A ordenação ao ministério nos habilita a administrar todos os ritos e cerimônias da Igreja, além de desempenhar diversas atividades como evangelista, professor, conselheiro, instrutor, administrador, etc. Cada área de serviço deve ser cumprida com empenho, sem esquecer o cuidado pastoral da grei. O caminho ao púlpito passa pelas casas, hospitais, fazendas e fábricas.

A Sra. White comenta: “Lembre-se que a obra do púlpito não consiste só em pregar. Deve visitar as famílias em seus lares, orar com elas e abrir-lhes a Palavra de Deus. Quem realiza este fiel trabalho fora do púlpito conseguirá dez vezes mais do que aquele que limita sua obra ao escritório.” – Testimonies, vol. 6, pág. 124.

O pastor pode estar de bem com a vida, com a administração, com os departamentais, com a família, com seus alvos pessoais, mas não estiver bem com a igreja não terá êxito. O barco do seu ministério navegará nas turbulentas águas das queixas. O supremo interesse do pastor deve ser os seres humanos. As pessoas devem ser sua especialidade.

Uma pesquisa realizada durante seis anos envolveu membros de 47 denominações, aos quais foi perguntado o que mais esperavam dos seus pastores. As respostas valorizaram mais as características pessoais de integridade e calor humano, do que as habilidades profissionais. A segunda negativa séria tinha a ver com relacionamentos. As igrejas não gostam de pastores que evitam a intimidade e repelem as pessoas com atitudes críticas, insensíveis e humilhantes.

Os pastores devem amar as pessoas. Ser ministro significa ser um discípulo íntimo de Jesus e Ele declarou: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor aos outros” (João 13:35). No capítulo dez do Evangelho de João, Jesus usa a ilustração do pastor e o assalariado. O bom pastor é aquele que dá a vida pelas ovelhas. Cada uma delas ocupa um lugar especial em seu coração, quer seja jovem, idoso, rico, pobre, culto ou inculto.

O assalariado vê as pessoas como degraus para obter seus desejos ambiciosos, instrumentos para alcançar alvos. Crêem que podem ser controladas, manipuladas, em vez de amadas e compreendidas. O amor pastoral ideal foi aquele demonstrado por Moisés, que não buscou promoção pessoal, mas esteve disposto a entregar sua própria vida por amor a seus irmãos (Gên. 32:31 e 32).

Amar as pessoas em geral é relativamente fácil, mas demonstrar afeto por algumas em particular é uma das tarefas mais difíceis na vida pastoral. Todos os pastores em algum momento de seu ministério foram criticados, incompreendidos e até acusados falsamente. Existem procedimentos dos quais o pastor pode dispor para tomar conta desses ofensores. Pode censurá-los por uns meses, deixá-los sem cargo, e até pode excluí-los. Mas há um “caminho mais excelente”. descrito no capítulo 13 da primeira carta de Paulo aos Coríntios – o caminho do amor.

A escola prática do amor conta com várias salas de aula nas quais o pastor pode colocá-lo em prática. Entre elas estão as visitas pastorais, as comissões, e, de maneira especial, o púlpito, onde suas palavras e tom de voz transmitirão seus verdadeiros sentimentos.

Certo pastor visitou vários irmãos, ao assumir uma nova igreja, indagando o que deveria fazer para melhorar uma situação difícil que encontrou. Uma irmã falou dos últimos pastores que haviam passado por lá e das estratégias usadas para “despertar” a congregação. Esses homens. segundo ela, tinham espancado a igreja com expressões tais como “um de cada vinte vão se salvar aqui”; “há muitos irmãos que só vêm à igreja para esquentar bancos”; ou “se a igreja não mudar de atitude, Deus irá vomitá-la”, etc. A idosa irmã encerrou sua conversa com o novo pastor, dizendo o seguinte: “Se o senhor veio para falar disso, está perdendo seu tempo; já conhecemos esse repertório.”

Depois de orar, jejuar, meditar e aconselhar-se, o pastor ouviu a voz de Deus, no livro O Desejado de Todas as Nações, página 22, indicando-lhe o caminho a seguir: “O exercício da força é contrário aos princípios do governo de Deus; Ele deseja unicamente o serviço de amor; e o amor não se pode impor; não pode ser conquistado pela força ou pela autoridade. Só o amor desperta o amor.” É desnecessário dizer que a vida e o ministério daquele pastor mudaram radicalmente, e ele experimentou a alegria do sucesso. – Lídio Vargas Riquelme, secretário ministerial da Associação Central-Amazonas.