— Seu relógio parece estar em greve — observei ao funcionário que se achava em sua mesa num escritório de companhia telefônica. Ergui os olhos para ver as horas e notei que o relógio não estava funcionando.

— Sim, êle está em greve — respondeu a jovem, acrescentando com certa mágua — e não gosto de tê-lo assim. Não aprecio ter parada uma coisa que deve funcionar!

Deixei o local pensando em outras coisas paradas e que deviam funcionar. Pensei na Igreja de Cristo, parada, inerte e esquecida da Grande Comissão do Senhor. Pensei em muitas igrejas cujo alvo principal parece ser “manter os cultos,” quando foram designadas a levar luz, amor e vida em tôda a extensão de suas comunidades.

Pensei nos mudos seguidores de Jesus, os quais jamais dizem alguma coisa a respeito dÊle, e que são tão incomunicativos como o relógio de ponteiros imóveis. Pensei nos postos missionários em terras pagãs tolhidos ou abandonados por falta de fundos procedentes das igrejas do país. Pensei nas enormes pilhas de Bíblias e Testamentos nas prateleiras à espera de meios para serem distribuídos e difundidos como Palavra de Deus. Pensei finalmente nAquele de quem a igreja é o corpo, e em Seu desapontamento em face de nossa estagnação. Quase pensei em ouvi-Lo dizer, com tristeza, de Sua igreja comprada pelo Seu sangue, estas pelavras:

— Sim, ela está em greve. Não gosto de tê-la assim. Não aprecio tê-la parada, ela que devia estar funcionando.

— More Illustrations and Quotable Poems, por A. Bernard Webber.