Tendo deixado a glória que tinha com o Pai, Jesus limitou-Se ao ventre de uma virgem, nasceu em Belém, viveu como homem entre os homens, entregou-Se à morte de cruz, foi sepultado e ressuscitou vitorioso. Ascendeu ao Céu para ocupar Seu trono glorioso, onde, no dizer de Paulo, “Deus O exaltou sobremaneira e Lhe deu nome que está acima de todo nome, para que… toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor” (Filip. 2:5-11). Desse modo, o senhorio de Cristo está no âmago de Sua obra redentora, “porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos” (Rom. 14:8 e 9).

A mensagem do senhorio de Cristo é fundamental nas Escrituras. Uma vez que se torne realidade na vida de qualquer pessoa, todos os demais requerimentos da vida espiritual serão cumpridos espontânea e prazerosamente.

Aceitação do chamado ao ministério pastoral pressupõe submissão completa e absoluta à soberania de Jesus. Isso significa que Ele Se torna o regente, o Mestre. Senhor absoluto de tudo o que somos e temos. Senhor dos aspectos particulares, íntimos, invisíveis, secretos da nossa vida, bem como dos exteriores, públicos, visíveis. Senhor dos nossos pensamentos, sentimentos e emoções. Senhor do nosso querer e efetuar. Senhor dos nossos sonhos e realizações; projetos e conquistas.

Pastorear sob o senhorio de Cristo implica obediência sem reservas. Faremos o que Ele nos ordenar; daremos o que Ele nos pedir. Iremos aonde Ele nos mandar. Revelaremos a incondicional prontidão que Samuel aprendeu de Eli: “Fala, Senhor, porque o Teu servo ouve”; e expressa por Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Como pastores, nossa ligação com Jesus é justamente como escreve Mário Veloso, em seu Comentário de Mateus: “Cristo é nossa promessa, nossa realidade e nossa vida. Com Ele, nada nos falta, embora pareça que nos falte tudo. Com Ele, somos vitoriosos, embora a vitória pareça distante. Com Ele, somos filhos de Deus e vivemos seguros, embora a insegurança nos assalte a cada passo.

“Se angustiados, nEle confiamos. Se afligidos, caminhamos com Ele. Se perseguidos, para Ele fugimos. Se caluniados, confiamos nEle. Por Cristo vivemos e por Ele morremos. Nada nos intimida. Nada nos espanta. Nada nos detém. Somos livres em Cristo e de Cristo escravos somos. Somos Suas testemunhas, Seus colaboradores, Seus servos, Seus embaixadores. Sua propriedade somos. Sua justiça é nossa justiça. Suas obras são nossas obras. Ele é nossa consciência e a força de nossas ações. Ele é nossa alegria e o gozo de nossa vida. Nossa vida é Ele, e Ele é tudo o que somos. Nada queremos que não seja dEle, nada que nos separe dEle. NEle vivemos e nos movemos e somos. Ele é tudo para nós, em tudo.”

Zinaldo A. Santos, editor da revista Ministério