Lembretes sobre o dever de evitar tudo o que possa ser usado pelo inimigo com o objetivo de prejudicar a causa de Deus

De acordo com especialistas, a ética estuda o comportamento humano. Em termos simples, podemos dizer que a ética responde à pergunta: “Que devo fazer ou como devo agir?” A partir desse ponto de vista, a ética exige maior atenção de nossa parte, como esposas de pastor, ao continuamente servirmos os outros, razão pela qual devemos considerar nossa maneira de atuar em cada situação.

Como filhas de Deus, fomos chamadas a um elevado padrão de conduta, tendo como base a conduta de Deus, conforme revelada nas Escrituras. Ou seja, quando Ele nos desafia para que sejamos santas, é porque Ele mesmo é santo (1Pe 1:14-16). Essa santidade envolve nosso relacionamento com Ele, cuja influência deve ser vista em nossas motivações pessoais e na maneira de nos relacionarmos com a família, igreja, colegas e com a sociedade (Tt 2:1-15).

Se não dermos atenção à nossa conduta, será difícil desenvolver um ministério adequado junto ao esposo. Por isso, devemos crescer em nossa experiência com Deus, a fim de que nos tornemos canais de bênçãos para nossa família, os irmãos de fé bem como para a comunidade. Neste artigo, consideramos alguns aspectos que devem ser observados no desenvolvimento da ética em nosso ministério.

Primeiro, Deus

O Senhor espera consagração total de nossa parte. De acordo com Ellen G. White, por meio da “esposa não santificada”, o inimigo busca debilitar o trabalho do pastor (O Lar Adventista, p. 355). Assim sendo, nenhuma de nós deve iniciar o dia sem ter um encontro pessoal com Cristo, por meio do estudo da Bíblia e da oração. Em nossa pressa para resolver assuntos cotidianos, podemos negligenciar o mais necessário, ou seja, iniciar o dia aos pés de Jesus (Lc 10:39-42). Somente assim, poderemos ser transformadas segundo a imagem dEle.

Deus espera que nos afastemos do mal, e de tudo o que tenha aparência do mal (1Ts 5:22). Continuamente, devemos perguntar a nós mesmas: “O que irei fazer agrada a Deus ou Lhe traz desonra?” Caso não tenhamos certeza de que O agradaremos, não devemos avançar na concretização do plano, seja ele qual for.

Nós mesmas

Disse Jesus: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mt 22:39). Não é possível amar outras pessoas, a menos que tenhamos bom conceito a nosso respeito e busquemos nosso bem-estar em todos os sentidos. Somos importantes, não devido ao que possuímos nem àquilo que fazemos, mas porque fomos compradas pelo sangue de Jesus (1Co 6:20). Assim sendo, devemos ter cuidado quanto à nossa alimentação, prática de atividades físicas, e manutenção de atitude mental positiva. Somos filhas de Deus!

Quando chegamos a um novo distrito, não tentemos imitar a esposa do pastor anterior. Deus nos concedeu dons e deseja que sejam utilizados. Pode ser que a esposa do pastor anterior tenha revelado habilidades especiais em algumas áreas, mas também podemos demonstrar habilidades em outras áreas do ministério. Deus nos fez únicas. Ele nos dotou de talentos especiais que devem ser desenvolvidos.

Passar muitas horas assistindo à televisão ou nas redes sociais é uma forma muito fácil de desperdiçar tempo. Pensemos em quantas coisas produtivas podemos fazer, evitando a perda de tempo. Planejemos nosso dia e nos esforcemos para cumprir o planejado.

A família

Comunicação adequada e satisfação de necessidades físicas e emocionais ajudam a manter a solidez do relacionamento, em meio às pressões do trabalho. Procuremos permanecer o máximo possível junto do esposo, principalmente em público. Essa é uma boa forma de evitar falatórios imprudentes e de proteger a relação contra potenciais tentações externas. Jamais negligenciemos a comunhão com Deus, por meio do culto familiar. Lembremo-nos de que há questões confidenciais do trabalho ministerial que compete ao esposo resguardar.

Amemos e eduquemos nossos filhos, estejamos atentas à formação espiritual deles (Ef 6:40). Enquanto eles são pequenos, o ideal é que nosso único trabalho seja o cuidado deles. Que eles jamais ouçam críticas ao ministério. Isso somente alimentará sentimentos negativos na mente deles em relação ao trabalho pastoral e à igreja. Em vez de críticas, enfatizemos diante deles o privilégio de servir a Deus.

Devemos aprender a fazer muito com pouco. Evitemos os gastos compulsivos. As extravagâncias da moda podem representar grande perigo, caso não estejamos atentas. O dinheiro deve servir para as necessidades básicas e para fazer o bem. Tudo o que estorve esses propósitos deve ser evitado. Fujamos das dívidas. Se as tivermos contraído, cumpramos fielmente os compromissos.

Colegas

Jamais falemos mal dos líderes. De fato, eles são humanos e podem errar. Caso ocorra alguma situação incômoda, o ideal é acertar as coisas pessoalmente, em espírito cristão (Mt 18:15-20). Muito menos critiquemos o casal pastoral que nos substituirá. Diante da igreja, devemos destacar positivamente a nova família ministerial. Além disso, tendo deixado o distrito, evitemos manter contato direto com irmãos daquela região. Eles devem ter tempo para amar o novo pastor, enquanto nós devemos estar ocupados em desenvolver novas tarefas ministeriais.

Ao recebermos a visita de líderes das organizações superiores, ajudemos na coordenação do que for necessário, a fim de que tudo esteja pronto para recebê-los. Em certas ocasiões, o pastor visitante trará sua família. Que todos sejam bem atendidos.

Igreja local

O esposo é o pastor da igreja, e a ele cabe administrá-
la. A esposa deve estar ao lado dele, mas não substituí-lo. Mesmo que ele esteja ausente, ela não tem autoridade para tomar decisões administrativas. Os anciãos e líderes locais assumirão esse encargo. A esposa também não deve ofuscar o esposo. Algumas entre nós podem ser até mais carismáticas, ter maior facilidade para interagir com as pessoas, mas nosso dever é potencializar o ministério do esposo, fortalecendo seus aspectos débeis, contudo sem tentar brilhar mais do que ele.

Pastores e esposas são advertidos no sentido de que “devem ser um exemplo na simplicidade do vestir; devem trajar-se com elegância, confortavelmente, usando bom material, mas evitando tudo o que se assemelhe a extravagância e adornos, mesmo que não seja dispendioso” (Orientação da Criança, p. 422, 423). Sejamos cuidadosas com o tipo de roupa que usamos, evitemos que a maquiagem quebre o princípio da simplicidade.

O trato com pessoas nem sempre é fácil, mas o evangelho nos convida a ser gentis, mesmo com pessoas desagradáveis ou que nos tratam mal (Mt 5:39-48). Evitemos intrigas. Às vezes, é melhor receber o dano e esperar que Deus reivindique nossa causa, do que prejudicar aqueles a quem servimos (1Co 6:7; Sl 37:4-9). Devemos ser cuidadosas quanto a dar demasiada atenção a algumas pessoas, ao passo que ignoramos outras (At 10:34, 35).

Evitemos tudo o que possa ser usado pelo inimigo, para causar confusão e dano, como, por exemplo, conversar ou viajar com outros homens sem a presença de outras pessoas. Até mesmo a forma de cumprimentar deve mostrar que somos amáveis, mas que sabemos nos manter em nosso lugar. E, atenção máxima: A utilização das redes sociais tem se mostrado um campo perigosíssimo!

Muitas vezes, temos acesso a informações confidenciais de nossos irmãos ou da igreja. A ética nos impõe o dever de não divulgarmos tais assuntos a quem não corresponde, independentemente de quem seja. A fofoca é potencialmente letal e destrutiva (Sl 15:1-3; Tg 3:5).

A conduta ética é o pouco que podemos fazer em favor dAquele que deu tudo para nossa salvação. Estando atentas aos aspectos aqui mencionados, nossa conduta, em vez de trazer descrédito ao ministério, será um argumento poderoso contra os inimigos da fé e um solene chamado aos que estão no vale da decisão. Mas nada disso será possível se não vivermos perto dAquele que disse: “Não temas, que Eu te ajudo” (Is 41:13).