Quem imagina que a tarefa pastoral é fácil, possivelmente não é, nem foi pastor. São Paulo realizou um excelente ministério e, apesar disso, considerava que deveria fazer mais. Sabia que a tarefa se complicaria muito mais. Sua visão profética o levou a perceber que viriam tempos de grande complicação teológica, acentuada pelo misticismo de pessoas arrastadas por paixões pecaminosas que as levariam a abandonar a verdade, substituindo-a por postulados teológicos humanistas: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (II Tim. 4:3 e 4). “E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé” (II Tim. 3:8).

Outra área em que aumentariam as dificuldades para o exercício do sagrado ministério emanaria da crescente corrupção do ambiente no qual a igreja e o próprio pastor devem cumprir sua missão global. “Sabe, porém isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. … Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade… Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (II Tim. 3:1-7, 12 e 13).

A tarefa do pastor se tomaria ainda mais difícil ao levarmos em conta que essa luta “contra principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efés. 6:12), haveria de tomar-se mais intensa no tempo do fim, quando os “três espíritos imundos semelhantes à rãs” que “são espíritos de demônio, operadores dê sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus todo-poderoso” (Apoc. 16: 13 e 14), pareceriam estar realizando com maléfica eficiência sua obra. E as coisas ficariam ainda piores “porque o próprio Satanás se disfarça como anjo de luz” (II Cor. 11:14).

O grau de complexidade aumentaria devido a Laodiceia não sentir sua necessidade. Crê que tudo está bem, e que até progride! “Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem deras fosses frio ou quente! Assim, porque és momo, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da Minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Apoc. 3:14-17).

Que fazer para viver nosso ministério, sentindo a aprovação do doce olhar de nosso bom Jesus? Atualizar-nos!

Primeiramente, devemos experimentar uma genuína atualização de nossa vida espiritual com Cristo. Para nós, ministros, o viver deve ser Cristo, tal como foi para Paulo: “Porquanto, para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fil. 1:21).

E, em segundo lugar, atualizar nossa fé na direção e no poder do Senhor em nosso ministério: “não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. – Daniel Belvedere.