“Era um mestre nas Escrituras Sagradas. Aí estava o segrêdo de seu poder”.

J. A. Buckwalter: “Se me permitis, gostaria de, por um momento, voltar atrás à pregação cristocêntrica. Ouvimos freqüentemente dizer que há pregadores aos quais escutamos, e outros aos quais não podemos escutar, mas a verdadeira prova da pregação é levar o povo a ouvir a Cristo. Se vosso sermão os ajuda a escutar a Cris-to e Seu Evangelho, que contém a ciência da salvação, então é cristocêntrico. Vol-tando ao ponto do preparo do sermão, gostaria de sugerir êste pensamento: penso ser uma grande insensatez os pregadores assentarem-se e procurarem preparar o sermão todo numa só vez que se assentam. Deveria ocorrer diversas vêzes durante a semana, na qual poderão pensar e meditar em seu sermão de sábado. Um programa apertado durante a semana, permitindo pouco ou nenhum tempo para um estudo espiritual, deixa o coração e a mente escassos e superficiais”.

R. H. Pierson: “Gostaria de dizer umas palavras sôbre o conteúdo de nossa pregação. Quer-me parecer que se desejamos conseguir a pregação poderosa, e apresentar a mensagem com poder, devíamos evitar a pregação especulativa. Melhor aplicaríamos o tempo em temas que nos ajudarão a preparar-nos para os terríveis acontecimentos que estão precisamente diante de nós. Precisamos lembrar que nossa pregação é para convencer pecadores, e confortar e aconselhar os santos. Precisamos ter em mente tanto a conquista como a conservação das almas, e se pudermos convencer os pecadores com nossa pregação, e reter aquêles que já fizeram a decisão pelo Senhor, nossa pregação estará profundamente calcada na Palavra de Deus. Tôda a nossa pregação deve ser feita com amor; contudo, se não formos cuidadosos, podemos realçar tanto o lado do amor que deixamos de apontar o pecado. Isaías aconselhava: ‘Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo … os seus pecados. Creio que se quisermos que o povo se prepare para a vinda de Jesus, precisamos com clareza, embora com compaixão e amor, apontar o pecado na vida das pessoas. Isto assegurará poder na pregação com resultados eternos”.

E. E. Cleveland: “Um minuto, por favor. Desejaria retornar à questão suscitada da platéia, porquanto a julgo de importância vital — e era o permitir que um programa apertado e congestionado venha estrangular o poder de nossa pregação espiritual. Pastoreei oito igrejas de uma vez; tinha que conseguir os alvos da recolta e tudo o mais, porém, irmãos, não consenti que alguma coisa interferisse com o empreendimento da campanha evangelística de doze semanas, e ainda mantendo a minha pregação normal. Penso que se delegarmos mais autoridade a outros, isso dará ao ministro mais oportunidade para meditação, estudo, e visitação pessoal, que alguns não têm podido fazer. Não podemos esmorecer em nosso programa mundial. Por isso, arregimentemos os leigos que tenham capacidade a fim de partilharem da carga.

“Eis uma sugestão prática de natureza diferente; como evitar um sermão maçante, no meio do mesmo. Pus em prática uma pequena técnica de minha autoria e chamei-a: ‘Ore enquanto prega’. Irmãos, penso de alguns sermões sem pé nem cabeça, não porque não os tenha preparado, mas porque não pegam fogo enquanto prego. No meio de um sermão assim, suspiro uma pequena oração ao Senhor: ‘Poder, Senhor, poder’. O povo pensa que estou descansando, porém estou orando. Is-to, amigos, tem salvo muitos de meus sermões. Sòmente à medida em que Deus nos dá o poder, podemos ter pregações poderosas”.

Moderador: “Agora se passaram cinqüenta segundos, mas valeu a pena”.

R. A. Anderson: “Senhor Moderador, gostaria agora de fazer uma pequena observação. Não creio que João Batista pregava sermões simples, e estou certo de que Pedro também não pregou um simples sermão no dia de Pentecostes. Pregavam com o coração repleto. Não creio que Pedro gastasse vinte horas no preparo daquele sermão especial. Êle gastou diversos anos. Sim, diversos anos, e isto é que faz um sermão poderoso. Isto tem que expandir da vida. ‘Leva-se vinte anos para fazer um sermão’ diz E. M. Bounds, ‘porque êle leva vinte anos para fazer um homem’. Se o sermão não é a expansão de uma vida, jamais será poderoso, não importa quão simples ou complexa possa ser esta vida. Se é porém a expansão de uma vida de sacrifícios, pode ser o sermão mais profundo que ouvistes e pode ser poderoso. Pode versar sôbre um simples assunto, mas os sermões poderosos nunca são simples. Provêm das profundezas da alma de quem prega”.

Moderador: “E produzem frutos, não produzem?”