte de Cristo.
  • g. Os resultados do pecado: morte, sua natureza, o estado do homem na morte; as ressurreições, o milênio, o fogo do inferno, o castigo dos ímpios, a morte da natureza carnal e o novo nascimento. Tópicos vários podem ser tratados separadamente, ligados a esta lição e à queda do homem. Cristo como remédio deve sempre ser repetido. (Seu nome não precisa ser usado a princípio; mas ser feita referência a Êle como o Redentor prometido, o Cordeiro de Deus, etc., aos que o desconhecem não é desaconselhável, e quando Cristo fôr apresentado como sendo Aquêle, estarão mais bem dispostos a aceitá-Lo.)

3. LIÇÕES DE ENOQUE E NOÉ

  • a. A justiça pela fé, demonstrada por Enoque, com sua resultante recompensa.
  • b. Tipos do fim do mundo apresentados na história do dilúvio — terminação da graça, a arca — Cristo e Sua verdade (Sua igreja pode ser usada); a obra do Espírito Santo; a grande mensagem preparatória e, com cuidado, a idéia do novo mundo para os justos (sem inculcar a falsa teoria de uma segunda oportunidade), mas então sem pecado nem mancha. “Noé e o Fim do Mundo” poderá ser um tópico sôbre os sinais da segunda vinda. “O Homem Fora da Arca” é, também, uma parábola eficaz para um dos sermões de apêlo finais da série.
  • c. A lei e os concertos. O concêrto eterno feito com Noé, com o sangue do concêrto eterno centralizado em Cristo. Se solidamente firmado êste ponto, consolida o sábado entre a Criação e o Sinai, para referência posterior.
  • d. A permissão concedida para alimentação cárnea, a especificação das carnes imundas e a resultante redução da longevidade, confirma que o regime alimentar original, dado por Cristo, é o melhor.

4. LIÇÕES DA TÔRRE DE BABEL

A apostasia de Babilônia foi a primeira depois do dilúvio. Conseqüentemente, Babilônia espiritual é o nome dado a tôda rebelião contra Deus. Lúcifer é o seu rei espiritual. Ver Isa. 14:4 e 12.

  • a. A origem do culto do Sol e do domingo — e a conseqüente aversão que lhe vota Deus na Babilônia espiritual.
  • b. Os paralelos entre as duas Babilônias.

5. LIÇÕES DE ABRAÃO

Possibilidades quase ilimitadas. Histórias excelentes para maometanos. Deve ser exercido muito cuidado nas referências a Isaque e Ismael.

  • a. O chamado e a obediência de Abraão.
  • b. Por que chamou Deus a Abraão como Seu servo escolhido; sua fé, obediência imediata, voluntariedade de abandonar o passado; separação de todos a quem amava; partir sem conhecer o futuro, etc. (Tanto para os judeus como para os muçulmanos, êste estudo estabelece um paralelo magnífico com o povo remanescente de Deus, desde que se aceite a Cristo — bom estudo de decisão para a aceitação da igreja remanescente).
    • 1) Chamado a sair da apostasia babilônia que contaminava Ur.
    • 2) Obediência imediata.
    • 3) Sua fé no Messias como sendo o Cordeiro de Deus (comparar S. João 8:56 com o sacrifício de Isaque).
    • 4) Não teve receio de ficar só.
    • 5) Seu chamado foi para evangelizar as nações (em que o Israel literal fracassou).
    • 6) Foram estas características espirituais que levaram Deus a fazer de Abraão Sua voz. Se quisermos ser herdeiros da promessa feita a Abraão, temos que possuir êstes característicos e, por Cristo, ser novamente enxertados em Israel.
  • c. A fé manifestada por Abraão.
  • d. O concêrto eterno confirmado com Abraão. (Reforça esplêndidamente o sábado, com Salmo 105:8-10.)
  • e. A história de Agar e Ismael — “Agar e o Anjo de Deus,” com a promessa divina relativa a Ismael, mas com a promessa de Cristo do concêrto, confirmada por meio de Isaque. Com Rom. 11 e Gál. 4:22-31, terminando com Gál. 3:27-29, pode ser feito forte apêlo para ampla participação das bênçãos de ser filho de Abraão mediante a aceitação de Jesus Cristo. Pode alguém ser filho carnal de Abraão através de Ismael, ou de Isaque, mas tornar-se filho espiritual por meio de Jesus Cristo. (Grande cuidado deve ser exercido na escolha das palavras dêste estudo para evitar a criação de preconceito enquanto se está ensinando a verdade.)
  • f. A busca de Abraão de uma cidade construída por Deus e de uma terra celestial — o Céu e a nova Terra.
  • g. O oferecimento de Abraão do filho da promessa é um tipo da dádiva do divino Filho da promessa. Magníficas oportunidades para a apresentação de Cristo como o Cordeiro de Deus. Não deve ser feita referência aqui quer a Isaque quer a Jesus (entre muçulmanos), mas ao “Cordeiro de Deus” e ao “Filho da promessa.” Ver o item seguinte.
  • h. O filho de Abraão e o Cordeiro de Deus. Neste estudo, Isaque, o tipo de Cristo, é suplantado pelo antítipo, o próprio Jesus, como filho de Abraão. Isto segue magnificamente e, aliado a Isa. 53 e a Dan. 9, presta-se bem para a apresentação das 70 semanas, mostrando assim quando Cristo viria. Aqui Cristo pode ser chamado pelo nome, mas será melhor a Êle referir-se como o Cordeiro de Deus — nunca deve ser chamado de “Filho de Deus” tão cedo perante uma congregação muçulmana. Êstes ensinam, às vêzes, haver sido Ismael, e não Isaque, o oferecido. Por isto, evite-se o preconceito e ensine-se a verdade concernente ao assunto central do Cordeiro de Deus se expressões tais como “filho da promessa,” “o unigênito filho da promessa,” “o herdeiro prometido,” “o menino,” “a criança,” “o jovem,” “o filho de Abraão,” etc., são usadas com referência a Isaque. Também o uso de Khaleel-ullah para Abraão ser bem apreciado por uma congregação muçulmana; isto corresponde à expressão arábica “amigo de Deus.”
  • i. O sacerdócio de Abraão e Melquisedeque.
  • j. Abraão e o dízimo.

6. LIÇÕES DE MOISÉS

  • a. Moisés e a Palavra de Deus. Os nomes arábicos de Moisés e Jesus, Kalim-ullah e Kalam-ullah respectivamente, possibilitam dirigir um estudo excelente sôbre Moisés como porta-voz de Deus, e sôbre Jesus co-mo a Palavra de Deus (o que os dois no-mes acima significam). No Qur’an (Alcorão) Jesus é chamado “a Palavra de Deus,” e bem poderiamos usar para Êle êsse nome perante uma congregação muçulmana, inicialmente, em vez de “o Filho de Deus”, que desperta preconceitos, tal como o faz João no comêço de seu evangelho, e o caminho pode ser bem preparado para a entrega da lei por Cristo, por intermédio de Moisés.
  • b. O profeta semelhante a Moisés — Cristo (não Maomé, como os mulçulmanos ensinam, pelo que deve ser exercido cuidado na semântica).
  • c. Moisés e a ressurreição.
  • d. Cristo, Moisés e a lei.
  • e. O Eu Sou da sarça ardente; também Jeová da coluna de fogo e da nuvem, e a Rocha (I Cor. 10), e usados na devida seqüência, ajudarão até auditórios cristãos para o esclarecimento da “rocha” sôbre que está fundada a Igreja. Cristo sempre foi “a Rocha” (Deut. 32:4; Dan. 2:44 e 45; S. Mat. 21:42 e 44).

7. LIÇÕES DO SANTUÁRIO

  • a. A significação dos sacrifícios de animais pressupõe a morte de Cristo.
  • b. Os santuários terrestre e celestial.
  • c. 2.300 dias, 70 semanas e o juízo.
  • d. O ofício do sacerdote — tipo e antítipo.
  • e. Lições dos móveis e emblemas do santuário (bem apropriadas perante auditórios católicos, e pode ser feito com Cristo como seu centro; de fato, o uso das lições do santuário encaixadas em outros tópicos ajuda a pregação centralizada em Cristo). Exemplos: pão, falta de fermento, sal, óleo, água, a bacia (a lavagem oferece boa base para a apresentação do batismo, se bem que deva ser exercido cuidado entre cristãos que usam isto como prova da aspersão), o altar, o incenso, o candelabro, a arca, os anjos (ministério para salvação, como mostram os anjos dentro do véu e sôbre a arca).
  • f. A comunicação de Deus com os homens, introduzida pelo Urim e o Tumim, os anjos no altar (como no caso de Zacarias), a presença no Shequiná, etc., preparam o ambiente para o dom de profecia).

8. LIÇÕES DA VIDA DE DAVI

Davi é bem conceituado entre os muçulmanos. Os salmos, ou Zahur, figuram no Alcorão em pé de igualdade com a Lei de Moisés. Entre os profetas do Velho Testamento, Davi e Moisés figuram acima dos demais, no que concerne aos muçulmanos, com exceção de Abraão (relação diversa, porém, visto que nunca escreveu texto doutrinário). Portanto, as lições de Davi podem ser usadas com eficiência. Usarei apenas uma ilustração, que tem sido usada com êxito, competindo ao leitor encontrar outras. Ibn-i-Daud, ou o Filho de Davi, usando S. Mat. 22:42-45, pode com êxito introduzir a Cristo em Sua perspectiva de poder da humanidade revestida da Divindade. Existem muitas outras possibilidades.

IV. Conclusão

Estas, e muitas mais, são histórias que tanto interessarão os auditórios simples como os mais cultos, se contadas como história, sem a intenção de argumentar para provar alguma coisa. Naturalmente, alguns dêstes tópicos se adaptam para a narrativa mais do que outros, e o narrador verificará ser necessário exercer bastante simplicidade para que em alguns casos o tópico seja apresentado como história. Não é que êsses tópicos não possam ser usados de outra maneira com proveito — pois bem o seriam — e se alguém não pode contar uma história bem, pode ainda pregar um sermão sôbre o mesmo assunto e apresentar aos ouvintes a verdade de maneira nova e tendo por centro a Cristo; mas verificamos que a maneira de narrativa é altamente proveitosa. Possui uma quantidade de vantagens. Dentre elas a principal é que uma história facilmente prende a atenção, e ao escutar uma história, não está o ouvinte maquinando uma porção de barreiras mentais a um argumento. Poderá haver dúvidas, mas o espírito de cavilação será grandemente reduzido, e nova iluminação pode assim penetrar nas mentes entenebrecidas. Se alguém quiser argumentar uma declaração feita, poderá marcar uma entrevista pessoal, e isto ajuda a tratar com indivíduos sem levar o êrro — na tentativa de provar a verdade por meio de contraste — à atenção das multidões. Êste método também provê “o cantinho no sermão” para as crianças, mesmo em conferências públicas.

A narração da história pode ser ou uma descrição de atividades, ou um arranjo cronológico de acontecimentos de maneira interessante, usando, se possível, cartazes ou os mais simples auxílios visuais. As lições da vida de Jacó, José, Daniel, Elias e outros, são excelentes para certos grupos e assuntos.

Êste esbôço foi apresentado apenas como ilustração das possibilidades de apresentar as verdades centralizadas em Cristo por meio de uma história bíblica. Com êste método não achamos necessário ser conhecedor profundo das doutrinas apóstatas de qualquer igreja, a fim de encontrar-lhe as fraquezas, ou seus pontos fortes, com que convencê-los da verdade. O conhecimento amplo da verdade absoluta revelará tôda falsidade correlata, mas o contrário não é verdade. Entretanto, bom será es-tar atento a certas diferenças de compreensão sôbre fraseologia, tal como é usado pelas várias igrejas, para saber o que os auxiliará para levar-lhes a verdade em linguagem que compreendam, e o que devemos evitar por motivo da diversidade de interpretação. Oxalá o Senhor abençoe êste esbôço para a conquista de almas para o reino de Deus!

Os Homens de Que Se Necessita

O QUE a Igreja necessita nestes dias de perigo é de um exército de obreiros que, como Paulo, se tenham educado para servir, que tenham uma profunda experiência nas coisas de Deus, e que sejam cheios de fervor e zêlo. Necessita-se de homens santificados e prontos ao sacrifício; homens que não se esquivem a provas e responsabilidades; homens que sejam bravos e verdadeiros; homens em cujo coração Cristo está formado “a esperança da glória,” e que com lábios tocados com santo fogo “preguem a Palavra.” Por falta de tais obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais, como mortal veneno, pervertem a moral e minam as esperanças de grande parte da raça humana.

Quando os fiéis e exaustos porta-bandeiras imolam a vida pelo amor à verdade, quem irá à frente para lhes ocupar o lugar? Aceitarão nossos jovens o sagrado encargo das mãos de seus pais? Estão êles se preparando para preencher os claros que se apresentam pela morte dos fiéis? Será a exortação do apóstolo aceita, ouvido o chamado do dever, em meio aos incitamentos ao egoísmo e ambições que seduzem a juventude? . . .

Depois de falar das cenas de seu julgamento perante Nero, da deserção de seus irmãos e da mantenedora graça de um Deus que guarda o concêrto, Paulo terminou a carta recomendando seu amado Timóteo à guarda do Supremo Pastor, o qual, mesmo que os subpastores pudessem ser abatidos, cuidaria ainda de Seu rebanho. — Atos dos Apóstolos, págs. 507 e 508.