ROBERTO E. DUNTON

(Evangelista da Associação Setentrional de Colúmbia)

DIRIGINDO-SE apressadamente para a ribanceira do Jordão, Eliseu dobrou depressa a capa que havia pouco recebera de Elias, e feriu as águas, e “se dividiram elas para uma e outra banda”. Estudantes da escola de profetas, próxima dali, testemunharam a cena, do tôpo das colinas adjacentes. Haviam êles visto, também, quando Eliseu, contemplando a trasladação de Elias, gritara: “Meu Pai, meu Pai, carros de Israel, e seus cavaleiros!” Zeloso de Deus, Eliseu foi imediatamente tratar dos interêsses de seu Pai. Se tivesse agido com tanta apatia como o fazem muitos hoje em dia, não teria recebido a medida dupla do Espírito. A atitude de mornidão da parte do obreiro constitui afronta a Deus, é um desapontamento para os homens, e um cheiro de morte para o próprio servo.

Onde está o zêlo evangélico ardente que caracterizou os homens da têmpera de Eliseu? Tem-se evidenciado esporàdicamente — no tempo dos apóstolos, durante a Reforma, e durante o despertamento religioso americano da década de 1880. Mesmo hoje lateja no coração de pessoas consagradas. O povo de Deus dêle testifica e presta serviço oral. Muitas vêzes, porém, não há demasiado falar, e pouca atividade?

A crítica esfriou o ardor de muitas pessoas, mas isso não será desculpa suficiente quando nos encontrarmos com Jesus. Trabalhamos em prol da humanidade caída, mas trabalhamos para Deus. Davi não pôde lutar com a armadura de Saul. Assim, os métodos podem variar com o orador. Mas Cristo busca evangelistas hoje — homens cheios do Espírito que tenham lutado com Deus em oração em prol dos perdidos, que se preocupem pelos indiferentes, que “orem entre o pátio e o altar”, que “suspiram e. . . choram por tôdas as abominações” de Israel.

Satanás nos impregnou do torpor de Laodicéia. A mundanidade penetra em nosso meio. Estão sendo abaixadas as antigas normas? Êsse é o perigo de crescermos e desfrutarmos de maior popularidade. Pleiteamos com os leigos para que despertem, mas temos que primeiramente ter um ministério avigorado. Se cada arauto da mensagem do advento buscar a Deus de joelhos, e depois, de seu púlpito, elevar a sua voz como a de uma trombeta, proclamando com vigor a mensagem, os homens irão ouvi-lo. A luz que irradia da Palavra de Deus iluminará então a senda do dever, e Israel avançará.

A causa do evangelismo enlanguece quando mais e mais as igrejas se arrimam ao seu pastor. Isto enfraquece a igreja e rouba ao ministro seu tempo para evangelismo e, finalmente, o próprio desejo de evangelizar. Ensinemos o povo a olhar para a cruz de Cristo, como Israel olhou para a serpente de bronze.

“Existem muitos faladores petulantes da verdade bíblica, cuja alma está tão desprovida do Espírito de Deus quanto estavam, do orvalho e da chuva, os montes de Gilboa. O de que precisamos, porém, são homens inteiramente convertidos e que possam ensinar outros a entregarem o coração a Deus. Quase deixou de haver em nossas igrejas o poder da piedade.” — Testimonies, Vol. V, págs. 166 e 167.

Com o Elias de outrora, perguntemos: “Onde está o Deus de Elias?” Não vive Deus, ainda? Não dividirá Êle para nós as águas do Jordão? Oremos irmãos, para que Deus nos impressione o coração com a responsabilidade dos perdidos. Apelando para o nome do Senhor, com ânimo e renovado zêlo levemos a última mensagem de advertência ao mundo agonizante.