O Lugar de Cristo na Trindade Divina
APÊNDICE A
Por isso que os escritos de Ellen G. White têm sido muitas vezes mutilados quando “citados” por críticos ou detratores, damos uma minuciosa coletânea de seus ensinos sobre a divindade e pré-existência eterna de Cristo, e Seu lugar na Divindade, ou Trindade Divina; Sua natureza durante a encarnação; e Seu sacrifício expiatório e ministério sacerdotal.
I. Divindade e Natureza de Cristo
Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai — um em natureza, caráter, propósito — o único ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus. “O Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz”. Isa. 9:6. Suas “saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Miq. 5:2. — Patriarcas e Profetas, pp. 13 e 14.
Os judeus nunca dantes haviam ouvido palavras semelhantes de lábios humanos, e acompanhava-as uma influência convincente; pois dir-se-ia que a divindade chamejasse através da humanidade quando Jesus disse: “Eu e o Pai somos um”. As palavras de Cristo eram repletas de sentido profundo ao expor a reivindicação de que Ele e o Pai eram da mesma essência, possuindo os mesmos atributos. — The Signs of the Times, 27-11-1893, p. 54.
Todavia, o Filho de Deus era o reconhecido Soberano do Céu, igual ao Pai em poder e autoridade. — O Conflito dos Séculos, p. 495.
Para salvar o transgressor da lei de Deus, Cristo, que é igual ao Pai, veio para viver o Céu entre os homens, a fim de que viessem a saber o que significa ter o Céu no coração. Ilustrou Ele o que o homem deve tornar-se a fim de ser digno da preciosa dádiva de uma vida que se mede pela vida de Deus. — Fundamentais of Christian Education, p. 179.
A única maneira em que o caído gênero humano podia ser restaurado era pelo dom de Seu Filho, igual a Ele mesmo, possuindo os atributos de Deus. Embora tão altamente exaltado, Cristo consentiu em assumir a natureza humana, a fim de que pudesse atuar em favor do homem e reconciliar com Deus seus desleais súditos. Quando o homem se rebelou, Cristo alegou Seus méritos em favor dele, e tornou-Se o substituto e penhor do homem. Empreendeu o combate aos poderes das trevas em favor do homem, e prevaleceu, vencendo o inimigo de nossa alma, e apresentando ao homem a taça da salvação. — The Review and Herald, 8-11-1892, p. 690.
O mundo foi feito por Ele, “e sem Ele nada do que foi feito se fez”. Se Cristo fez todas as coisas, Ele existiu antes de todas as coisas. As palavras proferidas a este respeito são tão decisivas que ninguém precisa ser deixado em dúvida. Cristo foi Deus por essência, e no mais alto sentido. Ele estava com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, eternamente bendito. (…)
Há luz e glória na verdade de que Cristo era um com o Pai, antes da fundação do mundo. Esta é a luz que brilha em lugar escuro, tomando-o resplendente com a glória divina, original. Esta verdade, infinitamente misteriosa em si, explica outras verdades, por sua vez misteriosas e inexplicáveis, embora seja emoldurada em luz inacessível e incompreensível. — The Review and Herald, 5-4-1906, p. 8.
O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em Sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos. — Patriarcas e Profetas, p. 16.
Por mais que um pastor ame a suas ovelhas, ama ainda mais a seus próprios filhos e filhas. Jesus não é somente nosso Pastor; é nosso “eterno Pai”. E Ele diz: “Conheço a Minhas ovelhas, e das Minhas sou conhecido. Assim como o Pai Me conhece a Mim, também Eu conheço o Pai”. S. João 10:14 e 15. Que declaração esta! É Ele o Filho unigênito, Aquele que Se acha no seio do Pai, Aquele que Deus declarou ser o “Varão que é o Meu Companheiro” (Zacarias 13:7), e apresenta a união entre Ele e o eterno Deus como figura da que existe entre Ele e Seus filhos na Terra! — O Desejado de Todas as Nações, p. 362.
Ainda procurando dar a verdadeira direção à sua fé, Jesus declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. “Quem tem o Filho tem a vida”. I S. João 5:12. A divindade de Cristo é a certeza de vida eterna para o crente”. — Idem, p. 395.
Fez-se silêncio na vasta assembléia. O nome de Deus, dado a Moisés para exprimir a presença eterna, fora reclamado como Seu pelo Rabi da Galiléia. Declarara-Se Aquele que tem existência própria, Aquele que fora prometido a Israel, “cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. — Idem, p. 353.
O Redentor do mundo era igual a Deus. Sua autoridade era como a autoridade de Deus. Ele declarou que separado do Pai não tinha existência. A autoridade pela qual Ele falava e operava milagres, era expressamente Sua própria, entretanto Ele nos assegura que Ele e o Pai são um. — The Review and Herald, 7-1-1890, p. 1.
Jeová, o Ser eterno, existente por Si mesmo, incriado, sendo o originador e mantenedor de todas as coisas, é o único que tem direito a reverência e culto supremos. — Patriarcas e Profetas, p. 311.
Jeová é o nome dado a Cristo. “Eis que Deus é a minha salvação”, escreve o profeta Isaías; “eu confiarei e não temerei, porque o Senhor Jeová é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação. E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação. E direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o Seu nome, tornai manifestos os Seus feitos entre os povos, contai quão excelso é o Seu nome”. “Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Uma forte cidade temos, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros. Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade. Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em ti. Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna”. — The Signs of the Times, 3-5-1899, p. 2.
Os portais celestes tomar-se-ão a erguer e, com miríades de miríades e milhares de milhares de santos, nosso Salvador sairá como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Jeová Emanuel “será Rei sobre toda a Terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o Seu nome”. — O Maior Discurso de Cristo, p. 95.
Esta é a recompensa de todos quantos seguem a Cristo. Jeová Emanuel — Aquele “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”, em quem habita “corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Col. 2:3 e 9) — ser levado a sentir em correspondência com Ele, conhecê-Lo, possuí-Lo, à medida que o coração se abre mais e mais para receber-Lhe os atributos; conhecer-Lhe o amor e o poder, possuir as insondáveis riquezas de Cristo, compreender mais e mais “qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Efés. 3:18 e 19) — “esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que vem de Mim, diz o Senhor”. Isa. 54:17. — Idem, p. 39.
Antes da manifestação do mal [entre os anjos] (…) Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai — um na natureza, no caráter e no propósito — e o único ser em todo o Universo que podia entrar nos conselhos e propósitos de Deus. Por Cristo, o Pai efetuou a criação de todos os seres celestiais. — O Conflito dos Séculos, p. 493.
Se os homens rejeitam o testemunho das Escrituras inspiradas concernente à divindade de Cristo, é debalde argüir com eles sobre este ponto; pois nenhum argumento, por mais concludente, poderia convencê-los. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. I Cor. 2:14. Pessoa alguma que alimente este erro pode ter conceito exato do caráter ou da missão de Cristo, nem do grande plano de Deus para a redenção do homem. — Idem, pp. 524 e 525.
II. A Eterna Pré-existência de Cristo
O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, pessoa distinta, entretanto um com o Pai. Era Ele a transcendente glória do Céu. Era o Comandante dos seres celestiais, e a homenagem e adoração dos anjos eram por Ele aceitas como direito Seu. Não havia nisso nenhum roubo em relação a Deus. — The Review and Herald, 5-4-1906, p. 8.
Falando em Sua pré-existência, Cristo faz remontar a memória através de épocas imemoriais. Assegura-nos Ele de que nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima união com o eterno Deus. Aquele cuja voz estavam os judeus então ouvindo havia estado com Deus, como se tivessem sido criados juntos. — The Signs of the Times, 29-8-1900.
Aqui Cristo lhes mostra que, embora pudessem calcular Sua idade como de menos de cinqüenta anos, todavia Sua vida divina não podia ser calculada por computação humana. A existência de Cristo antes de Sua encarnação não se calcula por algarismos. — The Signs of the Times, 3-5-1899.
Desde toda a eternidade Cristo esteve unido ao Pai, e quando tomou sobre Si a natureza hu-mana, ainda continuou um com Deus. — The Signs of the Times, 2-8-1905, p. 10.
Ao transpor as portas celestiais, foi Jesus entronizado em meio a adoração dos anjos. Tão logo foi concluída essa cerimônia, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi de fato glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. — Atos dos Apóstolos, pp. 38 e 39.
Mas, conquanto a Palavra de Deus fale da humanidade de Cristo quando na Terra, fala ela também, definidamente, acerca de sua pré-existência. O Verbo existia como ser divino, como o próprio Filho de Deus, em união e unidade com o Pai. Desde a eternidade foi Ele o Mediador do concerto. Aquele em quem todas as nações da Terra, judeus e gentios, seriam benditos, se O aceitassem. “O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Antes que fossem criados homens ou anjos, o Verbo estava com Deus, e era Deus. — The Review and Herald, 5-4-1906.
O ser humano vive, mas essa vida lhe é dada, é uma vida que será extinta. “Que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece”. Mas a vida de Cristo não é um vapor; é intérmina — vida que existiu antes que fossem feitos os mundos. — The Signs of the Tintes, 17-6-1897, p. 5.
Desde os dias da eternidade, o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai; era “a imagem de Deus”, a imagem de Sua grandeza e majestade, “o resplendor de Sua glória”. — O Desejado de Todas as Nações, p. 13.
Ele era um com o Pai antes que os anjos fossem criados. — The Spirit of Prophecy, Vol. 1, p. 17.
Cristo era, por essência, Deus, e isso no mais alto sentido. Esteve com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito eternamente. — The Review and Herald, 5-4-1906, p. 8.
O nome de Deus, dado a Moisés para exprimir a idéia da presença eterna, fora reclamado como Seu pelo Rabi da Galiléia. Declarara-Se Aquele que tem existência própria, Aquele que fora prometido a Israel, “cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Miq. 5:2. — O Desejado de Todas as Nações, p. 353.
Nela [na Palavra de Deus] podemos aprender quanto custou nossa redenção Àquele que, desde o princípio, era igual ao Pai”. — Conselhos aos Professores, p. 13.
- III. Três Pessoas na Trindade
Há três pessoas vivas pertencentes à Trindade celeste; em nome destes três grandes poderes — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — os que recebem a Cristo por fé viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo. — Evangelismo, p. 615.
A Divindade comoveu-se de compaixão pela raça humana, e o Pai, o Filho e o Espírito Santo entregaram-se à execução do plano da redenção. — Counsels ou Health, p. 222.
Os que proclamam a mensagem do terceiro anjo, têm de revestir-se de toda a armadura de Deus, a fim de que possam ousadamente permanecer em seus postos, em face de difamações e falsidades, combatendo o bom combate da fé, resistindo ao inimigo com a palavra: “Está escrito”. Mantende-vos em lugar onde os três grandes poderes do Céu: o Pai, o Filho e o Espírito Santo possam ser vossa eficiência. Esses poderes operam com aquele que sem reservas se entrega a Deus. O poder do Céu está à disposição dos crentes filhos de Deus. O homem que toma a Deus como sua confiança acha-se protegido por uma muralha inexpugnável. — The Southern Watchman, 23-2-1904, p. 122.
Nossa santificação é obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É o cumprimento da aliança que Deus fez com os que se Lhe unem, para ficarem em santa comunhão com Ele, com Seu Filho e com o Seu Espírito. Fostes nascidos de novo? Tornastes-vos um novo ser em Cristo Jesus? Então cooperai com os três grandes poderes do Céu que operam em vosso favor. Isto fazendo, revelareis ao mundo os princípios da justiça. — The Signs of the Times, 19-6-1901.
Os eternos dignitários celestes: Deus, Cristo e o Espírito Santo, munindo-os [aos discípulos] de energia sobre-humana, (…) avançariam com eles para a obra e convenceriam o mundo do pecado. — Evangelismo, p. 616.
Cumpre-nos cooperar com os três poderes mais altos no Céu — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — e esses poderes operarão por meio de nós, fazendo-nos coobreiros de Deus. — Idem, p. 617.
Os que ao iniciar a carreira cristã são batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, declaram publicamente que renunciaram ao serviço de Satanás, e se tornaram membros da família real, filhos do celeste Rei. — Testemunhos Seletos, Vol. 3, p. 389.