Não sei se conheceis êste pastor. Espero que sim. Tíquico era o homem de absoluta confiança do apóstolo São Paulo. Êle era enviado às igrejas para levar informações sôbre o andamento da Obra em geral. Parece um trabalho tão simples, mas era de grande responsabilidade. Vejamos o que diz o apóstolo Paulo: “E para que saibais também a meu respeito, e o que faço, de tudo vos informará Tíquico, o irmão amado, e fiel ministro do Senhor. Foi para isso que eu vo-lo enviei, para que saibais a nosso respeito.” O mesmo trabalho lhe foi confiado junto aos Colossenses. (2)

Igualmente, “Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum …” recebe por intermédio de Tíquico as informações e instruções do seu pai espiritual. (3)

Prezados colegas do ministério: Tenho grande respeito por êste servo de Deus. Poucas vêzes o seu nome é mencionado nas Sagradas Letras. Não escreveu nenhuma epístola; não se fala dos seus grandes discursos pronunciados; não se menciona que tenha organizado ou construído igrejas; que convocasse anciãos ou diáconos; fizesse milagres ou trabalho extraordinário; mas foi encarregado de um dos trabalhos, creio eu, dos mais difíceis: Servir como elo de ligação entre o ministério e as igrejas. Era o “Boletim Vivo” de Paulo aos seus conversos. Era o coordenador, diriamos hoje, o homem de relações públicas e humanas entre as comunidades cristãs e o apostolado. Era o homem que sabia calar na hora precisa e falar para levar conforto e confirmar as igrejas, mostrando como Deus está abençoando o Ministério da Palavra. Grande caráter, êsse Pastor Tíquico.

Amigo pastor, o que o irmão conta ao passar pelas igrejas? De que fala ao encontrar-se com outro colega do ministério? Quantas vêzes a gente ouve o seguinte: “Não confio no Pastor …” Em outras ocasiões: “Com o Pastor . . . eu. não quero falar.” Ainda com tristeza ouvimos: “Eu tinha em grande honra o Pastor . . ., mas agora não mais.” … O que aconteceu, por que os membros escolhem e rejeitam os seus pastôres confidentes? Algo deve estar errado. Vejamos alguns dos testemunhos que a serva do Senhor nos transmite: “Há pecadores no ministério. . . . Deus não trabalha com êles, pois não pode suportar a presença do pecado. … Se quiserdes ser santos nos Céus, primeiramente precisais ser santos na Terra. Há grande necessidade de nossos irmãos vencerem faltas secretas. Sôbre êles pende, como nuvem, o desprazer de Deus. As igrejas são fracas. O egoísmo, a falta de caridade, a cobiça, a inveja, as más suspeitas, a falsidade, o roubo, o furto, a sensualidade, a licenciosidade e o adultério estão registados contra alguns que dizem crer na solene e sagrada verdade para êste tempo. . . . Ministros, por amor de Cristo, começai a trabalhar por vós mesmos; devido a vossa vida não santificada, tendes posto pedras de tropêço diante de vossos próprios filhos e diante dos incrédulos. Alguns de vós vos moveis por impulso, agis por paixão ou preconceito, e trazeis a Deus ofertas impuras e maculadas. Por amor de Cristo, purificai o acampamento, começando, pela Sua graça, a obra de purificar a alma da corrupção moral. Um ministro folgazão no púlpito, ou o que se está esforçando ao máximo para granjear louvor, é um espetáculo que crucifica novamente o Filho de Deus, e O envergonha abertamente.” — Test, para Ministros, págs. 145-147.

“Ide aos que se supõem estarem errados, falai com êles não trabalhando com duplicidade e hipocrisia, saudando-os dia a dia com aparente amizade, e ao mesmo tempo tramando contra êles em perfeita união com as agências satânicas que operam para desarraigar, para demolir, para remover da instituição aquêles a quem o elemento descrente deseja ver removidos, enquanto nenhuma palavra é dita aos irmãos na fé para redimi-los, para curá-los se estiverem em êrro; e se não estão em êrro, para vindicar o direito e fazer a censura a quem ela cabe — aos urdidores de uma má obra, porque Satanás está atrás do cenário.” — Idem, pág. 274.

“Foram os cristãos autorizados por Deus a criticarem-se e condenarem-se mutuamente? Será honroso, ou mesmo honesto, extorquir dos lábios de alguém, à guisa de amizade, segredos que lhe foram confiados? e em seguida fazer reverter em seu prejuízo o conhecimento assim alcançado? Será caridade cristã, apanhar todo boato que por aí flutue, desenterrar tudo que lance suspeita sôbre o caráter de outro, e então ter prazer em empregá-lo para o prejudicar? Satanás exulta quando pode difamar ou ferir um seguidor de Cristo. Êle é o “acusador dos irmãos.” — Deverão os cristãos ajudá-lo em sua obra?” —Test. Seletos, Vol. 2, pág. 23.

Poderás tu, amigo pastor, ser um Tíquico entre as igrejas de Deus? Se não, é tempo de acordar e compreender a verdadeira posição de um ministro cristão e fazer as necessárias reformas, se houver falta, para ser aprovado pela Onipotência.

Oh! que Deus nos dê mais “Tíquicos,” que são de confiança no trato e na palavra, que enaltecem a Deus e Sua Obra e procuram estabelecer confiança nos seus dirigentes na Terra! Mas direis: “Não posso concordar com o êrro!” Muito bem, nem Deus também concorda e por isso a Bíblia nos dá a solução de como agir.

Vá ao culpado, procure com amor corrigi-lo, mas nunca falar aos inocentes.

Que grande pastor, êsse Tíquico! Ia aqui e acolá, levando as saudações do apostolado às igrejas, animando, confortando, intercedendo, engrandecendo a Deus, os servos de Deus e a obra de Deus. Inspirava coragem e comunicava as bênçãos que Deus havia proporcionado.

Tens tu, amigo e colega, sido um Tíquico na Obra de Deus?

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”

BIBLIOGRAFIA:

1. Efés. 6;21 e 22.

2. Col. 4:7.

3. Tito 3:12.