Depois que quatro furacões destruíram sua safra, Dale Bass, proprietário de uma fruticultura na Flórida, entendeu que estava “fora dos negócios” até a próxima estação. Sendo o maior doador de cítricos a igrejas e escolas, para levantamento de fundos, Dale também compreendeu que muitas entidades assistenciais sentiriam o impacto, e ele, sem produtos para comercializar, teria grande prejuízo.
Mesmo sem nenhuma fruta para vender, ele deveria manter seus contatos, compromissos com empregados e garantia para transações futuras. Entretanto, o impacto mais doloroso e imediato da catástrofe foi a destruição de lares, veículos, bens móveis, animais e até seres humanos. Agências governamentais e Ongs assistenciais se movimentaram para ajudar a recuperar e ressarcir os prejuízos na área atingida. Porém, antes que elas chegassem, as congregações poderiam providenciar ajuda específica, caso tivessem um plano preventivo.
Em meio a desastres, muitas pessoas ficam desorientadas, experimentando forte abalo físico e emocional. Elas nem sempre reagem com lógica.
Que fazer para ajudar em tais eventualidades? Onde começar? Dale opina: “Quando alguém perde tudo, isto é exatamente o que ele necessita recuperar: tudo. Uma garrafa de água, uma tigela de sopa, um lugar para dormir.” Sua congregação abriu as portas para que os desabrigados dormissem nos bancos, e estabeleceu um programa de distribuição de alimentos na vizinhança. Há mais religião num pedaço de pão do que muitos pensam. Adicione creme de amendoim e geléia a esse pedaço de pão, e as vítimas nunca se esquecerão de você.
Algumas vezes, a maior demonstração de bondade será simplesmente sentar junto de alguém que experimentou grande perda. Não é necessária eloqüência verbal. Apenas sua presença comunicará preocupação, companheirismo, solidariedade e confiança na providência de Deus. Como disse Francisco de Assis: “Pregue o evangelho sempre; se necessário, use palavras.” Se for preciso falar, fale de um futuro esperançoso, de dias melhores. Não pregue. Articule esperança, segurança e sua crença pessoal na vitória final de Deus sobre o mal. E ouça. Permita que o sofredor partilhe sua dor. A expres-são dos sentimentos de perda libera o estresse.
Atitudes simples valem muito. Providencie cuidados de emergência para as crianças, partilhe transporte, disponibilize seu telefone, contate parentes das vítimas. Ajudando-as a focalizar o futuro, você as habilita a lutar para sair do caos imediato para a restauração normal da vida. Roupas, gêneros alimentícios, itens domésticos, cama e equipamentos de cozinha estão no topo da lista de objetos necessários. Quando vítimas de calamidades começam a reconstruir sua vida, elas necessitam de tudo. Em cooperação com outros organismos assistenciais, sua igreja pode organizar uma campanha para recolher e distribuir mantimentos e dinheiro. A manutenção de um banco de dados referentes a grupos de apoio e recuperação, centros médicos, psicólogos e conselheiros, companhias de seguro e outras organizações voluntárias servirá para fornecer informações vitais em crises futuras.
Não tenho dúvidas de que, ao nos empenharmos nesse trabalho, nosso coração florescerá em júbilo e entusiasmo. Se você tem ministrado a estranhos, em tempos de trauma, certamente logo descobrirá um círculo de amigos em cuja vida investiu e aos quais se tomou familiar. Sua própria perspectiva mudará, com respeito ao que é essencial para a vida, enquanto as coisas de menor importância cederão lugar ao que realmente importa. Sua igreja terá oportunidades para desenvolver amizade e partilhar experiências com pessoas que se tomarão abertas ao evangelho.
Lembre-se: “Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me’.” – A Ciência do Bom Viver, pág. 143.
James A. Cress, secretário Ministerial da Associação Geral da IASD
“O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem.”