A última geração que povoa a Terra está acostumada a tôda a sorte de material ilustrativo. Acostuma-se mais e mais a que se lhe apresentem os fatos por meios visíveis. Os filhos dêste mundo têm sido mais rápidos que os filhos da luz para compreender o valor dêste material. Pelo fato de aproximadamente 85% de nossos conhecimentos chegarem ao cérebro por meio da vista, grandes esforços se fizeram para convencer, persuadir e vender por meio do material ilustrativo.

O Espírito de Profecia reitera vêzes várias o valor dêstes veículos na apresentação do evangelho eterno. Falando do emprêgo de cartazes, há declarações como esta:

“Tais métodos serão usados mais e mais neste trabalho de finalização.” — Evangelismo, pág. 205.

“Fui instruída clara e nitidamente quanto a deverem usar-se quadros na apresentação da verdade.” — Idem, pág. 203.

Quer nos agrade,’ quer não, temos que pregar a pessoas acostumadas a ver tôda a sorte de quadros, filmes e imagens. Pode ser que deploremos o fato de as pessoas, cada dia, serem menos capazes de captar a lógica abstrata; que considerem não ter seu alimento intelectual sabor algum a menos que lhes seja servido em forma visível, contudo devemos reconhecer que esta é a situação. Podemos nos conformar com a idéia de que apesar de tudo estamos ganhando muitas almas sem recorrer a êstes métodos, porém em vista do conselho que nos é dado no livro Evangelismo, não é verdade que aumentaria grandemente o número de almas a serem ganhas se se empregasse mais material ilustrativo apropriado?

Como Empregar o Material Ilustrativo

Nestes têrmos, o problema que se apresente não é “empregá-lo-ei?”, mas sim “como empregá-lo?” É o emprêgo inadequado destas ilustrações que contribui para que muitos não lhes dêem o merecido valor. Há certos princípios básicos que se devem seguir para que se tornem uma real contribuição ao trabalho de apresentar a mensagem.

Em primeiro lugar, devem ser simples. As ilustrações baseadas em complicados mecanismos, freqüentemente trazem mais prejuízo do que benefício. A atenção do auditório desvia-se para considerar a própria ilustração em vez de concentrar-se no objetivo dela. Uma ilustração complicada pode obrigar-nos a realizar uma série de operações complexas que distraiam o auditório ao ponto de esquecer completamente a verdade que queríamos ilustrar. Além disso, essa classe de material ilustrativo pode consumir quantidade de tempo em desproporção ao seu valor. A importância da simplicidade se estabelece nestas palavras:

O uso de quadros é muitíssimo eficaz para explicar as profecias referentes ao passado, presente e futuro. Deve-mos, porém, tornar o nosso trabalho tão simples e econômico quanto possível. — Evangelismo, pág. 203.

Consoante o parágrafo anterior, nosso material de ilustração não deve ser dispendioso. O alto valor de certo material não é necessàriamente uma prova de sua eficiência. Há exceções, porém de modo geral, uma ilustração menos custosa, dá o mesmo resultado. Além disso, se nos valemos de equipamento caríssimo, os gastos são maiores devido a exigir mais cuidado em seu manejo. Portanto, ao considerar o melhor material ilustrativo para o sermão, deveriamos perguntar a nós mesmos: Como posso fazê-lo na forma mais econômica possível?

A visibilidade é outro fator importante que se deve ter em conta. Qualquer que seja a ilustração, diagrama, cartaz ou figura de madeira, a pessoa que está assentada na última fileira precisa vê-la claramente. As letras da ilustração devem ser suficientemente grandes e espaçadas a fim de que todos possam lê-las fàcilmente. Tão molesto é não se poder ver algo que está sendo exibido, como não se poder ouvir um orador discursando. Os evangelistas novatos, ao adquirirem o equipamento, devem lembrar-se de que, à medida que progridem, deverão falar a auditórios maiores. Para isso, devem preparar-se tendo isto em conta, e não apenas seu reduzido auditório do momento. Pode-se aumentar a visibilidade de uma ilustração iluminando-a em forma adequada.

Devemos escolher ilustrações atraentes. Os olhos do público estão acostumados ao melhor, quer se trate de ilustrações coloridas, pintadas, impressas, projeções na tela ou figuras tridimensionais. Os diagramas, quadros e ilustrações de qualidade inferior, tiram o valor de nossa mensagem, segundo a opinião de muitos crentes. Pode ser que um bom trabalho artístico, realizado por pessoa de experiência, custe um pouco mais; porém, em última análise, sai mais módico. Ilustrações preparadas em casa podem ser aceitáveis se forem feitas com todo esmêro.

Os evangelistas que empregam com freqüência diapositivos, devem desfazer-se constantemente do material passado da moda. É melhor usar menos projeções, e mesmo deixar de usá-las, do que empregar “slides” obsoletos ou de inferior qualidade. Não nos esqueçamos de que hoje o público está acostumado ao melhor.

As ilustrações devem ser práticas, objetivas e com um propósito definido. Jamais se deveria empregá-las pelo mero fato de exibi-las. É um desastre preparar-se um sermão para justificar uma ilustração, em lugar de ser esta mero veículo para gravar na mente dos ouvintes os ensinamentos da prédica. De quando em quando alguns cedem à tentação de preparar os assuntos em tôrno de uma ilustração que constitua novidade. Isto é como se o rabo movesse o cachorro, em vez dêste mover aquêle.

Por fim, o material ilustrativo deve ser variado. Reconhecemos que alguns empregaram com êxito certo tipo de ilustrações, porém isto não desmente o princípio de que a variedade aumenta bastante o interêsse. Um regime que consista exclusivamente de sopas pode agradar a alguns, porém a maioria prefere alimentação mais variada. Com base neste princípio, o uso de diagramas, ilustrações, cartazes, quadro-negro, lições objetivas, projeções luminosas, etc., em separado ou combinado, contribuirá para aumentar o interêsse, que poderá ser mantido pelo uso de mais de uma espécie de ilustração.

Contudo o material ilustrativo não constitui a chave do êxito do evangelismo público, do mesmo modo que os instrumentos cirúrgicos não são os que asseguram o êxito da operação. No entanto, assim como um médico sem instrumentos adequados trabalha em condições desvantajosas, também o evangelista que despreze o valor do material de ilustração, restringe sua eficiência na obra de ganhar almas.

Como evangelistas, temos explorado ao máximo as grandes possibilidades do material ilustrativo. É razoável que o façamos em vista de que “tais métodos serão usados mais e mais neste trabalho de finalização”.