Que é Adoração?
Encontramos uma compreensiva definição de adoração no The Seventh-day Adventist Bible Dictionary, pág. 1153: Adoração “é a atitude humilde, reverente, honrosa, devota, que designa a relação dos sêres criados para com o Criador, especialmente em Sua presença.”
Concede-se esta sublime experiência aos homens caídos bem como aos anjos que nunca pecaram.
A adoração não sòmente testifica de nosso amor e reconhecimento para com Deus, mas exerce poder sôbre o adorador. A adoração é a experiência de dar e receber, de pedir e obter bênção, e de dar graças.
A adoração é uma atitude. É uma disposição mental e espiritual. Nossos cultos deveriam fomentar esta experiência. “Nossos cultos divinos devem ser horas sagradas e preciosas.”—Test. Seletos, Vol. 2, pág. 250. A atmosfera sagrada e o reconhecimento reverente são atributos vitais da adoração. Deus age através de Seus servos para conferir esta graça a Seus adoradores. A hora de culto deve tornar-se uma ocasião preciosa, à medida que a importância da mesma é inculcada na consciência de cada alma crente e submissa.
O Senhor ordenou que a adoração seja atraente, bela e inspiradora. Não se destina a ser uma experiência sombria. Não foi ideada para debilitar mas para fortificar. “Tributai ao Senhor a glória devida ao Seu nome; trazei oferendas, e entrai nos Seus átrios; adorai ao Senhor na beleza da Sua santidade.” I Crôn. 16:29. Deus comunica esta beleza através de Sua santidade. Recebêmo-la por meio do reconhecimento voluntário de nossa necessidade e da sincera adoração de Cristo como Salvador.
Por que a Adoração é Essencial?
O subir e descer pela escada que ia da Terra ao Céu, do coração do adorador ao coração de Deus, é uma experiência encorajadora. O Senhor deseja que ela caracterize o sentimento religioso que manifestamos para com Êle.
Como a oração é falar com Deus e ouvir-Lhe a resposta, através de Jesus Cristo, assim a adoração é trazer a nosso Pai Celestial um sacrifício de amor e devoção, e dÊle receber amor, fôrça e resolução.
O poder que advém da mesma destina-se a erguer o crente da experiência comum para a singular atitude de submissão à vontade divina, dando-lhe profundo reconhecimento do amor de Deus e maior aquiescência aos Seus preceitos.
A avaliação que o Céu faz de nossa adoração é apresentada claramente na seguinte mensagem: “Cada ser celestial toma interêsse nos santos que na Terra se reúnem para adorar a Deus. Os testemunhos dos crentes são por êles ouvidos na côrte celestial, e o louvor e ações de graças dos adoradores na Terra, repetidos em seus cânticos divinos, repercutem no Céu seu louvor e alegria, porque Cristo não morreu debalde pelos caídos filhos de Adão.” —Test. Seletos, Vol. 3, pág. 32.
O culto sugestivo une-nos ao Céu. É por isso que a adoração ao Senhor é tão importante. Ela sempre foi, e continuará a ser, essencial.
Como se Consegue Reverência?
Devemos fazer tudo o que pudermos para tornar a hora de culto repleta de possibilidades para o desenvolvimento da semelhança com Cristo e da comunhão com Deus, na vida dos adoradores. Convém envidar esforços conscientes a fim de fazer com que o ambiente incentive o espírito de adoração, de maneira que em todos os respeitos nossa relação para com o Criador seja caracterizada por humildade, reverência, honra, devoção e respeito.
“Nada do que é sagrado, nada do que está ligado ao culto divino, deve ser tratado com negligência ou indiferença.” — Test. Seletos, Vol. 2, pág. 193. Esta é uma orientação direta que todos podemos compreender. Deve-se exercer muito cuidado na preparação para a experiência da adoração e na participação da mesma. Nenhum pormenor deve ser tratado levianamente. Todo aspecto é importante e significativo.
À medida que procuramos tornar o poder celestial dessa rica experiência acessível ao adorador, o Espírito de Deus nos ensinará a vontade de nosso Pai. A instrução que foi comunicada à igreja está repleta de orientação sôbre como devemos adorar a Deus, e convém que nos lembremos constantemente dessas provisões. Os seguintes âmbitos de atividade durante o culto divino devem ser controlados rigorosamente e sempre impregnados do Espírito Santo:
Penetre no templo com atitude de oração. Oremos em primeiro lugar por nós mesmos; depois, repletos do amor de Deus, oremos pelos outros da congregação, inclusive aquêles que são os responsáveis pela liderança.
Convém que os membros da família se assentem juntos. Isto apresenta um quadro encantador. Desta maneira as crianças podem aprender lições práticas sôbre a postura correta no culto. Uma das lições mais essenciais é a do silêncio. No segundo volume dos Testemunhos Seletos, à pág. 195, lemos: “As vêzes é uma criança que desvia de tal modo a atenção dos ouvintes, que a semente preciosa não cai em terreno fértil para produzir fruto.” Os pequenos que se mantêm silenciosos não sòmente trazem bênçãos para os outros adoradores, mas seus próprios corações infantis recebem instrução do Alto. Embora a salvação seja individual, quando os familiares se sentam juntos, promovem o culto aceitável.
No recinto sagrado devemos permanecer em silêncio. Convém que tanto os dirigentes como os leigos se mantenham completamente silenciosos, a não ser quando lhes fôr solicitado falarem à assembléia. Deus fala ao indivíduo através da voz mansa e suave. A calma meditação favorece a comunhão com Êle.
Os dirigentes devem dar uma orientação positiva. Os adoradores jamais devem encontrar motivos para sentir que os que estão em responsabilidade não sabem para onde estão indo. Tais perguntas como: ‘‘Vamos cantar, ou não?”; “Convém ajoelharmo-nos?”, etc., são inadequadas. Quando se lhes dá a oportunidade de escolher, algumas pessoas querem cantar quando é hora de orar. “Cantemos” e “ajoelhemo-nos para orar” são orientações mais positivas e mais fáceis de serem obedecidas.
Não incite respostas impulsivas por parte da congregação. Tôda a informação deve ser obtida cuidadosamente antes do início da reunião. Não convém que os líderes animem os presentes a fazerem discursos improvisados sôbre vários assuntos. Tais comentários sôbre as atividades da igreja apenas servem para separar. Tôdas as apresentações devem ser suaves, claras e decisivas.
A hora de culto requer cuidadoso planejamento. Todos os que têm partes a desempenhar no culto precisam ser avisados com muita antecedência. Convém que cada aspecto da reunião seja escolhido, preparado e desempenhado com vistas princípalmente à adoração a Deus. Quando se consegue êste objetivo, o poder vivificante do Senhor far-se-á sentir no culto. É o que precisamos. Isto nos é outorgado quando adoramos a Deus com coração reverente e consagrado.
Faça com que a entrega dos dízimos e das ofertas seja um privilégio sagrado. Esta parte está repleta de possibilidades para a adoração. Nela se evidencia o sentimento interior. Isto é profundo. Atinge o mais recôndito do coração e da vida. Deve-se exercer todo o cuidado para assegurar uma atmosfera de respeito. Isto pode ser obtido pela menção ponderada do sacrifício celestial, de nossos privilégios e amplas oportunidades, e por apresentar uma fervorosa oração a nosso Pai. O Espírito Santo pode fazer com que a entrega das oferendas no santuário de Deus seja uma experiência comovente. A fim de que esta se torne uma parte integrante do culto divino, é necessário que seja tudo isto.
Empregue a música como parte específica da adoração. O canto de hinos adequados provê expressão para a aspiração, convicção e dedicação. Corações se convertem. Nunca usemos a música como passatempo. Ela é adoração. “Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações.” — Educação, pág. 167.
Embora haja muitas considerações sôbre êste amplo e atrativo assunto, convém salientar mais um ponto em relação ao mesmo. Nada promove mais a adoração do que a leitura da Palavra de Deus. Acha-se registrado a respeito de Arão que êle “falou tôdas as palavras que o Senhor tinha dito … E o povo creu … e O adoraram.” Êxo. 4:30 e 31. Hoje a igreja precisa desta experiência. A congregação deve ouvir a Palavra do Senhor, crer e adorar.
O Poder da Adoração
Em Test. Seletos, Vol. 2, pág. 252, declara-se que nos cultos de adoração “deve imperar .. . a própria atmosfera do Céu.” Que possibilidade gloriosa! Que privilégio elevado! O poder de Deus que abastece essa atmosfera celestial atingir-nos-á o coração. É um poder real. Esta não é uma frase destituída de significado, Deus designou que a verdadeira adoração
nos tornasse felizes e nos desse segurança agora, bem como nos preparasse para o Céu. O mundo necessita desta graça transformadora. Os santos também. “Deus ensina que devemos congregar-nos em Sua casa, a fim de cultivar as qualidades do amor perfeito. Com isto os habitantes da Terra serão habilitados para as moradas celestiais que Cristo foi preparar para os que O amam.” —Test. Seletos, Vol. 3, pág. 34.
“O sentimento moral dos que adoram a Deus no Seu santuário tem de ser elevado, apurado e santificado.” — Test. Seletos, Vol. 2, pág. 199. Quando os justos e pecadores aparecem ante a presença divina com reverência e devoção, são colocados sob a influência do poder do Espírito Santo, que é inerente à realização do culto. Para adorarmos a Deus aceitavelmente, nosso sentimento moral precisa ser elevado, apurado e santificado. Por sua vez, aquêle que sinceramente busca a Deus, através do ato da adoração, receberá o poder para alcançar esta elevação, purificação e santificação.
Há um comovente relato do poder impelente da adoração e de sua ligação inseparável com o sacrifício, na história de Abraão e Isaque. Lemos em Gên. 22:5: “Eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos”. Quão belo! Vemos o pai e o filho partirem juntos para o local da adoração. A conversação é breve. O assunto da mesma é sublime. A amável resposta do Céu é clara e exata. Irmãos, ela não é menos real hoje. Vós e eu podemos encontrar na adoração o poder para nos submetermos às ordens divinas, recebendo destarte a aprovação do Alto.
A adoração sincera nos dá coragem para perguntar a Deus: “Que diz meu Senhor ao Seu servo?” Esta comunhão é pessoal, e tal qual sucedeu na experiência de Josué, nós também nos apressaremos a responder à indicação divina. A Palavra relata simplesmente: “E fêz Josué assim.” Josué 5:14 e 15. A coragem, a resolução e a habilidade pertencem-nos pelo poder da adoração.
Através das Escrituras Sagradas os vocábulos adorar e servir são repetidamente empregados juntos. Isto é o que o Céu intenciona. O Deus Criador que exige nossa adoração está pronto a comunicar-nos prazeirosamente a fôrça para o serviço. Lembremo-nos de que só nos podemos preservar servindo. A preservação da vital comunhão com o Céu é assegurada através do culto voluntário que se presta a Deus.
Os Magos do Oriente passaram por uma experiência emocionante. Os olhos dêles se haviam erguido para o Céu, e o relato declara que viram Sua estrêla. Foram adorar a Jesus. Fazer isto foi também a feliz oportunidade que os onze discípulos tiveram após a ressurreição. Está registrado em S. Mat. 28:17 que “quando O viram, O adoraram.” Como isto é verdade na vida! Se nós, hoje, fixarmos os olhos nas coisas espirituais, também haveremos de ver e adorar. Se viemos com o propósito de contemplar a Cristo como nosso Salvador pessoal, então seremos levados a adorá-Lo.
A hora de culto na verdade é um assentar-se junto com Cristo nos lugares celestiais. Devemos estimar tôda a oportunidade para reverenciarmos o nosso bendito Redentor. Neste lugar sagrado recebemos o senso da responsabilidade, mais profunda consagração e força para obedecer. Seremos enviados daqui no poder do Espírito Santo a fim de conquistarmos o mundo para Cristo. Que legado sublime, conferido aos decaídos mortais!