A matéria que se segue foi extraída do livro do Dr. Mário Veloso, intitulado O SANTUÁRIO E A EXPIAÇÃO

O objetivo do estudo seguinte é procurar descobrir o que o livro de Apocalipse ensina com respeito ao templo do santuário celestial, sua estrutura e o ministério de Cristo nesse lugar.

O TEMPLO DO SANTUÁRIO CELESTIAL

Esta seção de nosso estudo será dividida em duas partes: O tabernáculo (skene) celestial e o templo (naos) celestial.

O tabernáculo (SKENE) Celestial

A palavra skene (tabernáculo) aparece vinte vezes no N. Testamento. 1 Ela apre-senta três idéias básicas: A morada escatológica com Cristo (S. Mar. 9:5), a comunidade dos cristãos (Atos 7:48-51; 15:15 e 16), e o lugar onde Cristo intercede com Seu sangue (Apoc, e Heb. 8:1; 9:12 a 15).2 Nas três referências que existem em Apocalipse, João apresenta a existência de um tabernáculo no Céu (Apoc. 13:6),3 a identidade do tabernáculo do testemunho com o templo (naos, Apoc. 15:5)4 e a reunião final de Deus com o homem (Apoc. 21:3).

O Templo (NAOS) celestial

No livro do Apocalipse há quatorze referências ao ternplo.5 Esses textos se referem ao templo, e usam os seguintes nomes: Ternplo,6 templo de Deus,7 o templo que está no Céu (Apoc. 14:17) e o templo do tabernáculo do testemunho (Apoc. 15:5). Naos é a palavra grega usada em todas estas passagens.

Significado e Uso da Palavra ‘Naos’ no N. Testamento. O grego usa quatro palavras para se referir ao templo: Temenos, hieron, ta hagia e naos. A palavra teme-nos refere-se ao muro sagrado e não é usada no Novo Testamento.8 Hieron é usada quando a referência é a todo o complexo do ternplo,9 incluindo a colina do templo (S. Mat. 21:14-15), o Átrio das Mulheres (S. Luc. 2:37; S. Mar. 12:41-44), o Átrio Interior (S. Luc. 18:10, 11; 24 e 53), o altar e o templo propriamente dito.10 Ta hagia é usada para o tabernáculo, incluindo os muros (Heb. 8:2),11 embora às vezes ela tenha sido traduzida impropriamente por “lugar santo’’.12

Naos vem do verbo naio, que significa “habitar” e é a verdadeira habitação de Deus, onde Ele Se encontra com os homens.13 No Novo Testamento ela é usada para referir-se ao lugar santo (S. Luc. 1:9, 21 e 22) e o santo dos santos (S. Mat. 27:51; S. Mar. 15:38; S. Luc. 23:45). Há freqüentes referências a Cristo ensinando no templo (hieron, S. Mat. 26:55; S. Luc. 21:37; S. João 8:20), mas não há uma única referência a Cristo entrando no naos (templo). Isso nos lembra o fato de que apenas os sacerdotes tinham o direito de entrar no lugar santo e no santíssimo. O Novo Testamento

também usa exemplos nos quais a palavra naos (templo) era usada com sentido metafórico. Nestes casos, a comunidade cristã é chamada “Templo (naos) de Deus’’ (I Cor. 3:16; 6:19; II Cor. 6:16).

O lugar especial do santuário, no qual Deus Se encontrava com o homem, é o santo dos santos, e o uso no Novo Testamento da palavra templo aponta para esse lugar. Embora seja ele usado às vezes para referir-se ao lugar santo e à igreja, a verdade do encontro de Deus com o homem é acentuada.

O Apocalipse Ensina a Existência de Um Templo no Céu. A existência do templo celestial é claramente mostrada nos textos que se relacionam com o juízo. Essa idéia é apresentada em onze versos, em três seções do livro. Na seção14 das trombetas sonantes está Apoc. 11:1 e 2, que fala a respeito da medição do templo. Na seção da agressão pelas forças do inimigo, está Apoc. 14:15 e 17, que fala sobre o tempo da ceifa. Finalmente, na seção da punição pela praga está Apoc. 15:5; 16:1 e 17; e seu conteúdo refere-se às sete pragas.

Apoc. 11:1 e 2 vem exatamente após a sexta trombeta, e seu conteúdo tem duas partes: Em primeiro lugar, há uma ordem para medir o templo, e em segundo, uma ordem para não medi-lo:

Ordem positiva: “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo,’ e disse; Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar e os que nele adoram.’’

Ordem negativa: “E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.

A ordem positiva é para medir (métreson) o altar,15 o templo e os adoradores (tous proskunountas en auto). A palavra metreo, medir, quando usada no Novo Testamento e aplicada a pessoas, tem o significado de “avaliar”, “julgar” (S. Mat. 7:2; S. Mar. 4:24; S. Luc. 6:38).16 As passagens que. caracterizam esse uso se referem ao “trabalho judicial de Deus no Juízo Final e ao dom da graça a nós concedido”.17 Quando aplicada ao templo, tem o sentido de “preservar”.18

A medição do templo de Deus é uma mensagem de preservação. Este é o significado da medição de Jerusalém em Zac. 2:2-13, onde o profeta fala de Jerusalém sendo habitada de novo, sendo objeto do cuidado de Deus, sendo o lugar da habitação do Senhor e sendo novamente por Ele escolhida. A mesma idéia é percebida na medição do templo em Ezeq. 40:3. Ambas as passagens influenciaram João ao escrever.

Em que sentido devia o templo de Deus ser preservado no fim da sexta trombeta? Sua preservação significa o maior interesse de Deus nele por causa de uma atividade especial do Senhor em Seu templo. Isso deve referir-se ao templo celestial, porque é posterior à sexta trombeta, quando o templo de Jerusalém já não existia.

O. Michel19 diz que no caso de Apoc. 11:1 e 2, devemos pensar em termos do templo terrestre de Jerusalém. Mas ele refuta seu próprio argumento, quando, ao falar contra as idéias de J. Behm’s de que Apoc. 11:1 e 2 se refere ao templo espiritual e à comunidade dos cristãos,20 diz: “Numa tradução apocalíptica diferente Apocalipse pressupõe a existência de um templo celestial, embora separada da metáfora cristã primitiva de que o templo é a comunidade do novo concerto.”21 É sobre este templo celestial literal que fala Apoc. 11:1 e 2.

A ordem negativa que o anjo poderoso, Jesus Cristo,22 dá a João, é: “E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças” (Apoc. 11:2). O átrio do templo estava completamente do lado de fora dos lugares santo e santíssimo, onde se faziam os sacrifícios (Lev. 1:3,11,17; 2:8; I Reis 8:64). Apoc. 11:1 diz que Cristo deve realizar um ministério no templo (naos), e no lugar onde estava localizado o altar.23 Não há nenhum átrio no santuário celestial porque não há nenhum sacrifício a ser feito. Cristo ofereceu o sacrifício de Sua própria vida no Calvário. Uma vez que o sacrifício expiatório já havia sido feito, a obra de Cristo não deveria de maneira alguma centralizar-se no átrio. O serviço anual do Dia da Expiação chamava a atenção de todos para o lugar santo, e especialmente para o santo dos santos. Uma vez que a mesma coisa ocorria após a sexta trombeta, o átrio devia ser deixado de fora, e dada a ordem para não medi-lo.

Tanto a ordem positiva como a negativa dadas por Cristo a João em Apoc. 11:1 e 2, as quais apontam para a mesma obra de juízo que Cristo está para fazer no templo celestial, confirmam a existência de um templo no Céu.

O juízo começa (Apoc. 11:1 e 2), é mantido (Apoc. 15:5-16:1) e finda (Apoc. 14:15-17), nesse templo.

A Palavra ‘Naos’ Usada em Apocalipse para Significar a Comunidade Divina. Dois dos sete versos que contêm a palavra templo (naos), estão no âmbito do uso metafórico do termo. Estes versos são Apoc. 3:12; 21:22.

O primeiro, Apoc. 3:12, ensina a união entre Deus e o homem. Esta é a primeira vez que a palavra templo aparece em Apocalipse e está incluída como uma promessa à igreja de Filadélfia.

Este verso tem uma idéia principal ligada a uma explanação quádrupla, cada uma das quais é introduzida pela conjunção kai (e).

Idéia principal: “A quem vencer, Eu o farei coluna (stulon) no templo (naos) do Meu Deus.

Explicação: e (kai) dele nunca sairá; e (kai) escreverei sobre ele o nome do Meu Deus, e (kai) o nome da cidade do Meu Deus…. e (kai) também o Meu novo nome.”

Coluna é uma metáfora grandemente usada no Antigo Testamento.24 Ela tem significado arquitetônico e cosmológico.25 É também usada como um sinal visível da presença guiadora de Deus entre os homens.26 No Novo Testamento essa promessa de Deus entre Seu povo se torna uma realidade na igreja (I Tim. 3:15).27 A igreja é a manifestação terrena da comunidade divina.

Quando a idéia da coluna no templo de Deus é explicada por João, descobrimos e aumentamos o realce sobre a união do cristão vitorioso com Cristo e Deus. A sentença dele nunca mais sairá implica a idéia de que o homem se afastou da imediata presença de Deus, mas isso certamente terá um fim, e a separação entre Deus e o homem não mais existirá. O fato de que Cristo escreverá sobre os cristãos vitoriosos o nome de Seu Deus, significa que Ele tem acesso à vida e à natureza divina.28 Sua recepção do nome da cidade de Deus, dá-lhe o direito de participar da verdadeira presença de Deus.29 E o escrever o novo nome de Cristo nele é sua incorporação à nova natureza divino-humana de Cristo.30 Sua união com Deus é manifestada por sua semelhança com Cristo em caráter e natureza.

Segundo: Apoc. 21:22 mostra que não há nada entre Deus e o homem. Este verso se encontra na seção do livro que fala a respeito da Igreja Triunfante (Apoc. 21.5-22:5), e faz parte da descrição da Nova Jerusalém. Diz o seguinte: “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus todo-poderoso, e o Cordeiro.”31

De acordo com H. Wenschkewitz, o fato de que o próprio Deus é apresentado como o templo da nova Jerusalém “significa que as representações imperfeitas da presença de Deus no templo são substituídas por Deus e pelo Cordeiro em pessoa, de maneira que é possível o trato direto com Deus”.32

A união do homem com Deus parece juntar-se com a unidade entre Deus o Pai, chamado “o Senhor Deus todo-poderoso”, e Deus o Filho ou “o Cordeiro”. Eles são apresentados como “sendo um”33 porque ambos “são o templo”. Com Sua presença, a cidade não necessita de templo nem de luz. Seu relacionamento com as pessoas é pessoal e direto. A glória de Deus (doxa tou theou) ilumina a cidade (ephotisen) e o Cordeiro é sua lâmpada [luchnos] (Apoc. 21:23). Embora a lâmpada precise ser sempre alimentada com óleo,34 o Cordeiro é a phoster (doador de luz) da cidade (Apoc. 21:11). A cidade, pois, tem duas fontes de luz: a glória de Deus e a do Cordeiro. Mas, com relação às pessoas, a doxa de Deus e do phoster, que é o Cordeiro, estão combinadas numa só luz (photos). João diz que as nações dos salvos andarão à luz da cidade (Apoc. 21:24).

Os salvos, Deus o e Cordeiro andam juntos em unidade. No templo terrestre a presença de Deus tornava-se visível através da luz do shekinah, mas havia uma cortina de separação entre Deus e o homem, por causa do pecado. Quando os salvos se encontrarem na Nova Jerusalém, o pecado terá sido totalmente removido e a unidade do homem com Deus será completa. Para esse fim apontavam todos os serviços do templo, e foi este o objetivo da expiação de Cristo.

A Palavra ‘Naos’ Usada em Apocalipse para Significar Santo dos Santos. Vimos duas passagens nas quais João usa a palavra naos (templo) metaforicamente, mas este não é o uso geral da palavra feito por ele. Agora voltemos à passagem que aponta para um significado especial.

Em primeiro lugar, Apoc. 7:15 descreve naos (templo) e o trono de Deus como o mesmo lugar. Diante do trono, na presença de Deus (Apoc. 7:10), estão todos os anjos, os anciãos, as quatro criaturas viventes (Apoc. 7:11), a grande multidão com vestes brancas (Apoc. 7:9) e os 144.000 (Apoc. 14:1-3; 15:2-4). Com respeito a estes 144.000, diz João: “Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra” (Apoc. 7:15).

Neste verso há duas idéias que apontam para a equiparação de naos (templo) ao santo dos santos. Uma, os 144.000 servem diante do trono de Deus em Seu templo. Duas, Deus assentado em Seu trono habita entre eles. O lugar da habitação de Deus no santuário é o santo dos santos.

Toda a seção começa em 4:1, dizendo: “Eis que estava uma porta aberta no Céu”. O verso seguinte diz: “Eis que um trono es-tava posto no Céu, e Um assentado sobre o trono”. De acordo com Helmut Traub, “o Céu aqui é um templo para o qual a porta foi aberta (Apoc. 4:1; cf 8:1; 11:19; 12:10; 19:1)”35 A abertura do templo tornou possível a João ver o trono de Deus. Esta porta aberta está relacionada com a abertura do santuário, mencionada em Apoc. 11:1936 que acontece no início da obra do juízo, a qual na teologia adventista do sétimo dia, tem sido tradicionalmente chamada de o juízo investigativo, e se refere à entrada de Cristo no lugar santíssimo. Uma parte do ministério de Cristo no Céu terminou, e Sua obra de intercessão começou, nessa ocasião, no lugar santíssimo.37

Apocalipse 4:5 diz que há sete lâmpadas “diante (enopion) do trono”. A predisposição enopion (diante) estabelece a localização desse lugar — “precedendo imediatamente”38 o trono. Era “o primeiro compartimento”, o lugar santo, onde estavam as sete lâmpadas.39 Se o lugar santo é o compartimento junto ao lugar do trono, então claro está que, todas as vezes que o trono é descrito como estando no templo, sua localização é no lugar santíssimo. Em Apocalipse esse lugar é chamado naos (templo).

Segundo Apoc. 7:15, quando o trono de Deus está localizado no santuário celestial, é descrito como estando no naos (templo). Nesse lugar é realizado o juízo investigativo; ele é precedido imediatamente pelo lugar santo. É considerado como o lugar da habitação de Deus no santuário; por isso é o lugar santíssimo.

Segundo, Apoc. 11:19 diz que NAOS (templo) é o lugar onde a arca está localizada. Após a sétima trombeta, que termina com o anúncio de que a ira de Deus veio (Apoc. 11:18) — isto é, as sete pragas — João inicia uma nova série de visões a respeito do ataque das forças do mal. Ele a inicia a partir do momento em que começa o juízo investigativo, e diz: “E abriu-se no Céu o templo de Deus, e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo”. A arca está localizada em Seu templo (ento naos autou). Naos (templo) é equivalente ao santo dos santos, porque a “arca do Seu concerto” es-tava localizada naquele lugar (Heb. 9:3 e 4).

Terceiro, de acordo com Apoc. 15:5-8, naos (templo) no tabernáculo do testemunho. Neste texto há dois elementos que apontam para naos como significando o santo dos santos: Um, naos é o tabernáculo do testemunho. Dois, ele é o lugar onde a glória de Deus se manifesta.

Em relação com o primeiro elemento, diz ele: “O templo do tabernáculo do testemunho se abriu no Céu” (Apoc. 15:5). Em Núm. 17:4 e 7 o tabernáculo do testemunho é o lugar santíssimo. Apoc. 15:5 diz: ho naos tes skenes tou marturiou (O templo do tabernáculo do testemunho). A sentença “o tabernáculo do testemunho” é um genitivo aposto. Quando um substantivo está no caso nominativo, designa um objeto num sentido geral; e o genitivo, em aposição a ele, designa o mesmo objeto num sentido individual ou particular.40 Por isso, poderíamos traduzir esta sentença como segue: O templo “que é”41 o tabernáculo do testemunho. É o mesmo que dizer: “templo que é o santo dos santos”.

Com relação ao segundo, João relata que o templo “encheu-se com o fumo da glória de Deus” (Apoc. 15:8). Embora às vezes a glória de Deus estivesse presente tanto no lugar santo como no santíssimo, normalmente se manifestava por meio do shekinah no santo dos santos (Lev. 16:2; Êxo. 25:22).

Uma vez que naos (templo), o tabernáculo do testemunho e o santo dos santos parecem estar no mesmo lugar, e a glória de Deus aí se manifesta, parece que naos e o santo dos santos são termos equivalentes.

Quarto, Apoc. 11:1 e 2 considera naos (templo) como uma das três partes do tabernáculo. Com base no fato de que a palavra naos (templo), em Apocalipse, refere-se ao santo dos santos, quando é usada como uma metáfora para a comunidade dos crentes, podemos entender de maneira muito clara as distinções encontradas nestes dois versos. João recebe a ordem para medir o templo e o altar, e para deixar fora o átrio “que está fora do templo” (Apoc. 11:2). Temos aqui as três partes do templo: o aule (átrio), o thusiasterion (altar), equivalente ao lugar santo, e o naos (templo, ou lugar santíssimo).

Resumindo, o livro do Apocalipse ensina a existência de um templo no Céu, e usa a palavra naos (templo) duas vezes em sentido metafórico, ao referir-se à comunidade dos cristãos (Apoc. 3:12; 21:22). Em todas as outras referências a naos (tabernáculo) o livro de Apocalipse o equipara ao santo dos santos.

A ESTRUTURA DO SANTUÁRIO — TEMPLO

A estrutura do santuário-templo, segundo é salientada no livro do Apocalipse, tem três partes: o átrio, o lugar santo e o santo dos santos.

O átrio (aule)

Há somente uma referência ao átrio em todo o livro (Apoc. 11:1 e 2). Está situada na visão entre a sexta e a sétima trombeta. Na alegoria da medição, Deus está falando a João da existência do templo no Céu e da parte importante que ele desempenha na obra de Cristo, especialmente na medição dos adoradores, que é o juízo, e a preservação do templo e do altar. Mas o átrio (aule), devia ser deixado, uma vez que Cristo não tem nenhuma atividade a desempenhar naquele lugar (Apoc. 11:1 e 2).

O Lugar Santo (THUSIASTERION)

Há seis referências no livro às duas partes do lugar santo. Todas elas estão situadas na série histórica do livro.

A primeira referência é aos sete candeeiros (Apoc. 11:12 e 13). Embora representem as sete igrejas (Apoc. 1:11,18-20), o símbolo foi tirado do templo. Os candeeiros descrevem a obra contínua, sempre presente de iluminar o mundo, confiada à igreja, e a constante mediação de Cristo em seu favor ao andar Ele entre os candeeiros.

A segunda referência diz respeito à presença sumo-sacerdotal de Cristo (Apoc. 1:13). O nome de Cristo nesse lugar, e a descrição de Suas vestes, apontam para Sua obra de sumo sacerdote. O Filho do homem é um nome que tem raízes no Filho do homem do livro de Daniel (Dan. 7:13), o rei messiânico,42 e apresenta a Cristo em Sua atividade como juiz.43 O sumo sacerdote desempenhava essa mesma espécie de atividade no Dia da Expiação. O Filho do homem está vestido de uma longa veste (poderes) e do cinto de ouro em volta do Seu peito. Tanto a veste comprida como o cinto constituíam parte das vestes sumo-sacerdotais.44

As últimas quatro referências a coisas no lugar santo são as seguintes: as sete lâmpadas (Apoc. 4:5), o altar de ouro (thusiasterion), Apoc. 8:3 e 5; 11:1; 14:18; 16:7), o fumo do incenso (Apoc. 8:4) e o incensário cheio do fogo do altar (Apoc. 8:5).

O Santo dos Santos (naos)

O livro do Apocalipse se refere a este lugar usando a palavra naos, (templo), e descreve nele a presença da arca de Seu testemunho (Apoc. 11:19) e o trono de Deus45 (Apoc. 7:15; 16:17; cf. 5:1 e 13; 6:16; 7:8 e 10; 12:5; 14:3 e 5; 19:4 e 5; 20:11; 21:5; 22:3).

O MINISTÉRIO DE CRISTO NO SANTUÁRIO CELESTIAL —TEMPLO

De acordo com a estrutura do santuário-templo apresentado no livro do Apocalipse, o ministério de Cristo aí. está relacionado com os candeeiros e o altar de ouro no lugar santo, e com a arca de Seu testemunho e o trono de Deus no lugar santíssimo. Por isso, devemos estudar o ministério de Cristo, primeiramente no lugar santo e, depois, no santo dos santos.

O MINISTÉRIO DE CRISTO NO LUGAR SANTO

Para tratarmos desse assunto, consideraremos três importantes tópicos: O Cordeiro-sacerdote, Seu ministério no meio das sete lâmpadas e o significado do Seu ministério no altar de ouro.

O Cordeiro-Sacerdote. No Novo Testa-mento, afora Apocalipse, o uso da palavra cordeiro (amnós) ocorre quatro vezes (S. João 1:29 e 36; Atos 8:32; I Ped. 1:19). Aplica-se sempre a Cristo como aquele que de maneira inocente sofre e morre de forma vicária para expiar o pecado do homem. Es-se poder expiatório se relaciona especial-mente com a figura do Cordeiro.

A Cristologia do Apocalipse47 mostra que Cristo é o assunto central deste livro.48 Entre os títulos, nomes e figuras usados por João para identificar a Cristo, a mais importante é a figura do Cordeiro.49 Ela aparece 28 vezes, designando-O como tal.50 O Cordeiro (amnion) descreve a Cristo como Redentor (Apoc. 7:10; 21:27; 13:8; 14:4),51 como Juiz (Apoc. 6:16; 15:3; 19:11),52 como Rei (Apoc. 17:14; 5:13; 7:17; 22:1 e 3),53 e como Sacerdote (Apoc. 5:6, 9 e 12; 7:14; 12:11).

O Cordeiro-sacerdote reúne em Si mesmo a vítima do sacrifício e o sacerdote que o oferece.54 Isso se tornou possível porque, em Apocalipse, o Cordeiro morto, que leva as marcas dos Seus executores (Apoc. 5:6, 9 e 12; 13:8) e que derramou o Seu sangue para expiação do pecado (Apoc. 5:9; 7:14; 12:11), “venceu” (Apoc. 5:5) em “final e ilimitada vitória”.55 Assim, Ele é uma vítima viva, que Se oferece diante de Deus56 em lugar dos pecadores arrependidos. Ele mesmo é o sacerdote, Ele mesmo a vítima.

Cristo ministra com “Seu próprio sangue”.57 Ele morreu, mas Se tornou “o primogênito dos mortos” Apoc. 1:5); Aquele que vive para todo sempre (Apoc. 1:18). Ele possui a glória e o domínio (Apoc. 1:6); é o Alfa e o Ômega (Apoc. 1:8); como Deus o Pai (Apoc. 1:4), Ele é o Todo-poderoso que é, que era e que há de vir (Apoc. 1:8). Cristo cumpriu totalmente Sua missão sobre a Terra, e com base nisto foi Ele entronizado (Apoc. 3:21) e recebeu o poder para ministrar58 como Mediador e Sumo Sacerdote.59 O sessio Christi aparece no começo do Apocalipse, porque todo o conteúdo do livro se relacionaria com o ministério de Cristo e Seu santuário celestial.

As Sete Lâmpadas. O candeeiro de sete braços, com suas sete lâmpadas, estava localizado na parte sul do lugar santo (Êxo. 25:31-40; 37:23; 40 24). No Apocalipse há duas referências às sete lâmpadas, relacionadas com o ministério de Cristo: Apoc. 1:12 e 13, e 4:5.

A primeira (Apoc. 1:12 e 13) afirma que Cristo sustenta Sua igreja a fim de que Seu povo possa viver uma vida ordenada, piedosa e devotada, para conservar sua luz brilhando diante do mundo.60 Isto faz parte de Seu trabalho na casa do Senhor e em Seu templo.

A segunda (Apoc. 4:5) diz que promove a obra contínua do Espírito de Deus. O capítulo 4 e o 5 dedicam-se a descrever a entrada de Cristo, como Cordeiro-sacerdote, no santo dos santos, e o início do juízo investigativo. Dessa vez há uma referência às sete lâmpadas que estão no lugar santo. Diz-se que elas são “de fogo ardente” (kaiomenai). O verbo kaio, posto aqui em sua forma do particípio presente passivo, denota que o fizeram arder e ele arderá continuamente.61 A obra de Cristo no lugar santo fez as lâmpadas arderem até o momento, e daqui em diante Sua obra no santo dos santos continuará a fazer com que as lâmpadas ardam. As sete lâmpadas são os sete Espíritos de Deus — a totalidade do Espírito Santo (Apoc. 4:6). O Sumo Sacerdote Filho do homem (Apoc. 1:13) é o Detentor (hoechon) do Espírito (Apoc. 3:1) e O envia a toda a Terra (Apoc. 5:6).

Essa obra sumo-sacerdotal de Cristo é vista na promessa ao vencedor, da igreja de Sardes. O cristão vitorioso será vestido de vestes brancas (Apoc. 3:5), que significam justiça (Apoc. 19:8). Seu nome será conservado no livro da vida (Apoc. 3:5) do Cordeiro-sacerdote (Apoc. 21:27). E Cristo lhe confessa o nome diante do Pai (Apoc. 3:5).

Resumindo, o ministério de Cristo no lugar santo, em relação com as sete lâmpadas, parece ser uma sustentação contínua da igreja, o contínuo envio do Espírito Santo aos crentes, e a permanente confissão do nome do crente diante do Pai, para que ele tenha contínuo acesso à graça de Deus.

O Altar de Ouro. Há apenas um texto no livro do Apocalipse que descreve o ministério de Cristo no altar de ouro do lugar santo. Trata-se de Apoc. 8:3 a 5.

Os sete anjos recebem as sete trombetas (Apoc. 8:2). Em seguida, surge outro anjo com um incensário de ouro e pára diante do altar, “e foi-lhe dado (edothe) muito incenso” (Apoc. 8:3). A voz passiva do verbo didomi (dar) indica que alguém deu o incenso ao anjo. Sem dúvida foi Cristo. Há outro pormenor importante neste verbo que não deve ser esquecido: ele está no tempo aoristo, indicando ação formal. Isto significa que não era prática comum de Cristo dar o incenso a um auxiliar, quando Ele mesmo comumente o oferecia diante do Pai.

A única maneira de o cristão ter acesso a Deus é através da oração. Todavia, mesmo dessa maneira, não pode ele apresentar-se diante de Deus em sua condição pecadora. Ele é injusto, está manchado pelo pecado, é imperfeito e não possui em si mesmo mérito algum que Deus possa aprovar. Mas sua oração está também sem mérito, é imperfeita, maculada e injusta. Por isso, não tem ele acesso a Deus, a menos que o ministério de Cristo no santuário celestial lhe torne possível esse acesso. Dá-se isto quando Ele acrescenta “o fumo do incenso” às “orações dos santos”. Assim, essas orações ascendem “perante Deus” (Apoc. 8:4).

A intercessão de Cristo no altar de ouro desobstrui o caminho de acesso do homem à presença de Deus. Mediante o perdão, seu pecado é transferido dele e, em lugar de sua vida pecaminosa, a fumaça do incenso ascende perante Deus. Nesse incenso, o homem recebe os méritos de Cristo e Sua justiça, para ser justificado e aceito diante de Deus. Suas orações o mantêm em comunhão com Deus. A comunhão divina começa sua existência e é mantida pela fé e as orações da parte do homem, e pela constante intercessão da parte de Cristo.

O MINISTÉRIO DE CRISTO NO SANTO DOS SANTOS

As referências ao ministério de Cristo no santo dos santos aparecem em várias passagens do livro do Apocalipse. Sua atividade mais saliente é a do juízo.

Início: Lei e Registros. O fim da primeira fase do ministério de Cristo no santuário celestial é descrito em Apoc. 8:5 pelo anjo que toma o incensário e, enchendo-o do fogo do altar, “lança-o sobre a Terra”. Isso corresponde à parte do ministério do sumo sacerdote no Dia da Expiação, ao tomar ele o incensário de ouro62 cheio de brasas acesas do fogo do altar e introduzi-lo no lugar santíssimo (Lev. 16:12). Com esse ato, iniciavam-se os seviços daquele dia.

O início do ministério de Cristo no lugar santíssimo do santuário celestial é apresentado em Apoc. 11:19 como a abertura do templo de Deus. E ali foi vista “a arca de Seu testemunho”. No santuário terrestre a arca era o recipiente dos Dez Mandamentos (Êxo. 25:16; Heb. 9:4). Se dever existir um juízo, a presença da lei é indispensável. A lei de Deus seria usada para medir o templo, o altar e os adoradores no fim dos 1.260 anos (Apoc. 11:1 e 2).

Esse mesmo momento é descrito como a abertura de uma porta. Falando à igreja de Filadélfia, que está datada imediatamente antes do começo do juízo investigativo, João escreve em o nome dAquele “que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; fecha e ninguém abre” (Apoc. 3:8). Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e havia aberto a porta do lugar santíssimo. Foi nesse momento que os mandamentos de Deus se tornaram visíveis.

A visão da arca do Seu testemunho é ampliada nos capítulos quatro e cinco. Começa com a mesma idéia: “Estava uma porta aberta no Céu” (Apoc. 4:1). A seguir, vem a descrição do trono de Deus (Apoc. 4:2-5: 1) e do Cordeiro-sacerdote, que é digno de abrir o livro e seus selos (Apoc. 5:2-14).

À direita do Senhor Deus todo-poderoso (Apoc. 4:8), o Criador (Apoc. 4:11), há um livro selado com sete selos (Apoc. 5:1). O livro e os selos parecem ser duas coisas diferentes, embora relacionadas. Sua diferença aparece quando o anjo forte pergunta: “Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?” (Apoc. 5:2).

O livro selado com sete selos é um dos livros de registro do santuário celestial. Os pecados dos homens são transferidos destes para o santuário celestial e são mantidos em registro nesses livros. João identifica esses registros, chamando-os de: “os livros” (bíblia, Apoc. 20:12), e “o livro da vida” (Toibliontes zoes, Apoc. 13:8; 17:8; 20:12; 21:27). Que livro é considerado como sendo o livro selado com sete selos? Parece ser o livro da vida, porque “os livros” são abertos durante o milênio (Apoc. 20:12).

Em resumo, no começo do juízo investigativo a lei de Deus e o livro de registros foram mostrados a João porque desempenham um papel muito importante nessa fase do ministério de Cristo. O livro da vida é usado durante o juízo investigativo, e os outros registros que João chama de “os livros” serão usados no juízo dos ímpios durante o milênio.

Expiação, Vindicação, Purificação e Juízo. Nos capítulos 5, 14 e 15, João trata dos temas mais importantes, relacionados com a segunda fase do ministério de Cristo no santuário celestial, que começou em 1844, no fim dos 1.260 anos.

O realce de Apocalipse 5 é sobre expiação e vindicação. Este capítulo faz parte da unidade que começa com 4:1 e termina com 8:1. Contém a visão do trono de Deus, com o Cordeiro digno de abrir o livro (Apoc. 4:5), os seis selos (Apoc. 6), o selamento (Apoc. 7) e o sétimo selo (Apoc. 8:1).

Nos capítulos quatro e cinco João está descrevendo a abertura da segunda fase do ministério de Cristo no santuário celestial. Sua primeira atividade no lugar santíssimo é uma atividade vindicativa — a proclamação da dignidade e da vitória do Cordeiro morto (Apoc. 5:4-6).

A seguir, o capítulo cinco apresenta três cânticos. O cântico das quatro criaturas viventes e dos vinte e quatro anciãos (Apoc. 5:8-10), o cântico dos muitos anjos, das quatro criaturas viventes e dos anciãos (Apoc. 5:11-12), e o cântico de toda a criatura (pan ktisma, Apoc. 5:13).

No cântico das quatro criaturas viventes e dos vinte e quatro anciãos, encontramos a obra de vindicação e expiação de Cristo — uma vindicação que se tornou possível por causa da Sua expiação.

Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque (hoti) foste morto, e com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a Terra.

Em primeiro lugar, o cântico proclama a vindicação de Cristo,63 depois a expiação dos remidos pelo sangue de Cristo;64 e, finalmente, a vindicação dos remidos, que se tornam reis e sacerdotes para Deus.65

Nos outros dois cânticos do capítulo cinco, repete-se o tema da vindicação do Cordeiro. O mesmo assunto é visto no cântico entoado pela grande multidão que está em pé diante do trono e perante o Cordeiro, vestida de vestes brancas de justiça (Apoc. 7:9-13).

Nesses três cânticos o assunto da glória do Cordeiro (Apoc. 5:12 e 13; 7:12) está presente. Zacarias expressa a idéia da glória de Cristo, ao mesmo tempo que descreve o reinado e sacerdócio do Messias (Zac. 6:13). A glória de Cristo é a redenção para a raça caída, e Ele está sentado com o Pai em Seu trono como sacerdote para unir o homem com Deus.

A Vindicação do Cordeiro, do que “está assentado sobre o trono’’ (Apoc. 5:13) e dos remidos, juntamente com a expiação pelo sangue do Cordeiro morto, são as principais idéias salientadas quando Cristo começa Seu ministério no lugar santíssimo. Relacionadas com elas estão as idéias da purificação e do juízo.

O realce de Apocalipse 14 e 15 é sobre a purificação e juízo. Apocalipse 14 é introduzido pela visão dos 144.000 (Apoc. 14:1-5) e continua dizendo o que os crentes estariam fazendo durante o tempo em que o juízo investigativo está em andamento (Apoc. 14:6-13), e conclui descrevendo os acontecimentos do fim desse juízo (Apoc. 14:14-20). Esse tempo vai desde logo após a hora do juízo, porque o texto diz que ele já veio (eithen, Apoc. 14:7) até o tempo em que o lagar do vinho da ira de Deus “foi pisado fora da cidade’’ (Apoc. 14:19 e 20).

Parece muito apropriado incluir o assunto daquilo que os crentes estariam fazendo durante o juízo investigativo, na visão dos 144.000 em pé no Monte Sião (Apoc. 14:1), porque eles fazem parte dos que são selados durante esse mesmo tempo (Apoc. 14:4) e lavaram suas vestiduras e as branquearam no sangue do Cordeiro (Apoc. 7:14 e 15).

Os 144.000 entoam um “novo cântico’’ (Apoc. 14:3) que se relaciona com o cântico do capítulo 15. Suas palavras exatas não são mencionadas no capítulo 14, mas são apresentadas no capítulo 15, onde a multidão é descrita como os que “saíram vitoriosos da besta, da sua imagem, do seu sinal e do número do seu nome’’ (Apoc. 15:2). Seu cântico do capítulo 15 é usado por João para dar início ao assunto das sete pragas que serão derramadas imediatamente após o encerramento do ministério de Cristo no lugar santíssimo.

No novo cântico (Apoc. 14:3), no cântico do Moisés e o cântico do Cordeiro (Apoc. 15:3) — um cântico de livramento — e na descrição dos 144.000, repete-se a atividade de Cristo como uma atividade de vindicação e expiação. Eles são chamados os remidos ou os comprados (hoi egorasmenoi, Apoc. 14:3). Como é mostrado no capítulo 5, esta é a expressão usada para indicar a obra de expiação de Cristo. Os 144.000 são selados enquanto Cristo está ministrando no lugar santíssimo, a expiação lhes é aplicada nesse tempo, o que significa que Cristo está fazendo uma obra de expiação.

A vindicação dos 144.000 aparece em várias expressões: eles seguem o Cordeiro para onde quer que vai (Apoc. 14:4); eles são as primícias para Deus e para o Cordeiro (Apoc. 14:4); em sua boca não foi encontrado nenhum engano; são irrepreensíveis diante do trono de Deus (Apoc. 14:5); e obtiveram a vitória sobre a besta e sua imagem (Apoc. 15:2).

O Senhor Deus todo-poderoso, o Rei dos santos é também plenamente vindicado: “Grandes e maravilhosas são as Tuas obras’’, “justos e verdadeiros são os Teus caminhos’’ (Apoc. 15:3), “quem Te não temerá, e não magnificará o Teu nome”, pois “só Tu és santo’’, e “os Teus juízos são manifestos’’ (Apoc. 15:4). “Justo és Tu, ó Senhor (Apoc. 16:5).66 Toda esta vindicação é possível porque o Cordeiro lhes deu o Seu cântico — a experiência do livramento e vi-tória (Apoc. 15:3). Ele lhes deu esta experiência durante Sua obra no lugar santíssimo.

Nessa ocasião o povo de Deus deverá seguir o Cordeiro em toda atividade de suas vidas. Eles deverão estar incontaminados (Apoc. 14:4) e ter lavado suas vestiduras e as branqueado no sangue do Cordeiro (Apoc. 7:14). Deverão pregar o evangelho eterno aos

“que habitam sobre a Terra” (Apoc. 14:6). Deverão anunciar que já é chegada a hora do juízo, e viver de acordo com isso (Apoc. 14:7). Deverão proclamar a queda de Babilônia (Apoc. 14:8) e obter a vitória sobre a besta, sua imagem e seu sinal, não vivendo para adorar a besta (Apoc. 14:9), mas se preparando para o tempo no qual a ira de Deus será derramada como execução de Seu juízo (Apoc. 14:10). Deverão ter a paciência dos santos e guardar os mandamentos de Deus (Apoc. 14:12). Há uma única maneira de viver essa espécie de vida — pela fé em Jesus (Apoc. 14:12); a fé no sangue do Cordeiro para vencer o grande dragão (Apoc. 12:11), porque na vitória do Cordeiro apenas os fiéis, os escolhidos e os chamados estarão “com Ele” (Apoc. 17:14).

Durante o ministério de Cristo no lugar santíssimo, conforme se acha em Apoc. 5:14 e 15, Deus é totalmente vindicado co-mo o realizador de obras maravilhosas, co-mo justo e verdadeiro. Os 144.000 como as primícias da redenção de Cristo, são também vindicados pelo sangue do Cordeiro que os torna sem mancha. Há também a obra de extinção do pecado, de purificação, de expiação e, especialmente, de juízo, porque os juízos de Deus são manifestados e vinda é a hora do Seu juízo.

Encerramento: justificação e total vindicação. O encerramento do juízo investigativo aparece em várias passagens. No fim do sexto selo os pecadores de todas as camadas da sociedade vêem no terremoto escatológico67 um anúncio do dia da ira do Cordeiro (Apoc. 6:15-17). No fim da sétima trombeta este dia de Sua ira já é vindo (el-then) e é descrito como “o tempo para que os mortos sejam julgados”, e para que os santos de Deus — os profetas e os santos — sejam recompensados (Apoc. 11:18), isto é, a execução do juízo. Antes que isso aconteça, contudo, são concluídas a purificação do santuário celestial e a expiação, antecedentes à declaração final de Cristo: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda” (Apoc. 22:11). Nessa ocasião é encerrado o juízo investigativo, e a humanidade está radical e permanentemente dividida em dois grupos — justos e ímpios.

E nesse momento que as sete pragas são derramadas (Apoc. 15:5-16:17) com a ira de Deus (Apoc. 15:7). Enquanto Cristo está deixando o santuário (Apoc. 15:5), os três anjos, obedecendo à voz que vem do lugar santíssimo (Apoc. 16:1), derramam as pragas. Um anjo proclama a justiça dos juízos de Deus (Apoc. 16:5) e, quando Cristo deixa o lugar santo, surge uma voz vinda do altar, declarando que verdadeiros e justos são os juízos do Senhor todo-poderoso (Apoc. 16:7). Os últimos quatro anjos derramam suas pragas (Apoc. 16:8-17) no momento em que a grande Babilônia é julgada (Apoc. 18:8 e 10).

No Céu há muito louvor ao Senhor nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os Seus juízos, pois Ele julgou (ekrinen) a prostituta (Apoc. 19:2). Os Céus são abertos e o Fiel e Verdadeiro, com justiça, julga e peleja. Ele Se assenta sobre um cavalo branco e vem do Céu (Apoc. 19:11). É o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Apoc. 19:16).

O segundo advento de Cristo visa à execução do juízo. Consta de duas partes:

A primeira parte será executada por Cris-to, que vem numa nuvem branca, com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice aguda na mão (Apoc. 14:14). Ele vem para ceifar os frutos do verão, que representam os que aceitaram a mediação de Cristo no santuário celestial (Apoc. 14:15). No serviço típico o sumo sacerdote, tendo feito a expiação por Israel, saía e abençoava a congregação. Também Cristo, no final de Sua obra como mediador, aparecerá “sem pecado para a salvação” (Heb. 9:28), para abençoar com a vida eterna Seu expectante povo.

A segunda parte da execução do juízo é simbolizada pelo ajuntamento dos “cachos da vinha” (Apoc. 14:18) que foi feito na época do outono. Este juízo é sobre os ímpios, que são lançados no grande lagar da ira de Deus (Apoc. 14:19). Esta segunda parte do juízo executivo terá lugar no fim dos mil anos (Apoc. 20:13 e 15). Depois os ímpios ressuscitarão (Apoc. 20:5) e aparecerão perante Deus para a execução do juízo.

A vindicação de Deus é total, pois ele dá a cada um “segundo as suas obras (Apoc. 22:12). Os justos são também totalmente vindicados, pois sendo expiados por Cristo, “guardam Seus mandamentos”, e “têm direito” à árvore da vida e à entrada na cidade (Apoc. 22:14).

Finalmente, chegou o tempo de o povo de Deus manter plena comunhão com o Pai e com o Filho. Este foi o objetivo da morte expiatória de Cristo e o propósito de Seu ministério, tanto no lugar santo como no santíssimo do santuário celestial. Esse propósito foi inteiramente satisfeito, pois o tabernáculo de Deus está com os homens “e Ele habitará com eles, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Apoc. 21:3).

CONCLUSÕES

Primeira, nosso estudo do santuário celestial-templo no livro do Apocalipse mostra que sua existência no Céu é uma realidade claramente defendida por todo o livro. Ele tem duas partes onde Cristo ministra: o thusiasterion (altar) e o naos (templo), que equivalem ao lugar santo e ao santo dos santos do santuário terrestre.

Segunda, o ministério de Cristo no Céu é efetuado em ambos os lugares do santuário celestial.

Seu ministério no thusiasterion (altar) foi um ministério de intercessão e aplicação de Seus méritos e caráter àqueles que, pela fé, aceitaram o sacrifício do Cordeiro que, agora, é o sacerdote. Essa primeira fase do ministério de Cristo começou em Seu sessio, ou Sua entronização após Sua ressurreição (Apoc. 1:5 e 18), e terminou depois da sexta trombeta, ao iniciar-se a fase da sétima igreja, em 1844.

O ministério de Cristo no naos (templo) é um ministério de expiação, purificação, vindicação e, especialmente de juízo. Essa segunda fase de Seu ministério não põe fim a Sua intercessão ou à aplicação de Seus méritos ao pecador arrependido, nem ao envio do Espírito Santo a Sua igreja na Terra, pois há uma porta que está aberta para os homens e, por isso, inclui a operação plena de todas estas atividades. Quando terminar o juízo investigativo, então a execução desse juízo virá; sobre os cristãos vitoriosos, na segunda vinda; e, sobre os ímpios, no fim do milênio.

Terceira, o ministério de Cristo no santuário celestial deve ser levado em consideração no estudo de todo o conteúdo do livro de Apocalipse, porque cada uma de suas seções parece relacionar-se com uma parte específica do santuário.

Duas seções do livro estão relacionadas com o ministério de Cristo no thusiasterio (altar), ou lugar santo: A igreja militante (Apoc. 1:12-3:22) e as trombetas sonantes (Apoc. 8:2-11:18). Toda a seção das sete igrejas aparece no livro imediatamente antes da visão da porta aberta no Céu com o trono de Deus (Apoc. 4:1 e 2). A única referência a naos (templo, Apoc. 3:12) tem sentido metafórico, e a referência a uma porta aberta em Apoc. 3:8 é realmente um anúncio do que realmente acontece em Apoc. 4:1. A mensagem às sete igrejas não tem nenhuma ligação com o ministério de Cristo no juízo investigativo, mas tem o que ver com Sua entronização (ekathisa, Apoc. 3:21) que aconteceu no começo do Seu ministério no lugar santo. As sete igrejas, interpretadas a partir da experiência do ministério de Cristo no lugar santo, poderiam ser a história do relacionamento da Igreja com a aceitação dos méritos e intercessão de Cristo diante do Pai.

As sete trombetas são uma visão paralela à dos sete selos. A diferença é que os selos têm que ver com membros da igreja, enquanto as trombetas têm relação com ‘‘os que habitam sobre a Terra” que “não se arrependeram” (Apoc. 9:20). A visão das sete trombetas começa com uma cena no thusiasterion (altar, Apoc. 8:2-4), e em relação com a sexta trombeta há outra referência ao templo celestial, quando ela se refere também ao altar (Apoc. 9:13). As sete trombetas, portanto, podem ser a história da rejeição pelo homem dos méritos e intercessão de Cristo diante do Pai, com as conseqüências que sua rejeição lhes traz.

Relacionadas com o ministério de Cristo no NAOS (templo) ou lugar santíssimo há algumas visões que dizem respeito aos santos ou membros da igreja cristã (Apoc. 4:1-8:1) e outras visões relacionadas com ‘‘os que habitam sobre a Terra”, ou os ímpios (Apoc. 11:1-14:20).

A visão dos sete selos começa com a abertura da segunda fase do ministério de Cristo no santuário celestial, descrita nos capítulos quatro e cinco. Os sete selos fazem parte do livro de registro que está à direita do trono de Deus. Por isso, os selos podem ser a história da igreja cristã, conforme está escrita no livro do Cordeiro, a qual foi revelada a fim de que a igreja não chegasse ao dia do Cordeiro como se fora ao dia da ira do Cordeiro (Apoc. 6:16). A história recebe um esclarecimento especial para seu período naqueles ministérios de Cristo no lugar santíssimo — o Selamento dos santos (Apoc. 7) e a igreja após o começo do juízo investigativo (Apoc. 10). Esta informação adicional contém também o relacionamento da igreja com o ministério de Cris-to no lugar santíssimo e sua aceitação desse ministério.

O ataque das forças do mal (Apoc. 11:19-14:20) mostra sua rejeição do ministério de Cristo no lugar santíssimo. Essa seção do livro começa com uma referência ao naos (templo) e a arca do Seu testemunho em seu interior (Apoc. 11:19). Todas as referências ao santuário, nessa seção, têm o que ver com o santo dos santos. Cristo faz um apelo especial ao ímpio, por meio das mensagens de Apoc. 14:6-12.

Os resultados do ministério de Cristo no lugar santíssimo aparecem no fim do livro (Apoc. 15:1-22:5). Em primeiro lugar, João apresenta os resultados que se relacionam com os ímpios: Deus lhe envia as sete pragas como castigo por suas más ações (Apoc. 15:1-16:21) e envia Seu juízo sobre as forças do mal que se organizaram para lutar contra Deus e os santos (Apoc. 17:1-18:24). Em segundo lugar, João nos mostra os resultados do ministério de Cristo no lugar santíssimo, relacionados com os santos: a obra salvífica de Cristo em seu favor foi completa (Apoc. 19:1-21:4) e eles agora experimentam o final triunfo e recebem sua herança, habitando permanentemente em total unidade com Deus e o Cordeiro (Apoc. 21:5-22:5).

PASTOR DANIEL BELVEDERE

BIBLIOGRAFIA:

  • 1. S. Mat. 17:4; S. Mar. 9:5; S. Luc. 33; 16:9; Atos 7:43 e 44; 15:16; Heb. 8:2 e 5; 9:2, 3, 6, 8. 11 e 12; 13:10; Apoc. 13:6; 15:5; 21:3.
  • 2. A Feuillet, “Les Chretiens pretres et rois d’aprés l’Apocalypse”. Revue Thomiste 75 (1975) 40-66, pág. 41: “A Epístola aos Hebreus e o Apocalipse têm uma semelhança indubitável e bem conhecida”. A mes-ma idéia é expressa por C. Spicq. L’Epitre aux Hebreux (Paris, 1952) I, 114-116, 120, 136-138.
  • 3. James Moffat, “The Revelation of St. John o Divine”, W. Robertson Nicoll, The Expositor’s Greek Testament (Grand Rapids, Mich., 1976) V, 431. Wilhelm Michaelis, “Skene”, G. Kittel, G. Friedrich, editores, Theological Dictionary of the New Testament (Grand Rapids, Mich., 1971), VII, 368-381. Citado da pág. 378 (doravante citado como TDNT)
  • 4. Idem, pág. 277. O Michael, “Naos” TDNT, VI, 880-890, citado da pág. 888.
  • 5. Apoc. 3:12; 7:15; 11:1,2 e 19; 14:15; 17; 15:5, 6 e 8 (duas vezes); 16:1 e 17; 21:22.
  • 6. Apoc. 11:2; 14:15; 15:6 e 8; 16:1 e 17; 21:22.
  • 7. Apoc. 11:1; 3:12; 7:15; 11:19.
  • 8. O. Michel, “Naos” DTNT, IV, pág. 882.
  • 9. S. Mar. 13:3; S. Mat. 12:6; Atos 24:6; 25:8; I Cor. 9:13.
  • 10. Gottlob Schrenk, “Hieros, to Hieron”, DTNT, II, 221-283, especial-mente págs. 235-237.
  • 11. Idem, pág. 234.
  • 12. Heb. 9:12, 24 e 25. A. P. Salom, “Ta Hagia In The Epistle to the Hebrews”, Andrews University Seminary Studies 5:1 (1967) 59-70.
  • 13. Richard C. Trench, Synonyme of the New Testament (Grand Rapids, Mich., 1966), pág. 11.
  • 14. A mais tradicional divisão do Apocalipse em duas partes, estabelece o ponto de separação no fim do capítulo 11, sendo 1-11 seu histórico e 12-22 escatológico. H. B. Sweete fala a respeito de o Primeiro Apocalipse para a primeira divisão e o Segundo Apocalipse para a segunda, The Apocalypse of John (Londres, 1907) XXXIX, ff. A mesma divisão é encontrada em E. B. Allo, Saint Jean, L’Apocalypse (Paris. 1921) e André Feuillet, L’Apocalypse. Etat de Ia Question (Paris, 1963). R. L. Thomas, “John’s Apocaliptic Outline”, Bibliotheca Sacra, 123(1966) 334-341, divide o livro em três partes: A visão do Cristo glorificado, cap. 1; a condição atual da igreja, caps. 2 e 3; e a revelação do futuro, caps. 4 a 22. Elisabeth Schüssler Fiorenza, publicou dois artigos a respeito do assunto: O primeiro foi “The Eschatology and composition of the Apocalypse”, Catholic Biblical Quarterly 30 (1968) 537-569, e o segundo foi “Composition and Structure in the Book of Revelation”, Catholic Biblical Quarterly 39 (1977) 344-366. Ela diz que o ponto de vista metaistórico de João transcende o ponto de vista da salvação histórica, pois focaliza especifi-camente o “pouco tempo” no fim do tempo. Ela propõe uma estrutura simétrico-concêntrica para o livro, sendo Apoc. 10:1-15:4 o centro: A 1:1-8; B. 1:9-3:33; C. 4:1-9:21; 11:15-19; D. 10:1-15:4, C’ 15:1 e 5-19:10; B’ 19:11-22:9, A’ 22:10-22:21. U. Vanni, La Strutura Letteraria dell’Apoca-lipse (Roma 1971), diz que a perspectiva escatológica do livro é metais-tórica — ela não é uma contagem regressiva baseada “no tempò do relógio e do calendário”, mas numa visão profética integrada do Dia do Se-nhor, (ver especialmente págs. 243-244, 250-251). Charles H. Giblin, “Structural and Thematic Correlation in the Theology of Revelation 16-22″, Biblica 55(1974) 487-504, diz que o interesse de João se centraliza na revelação que recebe desde a abertura do livro, mais do que sobre o modo angélico de comunicação. Ele apóia uma aproximação teológico-literária que se fundamenta em Apoc. 22:6 em diante. Ele descobre duas revelações angélicas: A primeira, 17:1-19:9 e 10, descreve os aspectos negativos do juízo divino. A segunda, 21:9-22:6-9, expressa um testemunho transcendente supra-angélico e, portanto, propriamente divino, nomeadamente uma revelação do próprio Jesus, a testemunha que virá em breve para retribuir e recompensar. Nós seguimos Kenneth Strand, “Chiastic Structure and some motivs in the book of Revelation”, Andrews University Seminary Studies 16 (1978) 401-408, cuja estrutura quiástica do livro parece estar mais em harmonia com seu conteúdo. Dividimos o livro em duas seções, além de um prólogo e o epilogo: Prólogo (1:1-11). Primeira seção: Séries históricas — B. A Igreja Militante (1:12-2:22); C. Obra salvífica de Deus em progresso(4:1-8:1); Da. Trombe-tas (8:2-11:18); Db. Ataque pelas Forças do Mal (11:19-14:20). segunda seção: Série do Juízo Escatológico — Da’ Castigo pelas pragas (15:1-16:21); Db’ Juízo sobre as forças do mal (17:1-18:24); C’ Obra salvífica de Deus completada (19:1-21:4). B’ Igreja Triunfante (21:5-22:57). A’ Epílogo (22:6-21).
  • 15. A. R. Fausset, “Revelation”, A Commentary Criticai e Explana-tory on the Old and New Testaments (Grand Rapids, Mich., sem data) II. 546-604, (daqui em diante citado como CCEONT), pág 575: “O altar — de incenso; pois só ele estava no santuário (grego naos)”.
  • 16. K. Deissner, “Metron ametros, metreo”, DTNT IV, 632-634, citado da pág. 632.
  • 17. Idem, pág. 633.
  • 18. Idem, pág. 634.
  • 19. O. Michel, “Naos”, TDNT IV, págs. 880-890; cf Iván Barchuck, Ex-plicación del Libro del Apocalipsis (Barcelona, 1978), pág. 114.
  • 20. J. Behm Die Offenbarung des Johannes, NT Deutech (1935), pág. 58.
  • 21. O. Michel, TDNT, IV, pág. 888
  • 22. Charles H. Giblin, “Structural and Thematic Correlation in the Theology of Revelation 16-22” Biblica 55 (1974) 487-504), citado da pág. 409.
  • 23. A. R. Fausset, “Revelation”, CCEONT II, 575.
  • 24. Na LXX, 101 vezes a palavra mud é traduzida por stulos. Para as poucas exceções, ver D. W. Gooding, The Account of the Tabernacle, Traslation and Textual Problems of the Greek Exodus (1959), págs. 20 e 21.
  • 25. Jó 9:6; 28:6; 26:11.
  • 26. Êxo. 14:19 e 20; 19:9; Núm. 14:14; Neem. 9:12 e 19.
  • 27. A palavra coluna aparece em quatro versos do NT: Gál. 2:9; I Tim. 3:15; Apoc. 3:12; 10:1. Para o uso rabínico da palavra coluna, falando so-bre os justos, ver Strack, Billermeck, Kommentar, III, 537.
  • 28. Lucien Cerfaux, Jules Cambier, El Apocalipsis de Juan leído a los Cristianos (Madrid, 1972), pág. 42.
  • 29. Ezeq. 48:35; Herbert G. May, “The Book of Ezequiel”, The Interpretar’s Bible (Nova Iorque, 1956), VI, 39-338, citado da pág. 338; Isa. 62:2 e 4, James Muilenburg, “The Book of Isaiah”, The Interpretais Bible (Nova Iorque, 1956, V, 381-773, pág. 718.
  • 30. Strack, Billerbeck, Kommentar, II, 797; C. H. Dodd, The Interpretation of the Fourth Gospel (Cambridge, 1968), pág. 350; S. João 4:26; 8:24 e 28, 58; 12:19; R. E. Brown, The Gospel According to John l-XII (Garden City, NT, 1970, págs. 533-538; J. H. Bernard, “Gospel according to St. John”, The International Criticai Commentary (Edinburg 1976), I, CXVII-CXXI; H. Simermann, “Das absolute ‘Egó Eimi’ ais die neutesta-mentliche Offenbarungsformel”, Biblische Zeitschrift 4 (1960), págs. 54-69; A. Feuillet, “Les ‘Egó Eimi’ christologique du quatrieme Evangile,” Recherches de Science Religieuse 54(1966), 5-22; 213-240; M. Veloso, El Compromiso Cristiano (Florida, Argentina, 1975), págs. 186-191.
  • 31. Em Apoc. 2:3, João declara que uma voz anunciou a existência do tabernáculo de Deus na Nova Jerusalém. Como resolver esta aparente contradição? Apoc. 21:3 fala acerca da presença de Deus na nova terra, e a respeito da cidade como lugar de habitação, uma vez que o skene (tabernáculo) é o lugar da habitação de Deus. Por outro lado, Apoc. 22:22 está dentro de uma descrição da Nova Jerusalém quando o pecado já não existe ali, pois, nessa ocasião, o templo (naos) como relacionado com a eliminação do pecado já não existe.
  • 32. H. Wenschkewits, “Die Spiritualisierung der Kultusbegriffe Temple, Priester und Opfer im NT”, Angelos 4 (1932) 70-230, citação da pág. 219
  • 33. Cerfaux, Cambier, El Apocalipsis, pág. 234.
  • 34. Trench, Synonyms, pág. 165.
  • 35. Helmut Traub, “Ouranos”, TDNT, V, 497-543, citado da pág. 530.
  • 36. Charles H. Giblin, “Correlation”, pág. 491.
  • 37. Iván Barchuk, Explicación del livro del Apocalipsis (Tarrasa, Barcelona, 1978), pág. 107: “Salvation was no yet closed”
  • 38. Zondervan, The Analytical Greek Lexicon (Grand Rapids, Mich., 1967), pág. 143.
  • 39. Iván Barchuk, Explicación, pág. 114.
  • 40. Dana, Mantey, Grammar, pág. 79.
  • 41. Blass, Debrunner, Grammar, pág. 167.
  • 42. Arthur Jeffery, “The Book of Daniel”, The Interpreters Bible (No-va Iorque, 1956), VI 359-549, pág. 461.
  • 43. Cerfaux, Cambier, El Apocalipsis, pág. 31 Joseph Comblin, Cris-to en ei Apocalipsis (Barcelona, 1969), págs. 89, 93 e 96.
  • 44. Comblin, Cristo, pág. 264; Trench, Synonyms, pág. 187; Thayer, Lexicon, pág. 254.
  • 45. Iván Barchuk, Explicación, pág. 114: “O trono no Céu corresponde á arca do tabernáculo”.
  • 46. J. Jeremias, “Amno”, DTNT, I, 338-340.
  • 47. Algumas das palavras publicadas antes de 1960: A Briggs. The Messiah of the Apostles (Edinburg, 1895), págs. 284-308; A. Schlatter, Das Alte Testament in der Johanneischen Apokalypse (Gõtersloh, 1912), págs. 32-56; H. W Tribble, “The Christ of the Apocalypse. Review and Expositor 4 (1943) 167-173; R. B. Y. Scott, “Behold he cometh with clouds, New Testament Studies 5 (1958) 127-132; E. Schmitt, “Die Chris-tologische Interpretation als das Grundlengend der Apokalypse”. Theolo-gische Quartalschrift 140 (1960) 257-290. Foi apenas durante os anos 60 que estudos mais completos sobre a Cristologia do Apocalipse foram feitos: Traugott Holz, Die Christologie der Apokalypse des Johannes (Berlin, 1962); Joseph Comblin, Le Christ dans l’Apocalypse (Tournai, 1965), Cristo en el Apocalipsis (Barcekiba, 1969); R. L. Thomas, “The Glorified Christ on Patmos”, Bibliotheca Sacra 122 (1965) 228-236; N Hillyer, “’The Lamb’ in the Apocalypse”, Evangelical Quarterly 39 (1967) 228-236; V. B. Miller, Messias und Menschensehn in judischem Apocalypsen und in der offenbarung des Johannes (Güterslok, 1972); François Bovon, “Le Christ de l’Apocalypse”, Revue de Theologie et de Philosophie 21 (1972)65-80; S. Sabugal, “El título Christos em el Apocalipsis”, Augustinianum 12 (1972) 319-340; J. C. Leardi. “El Cristo-total en el Apocalipsis”, Revista Biblica 39(1977), págs 253-281).
  • 48. F. Bovon, “Le Christ”, pág. 66; S. Sabugal, “Christos”, pág. 319; Charles H. Giblin, “Correlation”, pág. 409; J. Comblin, Cristo, pág. 24.
  • 49. J. Comblin, Cristo, pág 42; F. Bovon, “Le Christ”, pág. 67; T. Holtz, Christologie, págs. 27-54; N. Hillyer, “The Lamb”, pág. 228; V. B. Müller, Messia, págs. 162-165.
  • 50. Apoc. 5:6, 8, 12, 13: 6:1 e 16; 7:9, 10, 14; 12:11; 13:8; 14 1,4, 10; 15:3; 17 14; 17:7 e 9. 21:9, 14, 22, 23. 27; 22 1, 3 e 14
  • 51. J. Jeremias, “Amnos, aren, arnion, “TDNT,” I, 338-241 pág. 341.
  • 52. J. Comblin, Cristo, pág 65.
  • 53. J. Massyngberde Ford, “Pois o testemunho de Jesus é o Espirito de Profecia”, “The Irish Theological Quarterly 42 (1975) 284-291, pág. 290; Elisabeth Schüssler Fiorenza, “Redemption as libertation”: Apoc. 1:5f e 9f, The Catholic Biblical Quarterly 36 (1974), 220-233, pág. 228.
  • 54. Para a idéia de que os três titulos de Apoc 1:5 representam a paixão, ressurreição e ascensão de Cristo, Feuillet conclui que Cristo está presente em Apocalipse como sacerdote e vítima, para livrar o homem do pecado por meio do Seu sangue A. Feuillet, “Les chrétiens pretres te rois d aprés l Apocalypse”, Revue Thomiste des Johannes (Ratisbone, 1959), pág. 29. A Farrer, The Revelation of John the Divine (Oxford. 1964), pág. 62.
  • 55. O. Bauernfeind, “Nikão”, TDNT, VI, 942-945, pág 944
  • 56. J. Comblin, Cristo, págs. 264-266.
  • 57. “Naquele que nos amou, e em Seu sangue nos lavou (lysanti) dos nossos pecados” (Apoc 1:5). Elisabeth Schüssler Fiorenza, “Redemption”, pág. 220. “Lysanti é usada apenas aqui, no NT. Ela espalha, não obstante, suas raizes em expressões tais como lytron, lytrousthai ou aplytrosi. Estes termos são usados em conexão com haima para denotar a redenção (Rom. 3:24-26; Efés. 1:7; Heb. 9:12; I Ped. 1:19)”. (Pág 225.) mas esta redenção, para E. S. Fiorenza, tem que ser entendida “em termos políticos e categorias sócio-econômicas” (pág. 220). André Feuillet, em harmonia com Alio, Lohmeuer, Cerfaux, Cambier, G. B. Ciard, T. Golz e J. Comblin, é contra ela. Ver A. Feuillet, “Les chrétiens pretres et rois d aprés l Apocalypse”, Revue Thomiste 75 (1975) 40-46, especial-mente a pág. 56.
  • 58. G. C Berkouwer, The Work of Christ (Grand Rapids, Mich., (1965), págs. 224-226.
  • 59. John Calvin, Institutes of the Christian Religion (Grand Rapids, Mich., 1966) II, pág 619
  • 60. Adam Clarke, Commentary (Nova Iorque, 1832), VI. 973.
  • 61. Blass, Debrunner, Grammar, págs. 318-339.
  • 62. No serviço diário, o sacerdote tomava fogo do altar no incensário de prata, mas, no dia da expiação, ele levava o fogo num incensário de ouro. Clarke, Commentary, VI, 999.
  • 63. Otto Michel, “Sfrazo Stage”, TDNT, VII, 925-938, pág 934
  • 64. Friedrich Büchsel, “Agorazo, exagorazo, TDNT, I, 124-128, pág. 125; S. Sabugal, “Christos”, pág. 330.
  • 65. Herbert Braun, “Poieo”, TDNT, VI, 458-484, pág. 464
  • 66 Peter Staples, “Apoc. XVI 4-6 e sua fórmula de vindicação”, Novum Testamentum 14 (1972) 280-293, citado das págs. 283-285
  • 67. Richard Bauckham, “The escatological earthquake in the Apocalypse of John”, Novum Testamentum 19(1977)224-233, pág. 226. Os terremotos no Apocalipse de João anunciam “a vinda do Deus em juízo”.