Quando o Pastor Tercio Sarli, então presidente da União Central Brasileira, escreveu-me duas vezes sobre o mesmo assunto, tempos atrás, percebi que se tratava de uma questão realmente importante. Ele sugeria a oficialização de um dia no qual os pastores pudessem receber uma expressão de reconhecimento por parte da igreja. Com isso em mente, passei a escrever esta matéria para publicação simultânea em Ministry e nas revistas do ancião e da Afam norte-americanas, com a recomendação de que ela chegue aos oficiais das igrejas.

O porquê da homenagem. “Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros” (1 Tess. 5:12 e 13).

A crescente suspeita da sociedade em relação a lideranças, o desempenho medíocre de alguns pastores e as expectativas irreais alimentadas por membros de igrejas contribuem para reduzir o nível de autoestima em muitos pastores ultimamente.

Parece mais fácil criticar do que externar reconhecimento pelo dedicado serviço que eles realizam. Por exemplo, recentemente um membro de igreja escreveu uma carta, queixando-se de que seu pastor não investe tempo suficiente no preparo dos sermões. Outro reclamou que o pastor nunca o visita. Paradoxalmente, outro irmão criticou seu pastor dizendo que ele só sabe ficar de casa em casa. Bom seria se recebêssemos mais cartas como a de um ancião que disse: “Não tenho nenhuma outra razão para escrever, exceto dizer que nosso pastor serve maravilhosamente à nossa igreja.” Respondi essa carta e enviei uma cópia ao pastor e ao presidente da Associação.

O que a liderança pode fazer. Como já foi dito, o Pastor Sarli (atualmente jubilado) encorajou-nos a adotar um dia anual do pastor, a fim de podermos afirmar o papel do ministério em geral e expressar nossa apreciação particularmente aos pastores distritais. E, junto com a teoria, ele dizia estar investindo tempo, energia e dinheiro, escrevendo uma carta a todos os seus pastores, acompanhada de uma lembrança. As famílias pastorais, em sua União, eventualmente eram reunidas em concílios ministeriais para receber crescimento espiritual e educação contínua.

Algumas denominações têm estabelecido um final de semana em outubro. Embora talvez seja impossível padronizar uma data para todo o mundo, cada Campo pode estabelecer um dia de vocações ministeriais, no qual os pastores que ainda são ativos recebam o reconhecimento de suas congregações, e jovens sejam convidados a considerar em oração o chamado de Deus para o ministério.

Líderes de Uniões e Campos locais podem enaltecer a função ministerial, valorizando o pastor, e incentivando as congregações a planejarem um programa nesse dia. O Pastor Charles Heskey, secretário ministerial da Associação Norte-Caribenha, enviou aos membros das igrejas de seu território um marca-páginas. Sob o título “Ore por seu pastor”, ele contém uma lista de objetivos pelos quais os irmãos deveriam orar, incluindo a vida pessoal do pastor e as necessidades de sua família.

O que a igreja pode fazer. Os oficiais da igreja local podem fazer deste dia uma oportunidade para celebrar as bênçãos espirituais recebidas através da liderança pastoral. Todos os pastores contribuem para o bem espiritual de suas igrejas. Outras sugestões incluem momentos de confraternização, brindes simples mas significativos, tais como flores, uma nova Bíblia, um livro, entre outras coisas; voluntariedade para realizar alguma tarefa que alivie a carga do pastor como, por exemplo, dar estudos bíblicos ou fazer uma visita com ele, ajudá-lo em uma campanha evangelística.

E, muito importante, em lugar de criticar, que os líderes acolham os filhos do pastor como se fossem seus filhos e netos. Caso haja alguma diferença, falem diretamente com ele, em espírito cristão. Acima de tudo, expressem seu reconhecimento verbalmente e escrevam uma carta ao presidente da Associação.

O que o pastor pode fazer. Sirva com o melhor de suas forças, seu tempo, suas energias e seus talentos, pastor. Ame profunda e sinceramente. Dê o melhor de si à igreja. Lidere de tal forma que os membros vejam refletido em suas atitudes o Espírito de Deus, e sejam constrangidos a seguir seu exemplo.

23 de outubro: é tempo de agradecer e incentivar

James A. Cress, Secretário Ministerial da Associação Geral da IASD