Ministério

TEMA: O Retiro de Integração

Nota — Estivemos em Curitiba nos dias que precederam a programação da Semana Santa. Visitamos o Pastor Simon e comprovamos o entusiasmo dos oficiais de suas igrejas e dos irmãos em geral na realização do programa de evangelização. Logo veremos os frutos dessa magnífica tarefa realizada.

Não poderiamos repetir através de todo nosso território esta magnífica experiência?

Uma das preocupações dominantes hoje da igreja adventista e ao mesmo tempo um de seus objetivos, é lograr a coordenação de forças e métodos na tarefa básica da igreja — evangelizar.

Muito já se tem feito no sentido de eliminar planos e programas que em lugar de imprimir agilidade e eficiência à máquina, talvez fazia com que ela se tornasse mais pesada. Estão sendo dados passos decisivos também na fusão de departamentos afins e mesmo de campos, para evitar gastos em administração e lograr uma maior inversão de fundos e talentos para alcançar mais almas. Entretanto, essa preocupação não deve limitar-se às esferas da Associação Geral, Divisão, União ou campo local. Deve descer também ao núcleo menor, embora mais importante — a igreja local. Se a igreja local não entra na programação, serão em vão os esforços das organizações superiores.

Que pode fazer um pastor local? Ele é sem dúvida a chave do processo. Dentro do programa do ano e também de 1944, estão em evidência as três fases básicas da obra da igreja: Reavivamento, Instrução e Ação. As três são importantes. Descuidar uma delas é frear todo o processo, ou pelo menos limitá-lo. Se a igreja é reavivada espiritualmente, sentirá o desejo de fazer mais por Cristo. Se ela é instruída nos segredos da tarefa, sentir-se-á capaz de realizá-la. Com uma programação prática de ação, ela poderá experimentar a alegria de ver os frutos.

O Pastor Eneas Simon, assim como muitos obreiros da América do Sul, reuniu os líderes de suas 9 igrejas e grupos para um dia especial, chamado: Retiro de Integração. Como essa foi uma experiência notável, o entrevistamos pedindo que compartisse com os leitores o que foi alcançado.

1) Qual tem sido sua experiência na obra até agora?

Resposta: Pastor Pereyra, completei 21 anos de ministério, dos quais 3 apenas foram dedicados à obra administrativa, 8 anos foram dedicados ao evangelismo direto e 10 ao evangelismo pastoral. Atualmente sou pastor-evangelista do distrito de Juvevê, em Curitiba.

2) Como pastor, qual é o problema que mais lhe tem preocupado nas igrejas?

Respostas: a. Conseguir a maior participação dos membros nas atividades internas da igreja, ou seja — Integração.

b. Reavivamento e reforma.
c. Levar os membros a terem certeza do perdão de seus pecados e a experimentarem uma experiência pessoal — a justificação pela fé.
d. Conscientização da necessidade e procura do batismo do Espírito Santo e da finalização da obra.
3) Como surgiu o plano de fazer um Retiro de Integração?

Resposta: Surgiu no fim de 1966, quando os oficiais da igreja de Campo Grande, no Estado de Mato Grosso foram eleitos. Descobrimos que havia necessidade de ordenar vários anciãos e diáconos. Senti o desejo de ministrar-lhes um curso preparatório, porém foi difícil conseguir conciliar um horário favorável a todos. Solucionamos o problema convocando os anciãos e diáconos eleitos para um retiro espiritual. Foi uma inspiração e uma bênção. Desde então, cada ano tenho procurado realizar estes retiros, incluindo apenas os anciãos e diáconos, e sempre da igreja sede. No início de 1972 estendemos o convite a outros oficiais e houve grande entusiasmo. Sentindo a necessidade de orientar mais e melhor os oficiais do meu distrito com 12 igrejas e grupos, sendo 9 na área de Curitiba, surgiu a idéia de convocar todos os oficiais eleitos para o presente ano para um Retiro de Integração, tendo como meta primordial, desencadear o tão almejado reavivamento.

4) Onde foi realizado o primeiro retiro, em dezembro, e quantos oficiais assistiram?

Resposta: Conseguimos uma chácara do Colégio Sta. Maria, onde são realizadas as reuniões de pais e mestres deste colégio. É um aprazível lugar, com lagos e bosques. Ali contamos com a presença de 250 oficiais de 9 igrejas e grupos. Um detalhe: havíamos escrito a cada um com antecedência, indicando o preparo que cada um deveria realizar, e solicitando que nenhuma criança fosse levada, para conseguirmos total concentração nos temas a serem tratados.

5) Qual foi o programa da reunião?

Resposta: Nosso objetivo primordial era: Reavivamento. O pensamento do dia: Desligados do mundo, ligados a Deus.

HORÁRIO

Até 7:45 Abertura — Apresentação — Meditação — Oração — Plano Geral 1973

7:45- 8:45 Meta Primordial — 1973

8:45- 9:00 Oração Individual e Meditação

9:00- 9:30 O Espírito Santo e o Reavivamento

9:30-10:00 Súplica em Grupos — Afinidadade — União

10:00-11:00 Justificação pela fé — Experiência Pessoal

11:30-13:00 Almoço — Descanso — Cânticos — Oração

13:00- 14:00 Educação Cristã — Mesa-Redonda — Oração

14:00-14:30 Responsabilidade dos Oficiais — Geral

14:30-15:45 Planejamento do trabalho para 1973

Anciãos, Diáconos e Diaconisas, Secretários, Tesoureiros, Escola Sabatina, Trabalho Missionário, MV, Dorcas

15:45-16:00 Oração é Poder

16:00-16:15 Relatórios em Grupo

16:15-17:15 Mordomia e Fidelidade

17:15 Encerramento e Testemunhos

6) Pode dar detalhes em relação ao aspecto devocional?

Resposta: Como pode notar pelo programa, a parte da manhã foi dedicada ao análise das necessidades espirituais de cada adventista, hoje. Estudamos o reavivamento, a obra do Espírito Santo e a Justificação, ressaltando o valor da experiência pessoal. Os assuntos foram intercalados com períodos de oração e meditação, ora em grupos de 2 ou 3, ora individualmente. Preparamos uma coletânea de textos do Espírito de Profecia sobre Reavivamento, Espírito Santo e Chuva Serôdia, Experiência Pessoal, que serviram de base para estes momentos de meditação.

7) E a parte de integração, unificação do trabalho?

Resposta: A parte da tarde foi dedicada ao análise das responsabilidades gerais e específicas de cada oficial. O grande objetivo da divisão em grupos de trabalho por departamento visava desenvolver um programa de ação distrital integrado e levar os oficiais mais experientes a compartilharem suas idéias e planos com os demais. Após esta reunião, o relator de cada grupo apresentou ao plenário os planos e sugestões de interesse geral.

8) Seguirá o distrito o programa de ação coordenada do ano de 1973, Ano da Juventude?

Resposta: Durante o período destinado ao planejamento do trabalho para 1973, o programa de ação coordenada foi amplamente analisado. Vamos segui-lo à risca.

9) Vemos no programa uma parte de uma hora e meia, intitulada: “Justificação pela fé — Experiência Pessoal”. Que foi realizado nesse período?

Resposta: Pastor, neste período apresentamos a mensagem de Deus sobre arrependimento, confissão e perdão. Sentindo que muitos ainda não criam no perdão, procuramos ajudá-los com a lição objetiva seguinte: cada um escreveu em um pedaço de papel os pecados que os faziam sentirem-se separados de Deus. Depois acendemos uma fogueira para queimá-los e mostramos que da mesma maneira como o fogo devorou aqueles papéis, Deus também apaga e esquece todos os pecados daqueles que crêem. Foi um momento solene e inspirador.

10) Baseado na experiência, está satisfeito com os resultados?

Resposta: Com alegria verificamos que os resultados sempre foram positivos, e este último, embora tenha sido tão recente já está produzindo seus frutos. Houve uma verdadeira transformação em muitos, e um maior interesse e participação nas responsabilidades da igreja. Um verdadeiro entusiasmo para ganhar almas e terminar a obra! O alvo estipulado pelos líderes das igrejas e grupos para o ano de 1973 é de 242 almas. Isto já é uma prova de um começo de reavivamento. •